domingo, agosto 11, 2024

Prosperidade

#Pública




Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas.[1]


Tem sido muito comum nos meios de divulgação evangélica, principalmente entre aqueles ligados a núcleos mais tradicionais do cristianismo, e mesmo entre outros de conotação espiritualista, a veiculação da ideia de que a vivência evangélica e a adesão à proposta de Jesus nos levam à prosperidade.
Com isto têm-se feito cultos e reuniões voltadas para este objetivo sendo ensinado que aquele que manifestar sua fé no Senhor e aderir à proposta da instituição divulgadora da mensagem, terá como prêmio o amplo sucesso em sua vida.
Terá base evangélica esta afirmativa? Será que podemos dizer que o Evangelho tem por objetivo a prosperidade de seu seguidor?
Para que possamos melhor dissertar sobre o assunto necessário se faz trabalharmos os conceitos adequados.
Prosperidade é segundo anotações do dicionarista estado do que é ou se torna próspero; grande produção de alimentos e bens de consumo; abundância, fartura, acúmulo de bens materiais; fortuna, riqueza.[2]
Próspero é por sua vez, aquele que tem êxito, que é bem-sucedido, afortunado, que acumulou riquezas, rico, abastado, ditoso, feliz, venturoso [3].
Seriam estas as qualidades do ser evangelizado? Seriam estes os fins da prática cristã?
Avaliemos. No sentido aqui colocado, Jesus o personagem central do Evangelho, foi próspero?
Seus discípulos da primeira hora, entre eles Pedro, João, Tiago, Paulo de Tarso, Estevão, entre outros, também foram acumuladores de riquezas?
E outros discípulos que também lhe foram fiéis em outros tempos, como Francisco de Assis, Madre Teresa de Calcutá, Irmã Dulce, Chico Xavier, foram estes também venturosos no que diz respeito às conquistas materiais?
Pensamos que não.
Mas e aí, seria o Evangelho contra a riqueza? Seria a mensagem de Jesus de caráter pessimista?
A questão não é essa, o Evangelho não é nem contra nem a favor da riqueza, pois a sua proposta é para o Espírito imortal, e não para o ser biológico que nasce, cresce e morre um dia. A mensagem do Evangelho é essencialmente otimista porque serve para que todos se redimam e tornem-se plenos em "Vida Abundante".
Para que compreendamos esta questão é preciso entender que Jesus dividiu o tempo em duas eras. Não estamos dizendo do calendário oficial que nos fala em antes e depois de Cristo, mas de algo muito mais profundo.
Antes do Cristo temos a era do homem biológico, o homem que tem por objetivos maiores suprir todas as suas necessidades materiais. Assim, nesta fase ele luta por dinheiro, por poder, por conforto, prima pela estética, pela satisfação pessoal, pela educação intelectual etc. A mensagem do Cristo não é para este que vive de acordo com estes interesses. Jesus veio estabelecer entre nós a Era do Espírito. O homem espiritual candidata-se ao Reino, sua luta é para deixar de ser um ser humano para tornar-se um ser eminentemente espiritual.
A partir daí o que tem valor são as virtudes morais, as conquistas que não podem ser tomadas ou roubadas por ninguém. Neste plano têm-se não é do que se junta, mas do que se dá. É feliz não o que busca a sua própria felicidade ou o seu interesse pessoal, mas aquele que se sacrifica pelo interesse do outro.
A partir destas colocações, podemos pensar em vivenciar o Evangelho buscando satisfação pessoal?
É preciso que se compreenda que aqui não há meio termo, o cristão fiel aos ensinamentos de Jesus é aquele que primeiro se preocupa com o outro, e não com si próprio.
Expressões como "amar a si mesmo", "autoestima", "autovalorização", entre outras da moderna psicologia, quando fomentadoras do egoísmo, são em verdade más interpretações das lições evangélicas, e pedra de tropeço para os cristãos desavisados.
Portanto é preciso avaliar que tipo de prosperidade buscamos, pois a verdadeira satisfação íntima da criatura está, na maioria das vezes, em proporção inversa às suas conquistas nos eventos do mundo.
Emmanuel com a sabedoria que lhe é peculiar, nos lembra:

Há muita gente acreditando, ainda, na Terra, que o Cristianismo seja uma panacéia como tantas para a salvação das almas. Para essa casta de crentes, a vida humana é um processo de gozar o possível no corpo de carne, reservando-se a luz da fé para as ocasiões de sofrimento irremediável. Há decadência na carne? Procura-se o aconchego dos templos. Veio a morte de pessoas amadas? Ouve-se uma ou outra pregação que auxilie a descida de lágrimas momentâneas. Há desastres? Dobram-se os joelhos, por alguns minutos, e aguarda-se a intervenção celeste. Usa-se a oração, em momentos excepcionais, à maneira de pomada miraculosa, somente aconselhável à pele, em ocasiões de ferimento grave. A maioria dos estudantes do Evangelho parecem esquecer que o Senhor se nos revelou como sendo o caminho... [4]

Sendo Jesus o Caminho, é preciso seguir pelo caminho traçado por Ele; e não foi Ele quem mais obedeceu entre nós? Não foi Ele quem mais serviu? Quem mais sacrificou-se?
Lembremos ainda Emmanuel na mesma lição:

Cristãos que não aproveitam o caminho do Senhor para alcançarem a legítima prosperidade espiritual são criaturas voluntariamente condenadas à estagnação.

Aqui o grande mentor espiritual nos fala em prosperidade espiritual, esta sim a verdadeira prosperidade, pois baseada em conquistas morais superiores, patrimônio este que não pode ser tomado daquele que conquistou.
Portanto, entendamos que a abundância, a fartura, a fortuna que o Evangelho nos leva a possuir é a das efetivas conquistas do Espírito.
Até aí não há controvérsias, pois todo o seguidor dos ensinamentos de Jesus diz que quer mesmo é a promoção espiritual, porém é preciso que estejamos atentos para vermos como isto se dá.
Em texto trazido a nós pela mediunidade de nosso querido Chico Xavier, o Espírito Irmão X [5] relata que Jesus sabe que há dois tipos de seguidores do seu Evangelho, um ele denomina de "seguidor de longe" e o outro de "discípulo de perto".
Segundo o Mestre, o aprendiz de longe pode ora crer, ora descrer, abordando a verdade e esquecendo-a periodicamente; enquanto o discípulo de perto empenha a própria vida permanecendo dia e noite na elevação dos testemunhos cristãos.
O de longe, continua o Sábio dos sábios, usa a liberdade para buscar honrarias e prazeres, misturando-os com as suas vagas esperanças do Reino de Deus, enquanto o de perto sofre as angústias do serviço sacrificial e incessante. O de longe encoleriza-se, o de perto compreende e ajuda.
O de longe alega, muitas vezes, dificuldades até mesmo para se concentrar numa oração, experimentando sono e fadiga, quando o de perto caminha sem cansaço, em constante vigília.
Entre outras diferenças o Excelso Pastor ainda diz:
O de longe anseia possuir, enquanto o de perto tem prazer em dar sem recompensa, o de longe só encontra alegria na prosperidade material enquanto o de perto descobre a divina lição do sofrimento.[i]
Assim é fácil compreender; há mesmo entre os profitentes da mais Bela Mensagem Espiritual de todas as eras, os que de longe anseiam somente pela satisfação imediata caracterizada pela prosperidade do mundo, e os de perto que pacientemente mostram ter compreendido que o Reino da Felicidade não é deste mundo, sabendo da necessidade do sacrificar-se em favor do outro, e assim atingir a verdadeira prosperidade, que segundo Emmanuel, é a do Espírito imortal.
Para aqueles que ainda discordem de nossas considerações sugerimos a leitura da página Assim Como, do Espírito Emmanuel, contida no capítulo 165 do Livro Vinha de Luz, trazidas a nós pelo mesmo médium Francisco Cândido Xavier.
No mais, muita prosperidade do Espírito para todos.

Referências Bibliográficas:
[1] Mateus, 6: 33
[2] Dicionário Houaiss
[3] Idem
[4] Vinha de Luz cap. 176, acessado pelo Site: http://bibliadocaminho.com/ocaminho/txavieriano/livros/Vl/Vl176.htm em 30/072024
[5] Livro Pontos e Contos cap. 10 acessado pelo Site: http://bibliadocaminho.com/ocaminho/txavieriano/livros/Pec/Pec10.htm
 
 
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domingo, agosto 04, 2024

Trindade - Uma Visão Espírita

#Trindade




O dogma da Santíssima Trindade, que afirma a existência de um único Deus em três pessoas distintas (Pai, Filho e Espírito Santo), foi estabelecido em duas etapas principais:
  1. Primeiro Concílio de Niceia (325 d.C.): Este concílio definiu a divindade do Filho, Jesus Cristo, afirmando que Ele é consubstancial ao Pai, ou seja, da mesma substância ou essência.
  2. Primeiro Concílio de Constantinopla (381 d.C.): Este concílio definiu a divindade do Espírito Santo, completando a formulação trinitária ao afirmar que o Espírito Santo procede do Pai e do Filho
Segundo a igreja católica (a evangélica também acolheu o dogma) as três pessoas da Santíssima Trindade formam um só Deus em três pessoas distintas; segundo eles o Pai, o Filho e o Espírito Santo, possuem a mesma natureza divina, a mesma grandeza, bondade e santidade.  Nenhuma das três pessoas trinitárias exerce mais ou menos poder sobre as outras. Cada uma delas tem toda a divindade, todo poder e toda a sabedoria. Este dogma é tido pelas igrejas, como mistério.
Agostinho de Hipona, grande teólogo e doutor da Igreja, tentou com insistência compreender este mistério, e não conseguiu.  Segundo ele a mente humana é extremante limitada para poder assimilar a dimensão de Deus e, por mais que se esforce, jamais poderá entender esta grandeza por suas próprias forças ou por seu raciocínio.
O que diz a Doutrina Espírita sobre a "Santíssima Trindade"?
O Espiritismo concorda o Agostinho quando diz que "a mente humana é extremante limitada para poder assimilar a dimensão de Deus", porém, não admite o conceito da "Santíssima Trindade" como é compreendido na teologia cristã tradicional. Veja o que diz Emmanuel sobre o assunto através da mediunidade de Francisco Cândido Xavier:
Os textos primitivos da organização cristã não falam da concepção da Igreja Romana, quanto à chamada "Santíssima Trindade". Devemos esclarecer, ainda, que o ponto de vista católico provém de sutilezas teológicas sem base séria nos ensinamentos de Jesus...
Contudo, a Teologia, que se organizavam sobre os antigos princípios do politeísmo romano, necessitava apresentar um complexo de enunciados religiosos, de modo a confundir os espíritos mais simples, mesmo porque sabemos que se a Igreja foi, a princípio, depositária das tradições cristãs, não tardou muito que o sacerdócio eliminasse as mais belas expressões do profetismo, inumando o Evangelho sob um acervo de convenções religiosas e roubando às revelações primitivas a sua feição de simplicidade e de amor.[i]
As igrejas tradicionais do cristianismo alegam que o Deus trino é uma doutrina bíblica baseado em Mateus, 28: 19:
Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem discípulos, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo
Entretanto, há controvérsias. Se observarmos o contexto, vamos compreender que os discípulos a quem esta ordem de Jesus era dada, eram os mais preparados à época para divulgação da mensagem do Evangelho. O livro de Atos dos Apóstolos narra este início do Movimento Cristão; e nele, em nenhum momento os seguidores de Jesus batizam em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Em todos os batismos realizados, eram feitos em Nome de Jesus.
Depreendemos daí que estes textos de nossas Bíblias atuais provavelmente foram adulterados, lembremos o que disse Emmanuel em referência já citada:
Os textos primitivos da organização cristã não falam da concepção da Igreja Romana, quanto à chamada "Santíssima Trindade".
Existe uma versão denominada Evangelho de Mateus aos Hebreus editado pelo Grupo Torah Viva chamada "Sefer Matitiyahu"[ii],  que é uma tradução baseada em originais hebraicos, nela o texto Mateus 28: 19 é assim traduzido:
Portanto, fazei talmidim[iii] em todas as nações em Meu Nome (grifo nosso).
Em nota de Rodapé o tradutor esclarece:
Todas as citações de Eusébio trazem o texto dessa forma, omitindo qualquer menção a imersão trinitária. Shem Tob também omite a fórmula trinitária – o que também é um fato muito relevante, considerando-se que Shem Tob foi achado em meio a uma obra antimissionária, e o batismo trinitário seria um forte argumento contrário à fé. A própria Igreja Católica admite que a fórmula trinitária reflete acréscimo posterior. Por fim, sabemos ainda que todas as instâncias de imersão no livro de Atos são sempre em nome de Yeshua, contradizendo o texto trinitário, e de fato provando ser uma adição posterior.
Ainda em Nota a este versículo, a Bíblia de Jerusalém também informa:
É possível que, em sua forma precisa, essa fórmula reflita influência do uso litúrgico posteriormente fixado na comunidade primitiva. Sabe-se que o livro dos Atos fala em batizar "no nome de Jesus" (cf. At 1:5+; 2,38+). Mais tarde deve ter-se estabelecido a associação do batizado às três pessoas da Trindade.
Deste modo, não temos dúvida em confirmar a posição da Doutrina Espírita e a orientação de Emmanuel:
Os textos primitivos da organização cristã não falam da concepção da Igreja Romana, quanto à chamada "Santíssima Trindade". Devemos esclarecer, ainda, que o ponto de vista católico provém de sutilezas teológicas sem base séria nos ensinamentos de Jesus...
Existe ainda outro texto bíblico mais polêmico ainda e que não podemos deixar de citar.
Porque três são os que testificam no céu: o Pai, a Palavra, e o Espírito Santo; e estes três são um. E três são os que testificam na terra: o Espírito, e a água e o sangue; e estes três concordam num." (Bíblia Almeida Corrigida Fiel – ACF).
Esta era a versão comum nas traduções bíblicas clássicas como a de Almeida, baseadas no Textus Receptus, o principal texto grego do Novo Testamento usado dos séculos 16 a 19.
Na tradução da Bíblia de Jerusalém temos:
Porque três são os que testemunham: o Espírito, a água e o sangue, e os três tendem ao mesmo fim.
Em nota desta Bíblia ao sétimo versículo temos:
 O texto dos vv. 7-8 está acrescido na Vulgata de um inciso ausente nos antigos mss. gregos, nas antigas versões e nos melhores mss. da Vulgata, e que parece ser uma glosa marginal introduzida posteriormente no texto...
Portanto, trata-se de mais um texto alterado que termos que ter bom senso para analisá-lo. Poderíamos citar muitas outras referências, mas isto faria com que nosso texto ficasse muito extenso, não sendo este objetivo de nosso estudo.
***
A nosso ver o que aconteceu com os primeiros pais da igreja, a despeito do respeito que temos por eles, pois são indutores de nossa fé, é que tiveram a intuição de como funciona o Plano Operacional de Deus, entretanto, por não terem melhores instrumentos de entendimento, não souberam decifrar o enigma e criaram o que chamaram de "Mistério da Santíssima Trindade". Hoje, através da Revelação Espírita que abriu para todos nós o entendimento das Leis da Reencarnação e da Evolução, da mediunidade, entre outros recursos, podemos melhor compreender e acabar com mais este "mistério".
Como já foi demonstrado, Deus não é trino nem existe nenhuma Santíssima Trindade, todavia em planetas como o nosso o Plano Operacional de Deus é que é trino.
Em O Livro dos Espíritos na questão 536 letra b [iv]as Entidades Codificadoras nos afirmam:
"Deus não exerce ação direta sobre a matéria. Ele encontra agentes dedicados em todos os graus da escala dos mundos."
Quem seriam estes "agentes dedicados"?
André Luiz, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier esclarece:
O fluído cósmico é o plasma divino, hausto do Criador ou força nervosa do Todo-Sábio. Nesse elemento primordial, vibram e vivem constelações e sóis, mundos e seres, como peixes no oceano.
Nessa substância original, ao influxo do próprio Senhor Supremo, operam as Inteligências Divinas a Ele agregadas, em processo de comunhão indestrutível (grifo nosso), os grandes Devas da teologia hindu ou os Arcanjos da interpretação de variados templos religiosos, extraindo desse hálito espiritual os celeiros da energia com que constroem os sistemas da Imensidade, em serviço de Cocriação em plano maior, de conformidade com os desígnios do Todo-Misericordioso, que faz deles agentes orientadores da Criação Excelsa. Essas Inteligências Gloriosas (grifo nosso) tomam o plasma divino e convertem-no em habitações cósmicas, de múltiplas expressões, radiantes ou obscuras, gaseificadas ou sólidas, obedecendo a leis predeterminadas, quais moradias que perduram por milênios e milênios, mas que se desgastam e se transformam, por fim, de vez que o Espírito Criado pode formar ou cocriar, mas só Deus é o Criador de Toda a Eternidade[v]. (grifo nosso)
Depreendemos destas informações, que estas Inteligências Divinas a Deus agregadas, essas Inteligências Gloriosas, seriam assim, em Plano Maior, estes "agentes dedicados" revelados na Obra Básica do Espiritismo.
Ainda sobre o assunto, Emmanuel comenta:
Rezam as tradições do mundo espiritual que na direção de todos os fenômenos, do nosso sistema, existe uma Comunidade de Espíritos Puros e Eleitos pelo Senhor Supremo do Universo, em cujas mãos se conservam as rédeas diretoras da vida de todas as coletividades planetárias. Essa Comunidade de seres angélicos e perfeitos, da qual é Jesus um dos membros divinos, ao que nos foi dado saber, apenas já se reuniu, nas proximidades da Terra, para a solução de problemas decisivos da organização e da direção do nosso planeta, por duas vezes no curso dos milênios conhecidos[vi].
Jesus, como um dos membros divinos desta Comunidade de Espíritos Puros e Eleitos, é em nosso orbe Governador Espiritual; na Terra ele é o "agente dedicado" mais autorizado por Deus para operar em Seu Nome.
Temos assim: Deus que é o Criador, na condição de Pai, e Jesus, como Espírito Puro e Eleito, na condição de Filho, operando em "comunhão indescritível".
Falta-nos assim definir Espírito Santo para entendermos como é a operação de Deus em universos físicos.
Vimos que o Criador tem Jesus como Plenipotenciário Divino, entretanto nem Jesus pode agir sozinho, Ele Tem Seus Ministros[vii].
Emmanuel continua nos esclarecendo:
Sob a orientação misericordiosa e sábia do Cristo, laboravam na Terra numerosas assembleias de operários espirituais.
Como a engenharia moderna, que constrói um edifício prevendo os menores requisitos de sua finalidade, os artistas da espiritualidade edificavam o mundo das células iniciando, nos dias primevos, a construção das formas organizadas e inteligentes dos séculos porvindouros.[viii]
Podemos entender estes operários espirituais – Ministros do Cristo - como sendo o Espírito Santo que operava em numerosas assembleias. Designando assim, o que costumamos chamar de "Falange do Espírito de Verdade"
Emmanuel ainda nos informa em outra obra de sua autoria em parceria com nosso querido Chico Xavier:
Ninguém deverá ignorar que Espírito Santo designa a legião dos
Espíritos santificados na luz e no amor, que cooperam com o Cristo
desde os primeiros tempos da Humanidade.[ix]
Assim, podemos concluir nosso entendimento sobre a "Trindade" do Plano Operacional de Deus, que é como Ele atua em nosso Universo, ou seja, Seu modus-operandi.
Deus – Pai;
Jesus (Messias Divino) – Filho;
Espíritos Superiores – Espírito Santo
Deus Cria, mas quem atua na matéria são os Espíritos[x].
A partir deste novo entendimento temos uma nova mensagem consoladora. Nós Espíritos em evolução, ainda endividados perante as Leis Universais, quando atuamos em comunhão com o Projeto de Deus podemos ser qualificados também como "Espírito Santo". A nossa dificuldade é que ainda oscilamos muito entre o Bem e o mal. Todavia quanto mais evoluímos melhor fica nossa atuação como representantes do Senhor; de tal forma que quando fizermos nossa total Redenção, seremos também categorizados definitivamente como Espírito Santo. Isto se dará quando com autoridade pudermos dizer:
Eu e o Pai somos um[xi].
Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim.[xii].
 
 
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[i] O Consoldor, questão 264, acessado pelo site: http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/bibliotecavirtual/chicoxavier/oconsolador.pdf em 29/07/2024
[ii] Sefer Matitiyahu, O Livro de Mateus. Traduzido por Sha'ul Bentsion
[iii] Discípulo (Nota do Blog)
[iv] KARDEC, Allan. . 50ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1980. O Livro dos Espíritos na questão 536 letra b
[v] XAVIER, Francisco C./ Waldo Vieira/André Luiz (Espírito). Evolução em Dois Mundos, 13a Ed. Rio de Janeiro: FEB, 1993. 1ª parte cap. 1
[vi] XAVIER, Francisco C./ Emmanuel (Espírito). A Caminho da Luz, 10ª Ed. Rio de Janeiro: FEB, 1980. Cap. 1
[vii] Cf. Entrevista Chico Xavier – 05/01/1954, acessado pelo Site: https://centroespiritaleocadio.org.br/entrevista-chico-xavier-05-01-1954/ em 30/07/2024
 
[viii] A Caminho da Luz, Cap 2
[ix] XAVIER, Francisco C./ Emmanuel (Espírito).  Paulo e Estevão, 41ª Ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004. 2ª parte, cap. 4
[x] Nosso saudoso amigo Honório Onofre Abreu sempre repetia este ensinamento baseado em O Livro dos Espíritos na questão 536 letra b
[xi] João, 10: 30
[xii] Gálatas, 2: 20

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segunda-feira, julho 29, 2024

Evolução e Evangelho

#Pública





...para aperfeiçoar os santos em vista do ministério, para a edificação do Corpo de Cristo, até que alcancemos todos nós a unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, o estado de Homem Perfeito, a medida da estatura da plenitude de Cristo. (Efésios, 4: 12 e 13)
 
Evangelho
A palavra grega Euangelion no grego clássico indicava a "gorjeta" que era dada a quem trazia uma boa notícia. Mais tarde passou a significar uma "boa-nova", segundo a exata etimologia do termo. Falava-se de "evangelho", nas cidades gregas, quando ecoava a notícia de uma vitória militar, quando os arautos noticiavam o nascimento de um rei ou de um imperador. Ao termo estava unida a ideia de festa com cânticos, luzes e cerimônias festivas. Era, em suma, o anúncio da alegria, porque continha uma certeza de bem-estar, de paz e salvação.[i]
No império romano a boa notícia era referente ao imperador: uma nova conquista, um novo imperador, ou mesmo a sua presença em determinada cidade.
Na Bíblia, na Septuaginta, o vocábulo aparece no Segundo Livro de Samuel, 4: 10. No contexto um emissário traz a notícia da morte de Saul, achando que seria uma boa notícia para Davi pensando que este lhe daria uma recompensa:
Aquele que me relatou estar Saul morto, ainda que era como um trazendo boas novas para mim, apanhei-o e matei-o em Ziclague, aquele a quem eu devia, como ele pensava, ter dado uma recompensa por suas notícias.[ii]
No Novo Testamento a literatura denominada Evangelho foi inaugurada por João Marcos quando deu título à sua narrativa biográfica de Jesus. Entretanto, foi Paulo de Tarso quem pela primeira vez usou esta palavra em se referindo a Jesus, pois a Carta aos Tessalonicenses, aos Gálatas, aos Romanos, entre outras, são anteriores ao livro de Marcos. Todavia, quem primeiro usou este vocábulo referindo-se à Mensagem do Reino de Deus foi o próprio Jesus. (Cf. Lucas, 4: 18 e 43)
Para Paulo, o Evangelho era o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê[iii]. No Espiritismo salvação designa o fim dos ciclos provacionais e expiatórios, a libertação das reencarnações em corpos físicos. Para ele, Paulo, o verdadeiro Evangelho era a essência da mensagem de Jesus.
Nele também vós, tendo ouvido a Palavra da verdade -— o evangelho da vossa salvação -— e nela tendo crido, fostes selados pelo Espírito da promessa, o Espírito Santo.[iv]
O espiritismo em concordância com o apóstolo dos gentios nos afirma que Jesus é o nosso Guia e Modelo[v], ou seja, é através de seus ensinamentos contidos no Evangelho que atingiremos nossa meta, a desvinculação dos mundos físicos e o retorno à Casa do Pai. Não esqueçamos que Espírito Santo e Espírito de Verdade são expressões sinônimas nos falando do Paráclito (Consolador)[vi].
Assim, entendemos Jesus como nosso Salvador, pois como Ele já percorreu o Caminho, pode nos ensinar como nos encaminharmos com excelência. Daí a importância de estudarmos e praticarmos as lições de Seu Evangelho.

 
Evolução
No espiritismo a teoria da evolução está atrelada à ciência. Ela é feita em dois planos, no físico e no espiritual. Evoluem os seres, os planetas, os órgãos, as ideias etc. Todo Universo evolui.
Como isto se dá?
Nos primórdios da vida temos:
  • Geleia cósmica.
  • Mônada (princípio inteligente).
  • Ação dos trabalhadores espirituais.
  • A rede filamentosa do protoplasma.
  • Séculos de atividade silenciosa[vii]
Já não dissemos que tudo em a natureza se encadeia e tende para a unidade? Nesses seres, cuja totalidade estais longe de conhecer, é que o princípio inteligente se elabora, e individualiza pouco a pouco e se ensaia para a vida, conforme acabamos de dizer. É de certo modo, um trabalho preparatório, como o da germinação, por efeito do qual o princípio inteligente sofre uma transformação e se torna Espírito."[viii]
Para o princípio inteligente se transformar em Espírito é preciso percorrer longa jornada evolutiva nos reinos inferiores da Natureza, em ambos os planos da vida, até obter condições para a humanização, transformando-se em um ser dotado de razão e de livre-arbítrio[ix].
... para alcançar a idade da razão, com o título de homem, dotado de raciocínio e discernimento, o ser, automatizado em seus impulsos, na romagem para o reino angélico, despendeu para chegar aos primórdios da época quaternária, em que a civilização elementar do sílex denuncia algum primor de técnica, nada menos de um bilhão e meio de anos.[x]
Em O Livro dos Espíritos, as Entidades Codificadoras ainda nos informam:
A Terra não é o ponto de partida da primeira encarnação humana. O período de humanização começa, geralmente, em mundos ainda inferiores à Terra. Isto, entretanto, não constitui regra absoluta, pois pode suceder que um Espírito, desde o seu início, esteja apto a viver na Terra. Não é frequente o caso, constitui antes uma exceção.[xi]
Entretanto é preciso considerar que a humanização é apenas o início da evolução consciente, o Espírito deverá a partir daí conquistar os valores superiores da alma, só assim conseguirá atingir seu objetivo de se tornar Santo através de sua redenção.
Portanto, deveis ser perfeitos como o vosso Pai Celeste é perfeito[xii].
Evolução e Evangelho
A partir do já comentado podemos fazer uma relação entre Evolução e Evangelho. A Evolução nos leva ao Evangelho ou é o Evangelho que nos leva à Evolução?
A segunda afirmativa não é totalmente verdadeira, pois a Evolução é uma Lei, ela existe desde a criação dos Universos físicos; o que ela faz é, despertando a potencialidade divina que há em nós, nos preparar para a assimilação do Evangelho. Podemos com segurança afirmar que o que o Evangelho faz é qualificar a Evolução, ou seja dar qualidade a esta. Antes da assimilação do Evangelho a Evolução é feita pelos impactos, a partir da conversão ao Evangelho ela é feita de forma consciente, com menores dores, e efetivamente mais rápida.
O princípio inteligente traz em si o modelo de sua perfeição, excelência e superioridade.
Já nos primeiros movimentos do livro Genesis, atribuído a Moisés, já vemos indícios desta Lei, o "Haja Luz[xiii]" é um mandamento divino para toda criação. Jesus confirma tal assertiva num momento mais adiante:
Brilhe do mesmo modo a vossa luz diante dos homens...[xiv]
Portanto, Evangelho e Evolução estão associados desde o princípio.
Sendo o escopo do Espírito a Perfeição Moral e sendo nós espíritas conscientes disto, concluímos ser dever de todo espírita o estudo, a meditação e a vivência dos ensinamentos do Evangelho que em última instância é de Deus.
Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que faz para domar suas más inclinações.[xv]
Conhecereis a Verdade, e a Verdade vos libertará.[xvi]
Ademais, os Espíritos nos informam na questão 621a de O Livro dos Espíritos que nós homens, esquecemos e desprezamos a Lei de Deus, e que Deus quis que ela nos fosse lembrada. O Evangelho é o maior código moral ensinado aos homens para praticar devidamente a Lei de Deus. Desprezá-lo é também, no mínimo, desprezar a encarnação de um Messias Divino que demorou séculos ou milênios para ser programada e efetivada como objetivo de nos revelar esta Lei tão necessária à nossa recomposição consciencial.


 


[i] Dicionário de filosofia: acessado pelo site https://sites.google.com/view/sbgdicionariodefilosofia/evangelho em 15/07/2024
[ii] 2 Samuel, 4: 10 (Septuaginta traduzida para o português por José Cassais)
[iii] Romanos, 1: 16
[iv] Efésios, 1: 13
[v] KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 50ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1980. Q. 625
[vi] Cf. João, 14: 17 a 26
[vii] Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita Programa Filosofia e Ciência Espíritas Roteiro 18, acessado pelo site: https://www.febnet.org.br/wp-content/uploads/2013/05/Roteiro-18-Evolucao.pdf em 16/07/2024
[viii] O Livro dos Espíritos, questão 607a
[ix] Idem
[x] XAVIER, Francisco C./ Waldo Vieira/André Luiz (Espírito). Evolução em Dois Mundos, 13a Ed. Rio de Janeiro: FEB, 1993, Primeira Parte, cap. III
[xi] O Livros dos Espíritos, questão 607b
[xii] Mateus, 5: 48
[xiii] Gênesis, 1: 3
[xiv] Idem, 5: 16
[xv] KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 104ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1991.
 cap XVII
[xvi] João, 8: 32

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