quarta-feira, dezembro 27, 2023

O Sermão Profético de Jesus - Parábola das Dez Virgens (Final)

#interna




E, tendo elas ido comprá-lo, chegou o esposo, e as que estavam preparadas entraram com ele para as bodas, e fechou-se a porta. E, depois, chegaram também as outras virgens, dizendo: Senhor, senhor, abre-nos a porta! E ele, respondendo, disse: Em verdade vos digo que vos não conheço. Vigiai, pois, porque não sabeis o Dia nem a hora em que o Filho do Homem há de vir (Mateus, 25: 10 A 13)



E, tendo elas ido comprá-lo, chegou o esposo, e as que estavam preparadas entraram com ele para as bodas, e fechou-se a porta. 

E, tendo elas ido comprá-lo… - Uma das grandes dificuldades que temos em nosso momento evolutivo atual é a falta de planejamento e previsão, ou ainda, de coerência. 

Do mesmo modo que aquelas virgens sabiam da importância do azeite para acenderem suas lâmpadas, nós, hoje, sabemos da necessidade de cultivarmos os valores do espírito, por serem estes imperecíveis, e os quais não vamos perder; e ainda, são aqueles que necessitaremos para a conquista da segurança diante da imortalidade. 

Todavia, como elas não se preveniram com o estoque de combustível suficiente, nós também temos tido problemas com a conquista das qualidades libertadoras. Jesus já nos definira: homens de pequena fé. 

Assim, deixamos tudo para última hora, só quando nos é exigido é que preocupamos em dar o que poderíamos com muito mais tranqüilidade termos doado de modo natural, só quando vem a carência é que lembramos dos dias em que tendo em abastança desperdiçamos. 

Todas as manifestações da Vida são planejadas pela administração do Todo Sábio, portanto… 

Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu: 

há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou…[1] 

Só tendo algo podemos dispor dele na hora em que necessitarmos, a própria economia do mundo nos alerta a respeito. Então, é preciso ter o azeite, não o possuindo necessário se faz sair para comprar, atitude esta que exige uma ação, porém é preciso que a tenhamos no momento oportuno, pois passando o tempo de plantio, é hora de arrancar o que se plantou, e se não houvermos feito devidamente, o que acontecerá? 

…chegou o esposo… - Todos nós atingiremos a meta da evolução que é a perfeição possível de ser conquistada. Para isso etapas terão de ser vencidas, etapas estas com princípio, meio e fim. Em todas elas haverá um ponto culminante. A chegada do esposo define o ápice daquele instante, o momento mais importante, mas, que para que tal se dê é imperioso o preparo, o amadurecimento das questões essenciais. 

Se, entretanto, quando o momento mais importante chegar estivermos cuidando de outras coisas que não do que é primordial, será imprudência, pois não poderemos efetivamente aproveitar o instante. 

O bom senso diz que o encontro com o esposo é o principal instante para a noiva, deste modo, ela para isso se prepara, para que naquele momento possa estar completamente integrada na situação. Porém, se na ocasião ela tiver saído em busca de algo, mesmo em se tratando de algo essencial, a oportunidade passará, e o encontro adiado. 

…e as que estavam preparadas entraram com ele para as bodas… - É a consumação do que já analisamos anteriormente. Aquelas que estavam preparadas, isto é, que souberam aproveitar o momento oportuno de realização, puderam efetivar o encontro tão aguardado. 

Em nosso dia a dia, este preparo é feito a todo instante, o tempo seguinte é conseqüência do tempo presente, é preciso saber da colheita no momento do plantio, e em matéria de Vida Essencial será pedido o que for importante para ela. Sendo que esta economia funciona de modo diverso do que estamos habituados, pois, para no Mundo da Verdade termos, é preciso dar; para vivermos, morrermos para o que é transitório; para sermos o maior, o menor nos fazermos. 

…e fechou-se a porta. – O fechar da porta define o fim daquela fase, quem se preparou pôde entrar, quem não, não teve a mesma condição. É necessário ter passado por todas as etapas. 

Na vida do espírito, as conquistas são por efetivos merecimentos, não há privilégio, só tendo se capacitado pode-se usufruir dela. 

No tempo adequado fecha-se a porta, e se não for possível entrar, só em outro momento, só em outra oportunidade haverá nova chance. 

E, depois, chegaram também as outras virgens, dizendo: Senhor, senhor, abre-nos a porta! 

E, depois… - O advérbio depois significa posteriormente, em seguida. Aqui expressa uma oportunidade perdida. Tudo tem o seu momento, se deixarmos passar da hora há sempre uma perda, perda esta que pode ser difícil de reparar. 

O momento presente é sempre a circunstancia adequada, a nós pertence, no sentido de que nele temos toda liberdade de atuar; deixar para depois pode ser atitude perigosa, não sabemos como iremos estar, em quais situações nos encontraremos. Quando há perda de oportunidade é provável que as dificuldades sejam aumentadas, deste modo, é preciso atuar com tranqüilidade, com segurança, e com dinamismo hoje, só assim teremos a certeza de termos feito o melhor. 

… chegaram também as outras virgens… - Chegar também significa que outros já chegaram, e na frente. Em matéria de atingir uma meta evolutiva, teoricamente não há problema, pois evoluir não é apostar corrida, onde só há um vencedor; a atitude de chegar já é positiva, não sendo, deste modo, necessário ser o primeiro. 

Ocorre porém que, se outros já chegaram e em nossa frente, se as circunstâncias foram as mesmas para todos, é sinal de que nos descuidamos, e um descuido trás sempre conseqüências, e neste caso, não são as mesmas positivas. 

Assim, temos que todos iremos chegar, se atrasarmos algumas vezes, as portas podem ser fechadas, e um fechar de portas pode ser visto como um abrir novas circunstâncias, nem sempre favoráveis. No Reino do Senhor não é contado tempo, para Deus, o passado e o futuro são o presente[2], entretanto, se perdemos há perda é nossa, a Vida não contabiliza para ela os prejuízos, estes ficam para cada um de nós de acordo com a opção individual. 

…dizendo: Senhor, senhor, abre-nos a porta! - Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino dos céus[3] já nos alertara o próprio Jesus, definindo que não é a postura à posteriori que vai nos fazer alcançar o objetivo, mas sim o que fizermos no plano das causas é que irá determinar os efeitos. 

Raros são, como já dissemos, aqueles que têm a virtude de agir pensando deste modo, a grande maioria diz Senhor, senhor, numa atitude de lamentação, buscando a Misericórdia, sem ter feito a sua parte. 

Abre-nos a porta é o pedido desesperado de uma nova oportunidade, só quem já passou por um momento de perda sabe que isto significa, principalmente quando o sucesso estava tão próximo, dentro da ordem natural das coisas. 

Todavia, se esta é uma situação que gera dores e lamentações, nem por isso é menos importante para a história evolutiva da criatura; já que, se devidamente compreendida, a reflexão sobre nossos erros projetam-nos num próximo instante a conquistas imperecíveis no plano das realizações superiores. 

E ele, respondendo, disse: Em verdade vos digo que vos não conheço. 

E ele, respondendo, disse: Em verdade vos digo que vos não conheço. – Esta é a resposta do Cristo interno quando temos uma atitude em dissonância com a Lei natural. Convivemos num plano de dualidade, onde o amor e o ódio, o bem e o mal, o certo e o errado, convivem juntos trazendo a seu tempo, alegrias e tristezas, saúde e doenças, paz e conflitos. 

O Eu Divino, semente do Incriado em nós, não conhece o desajuste, ou nada que não seja harmonia, toda planta que meu Pai celestial não plantou será arrancada[4], disse-nos o Senhor; definindo que só o que é gerado pelo amor permanecerá. 

Assim, quando o noivo diz não conhecer aquelas que atrasaram para o encontro, quer com isto dizer, que só aquele que está em condições, aquele que tem em si só o que foi plantado pelo Pai, estará sintonizado com o seu Ser Superior, e assim capacitado para o Encontro Final. 

Ora, o último inimigo que há de ser aniquilado é a morte,[5] diz-nos o apóstolo ensinando-nos como atingir este momento. 

…eu vim para que tenham vida e a tenham com abundância[6], é Jesus convidando-nos à vivência de Sua doutrina como fator essencial de promoção espiritual. 

…faze isso e viverás.[7]  

Vigiai, pois, porque não sabeis o Dia nem a hora em que o Filho do Homem há de vir. 

Vigiai, pois… - Esta é uma expressão sempre presente no Evangelho, e já comentada por nós.[8] 

Jesus narra esta e outras parábolas neste Sermão, a fim de que todos pudessem compreendê-Lo com mais clareza. É sua excelente didática mais uma vez presente. 

Ele anteriormente disse aos discípulos o que se daria, e como se prevenir, e ao narrar a parábola, desce aos detalhes, ensina nas minúcias, faz ver aqueles que de outro modo não perceberam. 

…porque não sabeis o Dia nem a hora em que o Filho do Homem há de vir. – Também já comentado, conforme citação anterior, com a diferença de aqui, por estar detalhando, Ele diz que nem o dia nem a hora serão sabidos, quando anteriormente Ele falara só no dia. É mais uma vez Jesus mostrando a nossa ainda incapacidade de compreendermos a Vida nas minúcias. 

Ora Ele se refere ao Filho do Homem, ora ao Senhor[9], mostrando-nos que ambos são a representação da nossa consciência renovada, que quando Cristificada[10] pela vivência evangélica, definirá o momento desta volta tão aguardada. 

Texto extraído do Livro:

Diponível em:



Se gostou, divulgue em suas Redes Sociais e Grupos de Whatsapp



[1] Eclesiastes, 3: 1 e 2 

[2] Alan Kardec em A Gênese 

[3] Mateus, 7: 21 

[4] Mateus, 15: 13 

[5] I Coríntios 15:26 

[6] João, 10: 10 

[7] Lucas, 10: 28 

[8] Ver comentário do versículo 42 do capítulo 24 de Mateus, feito anteriormente no capítulo 4 deste estudo. 

[9] Conforme Mateus, 24: 42 

[10] Aqui preferimos usar a palavra Cristificada ao invés de cristianizada, por ter sido esta última muitas vezes usada significando uma cristianização sem a presença do Cristo como modelo de conduta. 

domingo, dezembro 17, 2023

O Sermão Profético de Jesus - Parábola das Dez Virgens 2ª Parte

#Pública




                    E, tardando o esposo, tosquenejaram todas e adormeceram. 

Mas, à meia-noite, ouviu-se um clamor: Aí vem o esposo! Saí-lhe ao encontro! 

Então, todas aquelas virgens se levantaram e prepararam as suas lâmpadas. 

E as loucas disseram às prudentes: Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas se apagam. 

Mas as prudentes responderam, dizendo: Não seja caso que nos falte a nós e a vós; ide, antes, aos que o vendem e comprai-o para vós. (Mateus, 25: 5 a 9)




E, tardando o esposo, tosquenejaram todas e adormeceram. 


E, tardando o esposo… - Sobre o esposo já falamos.[1] O encontro com ele significa aquele momento de encontro da criatura com o seu Cristo interno, aquele momento de libertação do Ser pelo conhecimento da Verdade. 

Só que o tempo em que se dará este momento só a Deus é dado conhecer, e ele – o encontro – poderá tardar, ou seja, não se dará enquanto houver em nós resquícios de uma personalidade dissociada da Suprema Lei. É imperioso, portanto, estarmos atentos, integrados por completo na plena dinâmica da Vida, que é Amor na sua mais pura expressão. 

…tosquenejaram todas e adormeceram. – Tosquenejar é o mesmo que cochilar. Esta atitude aqui não deve ser entendida como um ato de invigilância, mas como aquele envolvimento natural com os afazeres cotidianos, com o próprio cansaço ainda existente, pois o Senhor não condenou-as por isto, visto que todas cochilaram e adormeceram

Mas, à meia-noite, ouviu-se um clamor: Aí vem o esposo! Saí-lhe ao encontro! 

Mas, à meia-noite… - Se dividirmos o ciclo do dia em dois, teremos dia e noite como as duas fases complementares. Se o dia é marcado pela claridade, pela oportunidade de realizações, a noite representa justamente o oposto, é a treva, o momento de maiores dificuldades. 

Era meia noite, isto é, o ponto mais central desta fase, é aquele momento em que mais profundas são as dificuldades. 

…ouviu-se um clamor… - Um clamor significa um grito, um brado. As virgens estavam adormecidas, provavelmente naquele sono bem profundo. Só um grito poderia acordá-las, e isto era preciso, pois era chegado o grande momento. 

É comum o mesmo acontecer conosco, quantas vezes não nos preparamos para determinado acontecimento, e quando chega a hora perdemos aquela oportunidade tão aguardada? Fazer uma avaliação correta das situações por que passamos é uma necessidade, e assim priorizarmos o que for mais importante. 

…Aí vem o esposo! – Interessante esta colocação neste momento, aí vem o esposo, sempre de surpresa, em um momento inesperado. 

Era de se supor que por ser o encontro justamente com seu Eu superior, um momento único, de Integração, tal se sucederia no ápice do dia, no instante de maior claridade, entretanto, o que se dá é justamente o oposto, o esposo chega no momento em que a treva se faz mais atuante. Por que assim será? 

Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também.[2]   

É neste instante, de maiores dificuldades, que se faz necessário a Luz íntima, a qualidade moral que diferencia, o trabalho incessante. Portanto, é no momento em que o aperto se dá que temos de mostrar nossas reais possibilidades, quem realmente somos; quem neste instante estiver preparado realizará sua ascese, sua efetiva integração no Seio do Criador. 

Saí-lhe… – Saí-lhe expressa justamente este necessário dinamismo. Tudo na vida é movimento, ação, trabalho; deste modo, estar integrado nela é também ser assim, útil, realizador, atuante. 

…buscai e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á.[3] 

…ao encontro! - …à comunhão, à integração. É o objetivo pleno da vida, a perfeição. Esta não virá gratuitamente, é preciso esforço, tempo, e busca incessante. 

Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo.[4] 

Assim não são mais dois, mas uma só carne.[5] 

Então, todas aquelas virgens se levantaram e prepararam as suas lâmpadas. 

Então, todas aquelas virgens se levantaram… - Todas aquelas, ou seja, as que estavam envolvidas no processo. Eram aquelas que estavam já em condições de passar pela situação, as que, de certa forma seriam aferidas. 

A evolução se faz por etapas, após o fechamento de uma, abre-se outra, oportunizando-nos o ensejo de novas conquistas. Se este é um acontecimento natural, pois é a mesma a Lei que rege tanto os pequenos como os grandes acontecimentos da vida, o momento culminante de cada fase é sempre significativo para que se atinja o objetivo que é passar para o próximo; assim, este é aquele instante em que devemos realizar os maiores esforços, e que nos será mais exigido, pois teremos de utilizar todos os recursos adquiridos na caminhada. 

Aquelas virgens se prepararam, cada uma a seu modo, para aquela hora, portanto, todas elas se levantaram, era preciso vencer a inércia do cochilo anterior, pois chegara o momento, o noivo estava próximo. 

…e prepararam as suas lâmpadas. – Aquele era um momento de escuridão, era o instante mais escuro da noite, deste modo, era preciso usar as lâmpadas, eram elas o instrumento mais importante para aquela ocasião. 

Nossa vida cotidiana é marcada por vários momentos destes em que nos é exigido uma posição, ou às vezes uma decisão rápida. Para que tenhamos êxito no empreendimento é preciso que estejamos capacitados, é aquele instante em que um insight, uma intuição resolve a questão. Entretanto, diferentemente do que parece esta luz que surge inesperadamente, não é uma concessão gratuita nem prêmio merecido, trata-se na maioria das vezes de um amadurecimento que aconteceu pouco a pouco, de uma forma quase imperceptível e que atinge o ápice manifestando-se naquele instante. 

É, portanto, uma conquista individual, como expressa o pronome usado antes da palavra lâmpadas: suas, ou seja, de cada uma. 

E as loucas disseram às prudentes: Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas se apagam. 

E as loucas disseram às prudentes… – O relacionamento entre as criaturas é importantíssimo para o aperfeiçoamento individual. É através dele que nos burilamos, realizamos novas amizades, e nos capacitamos para a vivência da máxima cristã do "amai-vos uns aos outros". Somos influenciados, e influenciamos do mesmo modo. 

Dizer e ouvir são assim, duas práticas constantes em nosso cotidiano; e se é dever daquele que se propõe a realizar seu progresso em bases evangélicas, vigiar com respeito ao que se diz, não menos importante é selecionar o que se ouve. 

Há loucos e prudentes em todos os ambientes e nos diversos graus evolutivos, é preciso desta feita, termos cuidado com o que nos dizem os primeiros, pois, por termos ainda em nossa intimidade muito de insensatez, corremos perigo de, por sintonia desajustarmo-nos da mesma forma. 

Avaliemos portanto o que ouvimos, e relacionemos com o que já conhecemos em matéria de espiritualidade, pois só passando tudo pelo crivo da razão, da lógica, e do bom senso, estaremos capacitados a sermos contados entre os prudentes. 

…Dai-nos do vosso azeite… - Como analisamos anteriormente, o azeite era o combustível, que sendo queimado, permitia que a lâmpada ficasse acesa. No campo íntimo da criatura é a virtude que possibilita a nossa conexão com o Criador. 

Se teoricamente, no plano exterior, podemos fornecer uns, azeite para os outros, o mesmo não podemos afirmar quanto aos valores cultivados pelo Espírito, que são individuais e intransferíveis. 

O comodismo é, nos dias atuais, até mesmo algo cultural, queremos muitas vezes nos esforçar pouco e progredir muito. Deste modo, habituamos a colocar sempre a culpa no outro, e a achar que ele pode sempre realizar por nós. Assim, nossa porção ainda leviana pede: dai-nos do vosso azeite, isto é, faças por mim, resolva meu problema, alivie-me da dor. 

…porque as nossas lâmpadas se apagam. – Se a falta do combustível faz com que a lâmpada se apague, a falta da virtude nos separa dos propósitos superiores definidos pelo Cristo no resplandeça a vossa luz.  

Ocorre porém, nos dias atuais, que mesmo havendo a energia que possibilite a luz em nossas casas, podemos ficar no escuro se não nos dispusermos a realizar a atitude simples de acender o interruptor; é o que acontece quando detentores do verbo fácil e do entendimento amplo das questões evangélicas, não atuamos coerente com o que sabemos; ou seja, temos a energia divina em nosso aparelho vocal, mas não conseguimos operacionalizá-la através das mãos dedicadas ao serviço em favor do semelhante. 

Assim, enquanto a Vida nos concede, por misericórdia, a luz do dia, não sentimos falta, todavia, quando a noite vem, por não termos cultivado nossas possibilidades de iluminá-la também nos preocupamos, pois do mesmo modo, também as nossas lâmpadas se apagam. 

Mas as prudentes responderam, dizendo: Não seja caso que nos falte a nós e a vós; ide, antes, aos que o vendem e comprai-o para vós. 

Mas as prudentes responderam, dizendo… - As prudentes, que se caracterizam por agir dentro da faixa de segurança, têm na sua resposta, material que nos permite meditar buscando valioso aprendizado. 

Como temos respondido aos chamamentos que a Vida nos tem proporcionado? Não devemos esquecer que se na ação mostramos quem somos, na reação, isto é na resposta, definimos com maior precisão ainda, em que faixa de evolução nos situamos. 

Somos prudentes todas as vezes que desativamos na resposta, os componentes geradores da discórdia e da desunião, pois a criatura realmente preocupada com seu progresso espiritual, sabe que é na atitude tomada, muito antes que na palavra proferida, que dizemos realmente a que viemos. 

Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus.[1] 

…Não seja caso que nos falte a nós e a vós… - Não, ou seja, de modo algum; o azeite poderia não bastar para nós e vós outras. Esta resposta analisada rapidamente poderia sugerir uma ação egoísta, entretanto, se ponderarmos mais um pouco, vamos ver que não é bem assim. 

Mesmo no plano exterior não podemos deixar de atender ao nosso abastecimento, visando auxiliar o outro, é do próprio Evangelho que um cego não pode guiar outro, assim, não podemos desatender nossas primeiras necessidades para servirmos a quem quer que seja, pois o nosso compromisso primário é conosco mesmo; o que não quer dizer que tenhamos que ser egocêntricos, a situação é claramente outra. 

Aprofundando a compreensão, buscando o sentido espiritual da parábola, aí é que não há esta possibilidade mesmo, pois como dissemos alhures os valores espirituais são inalienáveis. 

Deste modo, se quisermos que a nossa luz não se apague, tratemos de realizar em nós as possibilidades de mantê-la acesa, ou como diz o próprio texto em estudo: ide, antes, aos que o vendem e comprai-o para vós. 

…ide, antes, aos que o vendem e comprai-o para vós. – Chegado a este ponto da análise está claro que temos que trabalhar em nós o fogo que mantém acesa a chama da evolução. Como realizar isto? Cultivando o que nos faz ser um Homem de Bem. E como? 

A palavra prudente responde: ide, antes, aos que o vendem e comprai-o para vós. 

Então há como comprar a virtude? Sim, há, porém a moeda é que é outra, não a que comercializamos habitualmente em nosso mundo. 

Se o verbo vender é usado comumente ligado aos valores pecuniários, podemos entendê-lo também, como o ato de não conceder gratuitamente. Portanto, se em termos de espiritualidade o dinheiro não é objeto de valor dominante, o esforço realizado para vencer uma imperfeição, pode muito bem ser o instrumento de valor usado para comprar o recurso que necessitamos para manter em nós a Luminosidade Imanente. 

Ide, antes, aos que o vendem… Esta expressão nos fala daqueles que exigindo de nós, ajudam-nos a conseguir tal benefício; se muitas vezes temo-los à conta de inimigos ou adversários, são em verdade grandes auxiliares em nosso processo evolucional, sendo deste modo, dignos do carinho pedido pelo Mestre para que tenhamos por eles. 

Comprai-o para vós, isto é, esforçai-vos para adquirir para vós, ou seja, conquistá-lo para a individualidade; e só sendo um, completo, nos candidataremos ao encontro integral representado pelo esposo da parábola. ,


Texto extraído do Livro O Sermão Profético

Diponível em:



Se gostou, divulgue em suas Redes Sociais e Grupos de Whatsapp




[1] Ver análise do 1o versículo deste mesmo capítulo. 

[2] João, 5: 17 

[3] Mateus, 7: 7 

[4] Mateus, 24: 13 

[5] Mateus, 19: 6 

sábado, dezembro 09, 2023

Visão Espírita do Natal

 


Embora associemos o Natal ao nascimento de Jesus, a tradição da festividade remonta a milênios. As origens do Natal vêm desde dois mil anos antes de Cristo. Tudo começou com um antigo festival mesopotâmico que simbolizava a passagem de um ano para o outro, o Zagmuk. Para os mesopotâmicos, o Ano Novo representava uma grande crise. Devido à chegada do inverno, eles acreditavam que os monstros do caos se enfureciam e Marduk, seu principal deus, precisava derrotá-los para preservar a continuidade da vida na Terra. O festival de Ano Novo, que durava 12 dias, era realizado para ajudar Marduk em sua batalha.

A mesopotâmia inspirou a cultura de muitos povos, como a dos gregos, que assimilaram as raízes do festival, celebrando a luta de Zeus contra o titã Cronos. Mais tarde, por intermédio da Grécia, costume alcançou os romanos, sendo absorvido pelo festival chamado Saturnália, pois era em homenagem a Saturno. A festa começava no dia 17 de dezembro e ia até o 1º de janeiro, comemorando o solstício do inverno. De acordo com seus cálculos, o dia 25 era a data em que o Sol se encontrava mais fraco, porém pronto para recomeçar seu crescimento e espalhar vida por toda a Terra.

Durante a data, que acabou conhecida como o Dia do Nascimento do Sol Invicto, as escolas eram fechadas e ninguém trabalhava. Eram realizadas festas nas ruas, grandes jantares eram oferecidos aos amigos, e árvores verdes – ornamentados por muitas velas – enfeitavam as salas para espantar os maus espíritos da escuridão. Os mesmos objetos eram usados para presentear uns aos outros.

Depois de Cristo

 Nos primeiros anos do Cristianismo, a Páscoa era o feriado principal. O nascimento de Jesus não era celebrado.

No século IV, a Igreja decidiu instituir o nascimento de Jesus com um feriado. Mas havia um problema: a Bíblia não menciona a data de seu nascimento. Então, apesar de algumas evidências sugerirem que o nascimento de Jesus ocorreu na primavera, o Papa Júlio I escolheu 25 de dezembro. Alguns estudiosos acreditam que esta data foi adotada num esforço de absorver as tradições pagãs da Saturnália.

A maior parte dos historiadores afirma que o primeiro Natal, como conhecemos hoje, foi celebrado no ano 336 d.C. A troca de presentes passou a simbolizar as ofertas feitas pelos três reis magos ao menino Jesus, assim como outros rituais também foram adaptados.

Hoje, as Igrejas Ortodoxas grega e russa, celebram o Natal no dia 6 de janeiro, também referido como o “Dia dos Três Reis”, que seria o dia em que os três magos teriam encontrado Jesus na manjedoura.

Data Provável do Natal

 Lemos no Evangelho de Lucas: “E aconteceu, naqueles dias, que saiu um decreto da parte de César Augusto, para que todo o mundo se alistasse. Este primeiro alistamento foi feito sendo Quirino governador da Síria.”[1] César Augusto reinou de 30 a.C a 14 d.C.

Mas o censo ocorreu em 6 d.C., o que permite ver que a determinação da data está historicamente imprecisa. Há, no entanto, uma tradução proposta, segundo a Bíblia de Jerusalém: “Esse recenseamento foi anterior àquele realizado quando Quirino era governador da Síria.”

Jesus nasceu antes da morte de Herodes, morte esta que aconteceu em 4 a.C., provavelmente entre 8 e 5 a.C. A chamada Era Cristã foi estabelecida por Dionísio, o pequeno, apenas no século 6 e é fruto de um erro de cálculo.

Quando Jesus iniciou o seu ministério ele tinha provavelmente 33 anos, ou até 36. E Dionísio, o pequeno, considerou como se ele tivesse 30 anos, embora Lucas (3:23) fale em “mais ou menos 30 anos”.

Neste ponto a revelação espírita pode, como em tantos outros, contribuir com os historiadores.

Humberto de Campos, em mensagem psicografia por Chico Xavier e publicada em Crônicas de Além-túmulo, aponta o ano 749 da era romana como sendo o ano do nascimento de Jesus, o que corresponderia ao ano 5 a.C.

Do mesmo modo, Emmanuel informa-nos em Há 2000 Anos que o ano da crucificação de Jesus foi o 33 a.C. Sendo assim, portanto, Jesus iniciou o seu ministério com 34 ou 35 anos e desencarnou com 37 ou 38.

Um Significado Espiritual

 Diz, então, a sequência do Evangelho de Lucas: “E todos iam alistar-se, cada um à sua própria cidade. E subiu da Galileia também José, da cidade de Nazaré, à Judeia, à cidade de Davi chamada Belém (porque era da casa e família de Davi)”[2]

Belém situa-se a 6 quilômetros de Jerusalém e a 800 metros de altitude, nos montes da Judeia. Por isso a expressão “subiu da Galileia à Judeia”.

Buscando o sentido espiritual do Evangelho, podemos entender Nazaré como sendo nossas vivências na área da razão. É o racional que hoje, no dia a dia, fala mais alto em nossos procedimentos.

Belém seria assim, a representação de nosso encaminhamento levando em conta o sentimento equilibrado, a intuição, ou o amadurecimento da própria razão pelo equilíbrio desta, através da vivência, com o emocional.

O nascimento de Jesus em Belém significaria, assim, o início de uma nova era em que a justiça se converte em amor, e o racional é espiritualizado através de seu perfeito equilíbrio com o emocional.

Historicamente, não há certeza sobre Jesus ter nascido em Belém ou Nazaré. O que realmente importa, porém, é apropriarmos de seu sentido reeducativo, é saber que, para que o Cristo nasça em nossa intimidade é necessário agir equilibrando sentimento e razão, intelecto e moral, conhecimento e aplicação. Pois, se no plano horizontal necessitamos da ciência em nossas movimentações cotidianas, para verticalizarmos nossas conquistas não podemos prescindir de uma moral elevada consoante os ensinamentos contidos no Evangelho.

Para que o Cristo nascesse, Maria e José tiveram que subir da Galileia, da cidade de Nazaré, à Judeia, à cidade de Davi chamada Belém, significando assim a necessidade de subirmos espiritualmente para refletirmos o Cristo em toda sua grandeza.

Prossegue a Narrativa

 O Evangelho de Lucas nos conta, então, que “...a fim de alistar-se com Maria, sua mulher, que estava grávida. E aconteceu que, estando eles ali, se cumpriram os dias em que ela havia de dar à luz. E deu à luz o seu filho primogênito, e envolveu-o em panos e deitou-se numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem.”[3]

Jesus vem à luz por meio de Maria. Assim narra o evangelista: “E, no sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um varão cujo nome era José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria.”[4]

“Virgem” aqui se refere a núbil (mulher em idade para se casar), ou mulher jovem que, em hebraico é almah. Era um termo usado quando se referia a uma donzela ou jovem casada recentemente, não havendo nenhuma referência em particular à virgindade como entendemos hoje.

Gabriel, então, disse: “E eis que em teu ventre conceberás, e dará à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus.[5] Maria estava preparada, por isso pôde conceber Jesus em seu ventre, isto é, dentro de si.

E nós, o que estamos cultivando, o que estamos construindo dentro de nós mesmos? Quando estaremos preparados para trazer à luz o Cristo imanente em nós? Aquele que, segundo o texto evangélico, “será grande e será chamado Filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai, e reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu Reino não terá fim.[6]

No entanto, Maria indaga: “Como se fará isso, visto que não conheço varão?” E respondendo o anjo, disse-lhe: “Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; pelo que também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus.”

 A outra possível tradução para “Espírito Santo” é “sopro sagrado”, dando a entender a presença de Deus em nós quando a Ele estamos ajustados. Àquele tempo a presença de Deus (IHVH) era manifesta por uma nuvem, por isso o uso da expressão “cobrirá com sua sombra”

Nasce a Virtude nos Corações

 A descida do “sopro sagrado” representa bem o momento de fecundação da virtude em nós. O valor vem do alto por meio da revelação superior, necessitando ser por nós absorvido e vivenciado para fixação, que se dá com o nascimento do novo ser em que nos transformamos a partir de então. Por isso, o Cristo é sempre fecundado pelo Espírito Santo.

“Disse, então, Maria: Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra. E o anjo ausentou-se dela[7]”. Perfeitamente ajustada aos Desígnios Superiores, Maria se entrega totalmente a eles. É aquele momento em que há perfeito entendimento do mecanismo da vida, quando o Espírito sabe que o mais importante é atender a Vontade do Pai e, então cumpre-a fielmente. É a liberdade-obediência. Encontramos assim em Maria as três qualidades básicas para que o Cristo possa nascer: confiança, consciência e obediência, sintetizadas na fé.

Mais Lições a Serem Aprendidas

 Jesus envolvido em panos nos ensina a lição de simplicidade: enquanto nos preocupamos tanto com os acessórios em nossa vida do dia a dia, os Espíritos superiores ocupam-se com o que verdadeiramente é importante para a vida imortal.

A manjedoura é o tabuleiro em que se deposita comida para vacas, cavalos etc. em estábulos. Segundo Emmanuel em A Caminho da Luz, “a manjedoura assinalava o ponto inicial da lição salvadora do Cristo, como a dizer que a humildade representa a chave de todas as virtudes.”

Por meio de Jesus colocado em um tabuleiro como alimento para animais, o Evangelho ensina-nos que, se quisermos deixar a condição de animalidade em favor de uma espiritualidade mais autêntica, é preciso que tenhamos o Cristo, ou a Boa Nova, por ele proposta, como alimento definitivo de nossas almas. Condição esta confirmada por ele mesmo quando mais adiante nos afirma: “Eu sou o pão da vida[8].” Este é o pão que desce do céu, para que o que dele comer não morra.

Outra lição encontrada é a da resignação, “...porque não havia lugar para eles na estalagem[9]“. É muito comum este fato, quando nos ajustamos aos desígnios superiores e agimos em favor do amor e da fraternidade, não há para nós lugar onde se instala o interesse imediatista do mundo material.

A Visita dos Magos

 Narrada no Evangelho de Mateus, a visita dos magos e suas dádivas originaram as tradições de presentes no Natal. No entanto, dádivas seriam doações espontâneas de algo valioso, material ou não, a alguém; presente, oferta, mimo, brinde. Não é o que acontece atualmente no Natal.

Os presentes nem sempre são espontâneos, mas fruto de interesses outros. O que não tem valor material não é bem aceito como presente, mostrando assim a faixa de interesses a que estamos ajustados. A expressão “seus tesouros[10] que se refere aos presentes ofertados, dá a entender que estes já lhes pertenciam, ou seja, que já tinham sido por eles conquistados. Então deveríamos dar valores que já são nossos, nossas conquistas individuais, de nós mesmos e espontaneamente.

Os presentes também contêm significados. O ouro refere-se à autoridade sobre as coisas materiais; o incenso, à autoridade sobre as questões espirituais. A mirra é uma planta de cuja casca sai uma resina aromática. De aroma agradável e gosto amargo, na Antiguidade, segundo o Dicionário Houaiss, ela era usada como incenso e remédio.

Pode revelar, desta forma, dois significados. Foi dado a Jesus o poder sobre as enfermidades: “Verdadeiramente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si…“, diz Isaias, 53:4. E representa também a necessidade do testemunho (”gosto amargo”), testemunho este que dá o poder e autoridade sobre as enfermidades e sobre as questões materiais e espirituais.

O Personagem Principal

 Se historicamente não podemos precisar com certeza onde e quando se deu a noite do nascimento de nosso Mestre Maior, é certo que ela aconteceu. Emmanuel assim a descreve em A Caminho da Luz: “Harmonias divinas cantavam um hino de sublimadas esperanças no coração dos homens e da Natureza. A manjedoura é o teatro de todas as glorificações da luz e da humildade, e, enquanto alvorecia uma nova era para o globo terrestre, nunca mais se esqueceria o Natal, a noite silenciosa, noite santa”.

Como já dissemos, o nascimento de Jesus representa o início de uma nova era em que a justiça se converte em amor, e a fraternidade pura através de sua exemplificação, meta a ser alicerçada em nossos corações. Antes era o homem biológico, depois, o homem espiritual.

Na festa que preparamos ao final de cada ano, Jesus deveria ser personagem principal. Assim, como devemos nos preparar para ela, qual a melhor vestimenta a usar?

Aqui deixamos duas passagens evangélicas para refletirmos sobre estes temas: uma de Mateus: “Então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o Reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; porque tive fome, e destes-me de comer, tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me; estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me. Então, os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber? E, quando te vimos estrangeiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos? E, quando te vimos enfermo ou na prisão e fomos ver-te? E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que, quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes[11].”

Que façamos em nome do Cristo um Natal diferente. Que saiamos de nós mesmos, de nossos caprichos e desejos pueris, buscando atender as necessidades de nossos semelhantes mais carentes. Reclamamos do “pouco” que temos, mas quão muito é esse pouco se comparado ao enorme percentual da humanidade que muito menos tem, chegando a faltar até o básico necessário? Lembremos destas palavras: “Em verdade vos digo que, quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes…”

Em outra passagem narrada por Mateus, lemos: “E, quanto ao vestuário, por que andais solícitos? Olhai para os lírios do campo…[12] Para que possamos estar vestidos com a “túnica nupcial[13]” é preciso estarmos ajustados ao fluxo da vida que é a Lei Superior, que é Amor. Os lírios “não trabalham e nem fiam”, mas cumprem a sua missão de enfeitar mesmo tendo nascido em condições adversas (brejo, lodo etc.).

Ao dizer que nem mesmo o Rei Salomão em toda a sua exuberância se vestiu como qualquer deles, a beleza que Jesus observa é a que vem de dentro, aquela gerada pela consciência tranquila do dever cumprido e do ajuste aos Propósitos Superiores.

Nada dá mais segurança e firmeza do que o Evangelho vivenciado. Assim, firmemo-nos em seus ensinamentos de moral superior e estaremos preparados para que o Cristo nasça em nós, e pelos frutos de nossas ações também possamos ser chamados de Filhos do Altíssimo ou Filho de Deus, por quem quer que seja.



[1] Lucas, 2: 1 e 2

[2] Idem, 3 e 4

[3] Lucas, 2: 5 a 7

[4] Idem, 1: 26 e 27

[5] Idem, 1: 31

[6] Idem, 1: 32 e 33

[7] Idem, 1: 38

[8] João, 6: 35

[9] Lucas, 2: 7

[10] Mateus, 2: 11

[11] Mateus, 25: 34 a 40

[12] Mateus, 28 e 29

[13] Mateus, 22: 11