Artigos e comentários a respeito da Doutrina Espírita e do Evangelho de Jesus - O Blog do Evangelho Miudinho
sexta-feira, agosto 31, 2012
segunda-feira, agosto 27, 2012
Mediunidade e Evangelho - Todos Pertencemos a um Mesmo Corpo (1 Coríntios, 12: 16)
E,
se a orelha disser: Porque não sou olho, não sou do
corpo; não será por isso do corpo?
A orelha como órgão
facilitador da audição tem também
importantíssima função, o mesmo acontecendo com
o olho que proporciona a todos a possibilidade de enxergar as
maravilhas pertinentes ao mundo físico. Os dois do mesmo modo
pertencem ao corpo cada um com a sua característica que o
torna essencial.
Se houvesse a
possibilidade de um destes órgãos serem dotados de
inveja e fazendo uso deste sentimento procederem de uma forma
negativa, querendo cada qual ter a característica do outro, de
nada adiantaria, muito antes pelo contrário, pois a harmonia
do todo ficaria comprometida.
Do mesmo modo é
o funcionamento da Casa Espírita. O atendimento fraterno é
um ótimo trabalho, essencial mesmo no socorro aos necessitados
que buscam aliviar suas dores; podemos dizer que este é o
pronto socorro de nossas agremiações. Também o
serviço de primeiro atendimento àqueles que chegam
buscando em nossa Casa iniciar-se dentro uma nova proposta filosófica
é de fundamental importância, pois avaliar a necessidade
particular de cada um e direcioná-lo para o ambiente adequado
é passo certeiro com vistas a um trabalho bem realizado.
O que acontecerá
com o recepcionista da casa, para isso preparado, se ele invejar o
trabalho do atendimento fraterno e para lá quiser se
transferir imediatamente por achar que sua tarefa é menos
importante? E o que acontecerá se todos quiserem deixar suas
tarefas em favor de outras que não conhecem bem?
Trabalho
é toda ocupação útil,
conforme nos ensinam os sábios Espíritos codificadores,
e Paulo vai mais além, todo trabalho é coordenado pelo
Cristo, e tem sua preciosa função. Deste modo,
alegremo-nos com a nossa utilidade, e façamos cada vez melhor
e mais bem feito o que nos propusermos a fazer, pois esse é o
diferencial que deverá caracterizar o trabalhador cristão,
e por consequência .o servidor espírita.
Meu Pai trabalha
até agora, e eu trabalho também.1
Portanto, meus
amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na
obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão
no Senhor.2
1
João, 5: 17
2
I Coríntios, 15: 58
sexta-feira, agosto 24, 2012
segunda-feira, agosto 20, 2012
Mediunidade e Evangelho - Corpo Vários Membros (1 Coríntios, 12: 14 e 15)
Porque
também o corpo não é um só membro, mas
muitos.
Toda doutrina tem os
seus princípios que lhe dão sustentação.
Estes são muito importantes, pois se assim não for a
doutrina fica sem consistência e de fácil oposição.
Todavia, todo conjunto de princípios tem um objetivo
primordial, senão, qual o objetivo de sua existência?
Com a Doutrina Espírita
não é diferente, todos temos no estudo de seus
princípios fundamentais um dever, para que possamos ser
coerentes em nosso modo de expressar. Assim, Deus, Espírito,
perispírito, mediunidade, reencarnação entre
outros são temas constantes de nossas meditações
e pesquisas como sendo, no dizer de Paulo, os órgãos
formadores do corpo doutrinário que o Codificador denominou
Espiritismo.
Se é justo assim
proceder, não podemos esquecer do objetivo primordial da
doutrina que abraçamos que é a efetiva educação
do Ser em sua integralidade; isto é, matéria e
espírito, buscando desenvolver em cada um os potenciais
latentes de moral superior fundamentada no Evangelho do Cristo. Isso
que a nova psicologia espírita tem chamado de “autoiluminação”
é de fundamental importância para todos conforme
expressam os Espíritos codificadores na questão 132 de
O Livro dos Espíritos: “Deus lhes impõe [aos
Espíritos] a encarnação com o fim de fazê-los
chegar à perfeição.”
Se tudo isso é
essencial a nortear os estudos dos “discípulos de Kardec”,
faz-se ainda mais imperioso a busca da vivência de toda essa
proposta filosófica, pois somos sem dúvida os que hoje
mais temos compromisso com o “ide e pregai o Evangelho...” a
todas as criaturas. Tal ocorrência só terá
verdadeira autoridade se fundamentada no exemplo edificante.
Portanto, se juntos
devemos manter a harmonia dos princípios evangélicos,
porque também o corpo não é um só
membro, mas muitos, não esqueçamos a orientação
do próprio discípulo de todas as gentes:
A cabeça
de todo homem é Cristo… e a cabeça de Cristo é
Deus. Todo homem que ore ou profetize com a cabeça coberta
desonra a sua cabeça.1
Se
o pé disser: Porque não sou mão, não sou
do corpo; não será por isso do corpo?
O corpo é o
veículo de manifestação do Espírito
imortal. Cada membro dele tem a sua importância dentro da
proposta reeducativa do ser.
O pé é um
membro voltado à segurança na movimentação,
ele dá direção ao caminhar. A mão por sua
vez é importantíssima na realização de um
trabalho mais produtivo. Um corpo sem mão pode movimentar-se
para lá e para cá sem dificuldades, mas terá
algum impedimento na operacionalização de certos
serviços. Por sua vez, um corpo sem pé poderá
muito produzir nos estado de quietude, todavia, muitas serão
as complicações no serviço do deslocamento.
Assim, em um organismo
perfeito tudo tem a sua finalidade visando a produtividade
harmoniosa, todos pertencem ao mesmo organismo e nenhum tem maior
mérito do que o outro.
O que será de um
grupo de trabalhadores espíritas onde só houver médiuns
voltados para a cura? E se em outro grupo só houver
expositores da mensagem doutrinária?
Deste modo, dos
elementos ligados à faxina (sem a qual não pode haver o
recebimento dos necessitados), até o mais sábio
tarefeiro das questões últimas da vida, ninguém
pode abrir mão de sua função e todos devemos
trabalhar com alegria e reconhecimento, pois juntos formamos um só
corpo e a dirigir esse corpo um só Espírito: O
Espírito Verdade.
1
I Coríntios, 11: 3 e 4
sexta-feira, agosto 17, 2012
segunda-feira, agosto 13, 2012
Mediunidade e Evangelho - Fomos Batizados em Um Espírito (1 Coríntios, 12: 13)
Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito.
Batismo, do grego
báptó: mergulhar, imergir1.
No hebraico tabal e tebila, significando a imersão
de um corpo ou de um objeto num líquido.2
Na
antiguidade o batismo fazia parte dos rituais de iniciação
e purificação. Na tradição hebraica, esta
imersão era objeto de uma legislação rigorosa,
pois dela dependia o estado de pureza ritual e o bom funcionamento da
aliança com Deus.
Os portadores de sarna e
todos os que eram considerados impuros deveriam se submeter a esta
prática. Ainda hoje os hebreus continuam a praticar este rito,
a mulher depois das regras e o casal depois do ato sexual.
Vê-se
assim, que a imersão para o hebreu é diferente do
batismo cristão, enquanto este é recebido uma só
vez quando da conversão ao cristianismo, aquela é uma
prática constante que faz o homem cada vez que quer
purificar-se ou limpar-se de suas faltas.
Na igreja primitiva o
batismo já diferia um pouco destes ritos conforme podemos
depreender das anotações do livro de Atos nos primeiros
movimentos do capítulo 19. Paulo simplesmente impunha as mãos
sobre os discípulos que seriam batizados, e estes se
sensibilizavam através de uma percepção
espiritual que hoje podemos chamar de mediúnica.
Deste modo, aquele que
era o “vaso escolhido” do Cristo segundo as anotações
do autor de Atos, dizia aos Coríntios, com desdobramento aos
cristãos de outras eras, que todos fomos batizados ou
iniciados na doutrina do Evangelho, e tenha sido qualquer que seja a
nossa origem ou a nossa filosofia anterior, agora somos adeptos do
Cristo e assim temos o dever de com Ele servir, formando um só
ser coletivo harmonizando todos os corações
necessitados:
Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.3
Para nós
espíritas os rituais não têm utilidade, o símbolo
do batismo que é a imersão do corpo em água para
se purificar, pode representar a necessidade reencarnatória -
nascer da água - e através desta purificar o
nosso Espírito pela vivência do bem – nascer do
Espírito.
1
Dicionário Eletrônico Houaiss
2
A Bíblia Matyah (O Evangelho Segundo Mateus), Pág. 64
3
João, 13:35
sexta-feira, agosto 10, 2012
segunda-feira, agosto 06, 2012
Mediunidade e Evangelho - Uma Reunião é um Ser Coletivo (1 Coríntios, 12: 12
Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também.
O filósofo italiano Pietro
Ubaldi nos afirma em sua obra de maior expressão, A Grande Síntese, que “todos
os Seres tendem a reagrupar-se, à proporção que evoluem, em unidades coletivas,
em colônias, em sistemas sempre mais abrangentes.”[1]
Se tal acontecimento é uma
verdade científica ainda não podemos precisar, há mistérios na Lei Diretora do
Cosmos que para nós ainda é um grande desafio. Porém, o Espiritismo nos deixa
transparecer que pode ser desta forma, pois o Espírito Paulo, o apóstolo,
segundo as anotações de Kardec na questão 1009 de O Livro dos Espíritos nos diz
que: “Gravitar para a unidade divina,
eis o fim da Humanidade”
Jesus
também nos asseverou que Ele e o Pai eram um[2], querendo com isso dizer não a mesma pessoa, mas que
Ele já havia se unificado com Deus através da vivência plena de Sua Lei.
O preclaro filho de Tarso
neste versículo aponta-nos por analogia, que, se os membros sendo muitos formam
um só corpo, do mesmo modo é Cristo. Ou seja, que todos os cristãos, sendo
muitos, mas em comunhão em Deus, formam um só corpo, o corpo de Cristo. Indo
mais além em outro momento:
Porque assim como em um
corpo temos muitos membros, e nem todos os membros têm a mesma operação, assim
nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos
membros uns dos outros.[3]
Ou seja, esta comunhão com o
Pai se dá através do perfeito ajuste uns dos outros, ou melhor, da
perfeita harmonia reinante entre os próprios seguidores do Nazareno.
Jamais seremos plenamente
idênticos, mas poderemos formar, se em harmonia, um organismo sem falhas onde
hierarquia deixe de ser disputa entre superiores e inferiores, para se tornar
comunhão por um objetivo maior que é o perfeito funcionamento do universo.
Porque, assim como o corpo
é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo,
assim é Cristo também. Em matéria de
mediunidade podemos também afirmar o mesmo. A orientação de Kardec é clara:
Uma reunião é um ser
coletivo, cujas qualidades e propriedades são a resultante das de seus membros
e formam como que um feixe. (…) Toda reunião espírita deve, pois, tender para a
maior homogeneidade possível. Está entendido que falamos das em que se deseja
chegar a resultados sérios e verdadeiramente úteis. Se o que se quer é apenas
obter comunicações sejam estas quais forem, sem nenhuma atenção à qualidade dos
que as deem, evidentemente desnecessárias se tornam todas essas precauções;
mas, então, ninguém tem que se queixar da qualidade do produto.[4]
É imprescindível que toda
prática mediúnica esteja vinculada à proposta reeducativa do Evangelho, pois o
intercâmbio entre os dois planos da vida não tem como único objetivo a
comprovação da imortalidade, mas também ampliar os potenciais do Espírito em
bases de um amor adimensional.
Deste modo, médiuns
ostensivos ou de sustentação, dirigentes e outros participantes de reuniões,
devem comungar sentimentos nobres e superiores, cultivando sincera humildade, pois
formarão, se assim acontecer, um só corpo, e corpo de Cristo.
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