Artigos e comentários a respeito da Doutrina Espírita e do Evangelho de Jesus - O Blog do Evangelho Miudinho
quarta-feira, dezembro 04, 2019
Sabedoria de Tiago, O Irmão do Senhor
quinta-feira, julho 04, 2019
Salmo 18 - Breves Considerações
Este é um Salmo longo. A Bíblia hebraica coloca como seu título "cântico de Louvor a Deus". Trata-se de um hino em que o autor dá graças pelas muitas bênçãos recebidas.
Para compreendermos o contexto histórico é importante ler o capítulo 22 do Segundo Livro de Samuel, que é outra versão do Salmo com pequenas variações.
Davi foge de Saul e de seus inimigos, e o Senhor o livra de todos; assim, ele, o autor do Salmo, conta a todos os benefícios recebidos.
É mais uma oração em que o autor além de expor as graças recebidas coloca sua confiança no Senhor, sua retidão nos procedimentos, e por isto, a ação de Deus livra-o de seus inimigos.
Os personagens são os mesmos de outros Salmos: o orante, Deus e os inimigos. Entretanto, o Salmo diz algumas coisas que merecem ser destacadas.
Ele inicia falando diretamente com Deus expressando um amor profundo, visceral.
Rapidamente ele alterna e começa a narrar colocando Deus na 3ª pessoa, mais à frente (vers. 25) ele volta à 2ª pessoa contando ao Senhor o que Ele próprio fez, como se Ele não soubesse.
Notamos aí uma necessidade que é também nossa, a de falar a Deus em nossas preces o que Ele já sabe. Na verdade, aprendemos com isto que a necessidade é nossa de ouvir o que dizemos como forma de fixar em nós a virtude ou a gratidão, através do que reafirmamos.
Outra questão a se destacar no Salmo confirmando o entendimento espírita, é o cenário da ação, o plano operacional de Deus em três níveis.
- Plano espiritual superior (céu)
- Plano físico (Terra)
- Plano espiritual inferior (inferno)
A ação daquele que ora tem de ser em seu nível de ação, horizontal, na Terra. O mundo espiritual inferior age - inimigos - invadindo o mundo físico e a intimidade de cada um; eles – os inimigos – não conseguem atingir Deus, assim tentam violá-lo através daqueles que têm débito por serem transgressores da Lei maior (os encarnados). Para alcancem a proteção do Alto, os situados no mundo físico têm de verticalizar seus sentimentos através de suas atitudes na horizontalidade (plano operacional)
"Recompensou-me o Senhor conforme a minha justiça, retribuiu-me conforme a pureza das minhas mãos.
Porque guardei os caminhos do Senhor,...
... e não rejeitei os seus estatutos." (Salmo,18: 20 a 22)
Este é o ponto principal que devemos entender do Salmo, não podemos lutar sozinhos contra os inimigos, sejam eles encarnados, desencarnados, ou seja nossos próprios sentimentos inferiores, precisamos de ajuda do Alto, mas para tal temos de atuar "em baixo". Deus age, a vitória é certa, mas é imperioso nossa colaboração na batalha humana.
"Tu deste grande vitória a teu rei, foste leal com teu ungido, com Davi [que somos cada um de nós] e sua descendência para sempre (Salmo, 18: 50)
Leia aqui o Salmo 18:
segunda-feira, julho 01, 2019
Princípio do Evangelho de Jesus Cristo
O Evangelho de Marcos é tido pelos estudiosos como o primeiro Evangelho narrativo. Antes, tínhamos apenas alguns manuscritos dos apóstolos,não formando nenhum dos livros como hoje os conhecemos.
Já no primeiro versículo o autor diz:
"Princípio do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus"
Princípio; temos aqui uma ressonância do Gênesis (Gn, 1: 1); também Oseias inicia do mesmo modo (Os, 1: 2)
Com isso é provável que o evangelista quisesse dizer do início de uma "nova ordem" que começa com Jesus.
Uma nova criação?
Não temos dúvida que com o Nazareno temos uma Nova Revelação.
A segunda palavra é Evangelho.
Evangelho tem sido traduzido como "Boa Nova", "Boa Notícia". está correto, mas vai mais além.
O imperador romano era tratado como divindade, senhor do mundo, e também salvador. Suas mensagens eram chamadas de evangelho. O que vinha dele era evangelho.
Assim, Marcos usa esta palavra para designar a "notícia" do Reinado de Deus. Evangelho para a ser a Mensagem de Deus para a humanidade, Ele é O Senhor do Universo, o Redentor. (Cf. Jó, 19: 25).
Isaías, ou o autor do segundo Isaías, um profeta messiânico, usa o termo do mesmo modo:
Tu, ó Sião, que anuncias boas novas, sobe a um monte alto. Tu, ó Jerusalém, que anuncias boas novas, levanta a tua voz fortemente; levanta-a, não temas, e dize às cidades de Judá: Eis aqui está o vosso Deus.(Isaías, 40: 9)
Concluindo o versículo Marcos diz de Jesus Cristo, o Filho de Deus. Ou seja, apresenta Jesus cm um título messiânico: Filho de Deus. Ele é assim, o Messias é quem traz com Ele o Reinado de Deus.
Desta forma, compreendemos o centro da mensagem de Marcos é "o Reino de Deus está próximo". e Ele coloca estas palavras na boca do próprio Jesus. (cf. Mc, 1: 15)
Na sequência Jesus diz aos primeiros discípulos:
Vinde após mim, e eu farei que sejais pescadores de homens.(Marcos, 1: 17)
Fica claro, se Jesus como Messias é quem traz com Ele o Reinado de Deus, nossa missão como cristãos, isto é, semelhantes a Ele, não é menor.
Pescar homens, convertendo seus corações ao Reino de Bondade temo que ser a meta de cada um de nós.
O autor finaliza deste modo seu livro:
Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. (Marcos, 16: 15)
Citamos ainda Isaías:
Quão formosos são, sobre os montes, os pés do que anuncia as boas novas, que faz ouvir a paz, do que anuncia o bem, que faz ouvir a salvação, do que diz a Sião: O teu Deus reina! (Isaías, 52: 7
Queridos irmãos, tenhamos vigilância, é aí que inicia o perigo.
Veja o que diz o escritor católico Alfred Loisy sobre o tema: Jesus anunciou o Reino e o que veio foi a igreja. (Citado pelo Papa Bento XVI)
Ao que o próprio Joseph Ratzinger comenta em seu livro Jesus de Nazaré:
Nesta palavra pode ver-se uma ironia, mas também uma tristeza.
Para encerrarmos ficamos com o que disse Léon Denis como alerta para todos nós:
O Espiritismo será o que fizermos dele.
Assim, tenhamos atenção...
sexta-feira, março 29, 2019
O Evangelho de Paulo - Prefácio
quinta-feira, fevereiro 28, 2019
O Evangelho de Paulo
DITO TODO AQUELE QUE É SUSPENSO NO MADEIRO".
Paulo faz uma analogia entre a crucificação de Jesus e o texto do Deuteronômio, 21: 23, que diz que o homem culpado suspenso no madeiro será um maldito de Deus.
O apóstolo faz-nos ver que Jesus, o Cristo, o Governador espiritual do planeta, se sujeitou à lei para nos livrar da maldição, que bem compreendida é o afastamento do Ser do Criador.
Jesus veio até nós através do processo da encarnação, se submeteu a todas as necessidades oriundas deste; mesmo sendo o Justo por Excelência deixou-se ser amaldiçoado pelos homens, tudo isso para nos remir do pecado. É o que diz Paulo; todavia entendamos corretamente o que significa nos remir.
Jesus não veio realizar por nenhum de nós, pois nem ele nem Espírito nenhum pode derrogar a Lei que não permite transferência de responsabilidades. O que nós desfizemos, cada um de nós terá que refazer de acordo com a sua responsabilidade, é da Lei que assim seja. O que Jesus fez foi ensinar-nos o caminho para melhor realizarmos cumprindo
assim o objetivo da Vida. Ele, como Espírito que já havia reconstruído este canal com o Pai podia, por experiência própria já vivida, ensinar-nos como atingir este ideal. Assim podemos melhor compreender, Cristo nos remiu da maldição da lei tornando-se maldição por nós.
Nós somos imortais do ponto de vista de que a imortalidade da alma é uma realidade, todavia só vamos atingir a condição de imortais no sentido de não mais morrermos, o dia que nos tornarmos espíritos redimidos pela nossa integração na Lei de Deus; pois quando este estado atingirmos não mais necessitaremos nos submetermos à lei da reencarnação que nos leva a nascer, morrer, sentir dor, contrariedades, etc., como mecanismo de depuração da alma.
Jesus ensinando-nos este caminho mostrou-nos a necessidade de cada um submeter-se à lei, tomar a sua cruz, ser amaldiçoado, e assim se erguer espiritualmente no madeiro pertinente a cada um de nós.
ASSIM, É QUE, POR MEIO DE CRISTO JESUS, DEVIAM OS GENTIOS TER PARTE NA BENÇÃO DE ABRAÃO, PARA QUE RECEBÊSSEMOS PELA FÉ O ESPÍRITO PROMETIDO.
A benção de Abraão está narrada no livro Gênesis:
E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome, e tu serás uma bênção. (...) e em ti serão benditas todas as famílias da terra. 14
Gênesis, 12: 2 e 3
Então, o levou fora e disse: Olha, agora, para os céus e conta as estrelas, se as podes contar. E disse-lhe: Assim será a tua semente. E creu ele no Senhor, e foi-lhe imputado isto por justiça. Como vemos a promessa do Senhor a Abraão dizia respeito a toda humanidade: em ti serão benditas todas as famílias da terra.
Todavia o povo hebreu tomou-a só para si e achava-se o povo eleito, enquanto que os outros, os gentios, não participavam da benção.
Paulo que era de origem farisaica também tinha pensado do mesmo modo, porém, a partir de sua conversão em Damasco, quando conheceu o Cristo, compreendeu claramente este erro de interpretação, pois entendeu o que Jesus dissera quando afirmou não ter vindo derrogar a Torá, mas ampliar o seu entendimento.
Deste modo, conclui ele de forma magistral este parte da carta mostrando-nos que a Doutrina do Evangelho por ser Universal incluía na benção também os gentios, do mesmo modo que todos os povos futuros que viessem aderir à proposta de renovação pelo espírito.
Hoje a Doutrina Espírita nos ajuda a compreender este Universalismo do Cristo quando nos mostra que Jesus é o responsável diante de Deus por toda a comunidade do planeta Terra; assim, todos os enviados do bem, mesmo os líderes de outras religiões ainda não cristãs são em verdade emissários do Cristo planetário para a implantação do Reino de Deus na Terra. Desta forma, concluímos com Paulo que de uma forma ou de outra, toda a Humanidade do planeta é Cristã, pois é
dirigida pela mesma noúre que vem de Deus através do Cristo Jesus.
Assim, lembremos do ensinamento final de Jesus em seus últimos momentos fisicamente entre nós:
Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros. (João, 13: 35)
segunda-feira, fevereiro 11, 2019
O Evangelho de Paulo
segunda-feira, fevereiro 04, 2019
O Evangelho de Paulo
AOS HOMENS? SE EU QUISESSE AINDA AGRADAR AOS HOMENS, NÃO SERIA SERVO DE CRISTO. (Gálatas, 1: 10)
Uma das acusações que pesava contra Paulo era de que ele por não exigir a circuncisão visava conquistar mais facilmente seus adeptos.
Seria assim, um oportunista.
homens? A Deus ou ao mundo?
Paulo lutou contra tudo e todos para divulgar o Evangelho, sofreu todo tipo de perseguição, açoites, acusações, sendo mais de uma vez preso e expulso da cidade em que trabalhava pelo Cristo. Deixou uma carreira certa de doutor da lei, que traria a ele poder e recursos financeiros. Tudo isso por quê? Pela causa do Evangelho.
Pode deste modo, então, ser acusado de oportunista?
O exemplo serve para nós nos dias atuais. A mesma pergunta devemos responder com sinceridade, a quem desejamos agradar? A quem estamos servindo?
E isto não falamos só para aqueles que ainda se perdem por posturas imediatistas e que nem pensam no serviço em favor do espírito; não, falamos principalmente para todos que, mesmo dizendo fazer parte da escola do Evangelho, muitas vezes usam desta prerrogativa para obter favores que mais dizem respeito às coisas do mundo.
Até pouco tempo atrás, dizer-se espírita era estar pronto para dores, sofrimentos, perseguições, etc., porém, hoje as coisas mudaram, ser espírita dá até reconhecimento positivo junto à sociedade, várias são as empresas que dão preferência quando da busca de funcionários para o seu quadro de pessoal, para aqueles que adotam o Evangelho à luz da interpretação espírita como forma de conduta. Isso é bom, mas é perigoso. Levam muitos desavisados ao movimento sem o devido ato
de verticalizar seus sentimentos em favor de sua transformação moral.
Buscar o favor de Deus, e servir ao Cristo, são atitudes de grande seriedade que exige muito daquele que se dispõe a este projeto de vida.
O Espiritismo cristão não pode ser encarado como mais uma religião, e sim como filosofia de vida o que é bem diferente. Servir ao Cristo é estar pronto a entregar-se pela Sua Causa que é a do serviço desinteressado em favor do semelhante e da comunidade; é dizer não ao interesse pessoal que é sem dúvida alguma a chaga da humanidade.
Paulo era servo do Cristo, jamais pensou em agradar aos homens como prioridade. E quando dizemos que não devemos ter por meta agradar aos homens, não estamos dizendo só do aspecto exterior de satisfazer aos outros, mas também de ter o desejo íntimo e sincero de ser feliz na simplicidade e no serviço do bem.
Não somos contra aqueles que desejam as alegrias do mundo, e nem os julgamos em suas posturas, porém é preciso que fique claro ao servidor do Evangelho que não estamos aqui a passeio, pensar assim é loucura, e evoluir no sentido de transformar-se em nova criatura em bases evangélicas dá trabalho e é bem dispendioso.
Muitos podem pensar que com estas palavras estamos desanimando os que iniciam na tarefa de transformação moral, porém temos a nosso favor o testemunho de Espíritos que seguiram pelo caminho da porta estreita. Dizem estes que se arrependem de não terem adotado antes o caminho do Evangelho, que têm um sentimento de tempo perdido, e que se soubessem quão grande valor têm as conquistas do Espírito muito mais teriam feito e sofrido na Terra, e mínima é a dor na Terra se comparada à alegria do Reino.
Não são poucos estes testemunhos, e são verdadeiros e confiáveis.
Extraído do Livro "O Evangelho de Paulo" de Cláudio Fajardo. (LANÇAMENTO)
Disponível em: http://www.institutodesperance.com.br/
sexta-feira, janeiro 18, 2019
Batismo
"9 E aconteceu, naqueles dias, que Jesus, tendo ido de Nazaré, da Galileia, foi batizado por João, no rio Jordão. 10 E, logo que saiu da água, viu os céus abertos e o Espírito, que, como pomba, descia sobre ele. 11 E ouviu-se uma voz dos céus, que dizia: Tu és o meu Filho amado, em quem me comprazo.
12 E logo o Espírito o impeliu para o deserto. 13 E ali esteve no deserto quarenta dias, tentado por Satanás. E vivia entre as feras, e os anjos o serviam." (Marcos, 1: 9 a 12)
O batismo simboliza a reencarnação.
No batismo temos: arrependimento, confissão e conversão.
Estes não são também objetivos da reencarnação?
A água é o símbolo do Novo Nascimento; ela lava, limpa, purifica...
A reencarnação também. Aprendemos com André Luiz que devemos lavar no tanque da reencarnação todas as nossas impurezas, imperfeições, que são viciações que construímos nos terrenos milenares da reencarnação.
Viemos da água ( líquido amniótico); nosso corpo é água.
Na imersão (batismo), temos o símbolo da morte, na saída da água, a reencarnação
No texto, a expressão céus abertos simboliza a mediunidade, ou seja, ampla comunicação com o mundo espiritual.
O Espírito desce, e diz: ouviu-se uma voz do céu...
Filho de Deus somos todos nós. No princípio com "f" minúsculo; quando aderimos com fidelidade a Deus num plano operacional amplo de obediência à Sua Lei, tornamo-nos Filhos com "F" maiúsculo.
Quando isto se dá, nos capacitamos a ser levados pelo "Espírito de Deus" para o deserto: ambiente de provas que antecede grandes conquistas do Espírito.
Estas provas se dão na reencarnação.
A expressão 40 dias reforça o símbolo; na Bíblia 4, 40, 400 são expressões de grandes desafios.
Aí nos movimentaremos entre feras (mundo físico é mundo dos contrários) tentados por Satanás ( que são todas expressões de realizações contrárias ao Projeto de Deus).
Mas não nos inquietemos os anjos que são os Espíritos Superiores trabalhadores do Cristo nos servirão, isto é, nos auxiliarão na Comunhão Superior.
"14 E, depois que João foi entregue à prisão, veio Jesus para a Galileia, pregando o evangelho do Reino de Deus 15 e dizendo: O tempo está cumprido, e o Reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no evangelho." (Marcos, 1 14 e 15)
A amor só se manifesta depois que a justiça se consolida.
A prisão de João Batista representa a consolidação da justiça.,
"A disciplina antecede a espontaneidade" (Emmanuel)
Só estamos aptos para darmos frutos do amor após cumprirmos nossos deveres.
João (justiça) deu seu recado.
Só depois Jesus (amor) se manifesta.
Quando isto acontece: "O Reino de Deus está próximo"
Reflitamos sobre isto em nossa intimidade
Divulguemos o estudo do Evangelho à Luz da Doutrina Espírita:
"Na sua condição de Cristianismo Redivivo, a divulgação do Espiritismo Evangélico, quanto mais ampla, mais benefícios trará para a coletividade." Chico Xavier