segunda-feira, outubro 30, 2023

Sermão Profético - Necessidade de Iluminação Interior




Nesta semana fizemos uma pausa no estudo do Sermão Profético de Jesus, para analisar um versículo da Carta aos Hebreus de grande atualidade.
Nestes dias desafiadores é comum tomarmos partido e julgarmos os eventos sem termos conhecimento perfeito de como  os eventos se deram.
O autor de Hebreus lembra de nossa necessidade de iluminação interior. E o próprio Cristo orienta: Não julgueis... (Mateus, 7: 1)


Lembrai-vos, contudo, dos vossos primórdios: apenas havíeis sido iluminados, suportastes um combate doloroso.  (Hebreus, 10: 32)


Após alertar os seus leitores sobre o perigo da apostasia, o evangelista volta a estimulá-los com base no comportamento anterior deles mesmos. 

Lembrai-vos, contudo, dos vossos primórdios; ou seja, quando dos momentos iniciais da conversão. Trata-se do primeiro amor conforme expressão usada pelo autor espiritual do Apocalipse (Ap., 2: 4). 

 Já aqui o autor mostra como é importante manter acesa a chama da fé, o que ele vai aprofundar no próximo capítulo. 

Esta conduta inicial – primeiras obras – é importante e deve ser mantida para que não haja nenhum tipo de queda (Ap., 2: 5) 

...apenas havíeis sido iluminados; os pais da igreja viram aqui uma menção ao batismo. A nosso ver esta não era a ideia do autor. A conversão, a transformação interior levada a efeito quando o cristão se autoilumina com a presença de Deus e de Seu Cristo em suas atitudes é de fato o que entendemos da expressão haveis sido iluminados. 

[Cristo] era a luz verdadeira que ilumina todo homem.[1] 

Ser iluminado é assim, ter Cristo dentro.  (Grifei)

...suportastes um combate doloroso.   O próximo versículo vai falar mais detalhadamente sobre este combate.  Todavia, já aqui podemos entender como a luta autoeducativa travada por aquele que quer se iluminar interiormente. 

No tempo de Jesus para que houvesse luz era preciso haver a queima do azeite. Do mesmo modo em nosso processo reeducativo é preciso que sejamos consumidos para haver a produção da luz verdadeira que vem de Deus. 

Este combate é doloroso por se tratar da queima de nosso interesse pessoal e de tudo que cultivamos em nossas diversas reencarnações quando visávamos apenas o cultivo de interesses imediatistas e bem-estar próprio.



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terça-feira, outubro 24, 2023

Sermão Profético de Jesus - Mateus 24, 7 a 13




Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares. 

Mas todas essas coisas são o princípio das dores. 

Então, vos hão de entregar para serdes atormentados e matar-vos-ão; e sereis odiados de todas as gentes por causa do meu nome. 

Nesse tempo, muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se aborrecerão. 

E surgirão muitos falsos profetas e enganarão a muitos. 

E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos se esfriará. 

Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo. (Mateus, 24: 7 a 13)



Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares. 

Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino … - Nação é um agrupamento humano, mais ou menos numeroso, cujos membros, geralmente fixados num território, são ligados por laços históricos, culturais, econômicos ou lingüísticos. Reino é uma monarquia governada por um rei, regente, rainha etc.[1] 

Trazendo para o campo íntimo, podemos colocar nação como representando nossos sentimentos mais sedimentados, e reino como os valores passageiros que cultivamos. Os reinos são normalmente mais suscetíveis de mudança, basta cair um rei para que, muitas vezes a monarquia fique comprometida, entretanto a nação continua sendo a mesma. 

Neste momento predito pelo Cristo como final de ciclo, analisando o campo íntimo, vamos observar - mesmo entre aqueles sentimentos que já cultivamos a mais tempo e que julgamos estarem em um bom patamar em termos morais -, uma tendência a um conflito, como dissemos anteriormente, pois a evolução é infinita, e a cada nova conquista, nossa consciência realiza uma aferição própria selecionando o que devemos continuar cultivando, e o que devemos mudar. Nestes dias haverá guerras, rumores de guerras, lutas entre nações e reinos no plano exterior, mas tudo isso como conseqüência destas lutas interiores; aliás, são estas que importam serem analisadas, pois resolvendo as inquietudes íntimas, tudo o mais será devidamente administrado e compreendido. Esta mensagem é a mesma que está contida no dizer do Mestre: 

Não cuideis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer paz, mas espada.[2] 

A espada aqui dizendo-nos não do instrumento cortante que fere o próximo, mas daquele que nos leva à luta contra nossas próprias imperfeições. 

…e haverá fomes, e pestes…Fome significa carência de alimento, miséria, falta do necessário; peste é doença contagiosa, epidemia. Ambas significam para o Espírito momentos de grandes dificuldades, de dores, de testes sem os quais ele não pode passar de uma etapa evolutiva a outra. Por isto são características destes dias de transição. 

Tanto a fome, quanto a peste têm sua gênese na imperfeição moral, pois se não houvesse o desequilíbrio gerado por ela, não haveria a necessidade do resgate e dos ajustes provocados pelos momentos de calamidades. É a ira no dia da ira de que nos fala Paulo: 

Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus[3] 

Ou de outra forma, a Lei de Deus nos dando a oportunidade do encontro com as nossas próprias obras. 

Nestes dias de grandes aferições reconheceremos que o grande alimento de que temos necessidade é aquele dito pelo Mestre no capítulo 4 do Evangelho de João: 

Meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra[4]

É deste que temos grande fome, e por causa disto estamos sujeitos a pestes de todas as espécies. 

…e terremotos, em vários lugares. – Se o tremor de terra no plano exterior é algo que nos atormenta pelas consequências advindas dele, no plano íntimo é ainda pior. A falta de segurança gerada pelo afastamento do Ser das Leis Divinas é algo que aterroriza o Espírito onde quer que ele esteja, em vários lugares… Pois o Deus presente quer manifestar-se, e impossibilitado pelas ações contrárias ao bem, gera na consciência uma angústia só superada, quando restabelecida a paz do dever cumprido, ou da volta aos caminhos do Senhor.  

…mas eis que vem aquele que é mais poderoso do que eu (…) este vos batizará com o Espírito Santo e com fogo.[5] 

Mas todas essas coisas são o princípio das dores. 

Mas todas essas coisas… - Todas essas coisas são as situações enfrentadas pela criatura no plano de sua evolução, haverão de acontecer estas narradas por Jesus, e muitas outras; só aquele que passa pela situação é que sabe a dor e a alegria de ser o que é. 

…são o princípio das dores. – Segundo o Professor Pastorino a tradução correta é o princípio das dores do parto[6], não simplesmente dores. Segundo ele, o termo grego arché ôdinôn exprime uma dor que tem, como resultado, um evento feliz, um avanço, uma criação física ou mental. 

Desta forma, a interpretação que estamos fazendo, está coerente com o dizer de Jesus; ou seja, as lutas necessárias que marcam este momento de transição, sejam no plano íntimo ou exterior, são motivos de alegria, pois, como a dor do parto, é prenúncio de um nascimento; do novo homem em bases renovadas por uma moral superior. 

Então, vos hão de entregar para serdes atormentados e matar-vos-ão; e sereis odiados de todas as gentes por causa do meu nome. 

Então... - Como consequência. A transformação de uns, gera, por inveja ou incompreensão, a insatisfação de outros. 

…vos hão de entregar para serdes atormentados… - O Ser menos evoluído não consegue por sua natureza, e pelo seu grau de entendimento, saber o que move aquele que é mais espiritualizado a agir, buscando valores, que para ele são incompreensíveis; desta forma, não entendendo condena. Julga que, aquele que age diferente de si, e também da maioria, é um alienado, e chega a taxá-lo até mesmo de deficiente mental. E quando este, mais espiritualizado, consegue atrair a atenção de outros, fazendo-os ver a realidade da vida, ele sente-se ameaçado, e como, por ter lutado pelo poder transitório, o conseguiu, usa-o para fazer sofrer aquele que lhe opõe; atormenta-o, jogando contra ele toda a multidão, que por achar-se também em condição inferior, do mesmo modo não o entende, fazendo-o desta forma, passar por momentos de dor e sofrimento. 

…e matar-vos-ão… - Buscarão eliminá-lo. Como para eles só o que é físico importa, tentarão de toda forma sacrificá-lo fisicamente. Assim agindo, pensam ficar livre da incômoda posição; não sabem que a Lei é justiça, mais cedo ou mais tarde estarão defronte da mesma necessidade, só que aumentada; e também desconhecem, que extirpando o físico, fortalecem o espiritual; o que vai por vias indevidas, volta ainda mais soberano. 

…e sereis odiados de todas as gentes por causa do meu nome. – Aquele que age visando as questões espirituais – por causa do meu nome -, pratica a Sabedoria, opõe-se aos valores do mundo. Assim, é por ele odiado, isto é, por todas as gentes. É que agir em nome do Cristo, é viver como ele viveu, ou seja, amando acima de todos os limites, não valorizando em nada, o que é transitório. Em um tempo que só a riqueza dava poder, Ele disse:  

Bem-aventurados os pobres…  

Bem-aventurados vós, que agora tendes fome… 

Bem-aventurados vós, que agora chorais…[7] 

Se hoje, com toda a evolução das leis sociais, sair em defesa dos menos favorecidos gera problemas, imagina o que não aconteceu há dois mil anos? 

Por isso Ele foi taxativo: 

Sereis odiados de todas as gentes por causa do meu nome. 

E isto aconteceu antes, aconteceu àquele tempo, e acontece hoje, nestes dias em que chamamos, final dos tempos. 

Nesse tempo, muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se aborrecerão. 

Nesse tempo…- É quando estas coisas acontecerem, é um tempo demarcado, exato: nesse

Se no plano exterior elas aconteceram numa determinada época, e ainda acontecem, no plano íntimo vige em cada um de acordo com seu momento evolucional. Porém, serão sempre marcadas por dificuldades que visam, não simplesmente trazer sofrimento, mas testar cada um despertando a potência espiritual latente. É o aguilhão promovendo o progresso em bases espirituais. 

…muitos serão escandalizados… - Muitos é indefinido, não se sabe quantos, mas não serão poucos, muitos é em grande número. Serão escandalizados, isto é, ofendidos, melindrados, ou ainda, ridicularizados. É que nestes momentos, tudo vem à tona: 

Mas nada há encoberto que não haja de ser descoberto; nem oculto, que não haja de ser sabido.[8] 

Serão escandalizados porque têm ainda algo a resgatar. Para que possamos passar de uma fase a outra, é preciso quitar o que ficou para trás; só nos é dado mais crédito, se liquidarmos com as antigas dívidas. Este é o ensinamento simbólico da virgem que deu à luz o Cristo; para que o Filho do Homem possa nascer em nós, é preciso nos fazer virgens, isto é, sem pecado. 

…e trair-se-ão uns aos outros… - A traição é uma deslealdade praticada onde existe confiança, é uma quebra de contrato, um débito gerado de difícil quitação. Muitas vezes por um momento de invigilância, ou por um interesse obsessivo, geramos dores que serão resgatadas somente no desenvolver dos séculos, às custas de sofrimentos ainda maiores. 

Como o instante – este predito por Jesus - é de definição, muitas amizades também serão testadas. Será o momento em que as falsidades aparecerão, e que muitos, para não perderem sua posição privilegiada no "mundo das coisas", lutarão contra seus próprios aliados, visando salvar o que julga ser seu. Assim, trair-se-ão uns aos outros, lutarão entre si; o pai estará dividido contra o filho, e o filho, contra o pai, a mãe, contra a filha, e a filha, contra a mãe, a sogra, contra sua nora, e a nora, contra sua sogra.[9] 

…e uns aos outros se aborrecerão. – Não será um aborrecimento unilateral, pois os interesses sendo contrários todos se sentirão incomodados. Do mesmo modo que o que está em atraso importuna o que vai adiante, este também perturba aquele. 

Daí a necessidade da seleção, dos olhos de ver, pois todos os nossos sofrimentos foram gerados por nosso próprio proceder, e o aborrecimento que julgamos injusto, se analisarmos bem, tem sua razão de ser. O que é bom para nós hoje, terá de ser também amanhã, caso contrário, é melhor buscarmos outra situação. 

E surgirão muitos falsos profetas e enganarão a muitos. 

E surgirão muitos falsos profetas e enganarão a muitos. – Mais uma vez Jesus nos convida à vigilância. Em versículo anterior, ele já nos dissera que muitos viriam em Seu nome dizendo ser o próprio Cristo, e que estes enganariam a muitos. Aqui ele nos alerta contra os falsos profetas, o que parece ser a mesma coisa, não é. No primeiro caso, aqueles que assim agem, demonstram uma certa imaturidade, pois tentam se passar pelo próprio Cristo, sendo desta forma mais fácil reconhecermos o engano, mas mesmo assim Jesus disse que enganariam a muitos. Aqui, a questão é mais sutil, estes se dizem profetas, podem na realidade fazer-se de mensageiros do Senhor, dizendo que pregam a mesma doutrina, tentando deste modo arrebanhar as massas. Só que Jesus diz ser estes, falsos profetas, e que também enganarão a muitos. Deste modo, tenhamos cautela, antes de nos vincularmos a qualquer pessoa, seita, ou nova filosofia; lembremos que importa-nos analisar não só as palavras daqueles que se dizem enviados, mas principalmente seus atos. Se em qualquer atitude contrariarem a Mensagem do Monte, ou os virmos agindo em interesse próprio, contra o bem geral, lembremos do alerta do Mestre: 

Porque se levantarão falsos cristos e falsos profetas e farão sinais e prodígios, para enganarem, se for possível, até os escolhidos.[10] 

E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos se esfriará. 

E, por se multiplicar a iniquidade… - Iniquidade é uma ação contrária à equidade, ou à justiça. 

Mesmo antes de Jesus, já nos ensinava o belo livro Eclesiástico: 

Quando um homem é feliz, mesmo aquele que o odeia é seu amigo; na sua adversidade até o amigo desaparece.[11] 

Nos momentos de dificuldade que marcam estes "finais de tempos", a grande maioria das criaturas, por ainda não estarem familiarizadas com a vivência evangélica, tendem a defender somente os próprios interesses, desta forma, quando se veem privados de algo que valorizam, ou em alguma situação embaraçosa, esquecem as noções de justiça, e agem buscando impor-se pela força ou pelo poder de que dispõem. Tal atitude faz crescer a maldade, principalmente porque aqueles que detêm a autoridade, e que deveriam dar o exemplo de procedimento moral, são os primeiros a agirem de forma inequívoca, fazendo assim, como afirma o próprio Mestre, multiplicar a iniqüidade

Assim, temos hoje na humanidade: 

A corrupção dominando corações tanto em cima, quanto em baixo; 

A má distribuição de renda, fruto do amor não praticado, alimentando a violência e cerceando o processo educativo; 

A pobreza e a fome caracterizando o nosso orbe, como ainda bastante atrasado. 

…o amor de muitos se esfriará. – Tais acontecimentos criarão, entre aqueles que ainda não estão amadurecidos, ou entre aqueles que se iniciam no caminho do bem, um mal-estar que os levará a, em nome da justiça – que ainda não é a verdadeira – a agirem do mesmo modo; ou seja, a esquecerem o amor evangélico que ensina que em qualquer situação deve-se esquecer o mal e fazer somente o bem. 

Por isso, Jesus afirma que o amor de muitos se esfriará, mas é preciso que levemos em conta, que tal só acontece com aqueles que ainda não possuem o amor verdadeiro que tudo releva. 

A caridade é paciente, a caridade é prestativa, não é invejosa, não se ostenta, não se incha de orgulho… 

A caridade jamais passará. Quanto às profecias, desaparecerão. Quanto às línguas, cessarão. Quanto à ciência, também desaparecerá.[12] 

Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo. 

Mas… – A conjunção, mas, aqui expressa uma oposição ao que estava sendo dito. Haverá um esfriamento do amor de muitos, mas…; isto é, todavia…  

Mostrando-nos, desta forma, que sempre há uma maneira de nos comportarmos positivamente; que se seguirmos o Evangelho, sempre nos daremos bem. Aliás, o que distingue o seguidor do Cristo das outras criaturas, é justamente o amor que ele manifesta mesmo quando atacado, ou, quando a situação não lhe é favorável de modo algum. 

…aquele…– Não será qualquer um, mas aquele que agir do modo proposto. 

…a cada um segundo as suas obras.[13] É a particularidade do processo evolutivo. 

…que perseverar até ao fim será salvo.  – Perseverar é manter-se firme e constante, persistir. Jesus aqui se refere àqueles que, mesmo sofrendo a iniqüidade, mantêm-se no Bem, na vivência evangélica. É imperioso perseverar, porém nas boas atitudes. 

Persistir, prosseguir, até quando? Até quando devo ser injustiçado e me manter equilibrado? 

Jesus é taxativo: até ao fim; isto é, até vencermos a dificuldade que ainda impera em nossa intimidade. Não podemos esquecer, que se algo ainda nos incomoda, se ainda nos sentimos injustiçados, é porque, de uma forma ou de outra ainda nos achamos vinculados ao problema. Quando vencemos a situação, ela não mais nos perturba. 

Será salvo, isto é, se libertará. Será salvo, porque superou a dificuldade, porque trocou o mal pelo bem, porque mudando de atitude, fez-se merecedor de algo melhor. 

Não há magia no desenvolvimento da vida, muito menos imparcialidade ou protecionismo, se alguém consegue algo, é porque fez jus; se, se libertou é porque venceu a etapa proposta. 

A partir desta compreensão, Jesus deixa de ser o salvador passando a ser o que indica o caminho, por já tê-lo percorrido; na realidade, será salvo aquele que perseverar até o fim, ou seja, a própria criatura, cristianizando-se, é que se salva. 

Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem.[14] 

(Extraído do livro: "O Sermão Profético" )

 
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[1] Dicionário Aurélio. 

[2] Mateus, 10: 34 

[3] Romanos, 2: 5 

[4] João, 4: 34 

[5] Lucas, 3: 16 

[6] Sabedoria do Evangelho, Vol. 7, pág. 95 

[7] Lucas, 6: 20 e 21 

[8] Lucas, 12:2   

[9] Lucas, 12:53   

[10] Marcos, 13: 22 

[11] Eclesiástico, 12: 9 

[12] I Coríntios, 13: 4 e 8 

[13] Mateus, 16: 27 

[14] Romanos, 12: 21




segunda-feira, outubro 16, 2023

O Sermão Profético de Jesus - MATEUS, 24: 1 a 6


E, quando Jesus ia saindo do templo, aproximaram-se dele os seus discípulos para lhe mostrarem a estrutura do templo. 2 Jesus, porém, lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derribada. 3 E, estando assentado no monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos, em particular, dizendo: Dize-nos quando serão essas coisas e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo? 4 E Jesus, respondendo, disse-lhes: Acautelai-vos, que ninguém vos engane, 5 porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos. 6 E ouvireis de guerras e de rumores de guerras; olhai, não vos assusteis, porque é mister que isso tudo aconteça, mas ainda não é o fim.

E, quando Jesus ia saindo do templo, aproximaram-se dele os seus discípulos para lhe mostrarem a estrutura do templo. 

Estar no templo, orar, meditar, sintonizar com as questões espirituais é uma necessidade para todos nós. Entretanto, necessário também é sair do templo buscando vivenciar todos ensinamentos ali recolhidos. Jesus nos dá o exemplo, cabe a cada um segui-Lo de acordo o entendimento particular.
A julgar pela narrativa de Lucas, este acontecimento se deu após o excelente ensinamento dado por Jesus, quando da oferta da viúva pobre. Interessante observar a invigilância dos discípulos, que mesmo após o Mestre ter mostrado a eles que o importante não era o aspecto exterior das coisas, ou mesmo os valores amoedados, eles fizeram questão de chamar a atenção de Jesus justamente para a estrutura física do templo.
É o mesmo que ocorre conosco quando diante da oportunidade de uma lição edificante, valorizamos mais o instrumento que a veicula, do que a própria lição a ser apreendida.

…porque a letra mata, e o Espírito vivifica, já dizia o apóstolo.1

Jesus, porém, lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derribada. 

Jesus, porém, lhes disse…  Jesus consegue sabiamente conduzir a lição. Seus amigos chamaram atenção para um aspecto, Ele, porém, lhes disse…, isto é, mudou a direção da conversa fazendo-a mais instrutiva.
Parece simples, porém temos em nosso dia a dia de aprender a fazer isto, pois não somos obrigados a nos envolver em questões desinteressantes ao nosso processo evolutivo, nem podemos agir de modo deseducado quando tal acontece. O Evangelho nos ensina a ser sutil, porém sem abrir mão do que já conquistamos.
…Não vedes tudo isto? – O bom mestre ensina partindo daquilo que o educando consegue entender. Deste modo, Jesus salienta o exterior – tudo isto – porque é o que conseguimos ver; assim faz Ele, com o objetivo de mostrar o que está para lá de nossa pouca visão. Pois, ao ver tudo isto que se nos apresenta de forma imediata, ainda mesmo assim, estamos vendo muito pouco do que existe para mais além.
Em verdade vos digo… - Já dissemos em estudos anteriores, que tudo o que é dito por Jesus é verdade, porém, quando Ele faz este destaque, …em verdade vos digo…, é porque há de nossa parte uma necessidade maior de prestarmos atenção no ensinamento que vem após.
…que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derribada. – Todos os estudiosos do texto evangélico têm visto nestas palavras de Jesus uma alusão à destruição de Jerusalém ocorrida no ano 70 de nossa era. E a profecia realmente se cumpriu à risca.
Porém, não podemos deixar de ver nestas sábias palavras, muito mais do que isso, ou seja, um ensinamento que transcende a questão espaço-tempo, como veremos no prosseguimento deste estudo.


E, estando assentado no monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos, em particular, dizendo: Dize-nos quando serão essas coisas e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo? 

E, estando assentado no monte das Oliveiras… - Aqui também, como no Sermão do Monte, Jesus nos dá valioso ensinamento assentado no monte. Assentado mostrando-nos segurança, tranquilidade; e monte significando elevação espiritual, sintonia com as Leis Supremas da Criação. Ou seja, Jesus nos mostra que para ensinar necessário se faz estarmos assentados em bases sólidas.
…chegaram-se a ele os seus discípulos, em particular, dizendo… - Jesus é o Sábio por Excelência, ao conscientizarmo-nos disto, é preciso chegarmo-nos a Ele, isto é, aproximarmos Dele com o intuito de mais aprender. Em particular, é na intimidade Dele. Nós, nos fazendo íntimos com o Cristo podemos realizar maravilhas.
…porém tudo declarava em particular aos seus discípulos.2
Marcos, que é sempre mais detalhista, nos diz que, os que aproximaram-se Dele, eram Pedro e André (irmãos), Tiago e João (irmãos). A particularidade daquele momento (em família), nos faz ver, que é justamente na intimidade que o Cristo tende a manifestar-se com mais naturalidade.
Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai, que vê o que está oculto; e teu Pai, que vê o que está oculto, te recompensará.3
Dize-nos quando serão essas coisas… - A previsão da destruição do templo tinha assustado mesmo os mais íntimos. É o mesmo que hoje aconteceria se fosse previsto a queda de uma sólida construção moderna, de um império poderoso como o da Microsoft ou do próprio EUA.
Desde modo, os discípulos querem logo saber: quando serão essas coisas…
Essas coisas, nesse tom de dificuldade de aceitação, vem nos mostrar justamente como é difícil para qualquer um de nós, conformar com a perda ou destruição do que ainda é para nós importante, mesmo que de um valor passageiro ou transitório.
…e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo? - Estes acontecimentos eram o prenúncio da parousia, palavra grega, que quer dizer "presença". Designava no mundo greco-romano, a visita oficial e solene de um príncipe a um lugar qualquer. Os cristãos adotaram-na como termo técnico para designar a vinda do Cristo.
Segundo o professor Carlos Torres Pastorino, a expressão fim do mundo, é um equívoco de tradução. Diz Pastorino: "… no original não está escrito télos toú kósmou (fim do mundo), mas synteleia toú aiónos (término do eon ou ciclo)."
A Bíblia de Jerusalém, traduz como "consumação dos tempos", dando também a entender, final de um ciclo, e não do mundo.

O evangelista nos dá a entender, em sua crença, que a volta de Jesus era o que marcaria o final deste ciclo. Nós particularmente entendemos a segunda vinda do Cristo, como a manifestação Dele em nós, ou seja, aquele momento em que assimilamos Sua mensagem e a colocamos em prática. É o que nos dá a entender o próprio Evangelho:
Jesus respondeu e disse-lhe: Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada.4
Ou seja, a volta de Jesus é uma questão íntima, particular de cada um; para aqueles que realizaram em si a reforma necessária, Ele já veio; para muitos virá breve; para outros demorará um pouco mais.
Assim, este momento glorioso de "Cristificação" íntima, marca o fim de um ciclo, ou, eon, como nos diz o professor Pastorino. É o fim do ciclo das dores em favor do Amor Pleno. Quando chegar este dia, dos templos físicos não restarão pedra sobre pedra, pois o Pai será adorado em espírito; e mesmo o templo divino do nosso corpo já não terá mais razão de ser, pois por conquista não precisaremos mais reencarnar, vivendo uma vida, plenamente espiritual.

E Jesus, respondendo, disse-lhes: Acautelai-vos, que ninguém vos engane…  

E Jesus, respondendo, disse-lhes…  - A resposta de Jesus é de grande importância, para a nossa evolução. Ele, que nos acompanha a milênios, sabe de que necessitamos, portanto, prestemos atenção.
…Acautelai-vos … - Acautelar é estar prevenido, resguardado, com atenção. O final dos tempos ou do ciclo de provas, é um momento de definição, por isso, nele é permitido tudo, ou seja, as coisas estarão às claras, tudo liberado, para que cada um possa mostrar quem realmente é; desta forma, é preciso estar vigilante: acautelai-vos. Muitas serão as ofertas, é preciso saber selecionar.
…que ninguém vos engane… - O Evangelho é claro: ninguém. Aí estão incluídos Espíritos encarnados, desencarnados, e nós mesmos através de nossos sentimentos desequilibrados.
Dizemos desta forma, porque elementos externos vão nos chamar a atenção, convidando-nos à vida fácil, porém eles só podem nos enganar com assentimento próprio. Isto é, quando adotamos comportamentos contrários à Lei de Deus, motivados por elementos exteriores, é porque houve sintonia destes elementos com aquilo que ainda acolhemos em nosso íntimo.
Ser enganado é ser iludido, só o Espírito não é passageiro; assim, ao valorizar mais as questões do mundo do que as efetivamente espirituais, estamos nos enganando ou nos iludindo, mais cedo ou mais tarde cairemos na realidade tendo que retornar ao caminho abandonado.

Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos.

Porque muitos virão em meu nome… - A princípio parece um contra senso estar em nome do Cristo, conduzindo alguém ao engano. E olha que Jesus nos alerta que serão muitos, vindos de todos os lados. Por isso é importante avaliarmos cada situação com a segurança evangélica; há mesmo comunicações ditadas por espíritos supostamente superiores que são na verdade enormes enganos. Não foi por outro motivo que Kardec, o bom senso encarnado, nos alertou para a necessidade do Controle Universal do Ensino dos Espíritos, pois como nos alerta o discípulo amado, não creiais em todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus. Outras vezes são Espíritos encarnados vestidos de pai, irmão, amigo, que se não tivermos cuidado, nos desviarão do caminho, e alegando motivos "justos". Se quisermos deste modo não ser enganados, é preciso estar determinados a viver o Evangelho onde quer que estejamos, em qualquer situação, mesmo que a princípio seja contrário aos nossos interesses imediatos.
…dizendo: Eu sou o Cristo… - Como dissemos anteriormente, em períodos de transição, é dada a oportunidade a todos de se manifestarem como realmente são. Esta manifestação tem dupla função, deixar cada um dizer a que veio, ou seja, definição de objetivos; e testar aqueles que já estão em condições de serem promovidos. Muitos virão dizendo eu sou o Cristo, isto é, defendendo teorias próprias, envoltas superficialmente de virtudes a serem conquistadas, mas que no fundo trazem ideias dominadoras e personalistas, que visam não o bem comum, mas o interesse daquele que quer se fazer líder. Em outros momentos são nossos próprios sentimentos inferiores, que escondendo atrás de falsa justiça, distorcem a verdade nos fazendo ver e divulgar ideais contrárias à ordem natural das coisas.
O próprio texto evangélico e as lições do Cristo já sofreram tal adulteração. Quantas vezes, nós mesmos não modificamos a interpretação de determinado ensinamento só para justificar um interesse que defendemos?
Muitos virão apoiados nas ideias de Jesus dizendo, eu sou o Cristo; por isso, estudemos, conheçamos a Verdade contida na Moral Evangélica, pois só ela nos libertará.
…e enganarão a muitos. – A invigilância, a má informação e a má intenção, serão os fatores principais deste engano. Por isso Jesus nos alerta:

Olhai, vigiai e orai……e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.
Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus.

 
Assim, cabe a cada um, não apenas precaver, mas conhecer; não somente conhecer, mas transformar-se.


E ouvireis de guerras e de rumores de guerras; olhai, não vos assusteis, porque é mister que isso tudo aconteça, mas ainda não é o fim. 

E ouvireis de guerras e de rumores de guerras…- Segundo o dicionário Aurélio, Guerra é combate, peleja, luta, conflito. Uma das características que marca o progresso do espírito é justamente o conflito, ou seja, a luta íntima entre o homem velho, e homem novo; entre os hábitos antigos e a necessidade de um comportamento novo em bases de renovação moral.
Assim, no plano íntimo é natural, neste final de ciclo, isto é, neste importante momento de definição para nós, que soframos com uma guerra interior, ou com um conflito providencial; pois, abandonar o que cultivamos como valores importantes, não é nada fácil, principalmente se os novos conceitos ainda não estão devidamente sedimentados em nossa intimidade. É o que Paulo define como bom combate:
Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.
…olhai, não vos assusteis, porque é mister que isso tudo aconteça… - Jesus nos convoca a uma atitude dinâmica diante dos conflitos: olhai… É Ele nos dizendo para participar do processo, não simplesmente deixar que as coisas aconteçam simplesmente por acaso, pois ao olhar enxergamos, e enxergando temos de tomar uma atitude diante dos acontecimentos.
Ao cristão verdadeiro cabe olhar para si, analisar seus próprios conflitos, buscar através do autoconhecimento sua própria melhoria, quanto aos embates externos, naquilo que puder deve auxiliar, no que for irremediável, compreender que faz parte do processo, é a Lei de Deus se cumprindo.
Não vos assusteis diz o Mestre. Assustar é amedrontar, atemorizar; portanto não tema, é a Sublime orientação; confie, tudo tem a sua razão de ser, é mister que isso tudo aconteça. Já dissemos, não há como implantar o novo, sem substituir o velho; e deixar o que estamos habituados é na maioria das vezes difícil, requer renúncia, sacrifícios, luta. Mas viver é justamente isto, vida é desafio, sem desafio não há progresso.
…mas ainda não é o fim. – Importante esta colocação, pois o conflito não é o fim, é muitas vezes o meio de se atingir o objetivo. É necessário passar pela dualidade para se atingir a Unidade, porém quando estamos oscilando é porque ainda necessitamos superar-nos, não é o fim, muito pelo contrário pode ser apenas o início, a conscientização para mudar.
É comum pensar, que por estarmos passando pela dificuldade já estamos resolvendo o problema, não é bem assim, é preciso saber passar, sacrificar algo, mas buscando uma situação melhor, mais acima; sofrer não é o plano que a Vida tem para nenhum de nós. É imperioso avançar, Ser Feliz.

2 Coríntios, 3: 6Marcos, 4: 34Mateus, 6: 6Bíblia de Jerusalém, pág. 1884.Sabedoria do Evangelho, 7° Volume, pág. 93João, 14: 23Conforme João, 4:24: "Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade."I João, 4: 1Marcos, 13: 33João, 8: 32Mateus, 5: 82 Timóteo, 4: 7




(Extraído do livro: "O Sermão Profético" )
 
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