quinta-feira, fevereiro 28, 2019

O Evangelho de Paulo

 
 
CRISTO NOS REMIU DA MALDIÇÃO DA LEI TORNANDO-SE MALDIÇÃO POR NÓS, PORQUE ESTÁ ESCRITO: "MAL-
DITO TODO AQUELE QUE É SUSPENSO NO MADEIRO".

Paulo faz uma analogia entre a crucificação de Jesus e o texto do Deuteronômio, 21: 23, que diz que o homem culpado suspenso no madeiro será um maldito de Deus.
O apóstolo faz-nos ver que Jesus, o Cristo, o Governador espiritual do planeta, se sujeitou à lei para nos livrar da maldição, que bem compreendida é o afastamento do Ser do Criador.
Jesus veio até nós através do processo da encarnação, se submeteu a todas as necessidades oriundas deste; mesmo sendo o Justo por Excelência deixou-se ser amaldiçoado pelos homens, tudo isso para nos remir do pecado. É o que diz Paulo; todavia entendamos corretamente o que significa nos remir.
Jesus não veio realizar por nenhum de nós, pois nem ele nem Espírito nenhum pode derrogar a Lei que não permite transferência de responsabilidades. O que nós desfizemos, cada um de nós terá que refazer de acordo com a sua responsabilidade, é da Lei que assim seja. O que Jesus fez foi ensinar-nos o caminho para melhor realizarmos cumprindo
assim o objetivo da Vida. Ele, como Espírito que já havia reconstruído este canal com o Pai podia, por experiência própria já vivida, ensinar-nos como atingir este ideal. Assim podemos melhor compreender, Cristo nos remiu da maldição da lei tornando-se maldição por nós.
Nós somos imortais do ponto de vista de que a imortalidade da alma é uma realidade, todavia só vamos atingir a condição de imortais no sentido de não mais morrermos, o dia que nos tornarmos espíritos redimidos pela nossa integração na Lei de Deus; pois quando este estado atingirmos não mais necessitaremos nos submetermos à lei da reencarnação que nos leva a nascer, morrer, sentir dor, contrariedades, etc., como mecanismo de depuração da alma.
Jesus ensinando-nos este caminho mostrou-nos a necessidade de cada um submeter-se à lei, tomar a sua cruz, ser amaldiçoado, e assim se erguer espiritualmente no madeiro pertinente a cada um de nós.

ASSIM, É QUE, POR MEIO DE CRISTO JESUS, DEVIAM OS GENTIOS TER PARTE NA BENÇÃO DE ABRAÃO, PARA QUE RECEBÊSSEMOS PELA FÉ O ESPÍRITO PROMETIDO.

A benção de Abraão está narrada no livro Gênesis:

E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome, e tu serás uma bênção. (...) e em ti serão benditas todas as famílias da terra. 14
 
E depois:
Gênesis, 12: 2 e 3

Então, o levou fora e disse: Olha, agora, para os céus e conta as estrelas, se as podes contar. E disse-lhe: Assim será a tua semente. E creu ele no Senhor, e foi-lhe imputado isto por justiça. Como vemos a promessa do Senhor a Abraão dizia respeito a toda humanidade: em ti serão benditas todas as famílias da terra.

Todavia o povo hebreu tomou-a só para si e achava-se o povo eleito, enquanto que os outros, os gentios, não participavam da benção.
Paulo que era de origem farisaica também tinha pensado do mesmo modo, porém, a partir de sua conversão em Damasco, quando conheceu o Cristo, compreendeu claramente este erro de interpretação, pois entendeu o que Jesus dissera quando afirmou não ter vindo derrogar a Torá, mas ampliar o seu entendimento.
Deste modo, conclui ele de forma magistral este parte da carta mostrando-nos que a Doutrina do Evangelho por ser Universal incluía na benção também os gentios, do mesmo modo que todos os povos futuros que viessem aderir à proposta de renovação pelo espírito.
Hoje a Doutrina Espírita nos ajuda a compreender este Universalismo do Cristo quando nos mostra que Jesus é o responsável diante de Deus por toda a comunidade do planeta Terra; assim, todos os enviados do bem, mesmo os líderes de outras religiões ainda não cristãs são em verdade emissários do Cristo planetário para a implantação do Reino de Deus na Terra. Desta forma, concluímos com Paulo que de uma forma ou de outra, toda a Humanidade do planeta é Cristã, pois é
dirigida pela mesma noúre  que vem de Deus através do Cristo Jesus.
Assim, lembremos do ensinamento final de Jesus em seus últimos momentos fisicamente entre nós:

Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros. (João, 13: 35)
 
E encerremos de vez com todo tipo preconceito religioso.
 
(Extraído do Livro "O Evangelho de Paulo" Lançamento Disponível em: www.institutodesperance.com.br)

segunda-feira, fevereiro 11, 2019

O Evangelho de Paulo


ADMIRO-ME QUE TÃO DEPRESSA ABANDONEIS AQUELE QUE VOS CHAMOU PELA GRAÇA DE CRISTO, E PASSEIS A OUTRO EVANGELHO. NÃO QUE HAJA OUTRO, MAS HÁ ALGUNS QUE VOS ESTÃO PERTURBANDO E QUERENDO CORROMPER O EVANGELHO DE CRISTO. (GÁLATAS, 1: 6 e 7)

Como já comentamos, certo dia, Paulo recebeu a visita de alguns seguidores seus da Galácia, que comentavam que alguns elementos ligados ao judaísmo de Jerusalém, apesar de já convertidos à nova doutrina, vindos da parte de Tiago, estavam na nova comunidade dos gálatas,desenvolvendo uma oposição a Paulo, dizendo que o Evangelho ensinado por este não era o verdadeiro Evangelho do Cristo; o de Paulo era incompleto e não abordava a necessidade dos cristãos de adotar a lei mosaica.
Paulo surpreso e entristecido lembra aos neófitos da Galácia como foi que eles aceitaram bem os ensinamentos do Cristo que receberam por ele, e que se sentia admirado como que de uma hora para outra pudessem eles mudar de opinião a respeito não só dele, Paulo, mas o que era pior, a respeito dos ensinamentos evangélicos. Tinham eles sido chamados por Deus.
Aqui cabe ressaltar que a palavra Evangelho não se refere ao conjunto de livros que hoje conhecemos por este nome, neste tempo eles ainda não existiam na forma conhecida. Havia apenas os manuscritos aramaicos de Levi (Mateus), e provavelmente só as duas cartas aos Tessalonicenses escritas por Paulo.
Então, como entender aqui a palavra Evangelho?
É importante lembrarmos que tanto o que conhecemos por Novo Testamento, quanto por Antigo Testamento, antes de existirem em sua forma escrita existiram de forma oral; portanto, Evangelho aqui representa os ensinamentos de Jesus que foram disseminados entre os judeus,e a partir daquele momento também aos gentios, por seus seguidores mais próximos, entre eles Paulo, que como vimos tinha recebido sua missão diretamente de Jesus.
Os gálatas tinham aceitado rapidamente a essência da mensagem cristã que lhes fora ensinada por Paulo, então, por que agora estavam voltando atrás?
Não existe outro Evangelho, dizia o apóstolo, compreendia ele que a mensagem do Cristo era única e essencialmente espiritual, tudo o que fosse exigência da forma a manter necessidades de aparência, era exclusivamente de origem humana. Paulo foi sem dúvida alguma, entre os discípulos da primeira hora, um dos que melhor compreendeu a profundidade da mensagem do Meigo Rabi Nazareno.
Ele mostra que estes elementos na realidade estavam querendo desvirtuar a mensagem e corromper o Evangelho, seja por ignorância, ou pelo que for. Era preciso que os discípulos da Galácia praticassem a lição do vigiai estando atentos para o discernimento necessário.
Hoje a coisa se dá do mesmo modo, estejamos, portanto, atentos.
Há no meio espírita, mesmo com toda a gama de conhecimento que esta doutrina nos felicita, elementos que querem desvirtuar a mensagem cristã do Espiritismo como Kardec entendia que fosse; e querem até mesmo, alguns, dissociar a Doutrina do Evangelho.
Não esqueçamos a verdadeira posição do Codificador, quando em O Livro dos Médiuns nos afirma claramente que o verdadeiro espírita é o espírita cristão, por ser cristã a essência da mensagem espírita.
Emmanuel vai mais além; segundo este iluminado Espírito, espiritismo sem Evangelho é nau sem rumo, é pura expressão fenomênica sem a verticalização necessária que nos conduz ao objetivo maior de iluminação própria.
Podemos ainda transcender mais dizendo que, do mesmo modo que o ensino oral antecede a lição escrita, o Espírito é anterior à matéria e as conquistas daquele devem ser prioritárias em relação às desta.
Quando desejamos avançar sob a ótica de espiritualidade a retaguarda que ainda grita em nós tenta de toda forma perturbar corrompendo nosso estado de alma superior. É o homem velho, que no texto está representado pelos judaizantes, que não conseguindo mais deter o avanço do que é espiritual busca diminuir nossas conquistas e subverter nossos valores essenciais. Há necessidade nestes momentos de vigilância e oração, pois se até em nossa intimidade temos estas dificuldades, o que não poderemos então dizer no que diz respeito às pessoas com
quem convivemos?
Não nos enganemos, só há um Evangelho, o do Bem, e é a este que devemos seguir.


Extraído do Livro "O Evangelho de Paulo" de Cláudio Fajardo. (LANÇAMENTO)

segunda-feira, fevereiro 04, 2019

O Evangelho de Paulo

É PORVENTURA O FAVOR DOS HOMENS QUE AGORA EU BUSCO, OU O FAVOR DE DEUS? OU PROCURO AGRADAR
AOS HOMENS? SE EU QUISESSE AINDA AGRADAR AOS HOMENS, NÃO SERIA SERVO DE CRISTO. (Gálatas, 1: 10)

Uma das acusações que pesava contra Paulo era de que ele por não exigir a circuncisão visava conquistar mais facilmente seus adeptos.
Seria assim, um oportunista.
 
O apóstolo responde de tal forma que põe a todos para pensar, inclusive nós nos dias de hoje. A quem buscamos servir, a Deus ou aos
homens? A Deus ou ao mundo?

Paulo lutou contra tudo e todos para divulgar o Evangelho, sofreu todo tipo de perseguição, açoites, acusações, sendo mais de uma vez preso e expulso da cidade em que trabalhava pelo Cristo. Deixou uma carreira certa de doutor da lei, que traria a ele poder e recursos financeiros. Tudo isso por quê? Pela causa do Evangelho.

Pode deste modo, então, ser acusado de oportunista?

O exemplo serve para nós nos dias atuais. A mesma pergunta devemos responder com sinceridade, a quem desejamos agradar? A quem estamos servindo?

E isto não falamos só para aqueles que ainda se perdem por posturas imediatistas e que nem pensam no serviço em favor do espírito; não, falamos principalmente para todos que, mesmo dizendo fazer parte da escola do Evangelho, muitas vezes usam desta prerrogativa para obter favores que mais dizem respeito às coisas do mundo.

Até pouco tempo atrás, dizer-se espírita era estar pronto para dores, sofrimentos, perseguições, etc., porém, hoje as coisas mudaram, ser espírita dá até reconhecimento positivo junto à sociedade, várias são as empresas que dão preferência quando da busca de funcionários para o seu quadro de pessoal, para aqueles que adotam o Evangelho à luz da interpretação espírita como forma de conduta. Isso é bom, mas é perigoso. Levam muitos desavisados ao movimento sem o devido ato

de verticalizar seus sentimentos em favor de sua transformação moral.

Buscar o favor de Deus, e servir ao Cristo, são atitudes de grande seriedade que exige muito daquele que se dispõe a este projeto de vida.

O Espiritismo cristão não pode ser encarado como mais uma religião, e sim como filosofia de vida o que é bem diferente. Servir ao Cristo é estar pronto a entregar-se pela Sua Causa que é a do serviço desinteressado em favor do semelhante e da comunidade; é dizer não ao interesse pessoal que é sem dúvida alguma a chaga da humanidade.

Paulo era servo do Cristo, jamais pensou em agradar aos homens como prioridade. E quando dizemos que não devemos ter por meta agradar aos homens, não estamos dizendo só do aspecto exterior de satisfazer aos outros, mas também de ter o desejo íntimo e sincero de ser feliz na simplicidade e no serviço do bem.

Não somos contra aqueles que desejam as alegrias do mundo, e nem os julgamos em suas posturas, porém é preciso que fique claro ao servidor do Evangelho que não estamos aqui a passeio, pensar assim é loucura, e evoluir no sentido de transformar-se em nova criatura em bases evangélicas dá trabalho e é bem dispendioso.

Muitos podem pensar que com estas palavras estamos desanimando os que iniciam na tarefa de transformação moral, porém temos a nosso favor o testemunho de Espíritos que seguiram pelo caminho da porta estreita. Dizem estes que se arrependem de não terem adotado antes o caminho do Evangelho, que têm um sentimento de tempo perdido, e que se soubessem quão grande valor têm as conquistas do Espírito muito mais teriam feito e sofrido na Terra, e mínima é a dor na Terra se comparada à alegria do Reino.

Não são poucos estes testemunhos, e são verdadeiros e confiáveis.

 

Extraído do Livro "O Evangelho de Paulo" de Cláudio Fajardo. (LANÇAMENTO)

Disponível em: http://www.institutodesperance.com.br/