Vi então o céu aberto: eis que apareceu um cavalo branco, cujo
montador se chama "Fiel" e "Verdadeiro" ele julga
e combate com justiça. (Apocalipse, 19: 11)
Como temos dito este décimo nono
capítulo é muito significativo para este momento em que estamos
vivendo. Ele narra eventos que estão ocorrendo e ainda vão se dar
neste instante que é o fechamento de um ciclo de evolução
planetária.
São ocorrências que têm o objetivo
de preparar o orbe e a humanidade de um modo geral para o Advento do
Messias que é popularmente conhecido no meio cristão como a Segunda
Vinda de Jesus.
É preciso compreender que este
advento significa o momento em que os ensinamentos de Jesus serão
coletivamente vivenciados, em que o Sermão do Monte será a
constituição única do planeta. Como dizia nosso saudoso amigo
Honório Abreu, a volta de Jesus não será física no sentido de Ele
encarnar, será operacional.
Ele mesmo, Jesus, foi sutil, porém
claro:
Se
alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e
viremos para ele e faremos nele morada.
(
grifo nosso)
Portanto, a segunda vinda de Jesus,
como é chamada, não é um evento que se dará em um dia, “será um
processo gradual composto de várias fazes”
Com segurança afirmamos que este
processo já está acontecendo, a cada dia que passa ele se abre
ainda mais para nossa percepção.
Vi então o céu aberto;
momento
claro de relacionamento entre o mundo físico e o espiritual, sendo
este um dos principais objetos do estudo da doutrina espírita.
Esta
expressão céu
aberto
indica um momento de uma comunicação mais ampla dos Espíritos com
os encarnados e isso inicia nos meados do século XIX com os eventos
que, estudados por Kardec, deram origem à Codificação Espírita.
...eis que apareceu um cavalo
branco; este
“aparecimento” não se deu ao acaso, a humanidade foi preparada
para este momento. Revolução industrial, iluminismo, avanço da
ciência, tudo isto e muito mais foram acontecimentos carinhosamente
preparado pela Espiritualidade superior sob a direção do Cristo,
para que no momento ideal pudesse aparecer.
Um cavalo branco; o cavalo é
um instrumento de transporte, de trabalho. Nele temos força. Era um
animal militar. Temos aí o símbolo de uma ação militar.
Todavia, esta ação militar sugerida
não se trata de uma guerra armada conforme conhecemos, mas de uma
luta, guerra mesmo, importante, contra a impiedade e todas as forças
do mal. Trata-se de um combate espiritual.
Combati
o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé
Porque
não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os
principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas
deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares
celestiais.
Podemos ver neste cavalo
como instrumento deste combate espiritual, o médium espírita
evangelizado que transporta o Cristo com a força da verdade.
Nosso
querido Chico Xavier, que é um destes, dizia não ser cavalo; mas em
sua humildade sincera, apenas um burrico, sugerindo que o cavalo era
Kardec.
Muitos
espíritas podem ver aí uma contradição, pois Kardec não era
médium. É preciso corrigir este entendimento. Não era médium
ativo no sentido no sentido de receber comunicações em reuniões
mediúnicas, entretanto foi um médium sensacional na organização e
codificação da doutrina dos espíritos, trabalhando amplamente com
os recursos da intuição que também é mediunidade.
Só assim,
pôde formatar a Terceira Revelação.
Portanto,
com toda segurança podemos ver no símbolo do cavalo
branco a figura do codificador
do espiritismo.
Branco sugerindo
pureza, união, paz e muitas outras virtudes conquistadas nos
milênios de experiências reencarnatórias.
Podemos
ainda como sutileza trabalhar com o seu nome de registro: Hipolyte.
Hipo
é um elemento
de formação de palavras
que exprime a ideia de cavalo, Do grego híppos,
«cavalo».
Lite
é um elemento de
formação pospositivo, de origem grega e carácter nominal, que
exprime a ideia de pedra e ocorre em nomes de minerais
(picrolite).
Portanto
temos “cavalo” e “pedra”. Pedra é um dos símbolos da
própria revelação:
“Pois
também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a
minha igreja...”
...cujo montador se chama
"Fiel" e "Verdadeiro"; dissemos,
o “cavalo” é o instrumento, ele transporta. O autor do
Apocalipse nos ajuda falando sobre o quê este cavalo transporta e
aqui podemos dizer também, como pergunta, quem?
Fiel
e verdadeiro
é o nome do cavaleiro. Lembremos, qual era o nome do guia espiritual
de Kardec? Verdade era o nome que ele se dava por conhecer.
Concluímos assim, que este “montador” era o Espírito de Verdade,
que na direção de todos os trabalhos, era o próprio Cristo, que
tinha como maiores instrumentos, a fidelidade, a obediência e o
amor, verdade por excelência, a Deus acima de todas as coisas.
Portanto, fiel e
verdadeiro.
...ele julga e combate com
justiça. No
antigo Testamento justiça era viver de acordo com a Torah. A Torah
era Palavra de Deus e obedecê-la era tido como justiça.
O
Papa Bento XVI diz que “O Sermão da Montanha” é a Torah de
Jesus, ou Torah do Messias.
É uma ideia que este combate e
justiça aqui tenha por base "O Sermão da Montanha" de Jesus, que é a
síntese de toda a Mensagem Cristã.
O combate já dissemos, é
espiritual. A justiça de
Jesus, por ser um Cristo, um Espírito em comunhão perfeita e
indescritível com Deus, que é amor, está por assim dizer absorvida
pelo amor que é maior.
Temos
deste modo, conforme expressa a Codificação Espírita, a Lei de Justiça, Amor e Caridade como Lei única.
Daí
depreendemos que este “julgamento” não é como o de um juiz de
nosso plano que sentencia uma pena. Podemos entender este
“julgamento” como uma seleção em que os ajustados ao sentimento
de bondade serão promovidos a mundos felizes, e os recalcitrantes no
mal condenados a novo ciclo expiatório em mundos mais afins com seu
estado de maldade.
Aí
temos a Lei completa aplicada: Justiça, Amor e Caridade.
Extraído do Livro: Segredos do Apocalipse (a publicar)