terça-feira, dezembro 13, 2022

Reencarnação Como Doutrina Bíblica





E passando Jesus, viu um homem cego de nascença. Perguntaram-lhe os seus discípulos: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego? Respondeu Jesus: Nem ele pecou nem seus pais; mas foi para que nele se manifestem as obras de Deus. (João, 9a; 1 a 3)

Em nosso último post sob o título de A Bíblia condena a Reencarnação? Comentamos o versículo 27 do capítulo 9 de Hebreus, mostrando que a Bíblia não condena a teoria da reencarnação.

Neste, comentando os versículos em epígrafe vamos mostrar que a reencarnação é, ao contrário do que dizem alguns, uma doutrina bíblica.

Qual a importância disto? Podem nos perguntar, por que é importante a Bíblia confirmar a reencarnação? De acordo com o que nos ensina Kardec, que oespiritismo é a 3aRevelação, ecomo se trata de Revelação Divina, não pode haver contradição entre a Doutrina Espírita e a Bíblia, pois nesta última está contida a obra básica e subsidiária da primeira e da segunda revelação.

A nosso ver, esta passagem narrada por João Evangelista, e a de Mateus, 17: 9 a 13, são as que mais claramente dizem sobre a teoria palingenésica. Em Mateus este evangelista diz: "Então entenderam os discípulos que lhes falava a respeito de João, o Batista"1, ou seja, segundo o próprio Jesus João Batista era Elias reencarnado, e os discípulos entenderam isto.

Nossos irmãos cristãos não reencarnacionistas, têm usado a fala de Jesus nesta passagem narrada por João para desaprovar a ideia reencarnatória, todavia se analisarmos com cuidado vamos ver que ao contrário, ela confirma a tese da pluralidade das existências.

Para isso vamos analisar separadamente a pergunta dos discípulos e a resposta de Jesus.

Perguntaram-lhe os seus discípulos: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?

Esta pergunta prova que a multiplicidade das existências era uma crença da época, pois, se era um cego de nascença e os discípulos tinham dúvida se seu pecado era causador da cegueira, este pecado só poderia ter acontecido numa existência anterior. O que os discípulos queriam, era a confirmação de Jesus.

Quanto ao pecado dos pais como causador da cegueira do filho, isto verdadeiramente a Bíblia condena:

"A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a iniquidade do pai, nem o pai levará a iniquidade do filho, A justiça do justo ficará sobre ele, e a impiedade do ímpio cairá sobre ele." (Ezequiel, 18:20)


********


Respondeu Jesus: Nem ele pecou nem seus pais; mas foi para que nele se manifestem as obras de Deus.

Esta resposta de Jesus têm levado alguns cristãos apressados a condenar a reencarnação. Não vemos as coisas assim.

O que Jesus disse é que neste caso específico a cegueira não era fruto de transgressões em encarnações anteriores. Como no caso do jovem rico. Ele disse ao jovem que precisaria vender tudo que tinha e dar aos pobres para herdar a vida eterna. Era especifico para ele, que talvez fosse muito apegado aos bens materiais. Isto não quer dizer que todos que quiserem herdar a vida eterna têm que doar seus bens para os necessitados.

Entretanto. podem afirmar alguns, Jesus também não falou sobre a reencarnação neste texto, aprovando-a.

É aí que está a questão. Jesus jamais foi negligente, ou ficou em cima do muro em relação às doutrinas erradas, ou a qualquer atitude que fosse contra as Leis de Deus.

Ele chegou a chamar as lideranças religiosas da época de raça de víboras, de sepulcro caiado, ou ainda de filhos do diabo, quando estes se opunham ao projeto de Deus. Até mesmo Simão Pedro um de seus apóstolos mais eminentes, quando se manifestou contrário a vontade do Criador, foi chamado de Satanás. Jesus não disse que Simão estava influenciado pelos Espíritos malignos, mas ele próprio foi chamado de Satanás, que é todo aquele que se faz adversário de Deus.

Isto confirma que sempre que via um erro ele, Jesus, era severo em combatê-lo imediatamente. Sendo assim, nesta passagem narrada por João, a do Cego de Nascença, se houvesse por parte do Mestre um repúdio à ideia reencarnacionista, ele se manifestaria na hora rechaçando-a, não tenhamos dúvida quanto a isso. Se ele assim não fez é porque aprovava a doutrina da pluralidade das existências.

Podem ainda questionar, mas por que então ele não se manifestou a favor da reencarnação naquele momento?

A resposta está neste mesmo Evangelho de João:


"Eu ainda tenho muitas verdades que desejo vos dizer, mas seria demais para o vosso entendimento neste momento." Jesus (João, 16: 12 KJA)

Mesmo que saibamos que a doutrina da reencarnação é mais antiga até mesmo do que a encarnação de Jesus, e que em seu tempo ela já era crença de alguns, a humanidade de um modo geral ainda precisava crescer em conhecimento e moral para que ela fosse uma crença popular, dai a necessidade de aguardar a vinda do Consolador.

Todavia, como conclusão. hoje podemos seguramente afirmar sem a menor dúvida, a doutrina da reencarnação é também uma doutrina bíblica. As revelações não se contradizem.



1Mateus, 17: 13


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terça-feira, dezembro 06, 2022

Hebreus, 9: 27 - A Bíblia Condena a Reencarnação?

#Pública






E como é um fato que os homens devem morrer uma só vez, depois do que vem um julgamento… (Hebreus, 9:27)

E como é um fato que os homens devem morrer uma só vez; um fato, alguns tradutores preferiram "está ordenado", ou seja, a morte física é uma Lei para o mundo em que vivemos. Ela  é fruto das transgressões do Espírito.

Nossos irmãos cristãos de formação católica ou protestante têm usado este versículo para dizer que a Bíblia condena a reencarnação.

É preciso analisar com isenção,  sem preconceito e sem dogmatismo.

Nenhuma análise literária pode ser feita desconsiderando o contexto em que a literatura está inserida, com a Bíblia não pode ser diferente.

Contextualmente este texto nada tem a ver com a teoria reencarnatória. Portanto, não podemos usá-lo nem contra nem a favor da tese palingenésica.

O que o texto quer dizer como mensagem central é que o sacrifício de Cristo foi único, ele não será repetido; a necessidade expiatória do Messias não mais existe. Ele já nos mostrou o caminho da salvação, agora cabe a cada um de nós a adesão ou não à Lei do Evangelho.

Entretanto, o autor diz que o homem morre uma só vez. Isto é um fato que não vamos questionar, mas que precisa ser entendido.

Realmente o homem morre uma só vez, nenhum homem reencarna, quem reencarna é o Espírito do homem. Há uma grande diferença entre o homem e o Espírito do homem, se o primeiro é mortal, o segundo não.

O que a doutrina espírita mostra, e diga-se de passagem outras também, é que o homem é um ser trino, composto de corpo físico, Espírito, e corpo espiritual. Este último ganha o nome de perispírito na Codificação Kardequiana. Outras escolas fazem menção a ele com outras nomenclaturas.

Alguns cristãos das escolas já citadas dizem que o homem é formado de corpo físico, Espírito e alma. A própria Bíblia refere-se ao perispírito como "corpo espiritual" (Cf. 1 Cor, 15: 44)

Os nomes não nos importam, o certo é que o homem não é um Espírito, este faz parte do homem se assim pudermos nos expressar. O homem tem um Espírito.

Quando acontece o desencarne, a morte é apenas do corpo físico. Neste instante o homem é desfeito, seu Espírito e seu corpo espiritual continuam existindo, e quando há o reencarne é o Espírito com o seu perispírito que reencarnam. É formado para ele um novo corpo e a partir daí surge um novo homem, aquele anterior não existe mais.

Portanto, este versículo nada diz contra a teoria reencarnatória.

Concluindo podemos repetir: o Espírito é imortal, o homem não. E a reencarnação também é um fato, uma Lei Universal.

depois do que vem um julgamento. A ideia é clara, após a "morte" vem um julgamento. Isto também em nada contraria a teoria reencarnatória.

Em todas as fazes evolutivas, que como já comentamos, se desenvolvem por ciclos, sejam estes maiores ou menores, a cada fim de ciclo há a necessidade uma avaliação. Esta avaliação é o próprio julgamento.

Em nossa vida física existem várias avaliações ou julgamentos. A prova escolar no final de um mês, bimestre ou ano, é um exemplo de julgamento sem o qual ninguém é promovido. O controle de qualidade realizado pelas empresas ou pelo próprio consumidor também é um exemplo de julgamento necessário.

Assim, nada mais natural do que após uma vida física seja feita uma avaliação desta. Logicamente a gravidade do julgamento e suas consequências serão de acordo com a importância do ciclo avaliado. Uma encarnação é diferente de um ano letivo na escola. Cada evento terá a sua ponderação.

O que podemos com segurança dizer é que mesmo que a avaliação defina próximos ciclos de correção, muitas das vezes amargos, a benignidade do Senhor é para sempre (Cf. Salmo 136). O que quer dizer que ela não termina com a morte física e que um "inferno eterno" não existe. O que só reafirma a Lei da reencarnação como a única a explicar por completo a justiça e a misericórdia de Deus.




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