sexta-feira, setembro 22, 2023

Carta aos Hebreus, 10: 1 a 3

 




Possuindo apenas a sombra dos bens futuros, e não a expressão própria das realidades, a Lei é totalmente incapaz, apesar dos mesmos sacrifícios sempre repetidos, oferecidos sem fim a cada ano, de levar à perfeição aqueles que deles participam. (Hebreus, 10: 1)

A lei aqui não representa a Lei de Deus, mas a lei que dava sustentação ao sacerdócio antigo.

O inspirado missivista a trata como sombra dos bens futuros.

A sombra é uma imagem de qualidade inferior. Não que a lei mosaica fosse ruim, mas que ela era menos elevada que a Lei do Evangelho. Era ainda uma cópia imperfeita.

Por bens futuros entendemos a herança do Evangelho e tudo que ele é em matéria de aperfeiçoamento do Espírito e redenção deste. A qualidade de vida está inclusa em todas as suas nuances; é a vida em abundância (Cf. João, 10:10)

Ela, a lei citada no versículo em comento, não é segundo o apóstolo evangelista, expressão própria das realidades. Quer dizer que ela não expressa com perfeição e exatidão a realidade, que é a vida espiritual superior. O vocábulo grego eikon tem por significado imagem verdadeira (as coisas celestiais), era usado para expressar a semelhança moral dos homens renovados com Deus.[1]

Destarte, a lei não era ruim, era ineficaz (devido aos mesmos sacrifícios sempre repetidos a cada ano) apesar de seus recursos, para aperfeiçoar o Espírito.

A lei tem a função de regular as relações. Ela mostra-nos o erro, isto é bom, mas por si só não aperfeiçoa, não transforma o ser intimamente.

Por exemplo, a lei dizia da necessidade de santificação, porém, não ensinava como obtê-la.

Ela é uma imposição de fora para dentro, de cima para baixo; o Evangelho espontâneo, único capaz de aperfeiçoar em termos de moral, leva à transformação de dentro para fora. A lei é boa para evitar o mal, o Evangelho é melhor por ensinar-nos a praticar o bem.

Em síntese, nosso autor deseja mostrar  a seus leitores a diferença entre a antiga aliança (lei) e a nova (Evangelho) que é a imagem perfeita que leva-nos à Vida proporcionada por Deus.

 Se não fosse assim, não se teria deixado de oferecê-los, se os que prestam culto, uma vez por todas purificados, já não tivessem nenhuma consciência dos pecados? Mas, ao contrário, é por meio destes sacrifícios que, anualmente, se renova a lembrança dos pecados. Além do mais, é impossível que o sangue de touros e bodes elimine os pecados. (Hebreus, 10: 2 a 4)

O autor deste admirável tratado tem se esforçado ao máximo para mostrar a seus leitores originais e a todos nós a questão essencial da vida.

O problema da dor, do sofrimento e do destino humano,  é antigo e ainda não resolvido.

Por intuição, ou mesmo revelação, todos os movimentos religiosos têm atribuído ao pecado – transgressão das leis universais – a causa de todos os males que nos acometem.

A questão é então livrar-nos dos pecados, nos purificar deles.

O texto desta Carta aos Hebreus tem mostrado a ineficácia dos sacrifícios feitos pelo antigo sistema sacerdotal.

Se estes que prestam o culto fossem uma vez por todas, purificados, não seria preciso oferecer sacrifícios repetidamente a cada ano é o que afirma este segundo versículo em estudo.

No próximo ele continua esclarecendo:

Mas, ao contrário, é por meio destes sacrifícios que, anualmente, se renova a lembrança dos pecados; ou seja, o que a lei antiga faz é trazer à memória nossas transgressões; ela renova a lembrança dos pecados. Como disse nas Carta aos Romanos a lei tem o poder apenas de mostrar ao homem sua condição de pecador nada podendo fazer quanto à eliminação definitiva do mal.

A lei é santa… diz a Carta citada acima (Romanos, 7: 12), pois já é um avanço para a inconsciência humana. Entretanto o que é necessário é fazer-se “Nova Criatura”, e este poder o autor não vê no antigo sistema de ofertas.

Ele continua a explicar:

Além do mais, é impossível que o sangue de touros e bodes elimine os pecados.

Por que esta impossibilidade? Simplesmente porque o problema é moral.

Todas as crises pelas quais passamos no fundo tratam-se de crises morais. É uma conclusão a que chega o autor desta Carta, conclusão esta que é plenamente atual em se tratando também das nossas dificuldades de hoje.

Enquanto não resolvermos estas questões mais enraizadas de nossa alma, não solucionaremos os problemas últimos de nossa existência.

...sangue de touros e bodes, regimes de esquerda ou de direita, não têm o poder de satisfazer nossos anseios, pois não podem eliminar nosso desajuste consciencial, nosso afastamento de Deus.

A saudade inexplicável que sentimos é a Dele – de Deus -, e isto só a nossa comunhão com a Lei Maior pode eliminar.

A recomposição de nosso Ser espiritual só se dará com este ajustamento. Esta será a glória da última casa (Ageu, 2: 9), a reconstrução definitiva de nosso Templo interior.

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[1] Dicionário Strongs


quarta-feira, setembro 20, 2023

Hebreus, 9: 27 - A Bíblia Condena a Reencarnação?

#Pública






E como é um fato que os homens devem morrer uma só vez, depois do que vem um julgamento… (Hebreus, 9:27)

E como é um fato que os homens devem morrer uma só vez; um fato, alguns tradutores preferiram "está ordenado", ou seja, a morte física é uma Lei para o mundo em que vivemos. Ela  é fruto das transgressões do Espírito.

Nossos irmãos cristãos de formação católica ou protestante têm usado este versículo para dizer que a Bíblia condena a reencarnação.

É preciso analisar com isenção,  sem preconceito e sem dogmatismo.

Nenhuma análise literária pode ser feita desconsiderando o contexto em que a literatura está inserida, com a Bíblia não pode ser diferente.

Contextualmente este texto nada tem a ver com a teoria reencarnatória. Portanto, não podemos usá-lo nem contra nem a favor da tese palingenésica.

O que o texto quer dizer como mensagem central é que o sacrifício de Cristo foi único, ele não será repetido; a necessidade expiatória do Messias não mais existe. Ele já nos mostrou o caminho da salvação, agora cabe a cada um de nós a adesão ou não à Lei do Evangelho.

Entretanto, o autor diz que o homem morre uma só vez. Isto é um fato que não vamos questionar, mas que precisa ser entendido.

Realmente o homem morre uma só vez, nenhum homem reencarna, quem reencarna é o Espírito do homem. Há uma grande diferença entre o homem e o Espírito do homem, se o primeiro é mortal, o segundo não.

O que a doutrina espírita mostra, e diga-se de passagem outras também, é que o homem é um ser trino, composto de corpo físico, Espírito, e corpo espiritual. Este último ganha o nome de perispírito na Codificação Kardequiana. Outras escolas fazem menção a ele com outras nomenclaturas.

Alguns cristãos das escolas já citadas dizem que o homem é formado de corpo físico, Espírito e alma. A própria Bíblia refere-se ao perispírito como "corpo espiritual" (Cf. 1 Cor, 15: 44)

Os nomes não nos importam, o certo é que o homem não é um Espírito, este faz parte do homem se assim pudermos nos expressar. O homem tem um Espírito.

Quando acontece o desencarne, a morte é apenas do corpo físico. Neste instante o homem é desfeito, seu Espírito e seu corpo espiritual continuam existindo, e quando há o reencarne é o Espírito com o seu perispírito que reencarnam. É formado para ele um novo corpo e a partir daí surge um novo homem, aquele anterior não existe mais.

Portanto, este versículo nada diz contra a teoria reencarnatória.

Concluindo podemos repetir: o Espírito é imortal, o homem não. E a reencarnação também é um fato, uma Lei Universal.

depois do que vem um julgamento. A ideia é clara, após a "morte" vem um julgamento. Isto também em nada contraria a teoria reencarnatória.

Em todas as fazes evolutivas, que como já comentamos, se desenvolvem por ciclos, sejam estes maiores ou menores, a cada fim de ciclo há a necessidade uma avaliação. Esta avaliação é o próprio julgamento.

Em nossa vida física existem várias avaliações ou julgamentos. A prova escolar no final de um mês, bimestre ou ano, é um exemplo de julgamento sem o qual ninguém é promovido. O controle de qualidade realizado pelas empresas ou pelo próprio consumidor também é um exemplo de julgamento necessário.

Assim, nada mais natural do que após uma vida física seja feita uma avaliação desta. Logicamente a gravidade do julgamento e suas consequências serão de acordo com a importância do ciclo avaliado. Uma encarnação é diferente de um ano letivo na escola. Cada evento terá a sua ponderação.

O que podemos com segurança dizer é que mesmo que a avaliação defina próximos ciclos de correção, muitas das vezes amargos, a benignidade do Senhor é para sempre (Cf. Salmo 136). O que quer dizer que ela não termina com a morte física e que um "inferno eterno" não existe. O que só reafirma a Lei da reencarnação como a única a explicar por completo a justiça e a misericórdia de Deus.




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terça-feira, setembro 12, 2023

De Adão a Noé - Traços da Evolução do Espírito (Filhas dos homens e filhos de Deus)

E aconteceu que, como os homens começaram a multiplicar-se sobre a face da terra, e lhes nasceram filhas… (Gênesis, 6: 1)

E aconteceu que; define o andamento da evolução, a raça humana [homens], autóctones e deportados, começam a multiplicar-se e espalhar-se pelo Orbe [face da terra]. 

Este desenvolvimento já havia se configurado no capítulo anterior; de Adão a Noé passaram-se muitos séculos. 

Esta multiplicação significa também uma série de vivências do grupo proporcionando uma maior sensibilização dos envolvidos neste processo evolucional. Pode também representar o aumento dos recursos que favoreceram o progresso deste grupo tanto ao nível das conquistas humanas como também espirituais. 

Há uma tendência nossa, devido ao aprisionamento do Espírito na matéria, de expandirmos em primeiro lugar sob o ponto de vista das questões materiais. Mesmo espiritualistas que somos, e certos da continuidade da vida após o trespasse físico, preocupamos em demasia em nos preparar, e a nossos filhos, pela educação formal, para as conquistas dos valores no campo puramente humano, através de uma boa profissão que proporcione conforto e conquista de valores amoedados. E mesmo no campo intelectual nosso desejo é saber mais para mais rapidamente dominarmos o ambiente em que nos movimentamos preferencialmente no que diz respeito aos poderes transitórios. 

Entretanto é preciso considerar que se o homem fosse só razão a evolução teria parado em Adão. A razão é um componente do campo mental da individualidade. Não podemos falar em sentimento sem o despertar da razão, por isso é que dos homens nasceram filhas. 

Analisando a profundidade do Ser estas filhas representam a formalização dos valores de sentimento da individualidade. Todo sistema de transmigração dos seres tem por finalidade promover a emersão dos valores na intimidade das criaturas. 

Viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram. (Gênesis, 6: 2)

Os Pais da Igreja, a partir do século IV, viram nestes filhos de Deus, a descendência de Sete, e nas filhas dos homens a descendência de Caim. 

Dentro da proposta espírita podemos ver nestes filhos de Deus Espíritos que vieram de outros Orbes com a missão de colaborar. Seriam os Abeis, os Setes, os profetas, enfim, os enviados do Cristo de um modo geral. 

As filhas dos homens seriam os autóctones [homens e mulheres] já mais elaborados pela presença dos deportados, ou mesmo estes numa proposta de evolução puramente horizontal através do cultivo de questões humanas simplesmente. 

O versículo nos sugere ainda a questão da vinculação e desvinculação. O ser é vinculado pelas circunstâncias e tem a necessidade de desvincular-se projetando-se mais além. A sexualidade surge de forma natural como uma lei que temos muito a aprender. Ou seja, é preciso aprendermos a vincular sem gerarmos escravização nossa ou de quem quer que seja, pois o ideal é a vinculação para desvinculação; é estar no mundo sem ser do mundo, ter autoridade moral para exercer a liberdade. 

Só a partir de uma melhor elaboração do autóctone ao nível do sentimento, pôde ele receber a enxertia dos filhos de Deus. Antes isso não seria possível. Devemos ver aqui enxertia tanto física como espiritual. Só no instante em que o nativo adquire certa condição ele começa a atrair o deportado e unir a ele na formação de seu clã. Este versículo fala-nos do momento histórico em que este estágio evolutivo se deu. 

As filhas dos homens eram formosas. Podemos ver a questão sob dois aspectos. O primeiro seria que este adjetivo "formosa" nos fala de um sentimento mais elaborado, o que é conquistado pelo homem com o encaminhamento do processo evolutivo. É o que estamos realizando ainda hoje, ou seja, nosso grande desafio autoeducativo é a transformação de nosso sentimento sendo este elaborado em bases evangélicas. Esta é a meta do aperfeiçoamento a que o Espírito está sujeito. À medida que o Espírito vai se depurando, e tornando-se mais "formoso" sob o ponto de vista de uma moral em harmonia com Deus, este vai atraindo mais os filhos de Deus, que são os Espíritos trabalhadores do Bem e junto com eles criando situações melhores e construindo o ambiente propício para que o Bem seja implantado como conquista não só nos corações, mas em todo o Universo. 

Há uma lenda antiga em que nasceram gigantes da união de seres celestiais com seres humanos mortais; a exegese hebraica viu nestes filhos de Deus, anjos caídos que se acasalaram com mulheres humanas nascendo desta união os heróis humanos. 

Esta hipótese nos sugere uma segunda interpretação em que estes filhos de Deus seriam Espíritos vindos realmente de outras esferas planetárias, de mundos mais evoluídos, porém em queda[1], aqui eles se deixaram levar pelo que era "agradável aos olhos"(Gênesis, 3: 6) despertando sentimentos ligados a uma sensualidade sem a devida responsabilidade. 

Neste caso há uma vinculação negativa, a que escraviza, deturpando assim, o andamento da evolução e nos aprisionando cada vez mais a sentimentos inferiores. Quando isto se dá é culpa nossa, nós fomos quem tivemos a oportunidade de fazer de um modo e pelo livre arbítrio - escolheram [denotando seleção, sintonia, de acordo com o estado evolutivo] - fizemos de outro menos oportuno. 


(Texto extraído do livro "Haja Luz - De Adão a Noé Traços da Evolução do Espírito".) Livro ainda não publicado.


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[1] Não necessariamente em queda; pode significar também Espíritos que vieram para colaborar, exercer uma missão, mas que eram passíveis de errar, e sendo invigilantes se comprometeram. 


terça-feira, agosto 29, 2023

O Grande Pastor de Ovelhas - Hebreus, 13: 20

#interna




O Deus da paz, que fez subir dentre os mortos aquele que se tornou, pelo sangue de uma aliança eterna, o grande Pastor das ovelhas, nosso Senhor Jesus... (Hebreus, 13: 20)

Podemos ver este versículo como uma síntese da Carta; ele harmoniza conceitos trabalhados nela acrescentando mais alguns. 

O Deus da paz; esta é uma expressão só usada nas Escrituras por Paulo. 

A paz é a síntese de todas as curas e do bem-estar do Espírito imortal. Ela é fruto da reconciliação consigo mesmo, da recomposição da consciência. 

Deste modo, podemos entender que ela, a paz, só existe de modo finalístico em Deus, na harmonia com Sua Lei. 

...que fez subir dentre os mortos aquele...; a referência é a Jesus e à sua ressurreição. Hebreus não fala em outro ponto sobre a ressureição de Jesus, apesar de deixar isto claro nas entrelinhas ao dizer que Ele destruiu pela morte o dominador da morte (Cf. Hb, 2: 14) 

A ressurreição era crença comum do judaísmo farisaico. No cristianismo, desde o princípio, é um tema fundamental. 

Jesus através dela provou a imortalidade da alma, dentro das possiblidades possíveis, de acordo com o estágio evolutivo da humanidade da época. 

Hoje, a doutrina espírita pela mediunidade e pela Lei da reencarnação aprofunda este entendimento com bom senso, lógica, e rigor científico, com excelentes consequências morais. 

Para nós espíritas Jesus não morreu na cruz, ele deixou o corpo físico para imergir no mundo espiritual. Isso se dará com todos nós também. 

Como podemos assim, conciliar ressurreição com reencarnação? 

Na visão espírita a ressurreição simboliza a redenção final do Espírito. Será o momento em que ele não terá mais a necessidade de reencarnar, de estar "preso" na matéria. 

A reencarnação é uma necessidade para evolução, para o aperfeiçoamento completo do Espírito. É através dela que chegaremos à ressurreição. Assim entendemos que a ressurreição é o objetivo, a reencarnação o processo. 

Jesus já era um Espírito ressurreto antes de encarnar, ele tomou um corpo semelhante ao nosso para nos ensinar o caminho da redenção, para nos mostrar como realizar com excelência este processo. 

Nossa vida futura em Seu Reino é a salvação final, a ressurreição do último dia, 

Último, significando nossa entrada na eternidade onde o tempo deixará de existir. 

...que se tornou, pelo sangue de uma aliança eterna; a aliança eterna é um dos principais temas de Hebreus. Na Bíblia temos várias alianças feitas por Deus com o homem, entretanto em Cristo temos a Eterna Aliança, a perfeita, que não poderá jamais ser ultrapassada. 

Por que ela é eterna e não poderá ser ultrapassada? 

Porque é o ajuste completo do ser humano com a Lei Divina. Em Adão temos a queda, o rompimento com a Lei e com Deus; em Cristo temos a salvação, a recomposição, a volta do Espírito para o Reino Celestial. 

O sangue já comentamos, simboliza o testemunho de amor, a vida de entrega a Deus através do semelhante. Trata-se do testemunho que irá operar a morte do interesse pessoal, do egoísmo, do orgulho. Em Cristo, como Jesus exemplificou, será um testemunho sem violência. 

Em síntese, será a morte da morte pela recomposição da consciência. 

...o grande Pastor das ovelhas, nosso Senhor Jesus... as ovelhas somos todos nós Espíritos decaídos que Deus entregou a Seu Cristo para que reconduzisse-nos a Ele. 

Jesus vela por nós há bilhões de anos... 

Este conceito de Jesus como pastor é inédito em Hebreus, mas não no Novo Testamento. Ele próprio disse: 

Eu sou o bom pastor, o bom pastor dá a vida por suas ovelhas.[1] 

Assim, compreendemos que Ele é o nosso condutor, a Ele devemos acolher e seguirmos sempre. 

Ele é grande e Senhor, Guia e Modelo[2]. 



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[1] João, 10: 11 

[2]  O Livro dos Espíritos Questão 625 


terça-feira, agosto 08, 2023

Dragão, Besta e Falso Profeta - Apocalipse, 16: 13 e 14

13Nisto vi que da boca do Dragão, da boca da Besta e da boca do falso profeta saíram três espíritos impuros, como sapos. 

Nisto vi que da boca do Dragão, da boca da Besta e da boca do falso profeta saíram…; saíram da boca, mais uma vez este órgão disseminador dos conceitos atuando dentro da faixa que lhe diz respeito. Estejamos atentos em relação ao que sai de nossa boca. Estamos sendo instrumentos de quem? 

Estes três elementos aqui citados, Dragão, Besta, e falso profeta, representam os padrões por nós cultivados nos campos mentais e de sentimento que têm feito conexão com as linhas do atraso evolucional através de toda sorte de transgressões que temos cometido. Trata-se de tudo com que temos nos alimentado antes da chegada do Evangelho libertador em nossa experiência milenar. 

São estes elementos que vão com o tempo construindo em nós a necessidade dos conflitos característicos destes ciclos finais e definidos como Armagedom e que têm um papel muito importante para o nosso progresso e libertação definitiva do mal como temos insistido em colocar. 

Neste passo é preciso nos pautarmos por grande vigilância, pois o encaminhamento do processo negativo é muito sutil e se não tomarmos cuidado ele nos aprisiona de uma forma até mesmo "gostosa" e quando damos por conta já estamos completamente aderidos ao serviço anticristão através de nossos comportamentos. 

Temos Dragão, Besta, e falso profeta, notamos aí um encaminhamento evolucional de grande sutileza. Se encontrássemos com um Dragão nas ruas nos dias de hoje ficaríamos tão assustados que ele não faria efeito em nós, tenderíamos a eliminá-lo. Assim ele evoluiu para a Besta, que assusta, mas nem tanto, e que muito agiu nos séculos através de reis entre outras lideranças causando para nós, hoje, depois de uma evolução ética e sociológica, alguns pavores. Na sequência, a Besta também teve de evoluir e passou a se manifestar como o falso profeta, sendo este muito perigoso nestes dias finais conforme tinha já nos alertado o próprio Jesus. Este falso profeta age através da disseminação dos conceitos complicados que muitas vezes nos iludem pela forma, mas que no fundo têm a marca da Besta e do Dragão, que não esqueçamos evoluiu da Serpente. Outras vezes há a presença deste falso profeta, não podemos deixar de percebê-lo, através até mesmo de comportamentos louvados no campo social e que achamos não fazer mal algum. Existe dedo em tudo isto dos adversários do Cordeiro e isto se manifesta de formas comuns em nossa vida e que nem imaginamos os malefícios trazidos à comunidade de um modo geral. 

Há em nossas músicas, literatura, vídeos, aqui incluindo televisão, cinema, e internet de um modo geral, a marca da Besta através do falso profeta de tal modo que somos violados em nossas necessidades espirituais até mesmo sem perceber. Não somos contra nenhum destes recursos, todos eles são consequência da evolução e se bem usados podem muito favorecer nosso ganho moral, todavia, tenhamos cuidado, nossos sentidos ainda estão bastante contaminados, e mesmo naquilo que já estamos nos reerguendo ainda nos achamos convalescentes, daí a sutileza do processo e do perigo destes chamados "falsos profetas". 

… três espíritos impuros, como sapos. Estes Espíritos impuros, imundos, conforme outras versões, são expressões do Dragão, da Besta, e do falso profeta. Eles saem da boca destas criaturas. Já comentamos bastante sobre isto e o seu significado. Deste modo, aqui eles não representam simplesmente três seres ligados às trevas, três inteligências negativas, mas todo processo de maldade que vige através daqueles que se opõem a Deus e ao Seu Evangelho. 

O sapo, ou rã – este parece ser o significado mais comum do vocábulo original – era na literatura oriental um sinal de maldade, elas, as rãs, traziam as dores e enfermidades, simbolizavam também os poderes demoníacos. Tanto sapo quanto rã são seres que habitando charcos, no brejo, no meio da lama, estão muito ligados à terra. São representações de nossos interesses mundanos presos ao que esta em baixo, o materialismo que é característica da Besta deve ser lembrado aqui. 

Todos estes seres, então, conforme já comentamos são figuras para definirem o jogo de interesses com que se manifesta a Besta e seus algozes, entre eles os falsos profetas. 

João Batista foi, segundo o próprio Evangelho, um verdadeiro profeta, talvez o maior de todos os tempos. Ele representa para nós o pensamento ideal pelo qual nos devemos pautar:  

Convém que ele [Cristo] cresça e que eu diminua.[1] 

O falso profeta, só para que o reconheçamos já que ele traz tanta negatividade para todos nós, é justamente aquele que age em sentido contrário a este verso, ou seja, é o que se dá tanta importância, considerando menos os outros e as outras ideias, até mesmo as veiculadas por Jesus. Em síntese, é aquele que age buscando evidenciar a si próprio e seu interesse pessoal. Todo pensamento que busca desfigurar a ideia de Deus, o que se deu por muitos elementos na história e ainda se dá de grande modo hoje, até mesmo no seio das religiões, é também tema a ser visto nesta simbologia. 

Tudo o que advém daí está simbolizado nestes três Espíritos impuros, e o que é pior, ao dizer que eles são como sapos, ou rãs, evidenciam que assim são não por ignorância, mas por maldade. 



[1] João, 3: 30 


14São, com efeito, espíritos de demônios: fazem maravilhas e vão até aos reis de toda a terra, a fim de reuni-los para a guerra do Grande Dia do Deus todo-poderoso. 

São, com efeito, espíritos de demônios: fazem maravilhas; outro modo do "falso profeta" operar é realizando maravilhas, o que a literatura religiosa denomina por milagre. Não estamos dizendo com isto que toda obra de maravilha seja feita em nome da Besta, não, não é assim, temos de ter discernimento. 

Entretanto, pode um grupo de Espíritos ainda ligados ao atraso moral, ao imediatismo, atuar ajudando um médium a fazer curas, por exemplo; ele, o médium acha que está sendo usado pela Espiritualidade superior, pois atua sanando dores, e, no entanto, em muitos casos, está sendo usado pelas forças da negatividade. 

Qual a diferença? O médium bem orientado, ou o cristão de um modo geral, age, não preocupando com resultados imediatos, o foco dele não é a cura física, mas a promoção espiritual. Existem enfermidades que, sem querer cultivar a ideia de que o sofrimento é necessário, servem como verdadeiras alavancas para o Espírito nos terrenos da evolução, estas não podem ser simplesmente tiradas de uma hora para outra, seria como tirar o próprio medicamento do enfermo. 

Esta preocupação de, será que o meu passe o fez melhorar? Será que minha prece foi importante? É indução do falso profeta, estejamos atentos. É personalismo puro. Elementos que se preocupam simplesmente com a cura dos enfermos de um ponto de vista físico sem a devida preocupação com a evangelização dos mesmos não estão bem encaminhados. Esta cura miraculosa pode até mesmo ser obra das trevas para desviar a atenção do ponto mais importante que é o reeducativo da alma. Assim, o verdadeiro "milagre" ele é didático, ou seja, traz em si algo de aprendizado para a criatura e promove ela a um estágio espiritual melhor do que o anterior. Ele promove a conversão, a restauração da alma. 

…e vão até aos reis de toda a terra; a expressão reis da terra é diferente da "reis do oriente" que comentamos anteriormente. Esta, dissemos, refere-se a elementos que trabalham para o Senhor da Vida e pela implantação de Seu Evangelho. Reis da terra diz respeito a lideranças negativas que disseminam os interesses do mundo e que muitas vezes estão vestidos de "espiritualistas" tenhamos cuidado. 

Eles às vezes vêm juntos, aproveitando a mesma secura do Eufrates, mas são distintos. 

Desnecessário se é comentar mais, a grande diferença em síntese está em nome de quem atuam. Se houver interesse pessoal, personalismo, trata-se de rei da terra, é muito comum até mesmo estes fazerem o bem, estejamos atentos. Os reis do Oriente, que são aqueles que atuam em nome do Cristo, são os que, como o Batista, trabalham por diminuir-se para que Ele, o Cristo, cresça. Estes têm consciência: a obra é Dele, isto é do Cristo. 

Notemos a movimentação, estes Espíritos encarregados de promover a ilusão conhecem aqueles que irão lhe servir de instrumentos, mesmo que estes estejam bem intencionados, sabem da vaidade, que existe na intimidade de cada um, por isso, vão até eles, é o que diz o texto. Ou seja, eles atuam com objetividade dentro do plano de seus interesses, assim tenhamos cuidado com os nossos sentimentos, pois estes despertam elementos dos dois planos da vida, e dizem respeito a que time pertencemos, se ao da Besta ou ao do Cordeiro. As aparências podem ser as mesmas e confundirem os mais desavisados: 

porque surgirão falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos.[1] 

…a fim de reuni-los para a guerra do Grande Dia do Deus todo-poderoso. Este grande dia do Deus todo poderoso representa o momento do ápice do final de um ciclo evolutivo. É preciso lembrar que ele está sendo preparado por todas as etapas anteriores e que tem o ponto culminante quando chega o amadurecimento daqueles, ou daquele, que estão envolvidos no processo. Dissemos assim, pois este dia existe no plano tanto individual quanto coletivo. 

Este dia é sempre de juízo, pois tem por objetivo fazer uma avaliação, sempre com fins didáticos, visando a promoção das criaturas. Temos "destes dias" ao final de cada processo realizado, seja de um ciclo menor, ou maior. 

Nosso planeta passa por um período de grandes transformações, daí ser comum que acontecimentos coletivos de grande expressão nos visitem nestes momentos com o objetivo de avaliar muitos Espíritos de forma coletiva. São os acontecimentos denominados pela linguagem popular, como "apocalípticos". 

O texto nos diz de uma guerra, isto porque, verdadeiramente assim é, e assim será. Esta guerra representa não só os desafios físicos e aparentes a que estamos sujeitos, mas também à mais importante das lutas, que é a luta íntima pela qual todos passamos nestes instantes. Guerra de interesses e de sentimentos estão em foco, e só a individualidade pode dizer a respeito da que cada um enfrenta, não há como avaliar os desafios, os sofrimentos e as angústias do outro. Este é mais um ponto que nos diz que tanto a evolução tanto quanto a promoção é individual. A coletividade pode e deve ajudar uns aos outros, todavia o processo de cada um se dá na solidão… 

Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?[2] 

Este é, como diz o salmista, o bramido de cada um neste grande dia. 

Meu Deus, eu grito de dia, e não me respondes, de noite, e nunca tenho descanso.[3] 




[1] Mateus, 24: 24 

[2] Salmo, 22: 1 (ou dois, conforme a versão) 

[3] Salmo, : 22: 2 (ou três, conforme a versão)


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