13Nisto vi que da boca do Dragão, da boca da Besta e da boca do falso profeta saíram três espíritos impuros, como sapos.
Nisto vi que da boca do Dragão, da boca da Besta e da boca do falso profeta saíram…; saíram da boca, mais uma vez este órgão disseminador dos conceitos atuando dentro da faixa que lhe diz respeito. Estejamos atentos em relação ao que sai de nossa boca. Estamos sendo instrumentos de quem?
Estes três elementos aqui citados, Dragão, Besta, e falso profeta, representam os padrões por nós cultivados nos campos mentais e de sentimento que têm feito conexão com as linhas do atraso evolucional através de toda sorte de transgressões que temos cometido. Trata-se de tudo com que temos nos alimentado antes da chegada do Evangelho libertador em nossa experiência milenar.
São estes elementos que vão com o tempo construindo em nós a necessidade dos conflitos característicos destes ciclos finais e definidos como Armagedom e que têm um papel muito importante para o nosso progresso e libertação definitiva do mal como temos insistido em colocar.
Neste passo é preciso nos pautarmos por grande vigilância, pois o encaminhamento do processo negativo é muito sutil e se não tomarmos cuidado ele nos aprisiona de uma forma até mesmo "gostosa" e quando damos por conta já estamos completamente aderidos ao serviço anticristão através de nossos comportamentos.
Temos Dragão, Besta, e falso profeta, notamos aí um encaminhamento evolucional de grande sutileza. Se encontrássemos com um Dragão nas ruas nos dias de hoje ficaríamos tão assustados que ele não faria efeito em nós, tenderíamos a eliminá-lo. Assim ele evoluiu para a Besta, que assusta, mas nem tanto, e que muito agiu nos séculos através de reis entre outras lideranças causando para nós, hoje, depois de uma evolução ética e sociológica, alguns pavores. Na sequência, a Besta também teve de evoluir e passou a se manifestar como o falso profeta, sendo este muito perigoso nestes dias finais conforme tinha já nos alertado o próprio Jesus. Este falso profeta age através da disseminação dos conceitos complicados que muitas vezes nos iludem pela forma, mas que no fundo têm a marca da Besta e do Dragão, que não esqueçamos evoluiu da Serpente. Outras vezes há a presença deste falso profeta, não podemos deixar de percebê-lo, através até mesmo de comportamentos louvados no campo social e que achamos não fazer mal algum. Existe dedo em tudo isto dos adversários do Cordeiro e isto se manifesta de formas comuns em nossa vida e que nem imaginamos os malefícios trazidos à comunidade de um modo geral.
Há em nossas músicas, literatura, vídeos, aqui incluindo televisão, cinema, e internet de um modo geral, a marca da Besta através do falso profeta de tal modo que somos violados em nossas necessidades espirituais até mesmo sem perceber. Não somos contra nenhum destes recursos, todos eles são consequência da evolução e se bem usados podem muito favorecer nosso ganho moral, todavia, tenhamos cuidado, nossos sentidos ainda estão bastante contaminados, e mesmo naquilo que já estamos nos reerguendo ainda nos achamos convalescentes, daí a sutileza do processo e do perigo destes chamados "falsos profetas".
… três espíritos impuros, como sapos. Estes Espíritos impuros, imundos, conforme outras versões, são expressões do Dragão, da Besta, e do falso profeta. Eles saem da boca destas criaturas. Já comentamos bastante sobre isto e o seu significado. Deste modo, aqui eles não representam simplesmente três seres ligados às trevas, três inteligências negativas, mas todo processo de maldade que vige através daqueles que se opõem a Deus e ao Seu Evangelho.
O sapo, ou rã – este parece ser o significado mais comum do vocábulo original – era na literatura oriental um sinal de maldade, elas, as rãs, traziam as dores e enfermidades, simbolizavam também os poderes demoníacos. Tanto sapo quanto rã são seres que habitando charcos, no brejo, no meio da lama, estão muito ligados à terra. São representações de nossos interesses mundanos presos ao que esta em baixo, o materialismo que é característica da Besta deve ser lembrado aqui.
Todos estes seres, então, conforme já comentamos são figuras para definirem o jogo de interesses com que se manifesta a Besta e seus algozes, entre eles os falsos profetas.
João Batista foi, segundo o próprio Evangelho, um verdadeiro profeta, talvez o maior de todos os tempos. Ele representa para nós o pensamento ideal pelo qual nos devemos pautar:
Convém que ele [Cristo] cresça e que eu diminua.[1]
O falso profeta, só para que o reconheçamos já que ele traz tanta negatividade para todos nós, é justamente aquele que age em sentido contrário a este verso, ou seja, é o que se dá tanta importância, considerando menos os outros e as outras ideias, até mesmo as veiculadas por Jesus. Em síntese, é aquele que age buscando evidenciar a si próprio e seu interesse pessoal. Todo pensamento que busca desfigurar a ideia de Deus, o que se deu por muitos elementos na história e ainda se dá de grande modo hoje, até mesmo no seio das religiões, é também tema a ser visto nesta simbologia.
Tudo o que advém daí está simbolizado nestes três Espíritos impuros, e o que é pior, ao dizer que eles são como sapos, ou rãs, evidenciam que assim são não por ignorância, mas por maldade.
São, com efeito, espíritos de demônios: fazem maravilhas; outro modo do "falso profeta" operar é realizando maravilhas, o que a literatura religiosa denomina por milagre. Não estamos dizendo com isto que toda obra de maravilha seja feita em nome da Besta, não, não é assim, temos de ter discernimento.
Entretanto, pode um grupo de Espíritos ainda ligados ao atraso moral, ao imediatismo, atuar ajudando um médium a fazer curas, por exemplo; ele, o médium acha que está sendo usado pela Espiritualidade superior, pois atua sanando dores, e, no entanto, em muitos casos, está sendo usado pelas forças da negatividade.
Qual a diferença? O médium bem orientado, ou o cristão de um modo geral, age, não preocupando com resultados imediatos, o foco dele não é a cura física, mas a promoção espiritual. Existem enfermidades que, sem querer cultivar a ideia de que o sofrimento é necessário, servem como verdadeiras alavancas para o Espírito nos terrenos da evolução, estas não podem ser simplesmente tiradas de uma hora para outra, seria como tirar o próprio medicamento do enfermo.
Esta preocupação de, será que o meu passe o fez melhorar? Será que minha prece foi importante? É indução do falso profeta, estejamos atentos. É personalismo puro. Elementos que se preocupam simplesmente com a cura dos enfermos de um ponto de vista físico sem a devida preocupação com a evangelização dos mesmos não estão bem encaminhados. Esta cura miraculosa pode até mesmo ser obra das trevas para desviar a atenção do ponto mais importante que é o reeducativo da alma. Assim, o verdadeiro "milagre" ele é didático, ou seja, traz em si algo de aprendizado para a criatura e promove ela a um estágio espiritual melhor do que o anterior. Ele promove a conversão, a restauração da alma.
…e vão até aos reis de toda a terra; a expressão reis da terra é diferente da "reis do oriente" que comentamos anteriormente. Esta, dissemos, refere-se a elementos que trabalham para o Senhor da Vida e pela implantação de Seu Evangelho. Reis da terra diz respeito a lideranças negativas que disseminam os interesses do mundo e que muitas vezes estão vestidos de "espiritualistas" tenhamos cuidado.
Eles às vezes vêm juntos, aproveitando a mesma secura do Eufrates, mas são distintos.
Desnecessário se é comentar mais, a grande diferença em síntese está em nome de quem atuam. Se houver interesse pessoal, personalismo, trata-se de rei da terra, é muito comum até mesmo estes fazerem o bem, estejamos atentos. Os reis do Oriente, que são aqueles que atuam em nome do Cristo, são os que, como o Batista, trabalham por diminuir-se para que Ele, o Cristo, cresça. Estes têm consciência: a obra é Dele, isto é do Cristo.
Notemos a movimentação, estes Espíritos encarregados de promover a ilusão conhecem aqueles que irão lhe servir de instrumentos, mesmo que estes estejam bem intencionados, sabem da vaidade, que existe na intimidade de cada um, por isso, vão até eles, é o que diz o texto. Ou seja, eles atuam com objetividade dentro do plano de seus interesses, assim tenhamos cuidado com os nossos sentimentos, pois estes despertam elementos dos dois planos da vida, e dizem respeito a que time pertencemos, se ao da Besta ou ao do Cordeiro. As aparências podem ser as mesmas e confundirem os mais desavisados:
…porque surgirão falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos.[1]
…a fim de reuni-los para a guerra do Grande Dia do Deus todo-poderoso. Este grande dia do Deus todo poderoso representa o momento do ápice do final de um ciclo evolutivo. É preciso lembrar que ele está sendo preparado por todas as etapas anteriores e que tem o ponto culminante quando chega o amadurecimento daqueles, ou daquele, que estão envolvidos no processo. Dissemos assim, pois este dia existe no plano tanto individual quanto coletivo.
Este dia é sempre de juízo, pois tem por objetivo fazer uma avaliação, sempre com fins didáticos, visando a promoção das criaturas. Temos "destes dias" ao final de cada processo realizado, seja de um ciclo menor, ou maior.
Nosso planeta passa por um período de grandes transformações, daí ser comum que acontecimentos coletivos de grande expressão nos visitem nestes momentos com o objetivo de avaliar muitos Espíritos de forma coletiva. São os acontecimentos denominados pela linguagem popular, como "apocalípticos".
O texto nos diz de uma guerra, isto porque, verdadeiramente assim é, e assim será. Esta guerra representa não só os desafios físicos e aparentes a que estamos sujeitos, mas também à mais importante das lutas, que é a luta íntima pela qual todos passamos nestes instantes. Guerra de interesses e de sentimentos estão em foco, e só a individualidade pode dizer a respeito da que cada um enfrenta, não há como avaliar os desafios, os sofrimentos e as angústias do outro. Este é mais um ponto que nos diz que tanto a evolução tanto quanto a promoção é individual. A coletividade pode e deve ajudar uns aos outros, todavia o processo de cada um se dá na solidão…
Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?[2]
Este é, como diz o salmista, o bramido de cada um neste grande dia.
Meu Deus, eu grito de dia, e não me respondes, de noite, e nunca tenho descanso.[3]
[1] Mateus, 24: 24
[2] Salmo, 22: 1 (ou dois, conforme a versão)
[3] Salmo, : 22: 2 (ou três, conforme a versão)
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