A Evolução do pensamento a respeito de Deus
O homem evolui, e com ele evolui a ideia sobre a Divindade.
Num primeiro momento é o Criador confundido com os fenômenos da natureza. Por não os compreender, e por algo dizer aos homens que por trás destas manifestações havia uma inteligência que as dirigia, imaginaram eles se tratar do próprio Deus.
Avançando um pouco mais o homem distingue o fenômeno de seu Criador, todavia ainda bem atrasado em compreensão imagina para cada manifestação um Deus. É o politeísmo.
A evolução continua... alguns emissários da mais alta hierarquia universal vêm até nós e ensinam-nos que um só Deus há, o verdadeiro Criador de todas as coisas. Todavia, como a evolução não dá saltos, a compreensão do Eterno ainda é imperfeita e temos um Deus antropomórfico, isto é, à imagem e semelhança do homem.
O Gênesis, 6: 6 nos diz que Deus se arrependeu de ter feito o homem sobre a terra, devido a maldade que havia em seu coração. Como se Deus pudesse se arrepender de algo.
O tempo passa, e mesmo com a evolução da ideia de Deus, do Deus-general para o Deus-Pai, ainda temos muito da visão antropomórfica do Criador.
Em meados do século XIX os Espíritos nos revelam o que seria um mais avançado conceito de Deus: "Inteligência Suprema, Causa Primária de todas as coisas." (O Livro dos Espíritos, Questão 1)
Deus deixa de ser um ser inteligente para ser a Inteligência Suprema, (os espíritos é que são os seres inteligentes da criação)[1], e é confirmado como a Causa Primária de todas as coisas, ou seja, é o Criador de tudo o que existe.
A partir daí pudemos analisar e partir para entendimento ainda mais amplo. Em A Grande Síntese, que Emmanuel afirma ser o Evangelho da ciência, a palavra de "Sua Voz" nos revela:
E o conceito é este: como do politeísmo passaste ao monoteísmo, isto é, a fé num só Deus, agora passais ao monismo, isto é, ao conceito de um Deus que É a criação.[2]
E ainda no mesmo livro:
Ele é a grande alma que está no centro do universo. Não centro espacial, mas centro de irradiação e de atração.[3]
Segundo o livro A Gênese, de Allan Kardec, Deus é Infinito[4]. Deste modo podemos compreender que Deus tirou de Si a Criação, ou seja, como afirma o saudoso Huberto Rohden, manifestou de Sua essência a existência.
Ainda conforme expressão dos textos bíblicos temos que Deus é espírito (João, 4: 24); Deus é o Verbo (João, 1: 1); e que o Verbo se fez carne (João, 1: 14).
A partir daí deduzimos um novo conceito da trindade:
Espírito (Deus) Lei Pensamento
ê ê ê
Verbo (Agentes dedicados)[5] Movimento Vontade
ê ê ê
Carne (Matéria) Criação Ação
(Plano Operacional)
Deste modo, a Lei que é a ideia pura, o primeiro modo de ser do universo, é um dos aspectos de Deus, como também a criação ou forma que é a realidade exterior.
Estamos Nele, como Ele está em nós.[6]
… nele vivemos, e nos movemos, e existimos…[7]
«Daí se pode igualmente deduzir a solidariedade da matéria e da inteligência, a solidariedade entre si de todos os seres de um mundo, a de todos os mundos e, por fim, de todas as criações com o Criador.» (Quinemant, Sociedade de Paris, 1867.)[8]
A Lei de Deus
A Lei de Deus é a constituição do Cosmos. É ela que regula a harmonia e o perfeito funcionamento do universo.
No plano físico temos a lei de gravidade, as leis da eletricidade, as leis químicas entre outras que são como que, artigos da Constituição Maior.
No plano moral temos o livre arbítrio, a reencarnação, a lei de causa e efeito que são também, manifestações dela. Podemos basicamente resumi-la como amor.
A Lei é Amor
Pois como nos informa o Evangelho: Deus é amor. [9]
Em nosso mundo temos leis para regular a convivência. Assim temos:
Leis de trânsito
Leis civis
Leis comerciais etc.
A infração a estas leis geram punições. Porém, como vivemos em mundo onde ainda domina a astúcia, muitas vezes pode-se driblar a lei e não ser punido aquele que a violou.
Com a Lei de Deus a mecânica é a mesma, quando a violamos sofremos o impacto da correção, só que neste caso a astúcia não pode enganá-la, pois ela, a Lei, é a mais sábia; ela tudo vê, regula cada movimento da criatura. Como nos ensinaram os Espíritos Superiores, a Lei de Deus está escrita na consciência de cada um[10], sendo assim, impossível violá-la sem ser percebido.
Fazendo uma comparação para que possamos ser melhor compreendidos, a Lei funciona como paredes invisíveis e indestrutíveis colocadas em nosso caminho. A sabedoria está em se movimentar sem chocar-se contra ela, pois o choque contra a Lei gera a dor que é a conseqüência da infração ou de não sabermos nos mover de acordo com os seus regulamentos.
A dor é componente didático a nos fazer voltar ao caminho correto. De tanto o Ser chocar-se contra as paredes invisíveis da Lei e com isso sofrer dano, ele aos poucos aprende como caminhar sem violar os princípios universais.
Lembremos de Jesus:
Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida.[11]
Faz-se importante salientar que a Lei não premia nem pune, sua "reação" é força inserida no próprio fenômeno. Faz parte de sua própria estrutura e funcionamento, conforme nos alerta Pietro Ubaldi em "A Técnica Funcional da Lei de Deus." Todavia, há nela um aspecto consolador:
A lei é por natureza positiva, sempre construtiva, tende ela sempre à salvação.
(Continua no próximo Post)
[1] O Livro dos Espíritos Questão 76
[2] A Grande Síntese, pág. 32
[3] Ibidem, pág. 37
[4] A Gênese, cap. 2 item, 21
[5] O Livro dos Espíritos Questão 536b
[6] Ibidem, cap. II item, 24
[7] Atos, 17: 28
[8] A Gênese, cap. II item, 27
[9] I João, 4: 8
[10] O Livro dos Espíritos, Questão 621
[11] João, 14: 6
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