segunda-feira, outubro 17, 2022

Segredos do Apocalipse - A Queda da Babilônia

#Pública







Um dos Anjos das sete taças veio dizer-me: "Vem! Vou mostrar-te o julgamento da grande Prostituta que está sentada à beira de águas copiosas… (Apocalipse, 17: 1)


Este décimo sétimo capítulo que se inicia, o décimo oitavo e parte do décimo nono abrem para nós um novo lance neste Apocalipse, e através dele nos é mostrado em sete etapas a queda da Babilônia.

Sempre o número sete definindo para nós um sentido de perfeição, de completude, de uma queda total.

Muitos estudiosos têm buscado identificar quem seria, no contexto histórico esta Babilônia, uns chegaram a supor que seria Jerusalém que estava em processo de queda e destruição naqueles tempos, queda esta que veio se completar no segundo século de nossa era. Entretanto, a maioria viu nesta Babilônia a grande Roma, e em sua queda, o desmoronamento do próprio império.

Realmente não podemos deixar de considerar que João escrevia para cristãos que eram perseguidos pelo império romano num dos períodos mais tenebrosos deste em termos de perseguição. Domiciano era considerado um novo Nero e se muitos suponham que este iria reviver, pois era comum neste tempo a crença de que Nero renasceria, o próprio Domiciano poderia ser este anticristo revivido ou numa linguagem espírita, reencarnado.

Portanto, do mesmo modo que João possa ter pensado que muitas destas profecias poderiam se cumprir em seu tempo, ou logo depois, poderia sim pensar que esta Babilônia fosse simplesmente Roma. É que os médiuns muitas vezes não têm total consciência do conteúdo da mensagem que recebem do mundo maior. Eles por estarem ainda presos ao corpo de carne são muitas vezes imediatistas; uma grande revelação como a deste Apocalipse, ou mesmo outras, vindas por outros médiuns, pode ter uma aplicação para seu tempo, e nela estar contida uma grande soma de ensinamentos para tempos vindouros. Temos vários exemplos disto na própria Bíblia, no Antigo e no Novo Testamento.

Para nós a questão é mais profunda, e como temos analisado esta Babilônia, chamada neste primeiro versículo de grande prostituta, habita dentro de cada um de nós.


Um dos Anjos das sete taças veio dizer-me: "Vem! Não é identificado qual nem quem seria este anjo, isto não importa, o que verdadeiramente interessa, é que a referência a ele como sendo um dos anjos das sete taças, dando a ideia de que o que aqui vai acontecer é ainda uma consequência do derramamento delas, está incluso no contexto das pragas.

Outra questão importante é que o médium recebe um convite para que algo novo lhe possa ser revelado: vem! Oportunidade em que também aprendemos: numa boa ocorrência espiritual o convite vem do Alto, nada de ficarmos forçando a barra, "quando o trabalhador está pronto o serviço aparece".

Não podemos perder oportunidades, é preciso estarmos no contexto, se o que desejamos é promoção espiritual, que estejamos ajustados à elas, todavia, mais do que pensamos é imperioso reconhecer que o "telefone toca é de lá para cá".


Vou mostrar-te o julgamento da grande Prostituta que está sentada à beira de águas copiosas…; o anjo promete mostrar…, parece que vai ser fácil ver, todavia vamos perceber que num primeiro momento a situação se complica, a visão que o médium nos traz não é nada simples de ser compreendida, mais à frente o próprio anjo vai informar, "é necessário a inteligência que tem discernimento…"

O julgamento irá concretizar a condenação e queda da Babilônia, portanto, podemos ver a ação da Lei restaurando-a. A queda pode ser vista como uma projeção na descida objetivando angariar recursos para uma nova subida. Queda e ascensão fazem parte da história evolucional do Espírito.

A grande prostituta na verdade é Roma disfarçada de Babilônia - esta era uma forma do autor suavizar o conteúdo da revelação, isto acontece durante os governos absolutistas -, dentro do contexto bíblico nos fala claramente de idolatria. Se referir à idolatria como prostituição era comum na literatura judaica.

Trazendo para nossa realidade, prostituição nos lembra de adultério, que por sua vez nos remete à questão do rompimento de contrato, de pacto, de aliança, o que nos fala de nossa traição em relação a Deus. Como vemos o tema da Bíblia, que gira toda em torno da história do rompimento de Israel com a Aliança feita com Deus é de grande atualidade e diz respeito a todos. Usando uma linguagem popular e comum em nossos dias pode-se dizer que a carapuça serve para todos nós nestes momentos em que vivemos.

As águas copiosas em que a prostituta está sentada tem também a sua razão de ser. O Eufrates tinha importância capital para Babilônia, podemos dizer que ela estava assentada sobre ele que era um rio de grande volume. No plano do Espírito estas águas podem simbolizar as próprias experiências reencarnatórias deste, e a sua opção por fazer sua evolução através de erros e pela valorização do que é material e transitório. Estamos todos realmente sentados sobre as águas de nossas experiências milenares. São nossas transgressões que sustentam a meretriz que ainda insiste em gritar em nossa intimidade.


(Texto extraído do Livro: Segredos do Apocalipse, cap 17)

Disponível em:

https://www.institutodesperance.com.br/loja/Segredos-do-Apocalipse-p428954827

Disponível também em E Book:





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