terça-feira, abril 29, 2025

Honório Abreu - Interpretação do Evangelho: Amor a Deus e Respeito ao Próximo





Fazendo um estudo sobre o pensamento de Honório Abreu a partir de estudos sobre evolução com base no Livro Gênesis, e à luz da doutrina espírita, encontramos alguns apontamentos sobre o estudo do Evangelho, que achamos importante sintetizar e divulgar.
Honório coloca o amor a Deus e o respeito ao próximo como os pilares fundamentais para interpretar o Evangelho. Ele entende que essas duas diretrizes são indispensáveis para captar a essência da mensagem de Jesus e aplicá-la de forma prática e transformadora na vida cotidiana.
Amor a Deus
Para Ele, o amor a Deus é a conexão com a fonte de todos os valores divinos. Ele enfatiza que esse amor não é apenas uma devoção passiva, mas uma vivência ativa que nos inspira a buscar harmonia com as leis universais. Honório vê o amor a Deus como o guia que ilumina nossas escolhas e nos ajuda a compreender o propósito maior por trás dos ensinamentos do Evangelho.
Respeito ao próximo
O respeito ao próximo, é o laboratório onde os valores divinos são colocados em prática. O Evangelho nos ensina a amar e respeitar o próximo como a nós mesmos, reconhecendo a dignidade e a importância de cada indivíduo. Esse respeito vai além da tolerância; é um compromisso de agir com empatia, solidariedade e justiça.
Interpretação equilibrada
Qualquer interpretação do Evangelho que desrespeite esses dois pilares deve ser reconsiderada. Honório acredita que o equilíbrio entre o amor a Deus e o respeito ao próximo é o que nos permite acessar a verdadeira essência dos ensinamentos de Jesus, evitando distorções ou interpretações egoístas.
Somos convidados a refletir sobre como podemos aplicar esses princípios em nossas ações diárias. O Evangelho não é apenas um texto para ser estudado, mas um guia para transformar nossas atitudes e relações, promovendo paz e evolução espiritual.
A relação entre o pensamento de Honório Abreu e o conceito do triângulo "Eu, Deus e o Próximo," apresentado por Emmanuel, é profundamente harmoniosa e complementar. Ambos enfatizam a interdependência entre esses três elementos como base para a evolução espiritual e a vivência plena do Evangelho.
O Triângulo de Emmanuel
Emmanuel descreve o triângulo "Eu, Deus e o Próximo" como uma estrutura essencial para o equilíbrio espiritual. Ele ensina que:
  • Deus é a fonte de amor e sabedoria, o ponto mais elevado do triângulo, que guia e sustenta a criação.
  • O Próximo é o campo de aplicação prática desse amor, onde exercitamos a caridade, o respeito e a solidariedade.
  • O Eu é o ponto de partida, o ser que busca se alinhar com Deus e servir ao próximo, promovendo sua própria transformação.
A Conexão com Honório Abreu
Honório reforça essa ideia ao afirmar que a interpretação do Evangelho deve ter como norte o amor a Deus e o respeito ao próximo. Ele entende que:
  • Amar a Deus é reconhecer e se conectar com a fonte divina, buscando viver em harmonia com Suas leis.
  • Respeitar o Próximo é a prática concreta desse amor, traduzida em ações que promovem o bem-estar e a evolução coletiva.
Honório também destaca que o "Eu" tem um papel ativo nesse triângulo, pois é através do esforço pessoal que nos conectamos a Deus e irradiamos amor ao próximo. Ele vê essa dinâmica como um fluxo contínuo de aprendizado e doação, onde o amor é o maior alimento das almas.
A Interdependência
Tanto Emmanuel quanto Honório concordam que esses três elementos são inseparáveis. Não é possível amar a Deus sem respeitar o próximo, e não é possível respeitar o próximo sem trabalhar na transformação do "Eu." Essa interdependência cria um ciclo virtuoso de crescimento espiritual, onde cada ação em um dos vértices do triângulo fortalece os outros dois.
Aplicação Prática
Na prática, isso significa que devemos buscar:
  1. Conexão com Deus: Por meio da oração, meditação e estudo das leis divinas.
  2. Transformação do Eu: Trabalhando nossas tendências inferiores e cultivando virtudes.
  3. Serviço ao Próximo: Exercendo a caridade, a empatia e o respeito em nossas relações.
Essa visão integrada nos ajuda a viver o Evangelho de forma plena, alinhando-nos com os ensinamentos de Jesus e promovendo a harmonia universal.
Em 2 Pedro 1:20, lemos: "Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação." Dentro do contexto do pensamento de Honório Abreu, essa passagem pode ser compreendida como um chamado à humildade e à busca de entendimento coletivo e inspirado das Escrituras, sempre guiado pelo amor a Deus e pelo respeito ao próximo.
A Interpretação Coletiva e Inspirada
Honório enfatiza que a interpretação das Escrituras não deve ser feita de forma isolada ou egoísta, mas sim em sintonia com os princípios divinos e com a orientação espiritual. Ele acredita que a compreensão das verdades espirituais requer uma conexão com Deus e uma abertura para o aprendizado em grupo, onde diferentes perspectivas podem enriquecer o entendimento.
O Papel do Amor e do Respeito
O amor a Deus e o respeito ao próximo são os pilares que devem nortear qualquer interpretação das Escrituras. A mensagem do Evangelho é universal e deve ser vivida e compartilhada de forma que promova a harmonia e o progresso espiritual de todos. Assim, interpretar as Escrituras de maneira particular, sem considerar esses princípios, pode levar a distorções e mal-entendidos.
A Conexão com a Lei Divina
Honório também relaciona essa passagem à ideia de que as Escrituras são uma expressão da Lei Divina, que é imutável e universal. Ele nos convida a buscar a essência espiritual por trás das palavras, indo além da literalidade e conectando-se aos valores de amor, justiça e caridade que permeiam os ensinamentos bíblicos.
Segundo este pensamento, interpretar as Escrituras à luz do amor e do respeito significa aplicá-las no cotidiano de forma que transforme nossas atitudes e relações. Já foi dito alhures que o Evangelho não é apenas um texto para ser estudado, mas um guia para a vivência prática dos valores divinos.
"O Evangelho não pode ser usado para sustentar pontos de vista pessoais. Ele existe para transformar conceitos, e não para validá-los"
Este dizer de Honório nos convida a refletir sobre a essência do Evangelho como um instrumento de renovação espiritual e moral. Essa frase carrega uma crítica à tendência humana de interpretar as Escrituras de forma egoísta ou limitada, buscando justificar ideias ou comportamentos pessoais, em vez de se abrir à transformação que o Evangelho propõe.
Transformação, não validação
Honório destaca que o Evangelho tem como propósito principal transformar o ser humano, levando-o a abandonar velhos padrões de pensamento e comportamento para adotar valores mais elevados, como amor, justiça e caridade. Ele alerta que usar o Evangelho para validar pontos de vista pessoais é uma forma de distorcer sua mensagem, impedindo que ela cumpra seu papel de iluminar e renovar.
O Evangelho como guia universal
Para Honório, o Evangelho é uma mensagem universal, destinada a todos os seres, independentemente de suas crenças ou circunstâncias. Ele nos lembra que sua interpretação deve ser feita evitando qualquer uso que limite sua abrangência ou que o transforme em um instrumento de justificativa pessoal.
Abertura à mudança
Honório nos convida a abordar o Evangelho com humildade e disposição para mudar. Ele enfatiza que sua mensagem não é estática, mas dinâmica, adaptando-se às necessidades de cada indivíduo e sociedade, sempre com o objetivo de promover o progresso espiritual e moral.
Esse pensamento nos inspira a usar o Evangelho como um espelho para avaliar nossas atitudes e crenças, buscando alinhá-las aos princípios divinos, pois o verdadeiro aprendizado ocorre quando nos permitimos ser transformados pela mensagem de Jesus, em vez de tentar moldá-la às nossas conveniências.
#Espiritualidade #Evangelho #HonórioAbreu #EvoluçãoEspiritual #AmorADeus
Visite e compartilhe o Blog: Gênesis à Luz da Doutrina Espírita


quinta-feira, abril 24, 2025

A Cura do Espírito: A Oração e a Unção no Caminho da Fé


Alguém dentre vós está doente? Mande chamar os presbíteros da Igreja para que orem sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor. (Tiago, 5: 14)
Para melhor compreendermos este versículo faz-se necessário conceituarmos algumas expressões dentro do contexto do judaísmo e do cristianismo do primeiro século.
Em nossos dicionários atuais presbítero é sinônimo de padre, de sacerdote, de supervisor de igreja. Isso pode não dar a ideia 1correta do sentido deste título no início da era cristã.
O sentido etimológico da palavra é ancião. Nas traduções mais antigas deste versículo, como a de Almeida de 1848, mais isenta de corrupções, vamos encontrar anciãos da igreja.
Era costume antigo em Israel, como também nas primeiras comunidades cristãs que as lideranças religiosas fossem exercidas por um corpo de anciãos. O conselho supremo judaico, o sinédrio, tinha em sua composição vários anciãos.
Paulo, em sua carta a Tito disserta sobre o perfil desejado para a liderança cristã:
Aquele que for irrepreensível, marido de uma mulher, que tenha filhos fiéis, que não possam ser acusados de dissolução nem são desobedientes. Porque convém que o bispo seja irrepreensível, como despenseiro da casa de Deus, não soberbo, nem iracundo, nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe ganância; mas dado à hospitalidade, amigo do bem, moderado, justo, santo, temperante; retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina, como para convencer os contradizentes.[1]
Em síntese, o título de presbítero não diz respeito a um cargo, mas a um estado de dignidade.
Outro significado importante é o de igreja. Vem do grego ekklesia, que literalmente quer dizer reunião de pessoas, assembleia. É interessante que esta palavra aparece cento e quinze vezes no Novo Testamento, mas apenas três nos evangelhos, e todas em Mateus. O que nos dá a entender que a ideia  de uma comunidade religiosa só surgiu após o desencarne de Jesus.
Com isto não estamos querendo tirar a autoridade das igrejas, nem de grupamentos religiosos, eles são importantes e necessários, porém é preciso compreender ekklesia no Novo Testamento, como uma reunião ou uma comunidade que dedicava ao estudo das lições de Jesus sob o ponto de vista reeducativo.
Feitas estas ligeiras considerações, voltemos mais propriamente ao texto que ora estudamos.
Alguém dentre vós está doente? Interessante analisar neste versículo o foco dado pelo evangelista: alguém dentre vós está doente, ou seja, o foco é o doente e não a doença.
Dizemos assim, pois a medicina materialista que hoje é amplamente praticada mudou este objetivo e tem-se preocupado mais com a doença do que propriamente com o doente, o que tem dificultado a esta ciência divina um sucesso maior apesar de sua grande evolução. O doente troca de doença, mas não sara definitivamente.
Há, todavia, um grande avanço da medicina espiritualista na atualidade, vendo esta que além do corpo transitório o Ser é imortal, estando no espírito, na alma, ou na terminologia que for adequada a cada um, a gênese das enfermidades.
Jesus, o Divino Terapeuta, tinha por objetivo o tratamento do Espírito, por isto foi direto na causa:
O que contamina o homem não é o que entra na boca, mas o que sai da boca, isso é o que contamina o homem.[2]
Explicando mais a diante:
Ainda não compreendeis que tudo o que entra pela boca desce para o ventre, e é lançado fora? Mas, o que sai da boca, procede do coração, e isso contamina o homem. Porque do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias. São estas coisas que contaminam o homem…[3]
Ou seja, o nosso alvo deve ser o que macula e adoece a alma, por isso a preocupação do seguidor do Mestre deve ser, como meta final, auxiliar no processo educacional da criatura.
E neste ponto convidamos as lideranças de nosso movimento espírita à reflexão sobre a importância de ampliar em nossos grupos de estudo o estudo constante do Evangelho.
O nosso lema continuará sempre: fora da caridade não há salvação, entendendo, portanto, que, se é o Espírito que deve ser salvo, mais caridade pratica aquele que educa o Ser imortal para sua definitiva realidade.
Mande chamar os presbíteros da Igreja para que orem sobre ele; dissemos em páginas anteriores sobre a importância da oração no que diz respeito à resolução de nossas dificuldades. Aqui, mais uma vez, o Evangelista aprofunda a questão. Fala ele da atuação da prece no processo de terapêutico.
Hoje para nós isto não é mais novidade, existem pesquisas em universidades sobre a atuação da prece no tratamento das enfermidades, pesquisas estas que têm comprovado a assertiva evangélica.
Não é que a oração cure, mas ela ajuda amplamente no tratamento atuando em esferas ainda não compreensíveis para aquele que só enxerga o físico, e também na preparação do enfermo para que ele se ajuste adequadamente à proposta da vida corrigindo os erros que originaram a enfermidade.
Sobre os presbíteros já comentamos, aqui vale apenas dizer que toda oração é importante, mas que se quisermos atuar como verdadeiros auxiliares do Pai na redenção de Suas criaturas, faz-se importante trabalharmos em nós os valores da moral que nos capacitam a melhor servir, a adquirir aquele estado de dignidade que nos dá autoridade para intercedermos por nossos irmãos em sofrimento.
…ungindo-o com óleo em nome do Senhor. A unção com óleo com o objetivo de cura era um costume judaico, ao azeite era atribuído valores medicinais, entretanto, mesmo no caso de situações em que as enfermidades exigiam recursos para além das propriedades medicinais do azeite ele também era utilizado.
À época o azeite era também combustível para geração de luz. As candeias eram abastecidas com óleo que queimando-se iluminava.
Podemos retirar daí valioso ensinamento. As doenças, de um modo geral, são, conforme sabemos, consequência de atitudes irrefletidas contrárias à Lei de Deus que tivemos em nossas vivências anteriores. Deste modo a cura só pode se dar através do ajustamento do Espírito a esta mesma Lei. Ajustamento este que se dá pela queima de nossas imperfeições no "batismo do fogo". Assim, ungir com óleo representa esta ação reeducativa do Espírito com fins de extirpar as infecções espirituais que originaram a enfermidade.
O óleo queima-se, do mesmo modo deve fazer o Espírito anulando a si mesmo, seu ego, o interesse pessoal. Só assim nos iluminamos, e como consequência seremos portadores de luz, de saúde integral.
Não esquecendo, entretanto, que todo este processo deve ser feito em nome do Senhor.

#PoderDaOração #EstudoBíblico #MensagemDeFé #Esperança #Espiritualidade

Gostou deste texto? Gostará também de nossos livros disponíveis em:
Acesse pelo QR Code:
 
           


[1] Tito, 1: 6 a 9
[2] Mateus, 15: 11
[3] Mateus, 15: 17 a 20


quarta-feira, abril 16, 2025

Sofre Alguém Dentre Vós? A Força da Fé nos Momentos Difíceis


Sofre alguém dentre vós um contratempo? Recorra à oração. Está alguém alegre? Cante Louvores. (Tiago, 5: 13)
A mensagem evangélica é clara; o serviço ao semelhante é o que a diferencia das demais propostas religiosas.
Jesus veio mais propriamente para os enfermos e principalmente para os do coração. O sofrimento é consequência de nossa desarmonia íntima que tem sua gênese no sentimento transviado do bem.
Sofre alguém? Este deve ser a causa do cristão, é a este que deve servir, ser para ele um instrumento do Cristo, como o Cristo é de Deus.
O apóstolo nos chama a atenção para sensibilizarmo-nos um pouco mais, a dor pode estar bem próxima, em alguém dentre vós, e nós muitas vezes buscamos servir ao Senhor, longe.
É comum acharmos que é na Casa Espírita ou em outra instituição qualquer que devemos trabalhar, quando muitas vezes alguém dentre nós, isto é, bem perto, precisa também de nossa dedicação e serviço.
Não estamos desautorizando o trabalho na comunidade que elegemos para manifestação de nossa religiosidade, não é isso, mas tentando despertar em nós mesmos o sentido da caridade para com todos, indistintamente da crença. Deus não é Pai de crentes, mas de todas as criaturas; não julgará a ninguém pelo que acredita, mas efetivamente pelo que realiza em prol da melhoria de seu próprio sentimento.
Um contratempo pode ser uma coisinha bem pequena para qualquer um de nós, contudo muito grande para quem ele afeta. Se desejamos servir em nome de Jesus, devemos aprender a captar o sentimento do outro, não no sentido de deixar que seu desequilíbrio se torne o nosso, mas aprendendo a ver com o olho dele, a compreender o que sente; só assim saberemos de sua necessidade e deste modo nos tornaremos efetivos colaboradores.
Recorra à oração. A oração tem um capítulo à parte na tarefa de melhor servir.
Para melhor compreendermos suas possibilidades, mesmo que de forma pálida, imaginemo-nos num ambiente de larga treva, de uma escuridão tão grande que nos achemos incapacitados de movimento. Uma mínima luz que seja nos trará alívio, permitirá a adoção de atitudes conscientes a sanar nossas dificuldades; a oração funciona como esta luz, ela ilumina o caminho do Espírito em momentos difíceis para que este encontre a melhor solução para seus encaminhamentos, ela é o canal direto que temos de comunicação com o próprio Criador e Benfeitor do Universo. E se em momentos difíceis tanto desejamos falar com amigos queridos na expectativa que estes nos auxiliem, o que dizer de falarmos com Aquele que tem todas as soluções?
Portanto, sofre alguém dentre vós um contratempo? Recorra à oração. Este não é apenas um auxílio quando nada mais podemos fazer, é simplesmente o melhor em todas as situações, é a abertura de canais para outros ainda mais significativos.
Está alguém alegre? Cante louvores. O Evangelho em sua completude tem o ensinamento correto para todos os momentos, para os de tristeza, mas também para os de alegria.
Era comum na cultura hebraica a adoção de cânticos para expressar a religiosidade que lhes era o centro das cogitações. Os Salmos são o melhor exemplo desta realidade.
Também entre os cristãos este era o costume e Tiago chama a atenção para a necessidade de assim fazer também nos instantes alegres. Temos exemplo deste comportamento em ocasiões de grande alegria nas páginas da Boa Nova, como vemos nos Cânticos de Maria[1], de Zacarias[2], e de Simeão[3], que são momentos de grande beleza da literatura evangélica.
Tal orientação é de grande atualidade na medida em que nas circunstancias dolorosas nos lembramos sempre de orar e chamar Deus para nos socorrer, porém nas de alegria esquecemos Dele caindo muitas vezes em desvarios que ainda mais nos afastam do ideal.
O Cristão não deve ser triste e acabrunhado como pensam muitos, deve sim expressar constantemente sua alegria, porém esta deve ser comedida, sabedores que somos que tudo devemos ao Senhor, daí a necessidade de cantar louvores, reconhecer o Divino, ser grato a Ele.
#Fé #Evangelho #Oração #Cristianismo #Louvor

(Extraído do Livro: Sabedoria de Tiago)

Gostou deste texto? Gostará também de nossos livros disponíveis em:  https://www.itapuaeditora.com.br/   Ou:  https://amzn.to/3YVDBHv 

Acesse pelo QR Code:
 
           




[1] Lucas, 1: 46 a 55
[2] Ibidem: 68 a 79
[3] Lucas, 2: 29 a 32

domingo, abril 06, 2025

O Homem se Ergue na Figura de Adão

#Pública




E disse Deus: Produza a terra alma vivente conforme a sua espécie; gado, e répteis e feras da terra conforme a sua espécie; e assim foi. E fez Deus as feras da terra conforme a sua espécie, e o gado conforme a sua espécie, e todo o réptil da terra conforme a sua espécie; e viu Deus que era bom. (Gênesis, 1: 24 e 25)
Temos que ter em conta que quando o texto diz produza a terra alma vivente, estas "almas" que seriam os princípios inteligentes em evolução em condições de naquele momento se vincular à experiência física naquela condição seja no reino animal ou no reino vegetal [erva verde], já existiam no mundo espiritual.
Como? Podemos perguntar. A Doutrina Espírita nos mostra que a evolução não é feita em um orbe apenas, e muitos outros mundos já existiam antecedendo a Terra onde estes PI (princípios inteligentes) na sua caminhada natural chegaram à condição de estarem nesta faixa já necessitando da experiência que vieram ter aqui na Terra. Tudo isto é feito, conforme já comentamos, com a supervisão dos Técnicos Espirituais, os quais são os Espíritos já em condições de ajudar a Deus e ao Seu Cristo no encaminhamento da evolução planetária.
Assim podemos entender esta produção de almas viventes como sendo o aparecimento do ser vivo no orbe na condição dos primeiros animais, o que se deu a partir do verso vinte, e aqui neste que ora analisamos como sendo a multiplicação das espécies.
Tudo isto se deu em milhões de anos. Nestes movimentos iniciais do Gênesis de um versículo para o outro passam-se milhares de séculos.
Assim temos:
Gado – animais domésticos
Répteis – podem ser os dinossauros, os grandes monstros, grandes répteis que também por sua configuração muitos deles se assemelhavam a aves.
Feras – algumas traduções falam em bestas-feras, seriam os animais selvagens.
Estava sendo preparado o terreno para o aparecimento natural do homem, o que se daria a partir de mais alguns milhões de anos.
Os proscênios terrenos assistem a lutas titânicas entre os seres dotados de mirabolantes mecanismos de ataque e destruição. Época de transição, em que verdadeiros ensaios biológicos produzem monstruosidades como a se preparar para a delicadeza de uma nova vida, a dos mamíferos, que deveria se estabelecer na Terra. Foi preciso que as forças divinas convocassem um extraordinário feito para encerrar a escomunal "era dos grandes répteis": um bólido de proporções consideráveis caiu no golfo do México, há 60 milhões de anos, nos alvores do "6º dia", pondo fim a aventura dos monstruosos seres. Por pouco a vida não sucumbe em nosso orbe, que se viu envolvido por convulsões telúricas e densas trevas, mas o fato era indispensável para se permitir o desenvolvimento dos mamíferos que já existiam e com dificuldades sobreviviam no hostil ambiente daquelas revolutas eras. Segundo pesquisas recentes, estima-se que este tenha sido o fato que se responsabilizou pela extinção em massa dos dinossauros, pondo fim ao seu extenso domínio no planeta.1
E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra. (Gênesis, 1: 26)
Façamos o homem…; através do encaminhamento da evolução o homem já vem sendo preparado em todos os movimentos.
É chegado o momento culminante em que a consciência adormecida se acha em condições de ser desperta na faixa hominal.
O Princípio Inteligente que culmina no Espírito começa a se preparar para gerenciar seus próprios sentimentos.
A expressão façamos o homem tem desafiado os religiosos de todas as épocas, pois se Deus é único, por que aqui o uso do verbo no plural?
Os padres da igreja viram nesta expressão a insinuação da Trindade; os conhecimentos revelados pelos Espíritos, que formam a doutrina espírita, nos apontam para outra interpretação.
Dizem os Espíritos que Deus não atua diretamente sobre a matéria, que para tal Ele tem agentes dedicados em todos os graus da escala dos mundos.2
Deduzimos daí que Deus Cria, mas quem faz são os Espíritos, são eles que operam em nome do Criador. Já comentamos sobre isto quando analisamos a palavra Elohims que é um dos nomes de Deus nas Escrituras e que é plural.3
Assim, aqui, o verbo façamos refere-se aos Espíritos colaboradores de Deus que o auxiliam em seu processo de Criação. André Luiz denominou estes Espíritos de Co-Criadores em plano maior.4
O próprio livro Gênesis nos autoriza esta interpretação quando em seu terceiro capítulo encontramos os seguintes registros:
Então disse o SENHOR Deus: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal5 (Grifo meu)
à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; neste ponto, com a ajuda da doutrina espírita podemos compreender melhor este verso.
O homem não podia ser criado à semelhança de Deus. Semelhante significa que é da mesma espécie, da mesma qualidade, natureza ou forma.6 O homem foi feito à semelhança dos Espíritos superiores, eram da mesma natureza e origem destes, que também eram Criação Divina.
Quanto a imagem, o homem pode ser considerado tanto uma imagem de Deus como dos Espíritos Co-Criadores.
Imagem significa um reflexo, uma reprodução invertida de um ser ou objeto7. Uma imagem está sempre em uma dimensão menor. Uma sombra de um objeto é a imagem do objeto, e não o objeto em si.
Há um texto de um místico muçulmano do século XIII que comentando a criação do homem diz assim:
"Tudo é reflexo de Deus, e a réplica se assemelha à pessoa: se os cinco dedos se abrem, a sombra se abre também, se o homem se inclina, também a sombra se inclina (…) Nem todos os atributos de Allah se manifestam nesta sombra, mas apenas parcialmente."8
Desta forma podemos compreender que este versículo diz que o homem foi feito à imagem e semelhança dos Espíritos superiores.
e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra. Deus vem expressando Sua Soberana Vontade em todos os dias da criação; entretanto, neste passo ele fala de seu desejo para o homem mais especificamente.
Que ele exerça domínio sobre o reino animal foi bem compreendido, pois a ele foi dado além dos cinco sentidos, inteligência, razão, a até mesmo a possibilidade mediúnica.
Portanto, podemos ver aqui um pouco mais e aprofundar nosso entendimento em relação à Vontade do Criador.
Se passamos por estas experiências evolutivas, se construímos nosso psiquismo estagiando em todos os reinos da criação, é natural que ainda tenhamos em nossa intimidade o instinto destas feras e que se não nos fizermos vigilantes aja uma eclosão destes sentimentos em nossas manifestações do dia a dia.
Analisando desta forma podemos entender que o Criador sugeria neste instante que o homem, de posse dos recursos já conquistados, e por nós enumerados, trabalhasse por dominar seus instintos pregressos, e que se foram úteis por um tempo, agora diante da possibilidade de um sentimento mais nobre, que o ligaria a seu objetivo final de espiritualidade, não teria mais fim.
Kardec com sua compreensão superior e seu magistral poder de síntese conclui assim ser objetivo da encarnação do Espírito a sua evolução, e na mesma noúre do redator bíblico afirma:
Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más.9

Texto extraído do Livro "Haja Luz" (ainda não publicado)

E disse Deus: Produza a terra alma vivente conforme a sua espécie; gado, e répteis e feras da terra conforme a sua espécie; e assim foi. E fez Deus as feras da terra conforme a sua espécie, e o gado conforme a sua espécie, e todo o réptil da terra conforme a sua espécie; e viu Deus que era bom.
espiritismoeevangelhogenesis.blogspot.com

Se gostou deste texto gostará de nossos livros, disponíveis em: https://www.itapuaeditora.com.br/

           





domingo, março 30, 2025

O Pensamento de Honório Abreu - Sobre a Serpente, a Tentação, a Queda...

#Pública


 


Reflexões sobre Gênesis cap. 3

Por Cláudio Fajardo

Em estudo anterior referentes aos capítulos primeiro e segundo do Gênesis, vimos que, segundo interpretação de Honório Abreu, Adão e Eva representam grupos de espíritos que encarnaram na Terra, deportados de Capela. Eles simbolizam a entrada de espíritos em um mundo em transição de primitivo para expiações e provas.

Ele explica que a Terra se tornou um mundo de expiações, uma vez que espíritos como estes, deportados de Capela, começaram a encarnar aqui, trazendo seus comprometimentos e suas influências negativas, apesar de serem úteis para evolução dos autóctones.

No terceiro capítulo de Gênesis é introduzido um terceiro grupo de espíritos representado pela serpente. Esses espíritos são ainda mais comprometidos com o erro, recalcitrantes.

Segundo Honório, a serpente, representando estes espíritos mais comprometidos não desejava encarnar, ela buscava influenciar negativamente Eva, que era mais sensível mediunicamente. Ela agia diretamente do mundo espiritual. Adão estava sob sono profundo, a serpente não consegue influenciá-lo, por isto age a partir de Eva, induzindo-a a desobedecer à ordem divina. A serpente, portanto, atua como um agente de tentação.

Essa interpretação evidencia que, naquele estágio da narrativa bíblica, as encarnações desses espíritos simbolizados pela serpente ainda não tinham ocorrido. Eles estavam mais focados em exercer influência do plano espiritual, sem a necessidade de passar pela experiência da encarnação. A serpente, ao enganar Eva, revela a presença dessas influências negativas que operavam diretamente sobre a psique humana, sem precisar se materializar fisicamente.

Isso é coerente com a Doutrina dos Espíritos que ensina que os desencarnados em suas interações com os seres humanos influenciam mais do que podemos imaginar. (Cf. O Livro dos Espíritos, questão 459)

Desta forma, Honório explora a narrativa da tentação de Eva pela serpente, destacando como a serpente representa as influências negativas e os desejos inferiores que nos cercam. Ele enfatiza que a serpente simboliza a soma dos caracteres vivenciados que temos em nossa intimidade e que influenciam nossas ações.

O processo da tentação tem como objetivo testar a constância dos espíritos, na prática do bem. Esse processo é essencial para o progresso espiritual e a ciência do infinito.

Um tema recorrente nesta análise é a importância da escolha consciente. Honório fala sobre como Eva teve a oportunidade de escolher entre diferentes árvores, simbolizando nossas decisões diárias e como elas impactam nosso crescimento espiritual.

A narrativa da queda de Adão e Eva é explorada, com foco nas consequências de suas ações. Honório discute como a desobediência resultou em uma mudança de estado de consciência, levando à percepção de estarem nus e à necessidade de cobrir sua vulnerabilidade.

Esses temas mostram como Honório Abreu utiliza o simbolismo bíblico para transmitir lições espirituais e explicar a jornada evolutiva dos espíritos na Terra.

De acordo com ele, a nudez de Adão e Eva antes e depois da queda possui um significado simbólico profundo. Antes da queda, a nudez representa um estado de pureza e inocência. Nesse estado, eles não tinham consciência do bem e do mal, vivendo conforme a harmonia e as leis naturais estabelecidas pelo Criador. Eles estavam cobertos pela misericórdia divina e, portanto, não sentiam vergonha de sua nudez.

Após a queda, ao desobedecerem à ordem divina e comerem do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, Adão e Eva tiveram seus olhos "abertos" e passaram a ter consciência de sua nudez. Essa consciência da nudez simboliza a perda da inocência e a entrada no mundo do conhecimento do bem e do mal. A partir desse momento, eles passaram a sentir vergonha de sua condição e buscaram cobrir-se com folhas de figueira, representando a tentativa de esconder suas falhas e fraquezas.

Esta nudez pós-queda indica a vulnerabilidade e a exposição ao pecado, mostrando que eles agora estavam cientes de suas transgressões e da necessidade de expiação e provas para sua evolução espiritual, que significa recomposição consciencial. A cobertura com folhas de figueira é uma metáfora para os mecanismos que criamos para lidar com nossas fraquezas e tentar nos proteger da exposição ao mal que agora conhecemos.

A desobediência à Lei, a qual é o pecado original, gera consequências – causa e efeito – o que temos no texto como simbolizado pelas punições.

Segundo Honório, as punições impostas aos três grupos de espíritos mencionados nestes versículos têm significados simbólicos e espirituais profundos. Vamos explorar como ele interpreta essas punições.

Punição da Serpente

3: 14 Então o Senhor Deus disse à serpente: Porquanto fizeste isto, maldita serás mais que toda a besta, e mais que todos os animais do campo: sobre o teu ventre andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida.15 E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente: esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.

  • Maldição e Degradação: A serpente, representando espíritos mais comprometidos com o erro e recalcitrantes, é condenada a uma posição de degradação. Andar sobre o ventre e comer pó simboliza a queda desses espíritos para uma condição inferior e materializada. Eles perdem a possibilidade de agir livremente no plano espiritual e são forçados a enfrentar as consequências de suas ações.
  • Expiação e Provação: A serpente comer pó representa a necessidade de expiação e prova contínuas desses espíritos, que se afastaram da espiritualidade superior e agora enfrentam um processo de evolução mais doloroso e difícil através das reencarnações.

Punição da Mulher

3: 16 E à mulher disse: Multiplicarei grandemente a tua dor, e a tua conceição; com dor terás filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará.

  • Dor e Concepção: A punição da mulher está relacionada ao aumento da dor no parto e à submissão ao marido. Isso simboliza a transição de um estado de pureza e inocência para uma condição de expiação e provas. A dor no parto representa os desafios e sofrimentos necessários para o crescimento e a evolução espiritual.
  • Relação com o Marido: A submissão ao marido indica a necessidade de trabalhar a humildade, o equilíbrio e a harmonia nas relações interpessoais. É um chamado para a evolução através da superação de desafios emocionais e sentimentais.

Precisamos considerar ainda que, conforme esta interpretação, Adão representa a razão e Eva simboliza o sentimento. No contexto da punição de Eva, onde ela é submetida a seu marido, podemos interpretar isso como uma simbologia de que o sentimento deve se submeter à razão para evitar que se transforme em paixão.

Adão, simbolizando a razão, é o aspecto racional que deve guiar e orientar nossas ações e decisões. Eva, simbolizando o sentimento, representa as emoções e sensibilidades que, sem a orientação da razão, podem se descontrolar e se transformar em paixões.

Isso implica que, para manter um equilíbrio e uma harmonia interior, o aspecto racional deve ter primazia sobre o aspecto emocional.

A punição de Eva, que inclui a dor na concepção e a submissão ao marido, pode ser vista como a consequência de quando os sentimentos dominam a razão, levando a decisões impulsivas e problemáticas.

A razão deve, portanto, "dominar" o sentimento para evitar os desequilíbrios e as consequências negativas associadas às paixões.

Essa interpretação não nega a importância dos sentimentos, mas enfatiza a necessidade de um equilíbrio em que a razão guie as emoções para que essas não se transformem em forças destrutivas. É um convite ao autodomínio e à harmonia entre razão e emoção para uma vida mais equilibrada e consciente.

A Punição de Adão

3: 17 E a Adão disse: Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei, dizendo: Não comerás dela: maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida.18 Espinhos, e cardos também, te produzirá; e comerás a erva do campo.19 No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado: porquanto és pó, e em pó te tornarás.


Reflexões sobre Gênesis cap. 3 Por Cláudio Fajardo Em estudo anterior referentes aos capítulos primeiro e segundo ...
espiritismoeevangelhogenesis.blogspot.com

Certa vez perguntei a um Pastor protestante o porquê dele acreditar que a punição do Inferno seria eterna. Ele me respondeu prontamente: - "Porque a Bíblia afirma que é."
espiritismoeevangelho.blogspot.com