terça-feira, janeiro 04, 2022

Segredos do Apocalipse - Lançamento






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Depois disso, tive uma visão: havia uma porta aberta no céu, e a primeira voz, que ouvira falar-me como trombeta, disse: sobe até aqui, para que eu te mostre as coisas que devem acontecer depois destas. (Apocalipse, 4: 1)

Depois disso, tive uma visão; o que foi narrado anteriormente pelo evangelista já era fruto de uma visão, do exercício medianímico. Assim, a expressão depois disso nos faz compreender que após aquelas anteriores houve um aprofundamento do que ele enxergava em sentido espiritual. Sua mediunidade aguçava cada vez mais.

As primeiras cenas, que deram origem às cartas dirigidas às igrejas, situavam, apesar de sua espiritualidade, num plano mais imediato, aqui há um desdobramento mais amplo e regiões espirituais ainda mais elevadas serão o cenário deste quarto capítulo.

As igrejas representam nós mesmos em vários ângulos de nosso desempenho cristão; ora virtuosos, ora portadores de vícios que precisam ser superados.

havia uma porta aberta no céu; define a superioridade do trabalho. Era fruto de uma concessão da Misericórdia para que nos fosse descortinado novas revelações e situações espirituais, ou tratava-se de conquista moral que permitia esta incursão. A porta do céu não nos abre à toa, ou é merecimento devido a algo já realizado, ou oportunidade de trabalho e assim, de elevação.

e a primeira voz, que ouvira falar-me como trombeta; referência à voz citada no primeiro capítulo no décimo versículo. Pode se tratar do próprio Cristo ou de um Anjo enviado por Ele para revelar-nos. De qualquer modo é um Espírito de nível muito elevado pertencente à falange do Espírito de Verdade.

Ao nível de nossa consciência a primeira voz pode representar um chamamento da justiça, enquanto que esta que nos abre as portas do Céu, a do amor. Só o plano operacional do Evangelho nos prepara para uma Espiritualidade mais profunda.

disse: sobe até aqui; Aquele que emitia a voz estava num plano mais elevado e convida o apóstolo a subir até onde ele se achava, até aqui.

Era a visão do judaísmo um Céu dividido em níveis1 definindo gradações cada vez mais espiritualizadas.

Confirma nosso comentário desta voz sugerir o convite do amor, só ele nos faz subir cada vez mais na escala do espírito.

Há uma necessidade de o médium elevar-se espiritualmente para que através de uma ampla conexão com o Alto possa trazer maiores revelações. A mesma proposta se adéqua à nossa necessidade no dia a dia, pois nos fazendo medianeiros da utilidade atingimos mais rapidamente nosso objetivo de recomposição consciencial e ajuste aos desígnios do Pai.

É preciso compreender, todavia, que toda subida requer esforço, disciplina e perseverança. Se o Céu é a meta e o limite que nos liberta, só através destas virtudes chegaremos lá, virtudes que devem ser buscadas e vividas dia a dia e não de vez em quando e só nos ambientes de nossas afinidades.

para que eu te mostre as coisas que devem acontecer depois destas. Eu te mostre, isto é, o Cristo, a Consciência Superior. Só ajustado a Ele ampliamos nossos olhos que veem para além do trivial.

Todos somos desejosos de grandes revelações, inclusive as que nos projetam no futuro num domínio sobre o tempo. Por aqui aprendemos ser isto possível, isto é, saber as coisas que devem acontecer depois destas, todavia isto tem um preço:

…elevação espiritual, evolução, evangelização…, educação para o serviço em nome de Deus.

Entretanto, esta expressão que devem acontecer deve ser melhor compreendida pois aqui está em parte uma importante revelação desta Apocalipse.

O verbo "dever" aqui traduzido do grego dei, tem o sentido de estar preso a uma lei, a uma necessidade provocada pelas circunstâncias. Sugere uma obrigação moral, um constrangimento por determinação divina.

Portanto, é uma Lei que está por trás, assim ela vai se cumprir. Todavia a sua manifestação pode variar de acordo com o comportamento daquele ou "daqueles" envolvidos na questão.

É importante compreender isto, pois as profecias, mesmo as melhores, vindas por meio de Espíritos elevados não têm um caráter determinístico. Elas funcionam mais como alerta dizendo, "se nada for mudado isto deve acontecer, entretanto, se a conduta mudar poderá ser modificado o efeito".

Em síntese, a Lei se cumpre, a forma dela cumprir pode ser alterada de acordo com nossa postura diante da vida.

Fui imediatamente movido pelo Espírito: eis que havia um trono no céu, e no trono, Alguém sentado… (Apocalipse, 4: 2)

Fui imediatamente movido pelo Espírito; a ideia clara é o de um "arrebatamento" espiritual. Trata-se da mediunidade trabalhada de modo ainda mais elevado que a visão, pois o Espírito se vê transportado a estas regiões sublimes.

Só aquele que está preparado pode realizar tal trabalho, é preciso ter forjado esta condição no serviço da autoeducação. Não podemos adentrar no "paraíso" senão desvinculado de tudo que é transitório.

O Apocalipse nos convida a cada vez mais a uma vida espiritual, só através dela ingressaremos nestas regiões inefáveis.

eis que havia um trono no céu; o Céu confirmando o ambiente em que estava, pura Espiritualidade.

Paulo define o ambiente como indizível, todavia, os autores apocalípticos buscam descrevê-lo fazendo analogias com o conhecido.

João não faz diferente, como em Isaías no sexto capítulo, ou Ezequiel no primeiro, busca algum tipo de referência para nos fazer compreender o ambiente especialíssimo da Casa Espiritual de Deus.

O trono define o ponto ainda mais nobre, o Altar Celeste.

Podemos ainda compreender que o trono é a exteriorização do Pensamento Divino. Todo o Universo é assim, Trono de Deus, o que dá a tudo existente um caráter de uniformidade. Quando algo tem assim, um aspecto divergente do que seja Divino, é sinal que o que está alimentando esta construção não é o campo mental de Deus e sim de Espíritos temporariamente desajustados aos Desígnios Superiores; o que dá um caráter de temporalidade a tudo que se opõe ao Amor Universal.

Destarte, compreendemos que nem o mal, nem as regiões abismais, onde imperam trevas exteriores, são criações divinas, daí não poderem ser eternas e sim temporais de acordo com a necessidade daqueles que a elas estão vinculados.

e no trono, Alguém sentado…; posição que expressa a superioridade Daquele que tem ampla autoridade.

Ezequiel O define como um "ser com aparência humana", um "Adão Primordial". João diz de alguém o que de certa forma ainda humaniza, porém não há como ser diferente. Nós só alcançamos compreensão a partir do que conhecemos.

Os próprios Espíritos Codificadores sentiram grande dificuldade em ter de nos trazer ensinamentos superiores com o vocabulário que temos. Existe na espiritualidade "coisas" que não há como fazer analogia. Imaginemos, deste modo, um ambiente Celestial, muito mais difícil é retratá-lo. Só pelo pensamento podemos fazer uma ideia da Natureza Íntima de Deus ou compreender o Espírito dissociado de matéria2.

Assim, chegamos a uma conclusão, toda vez que tentamos compreender Deus, O humanizamos, e isto não é bom. Deus não é uma pessoa, por maior que ela seja.

Daí a necessidade de muitos fazerem de Jesus, Deus. Devemos entender o Cristo não como o próprio Criador, mas como o caminho operacional de chegarmos até Ele. Não há outra forma de adentrarmos na intimidade do Senhor Supremo.



1 II Coríntios, 12: 2 a 4

2 Cf. (KARDEC, O Livro dos Espíritos. 50ª ed. 1980), Questões 12 e 26.


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