"Desconhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à justiça de Deus" (Romanos, 10: 3)
A missão de Israel era mais grandiosa do que podemos imaginar. Não se limitava a nos trazer a Primeira Revelação, mas também a Segunda – "a salvação vem dos judeus" (Jo, 4:22). Ou seja, a missão de Israel era revelar o Evangelho ao mundo, inclusive aos gentios.
Jesus era judeu, assim como seus primeiros seguidores e os evangelistas.
A promessa feita por Deus a Abraão abrangia todas as nações (Gn, 12:3).
Portanto, Jesus é o propósito da Aliança, a Justiça Divina que cumpre a Promessa.
Citando N.T. Wright, podemos reafirmar:
"A vocação de Israel de ser o povo da Aliança do Criador sempre teve o objetivo de ser o meio de resgatar o mundo inteiro".[1]
Por que isso não se cumpriu?
Por vários motivos, mas talvez o maior deles seja a vaidade.
Israel se envaideceu de ser "o povo escolhido" da "Primeira Revelação". A "Presença Divina" esteve com eles, as Alianças (Abraão, Isaac, Jacó, Moisés…) lhes pertencem, assim como a outorga da Torah (Rm, 9:4). A Israel foi confiado os "Oráculos de Deus" (Rm, 3:2).
Todavia, como Paulo diz, "Israel tropeçou" (Rm, 11:11). Tropeçou pelo orgulho; recusaram-se a abandonar seu status "próprio", isto é, étnico, da participação na aliança (Wright[2]).
Neste ponto, deixamos de falar de Israel para nos dirigirmos mais afetuosamente aos irmãos espíritas.
O Espiritismo é o Novo Israel, estamos sendo conduzidos sob a direção do Espírito de Verdade a um Novo Êxodo.
Através dele, fomos libertos da escravidão (Egito) da morte e do pecado. Da morte – que é a maior angústia dos homens – pois a reencarnação matou a morte. Como consequência, fomos também libertos do pecado, que passou a ser um momento transitório do Espírito, que pode derrotá-lo pela redenção através das múltiplas existências.
Através da mediunidade, foi comprovada a imortalidade da alma, e por ela os "Oráculos de Deus" também nos foram confiados.
Jesus, o Cristo, é a Terra Prometida, o cumprimento da Promessa, de Seu Evangelho "mana leite e mel".
Queridos irmãos de fé, tenhamos cuidado, a vaidade que fez tropeçar Israel pode também nos fazer perder a "Promessa".
Médiuns, escritores, oradores, entre outros, muitas vezes se acham mais importantes que a Revelação. Não poucas vezes pensam ser eles os verdadeiros autores dela.
Portanto, tenhamos cautela, atentemos para o "vigiai e orai". Não deixemos que os sentimentos do mundo sejam nosso "prato de guisado" e por eles renunciemos a nossa primogenitura, ou seja, de nossas bênçãos espirituais.
[1] WRIGHT. N.T., Romanos e a Teologia de Paulo – Artigo: http://www.ntwrightpage.com/port/Wright_Romanos_Teologia_Paulo.pdf acessado em 20/04/2011
[2] Idem ibidem
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