segunda-feira, abril 16, 2012

Paulo, Perspectiva Espírita - Morrer Uma Só Vez - Bibliografia


Para encerrar este breve estudo não poderíamos deixar de comentar o versículo mais usado pelos cristãos tradicionais para combater a Reencarnação que é um princípio fundamental do Espiritismo a expressar uma Lei Universal.

E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo… (Hebreus, 9: 27)

Este é mais um texto do Evangelho onde a leitura apressada e condicionada pode nos levar ao erro.
Nosso autor aqui em nenhuma hipótese está tratando do tema da possibilidade ou não da reencarnação.
A Carta aos Hebreus é toda escrita para mostrar a superioridade de Jesus-Cristo em relação a Moisés e o quanto o Evangelho, significando a Terra Prometida, é superior à Lei antiga.
Neste ponto o autor de Hebreus está fazendo uma comparação dizendo que pela Lei antiga o Sumo Sacerdote tem de, uma vez por ano, fazer um sacrifício de purificação, enquanto pela Nova Aliança, a do Evangelho, se seguirmos o exemplo do Cristo nos libertaremos de vez da necessidade dos ciclos dos renascimentos como instrumento de purificação. Por meio do Cristo vivenciado temos acesso direto a Deus e a Seu Reino.
A Reencarnação é uma Lei Universal fundamentada na justiça; realmente, se transcendermos a justiça humana pela implementação do Cristo em nós, não teremos mais de reencarnar, pois só reencarnam os Espíritos que ainda não atingiram plenamente a Perfeição Cristã. Todavia enquanto isto não acontece necessário se faz nascer de novo1.
O conceito bíblico de morte nada tem a ver com a cessação da vida física, ou com o desencarne conforme à morte nos referimos.
Como exemplo disto podemos citar Adão que simbolicamente representa a humanidade afastada de Deus pela desobediência às Leis do Criador.
Foi dito a Adão que se comesse da árvore da ciência do bem e do mal ele morreria. Ele desobedeceu e comeu, e o que aconteceu? Fisicamente não morreu, continuou a viver, muitos anos por sinal, e teve até vários filhos.
O próprio Paulo vai expressar este conceito em Romanos ao dizer:

porque o salário do pecado é a morte2

Ou seja, morte significa estar afastado de Deus pelo pecado.
Outros exemplos bíblicos podemos dar.
Jesus ao conversar com um doutor da lei segundo as anotações de Lucas, diz assim:

Respondeste bem; faze isso e viverás.3

Ora se aquele homem estava vivo, por que dizer faze isso e viverás?
Porque não era de vida física que Jesus falava, mas de Vida Eterna, definindo assim o que é vida no conceito das Escrituras.
Em Levítico, 18: 5 temos:

Portanto, os meus estatutos e os meus juízos guardareis; cumprindo-os, o homem viverá por eles. Eu sou o SENHOR.

Em Provérbios, 4: 4:

então, ele me ensinava e me dizia: Retenha o teu coração as minhas palavras; guarda os meus mandamentos e vive.

Muitos outros exemplos podemos dar, mas achamos desnecessário, dizendo apenas que o mesmo Paulo na mesma carta aos Hebreus diz ser o diabo, que simbolicamente representa oposição a Cristo que é Vida, o detentor do império da morte.
Concluindo temos:

Morte = pecado = desobediência às Leis de Deus.

Citamos Paulo novamente para dizer que segundo suas observações, por meio de Adão entrou o pecado no mundo e assim a morte. (Romanos, 5: 12)
Deste modo a morte entrou no mundo através da opção do Espírito por evoluir passando pela fieira do mal.4 Que simbolicamente representa a Queda do Espírito.
Sob este aspecto o Espírito só morreu uma vez, quando adotou o mal como experiência evolutiva afastando-se assim de Deus. A partir daí vem o juízo que é a faculdade de avaliar.
Quando o Espírito morreu (entrou em queda) como proposta divina de recomposição ele entra no ciclo das mortes e dos renascimentos, encarna e desencarna, e após cada etapa vem a avaliação. Assim vai se recompondo até a redenção final que é sua volta à Vida Eterna.
O que Paulo quer dizer é que o Espírito que morreu uma só vez, quando da queda, por meio do Cristo voltará à Vida e não morrerá jamais.
O que ele mesmo confirma em outro texto:

Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo.5
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Referências Bibliográficas:
A Bíblia de Jerusalém. São Paulo: Ed. Paulinas, 1992.
BibleWorks For Windows, Versão 7.0.012g. BibleWorks, 2006.
Dicionário Bíblico Strong . Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 2002.
HOUAISS, Antônio. Dicionário Eletrônico da Língua Portuguesa, versão 1.0. Editora Objetiva, 2001.
KARDEC, Allan. A Gênese, 26ª Ed. Rio de Janeiro: FEB, 1984.
. O Céu e o Inferno. Rio de Janeiro: FEB, 1944.
. O Livro dos Espíritos. 50ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1980.
WRIGHT, N.T., Tradução de Joshuah de Bragança Soares. Paulo Novas Perspectivas. São Paulo: Loyola, 2009.
XAVIER, Francisco C., / Emmanuel (Espírito). A Caminho da Luz, 10ª Ed. Rio de Janeiro: FEB, 1980.
XAVIER, Francisco C./ Emmanuel (Espírito). Paulo e Estevão, 41ª Ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004.
XAVIER, Francisco C./ Waldo Vieira/André Luiz (Espírito). Evolução em Dois Mundos, 13a Ed. Rio de Janeiro: FEB, 1993.



1 Cf. João, 3: 3
2 Romanos, 6: 23
3 Lucas, 10: 28
4 Cf.(KARDEC 1980), Q. 120
5 I Coríntios, 15: 22

2 comentários:

ABRAHAO RIBEIRO disse...

E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo, depois disso o juízo (Hebreus 9.27).


REENCARNAÇÃO, A ALMA É QUEM A SOFRE

Desde que a humanidade estruturou a palavra, para cada coisa empregou-se um termo segundo a sua compreensão, assim é que a expressão Homem é usada no mundo das formas materiais para designar fisicamente a criatura humana. Já no plano extrafísico do cosmo espiritual, quando o ser está desenfaixado das células carnais, ele é simplesmente reconhecido como - Espírito.
Aqueles que tiverem ouvidos para ouvir, que entenda:
Homem (do latin Homine) qualquer indivíduo pertencente à espécie animal que apresenta o maior grau de complexidade na escala evolutiva material – o ser humano. (*) Novo Dicionário Aurélio
Espírito (do latin Spiritu) a parte imaterial e indestrutível do ser humano - a Alma. (*)
Morrer (do latin morrere) perder a vida material – falecer. (*)
Juízo (do latin judiciu) julgamento, conceito, foro ou tribunal, estabelecer uma relação entre dois ou mais termos. (*)

A afirmativa do apóstolo Paulo está judiciosamente correta. O homem morre de fato e, uma vez após a sua morte física, no tempo e espaço naturalmente abre-se o foro íntimo de sua consciência espiritual e segue-se o juízo, que é a aferição dos valores morais e intelectuais das existências para a vida eterna em Deus, da qual Jesus é o divino orientador para todas as criaturas que evoluem no plano material terrestre (II Coríntios 5. 1 a 11). “O corpo humano volta ao pó”; isto é, a compor os elementos químicos do ambiente da terra; “e o espírito retorna a Deus que o deu” (Eclesiastes 12. 7); ou seja, regressa à força divina mantenedora da vida extrafísica no Cosmo.

Logo, para que possamos compreender os mecanismos da vida, o corpo físico é apenas uma vestimenta para o ser espiritual se manifestar no plano da vida física terrestre. E segundo estes princípios a criatura humana apresenta o aspecto intrínseco da natureza espiritual e material, assim definido: espírito a estrutura intelectual, a essência imaterial, etérea, imortal e invisível aos olhos físicos conectado na existência planetária ao corpo animal que é formado de matéria orgânica. Portanto, quem morre de fato na existência material é o homem quando lhe cessa a vida orgânica terrestre. Mas o seu espírito permanece e em forma de energia sobrevive com a sua mente etérea que guarda todos os registros vivenciados nos planos astrais. E assim, no espaço e tempo da evolução humana esse espírito é quem pode sofrer os renascimentos ou, reencarnações na vida física em outras gerações, para atender o princípio natural de aperfeiçoamento do Ser consciencial, por isso é que a Escritura sagrada testifica: que o espírito retorna, ou seja, volta novamente para o seio imaterial da criação infinita de Deus.

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ABRAHAO RIBEIRO disse...

E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo, depois disso o juízo (Hebreus 9.27).


REENCARNAÇÃO, A ALMA É QUEM A SOFRE


Se ao invés de homens morrerem, o Apóstolo Paulo tivesse escrito: aos Espíritos está ordenado nascerem uma única vez... Então aí poderíamos acreditar numa criação estática subordinada ao acaso e totalmente injusta, em virtude das desiguais provações sociais.

Felizmente, a Bíblia é variável em conhecimentos que nos apresenta um modelo real de renascimento do Ser na vida material ou, reencarnação do espírito nos fluidos carnais. Quando a palavra divina testifica que Elias voltou e os homens não o reconheceram (Mateus 17. 12), é que a mesma força intelectual invisível do Ser (espírito) que animara o profeta há 9 séculos passados (Malaquias 3. 1 e 4. 5), retorna à labuta material terrestre em outra geração e renasce na existência humana como filho de Zacarias e Isabel (Lucas 1. 5 a 17). E em virtude das paisagens do meio ambiente já serem outras, naturalmente o espírito se submetera aos impositivos sociais humanos e às leis de hereditariedade biológica para cumprir desta forma o ciclo normal de crescimento interno para o reino divino que se desdobra nos planos astrais.
Ser algum, e quando falamos aqui em ser referimo-nos ao princípio imortal indestrutível – o Espírito. E não ao perecível corpo mortal humano, jamais conseguiu, ou conseguirá, em uma única etapa de existência a perfeição plena para subir ao céu da vida divina e contemplar a Deus no seu todo universal. Na verdade, conforme o ensinamento do Cristo, é necessário ao Ser passar pela série de novos nascimentos através dos elementos da natureza: Água e Espírito, com a finalidade de poder alcançar a eterna excelência do Reino Divino.


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Estudos da reencarnação na Bíblia sagrada
Do livro CÉUS, autor Abrahão Ribeiro