Maria e João. O Trabalho da Mãe Após o Desencarne do Filho
Segundo a narrativa de
João já citada neste estudo, após o momento da crucificação de
Jesus, o Discípulo Amado, acolheu a mãe do Mestre em sua
casa1.
A literatura espírita
confirma este acontecimento, porém diz que tal acolhimento não se
deu imediatamente, mas algum tempo depois.
Quem nos dá a notícia
é o Espírito Humberto de Campos através da mediunidade do cândido
Chico Xavier2.
Segundo este autor
espiritual, após a morte de seu filho Maria foi morar na Bataneia
onde tinha alguns parentes próximos, na realidade familiares de
José.
Em Jerusalém o clima
não estava bom, cristãos e judeus viviam em luta. Mesmo entre os
próprios seguidores de Jesus haviam dissensões inadequadas; a Mãe
de nosso Senhor precisava de um pouco de paz para se recuperar dos
momentos dolorosos do calvário.
Passado algum tempo,
João, que nunca esquecera das observações de Jesus no momento da
crucificação, aparece na Bataneia oferecendo à Mãe que aprendera
a amar, o refugio amoroso de sua proteção3.
Conta o apóstolo, que
havia se instalado em Éfeso, Cidade da Lídia, na costa ocidental da
Ásia Menor, onde as ideias cristãs ganhavam terreno entre as
almas devotadas e sinceras.
O filho de Zebedeu
vinha buscá-la, andariam ambos na mesma associação de
interesses espirituais. Seria seu filho desvelado…
A demora em buscar a
Mãe Santíssima se dera devido ao fato dele não ter ainda uma casa,
mesmo que simples, para acomodá-la. Tendo agora resolvido esta
questão graças à generosidade de um cristão que lhe doara uma
casinha onde poderiam morar, viera rapidamente buscá-la, iniciariam
uma nova era de amor, na comunidade universal.
Maria aceitou a oferta
e se instalou junto de seu novo filho em Éfeso, e,
além de cultivar as lembranças de Jesus, iniciaram importante
trabalho de evangelização na região. Ela atendia em sua própria
casa aos necessitados que lá iam em busca de consolo e até mesmo de
cura de algumas enfermidades; ele por sua vez cuidava mais
especificamente do esclarecimento evangélico comentando sobre os
ensinamentos recebidos de Jesus.
Narra Emmanuel4,
que Paulo de Tarso visitou Maria nesta casinha singela e que ficou
impressionado com a sua humildade. Desejou receber dela informações
sobre Jesus de tal modo que pudesse escrever um Evangelho contando a
história do Mestre e ampliar seus ensinamentos.
Paulo não pôde
realizar este desejo, entretanto, encarregou a seu amigo de
confiança, Lucas, a tarefa de realizar o projeto de escrever um
Evangelho com as informações fornecidas pela mãe de Jesus.
Conta-nos ainda
Emmanuel que na despedida de Paulo, em Éfeso, antes de seu martírio
em Jerusalém, Ela também, mesmo que em idade avançada, compareceu
para levar uma palavra de amor5
a este desbravador de corações em favor do Evangelho.
O trabalho em Éfeso
cresce em grandes proporções o que obriga João a se ausentar
repetidas vezes da residência humilde deixando Maria muitas vezes só
no atendimento dos necessitados, ela já bem idosa não se cansa e
trabalha ininterruptamente em favor dos infelizes apascentando as
ovelhas de Seu filho amado.
É Humberto de Campos6
quem nos informa que em seus momentos finais no corpo cansado,
fisicamente estava só, mas que o próprio Jesus veio buscá-la. Ela
ao reconhecê-lo, com imensa alegria fez menção em ajoelhar-se aos
seus pés, ele a impediu, e por sua vez foi quem ajoelhou nomeando-a
conforme a vontade de Deus, Rainha dos anjos no Reino do Eterno.
1
Cf. João, 19: 27
2
Boa Nova, cap. 30
3
Ibidem
4
Paulo e Estevão, cap. 7
5
Ibidem
6
Boa Nova, cap. 30
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