terça-feira, outubro 11, 2011

Maria de Nazaré, a Educadora de Jesus (continuação...)


Como foi a educação de Jesus?
Este é um tema que buscaremos desenvolver melhor na segunda parte deste estudo, porém aqui gostaríamos de fazer reverência a outro personagem de grande importância neste processo: José, o pai de Jesus.
É comum no meio cristão evidenciar a evolução de Maria, o que é certo, entretanto, desconsiderar a de seu marido, o que não é correto.
Se Maria teve uma grande contribuição no processo de educação1 de Jesus, o mesmo podemos dizer em relação a José, pois temos a certeza, sem querer fazer qualquer comparação, de ser ele um Espírito, também, de grande evolução.
Queremos citar neste momento apenas uma referência de Emmanuel, este guia nosso para todas as horas, a respeito deste respeitável personagem da Galileia. Reflitamos sobre as próximas palavras citadas neste estudo:
É preciso, porém, observar que, a par de beneficiários ingratos, de ouvintes indiferentes, de perseguidores cruéis e de discípulos vacilantes, houve um homem integral que atendeu a Jesus, hipotecando-lhe o coração sem mácula e a consciência pura.
José da Galileia foi um homem tão profundamente espiritual que seu vulto sublime escapa às análises limitadas de quem não pode prescindir do material humano para um serviço de definições.
Já pensaste no cristianismo sem ele?
Quando se fala excessivamente em falência das criaturas, recordemos que houve tempo em que Maria e o Cristo foram confiados pelas Forças Divinas a um homem.2
O Espírito Humberto de Campos, através da mediunidade de Chico Xavier3, nos relata da preocupação dos pais de Jesus com a sua educação. Eles tinham a intuição de sua missão e a ciência de parte de suas necessidades, por isso preocupavam-se em preparar o menino para o cumprimento dos desígnios superiores.
Narra-nos este Espírito importante diálogo entre Maria e sua prima Isabel, do qual citamos pequeno trecho, a respeito do tema do preparo dos filhos para o cumprimento dos propósitos do Pai:
Ainda há alguns dias, estivemos em Jerusalém, nas comemorações costumeira, e a facilidade de argumentação com que Jesus elucidava os problemas, que lhe eram apresentados pelos orientadores do templo, nos deixou a todos receosos e perplexos. Sua ciência não pode ser deste mundo: vem de Deus, que certamente se manifesta por seus lábios amigos da pureza. Notando-lhe as respostas, Eleazar chamou a José, em particular, e o advertiu de que o menino parece haver nascido para a perdição de muitos poderosos em Israel.
Com a prima a lhe escutar atentamente a palavra, Maria prosseguiu, de olhos úmidos, após ligeira pausa:
Ciente desse aviso, procurei Eleazar, a fim de interceder por Jesus, junto de suas valiosas relações com as autoridades do templo. Pensei na sua infância desprotegida e receio pelo seu futuro. Eleazar prometeu interessar-se pela sua sorte; todavia, de regresso a Nazaré, experimentei singular multiplicação dos meus temores.
Conversei com José, mais detidamente, acerca do pequeno, preocupada com o seu preparo conveniente para a vida!... Entretanto, no dia que se seguiu às nossas íntimas confabulações, Jesus se aproximou de mim, pela manhã, e me interpelou: “Mãe, que queres tu de mim? Acaso não tenho testemunhado a minha comunhão com o Pai que está no Céu!
Altamente surpreendida com a sua pergunta, respondi-lhe, hesitante: Tenho cuidado por ti, meu filho! Reconheço que necessitas de um preparo melhor para a vida... Mas, como se estivesse em pleno conhecimento do que se passava em meu íntimo, ponderou ele: “Mãe, toda preparação útil e generosa no mundo é preciosa; entretanto, eu já estou com Deus. Meu Pai, porém, deseja de nós toda a exemplificação que seja boa e eu escolherei, desse modo, a escola melhor. No mesmo dia, embora soubesse das belas promessas que os doutores do templo fizeram na sua presença a seu respeito, Jesus aproximou-se de José e lhe pediu, com humildade, o admitisse em seus trabalhos. Desde então, como se nos quisesse ensinar que a melhor escola para Deus é a do lar e a do esforço próprio concluiu a palavra materna com singeleza —, ele aperfeiçoa as madeiras da oficina, empunha o martelo e a enxó, enchendo a casa de ânimo, com a sua doce alegria! (Os grifos são nossos)
Percebemos neste singelo diálogo o cuidado dos pais de Jesus com sua educação. Ele por sua vez tinha a perfeita consciência do que era o mais importante: eu escolherei, desse modo, a escola melhor.
Como nos comportaríamos na mesma situação? Se tivéssemos um filho deste nível tentaríamos impor as nossas ideias ou saberíamos reconhecer sua superioridade não atrapalhando o seu desenvolvimento?
1 Temos usado esta expressão por não encontrar no momento outra melhor, todavia não sabemos se é certo falar em educação em relação a Jesus, que era um Espírito Puro mesmo encarnado, e que segundo Emmanuel não sofreu as restrições comuns a qualquer um de nós ao tomar um corpo de carne.
2 Levantar e Seguir, cap. 6
3 Boa Nova, cap. 2

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