Assim, o Filho do Homem até do sábado é senhor.[1]
E o centurião que estava defronte dele, vendo que assim clamando expirara, disse: Verdadeiramente, este homem era o Filho de Deus.[2]
E o centurião que estava defronte dele, vendo que assim clamando expirara, disse: Verdadeiramente, este homem era o Filho de Deus.[2]
Temos divulgado a importância de se estudar o Evangelho do Cristo, e mais, de assim o fazer à luz da Doutrina Espírita.
Muitos podem pensar que a partir desta idéia nos achamos superiores aos irmãos vinculados a outras escolas religiosas, porém esta não é a verdade. Conforme nos ensina Emmanuel todos que se aproximarem do Evangelho com a disposição de aprender e o coração aberto para compreendê-lo com a alma, muito poderão realizar em matéria de iluminação espiritual pertençam a que crença for.
Todavia não podemos deixar de reconhecer que a doutrina codificada por Kardec nos instrumentaliza com recursos valiosíssimos para a compreensão da Boa Nova, sem os quais o entendimento amplo de algumas passagens se torna muito mais difícil.
Russell Champlin, religioso e escritor estado-unidense, Bacharel em literatura bíblica no Immanuel College, pós-graduado em Novo Testamento na Universidade de Chicago, e Ph. D. em línguas clássicas na Universidade de Utah[3], afirma na Introdução ao Evangelho de Marcos que:
Muitos podem pensar que a partir desta idéia nos achamos superiores aos irmãos vinculados a outras escolas religiosas, porém esta não é a verdade. Conforme nos ensina Emmanuel todos que se aproximarem do Evangelho com a disposição de aprender e o coração aberto para compreendê-lo com a alma, muito poderão realizar em matéria de iluminação espiritual pertençam a que crença for.
Todavia não podemos deixar de reconhecer que a doutrina codificada por Kardec nos instrumentaliza com recursos valiosíssimos para a compreensão da Boa Nova, sem os quais o entendimento amplo de algumas passagens se torna muito mais difícil.
Russell Champlin, religioso e escritor estado-unidense, Bacharel em literatura bíblica no Immanuel College, pós-graduado em Novo Testamento na Universidade de Chicago, e Ph. D. em línguas clássicas na Universidade de Utah[3], afirma na Introdução ao Evangelho de Marcos que:
O termo Filho de Deus, de conformidade com o evangelho de Marcos é uma expressão muito importante para Marcos, e não pode ser derivada de qualquer compreensão judaica acerca do “Messias”…
Mais á frente, no mesmo artigo, continua:
O Filho de Deus, de conformidade com o evangelho de Marcos, é participante da divina essência… (…) [Ele] triunfou sobre a morte, e promete o mesmo tipo de vida a todos quantos querem segui-lo em sinceridade e verdade. Ele é aquele que tem as propriedades de “asseidade” (do latim a-se-esse, aquele que tem vida em si mesmo, que é auto-existente, independente, participante da vida divina essencial). E é justamente esse tipo de vida que ele promete a outros. Haveremos de transformar-nos em seres que participam da vida divina, por intermédio de Cristo; e então possuiremos vida em nós mesmos, passando a ser verdadeiramente imortais, como Deus é imortal.
Dizendo ainda em outro ponto do mesmo texto:
Contudo, Jesus também aparece no evangelho de Marcos como Filho do homem, estando perfeitamente identificado com o homem, sendo homem verdadeiro, cujos sofrimentos foram reais… (…)Jesus, na qualidade de homem, andou em comunhão com o Pai.
Estaria Champlin enganado em sua interpretação, pensamos que não; todavia diante de suas colocações, ou adotamos a tese simplista e de pouca lógica que Jesus era Deus e homem ao mesmo tempo, ou teremos que buscar nas orientações da filosofia espírita subsídios para interpretarmos a questão dentro de um prisma com melhor fundamentação.
Dentro do nosso entendimento do que ensina a doutrina espírita, muito pelo contrário, Jesus não é nem Deus e nem homem conforme a compreensão usual deste termo. Porém, antes que os leitores deste texto possam se chocar com estas afirmativas, nos apressaremos em explicá-las.
Um dos princípios básicos do espiritismo é a evolução. Evolução que é, segundo Emmanuel, Lei para tudo neste nosso Universo dual.
Assim, explica o espiritismo, que o Espírito inicia sua fase evolutiva na matéria, e segue, passando pelos reinos inferiores da criação, até atingir na faixa hominal a condição de operar sobre o seu próprio destino. Porém este não é o fim, e apesar de não termos informações completas de como a evolução se processa a partir do homem é certo que ele chegará à condição de Espírito Puro, que segundo os Espíritos disseram a Kardec, nesta fase eles não sofrem mais qualquer influência da matéria.
Está é a condição, segundo o próprio Codificador, de Jesus, que por suas virtudes, estava muitíssimo acima da humanidade terrestre.[4]
Ainda segundo as anotações de Emmanuel, Jesus recebeu do Criador a missão de formar, orientar e governar o planeta Terra, e isso se deu desde o início quando este se desprendia da nebulosa solar.
Quando se deu este evento? Há aproximadamente cinco bilhões de anos. Depreendemos deste fato que Jesus já era Cristo há cinco bilhões de anos, quando nós muito provavelmente ainda estávamos na condição de “simples e ignorantes” formando-nos nos reinos inferiores da criação.
Portanto, nada mais lógico do que afirmar que se a condição humana em que nos situamos não é a última na escalada evolutiva, Jesus não pertence à raça humana; como disse Kardec, Ele está muitíssimo acima da humanidade terrestre.
Com isso não queremos dizer que Ele não tenha tomado quando de sua encarnação um corpo semelhante ao nosso tendo neste, sofrimentos reais. Pela lógica que temos aprendido o superior pode vir ao inferior, o contrário é que nem sempre é possível.
Quanto a Jesus não ser Deus, não vamos nos ocupar deste assunto, já que escrevemos para espíritas e estes têm perfeita consciência disto. Seria repetir um tema que outros muito mais competentes do que este que lhes escreve já explicaram melhor.
Mas para aqueles que ainda não se certificaram do assunto e desejam melhor se informar sobre ele, indicamos excelente estudo feito por Kardec no livro “Obras Póstumas”, sob o título: “Estudo Sobre a Natureza do Cristo”.
Dito isto, podemos agora nos ocupar melhor com os comentários citados de Russell Champlin.
Conforme nos ensina o professor Pastorino, a expressão filho de é uma expressão idiomática do hebraico e exprime o ser que possui a qualidade do substantivo que lhe segue. Assim, filho da luz quer dizer iluminado; filho da paz significa pacífico. Portanto, filho de Deus é o ser que se divinizou. Divinizar não é tornar-se Deus, pois isso é impossível, é tornar-se participante da Divindade no sentido de se integrar Nela. O apóstolo Paulo, em Espírito, na questão 1009 de O Livro dos Espíritos nos diz que: gravitar para a unidade divina, eis o fim da Humanidade. Mostrando-nos que isso não só é possível, como é o fim de todos nós.
Dentro desta exposição do professor Pastorino filho do homem é o humano, o que contraria o que dissemos anteriormente sobre Jesus. Porém, explica o mestre que este conceito evoluiu de tal modo que ao tempo de Jesus filho do homem significava aquele que já teria se libertado do ciclo reencarnatório. Enquanto que filho de mulher expressava o homem ainda sujeito às reencarnações, filho do homem era o Espírito que, terminada sua evolução nos mundos materiais não precisava mais encarnar; eram assim, “produto do homem”, “fruto da humanidade”.[5]
A partir destas explicações que só a exegese espírita do Novo Testamento pode realizar, podemos compreender com clareza as colocações do renomado escritor norte americano quando afirma que o Jesus de Marcos – Filho de Deus – era participante da essência divina. Tinha-se feito “Um com Deus”, gravitado para a Unidade Divina.
Ele triunfou da morte, afirma Champlin.
É preciso dissociar na literatura bíblica morte de desencarnação. Já nos primeiros capítulos do livro Gênesis o redator da obra nos diz que Adão e Eva morreriam se se alimentassem do fruto da árvore da ciência do bem e do mal. Como todos sabem eles assim fizeram e não morreram, pois narra-nos o simbólico texto da Bíblia hebraica que foram todos os dias que Adão viveu novecentos e trinta anos[6]
Assim, a morte a que se refere o autor de Gênesis é a morte da transgressão à Lei de Deus, tese esta confirmada pelo apóstolo Paulo ao informar-nos:
Porque o salário do pecado é a morte…[7]
Ele triunfou da morte, ou seja, Ele tornou-se puro, sem pecado; venceu o mundo.[8]
Poderíamos até supor que Champlin conhecesse a Doutrina dos Espíritos, pelo que sabemos ele é protestante, pois afirma com naturalidade que Jesus promete o mesmo tipo de vida a todos quantos querem segui-lo em sinceridade e verdade…haveremos de transformar-nos em seres que participam da vida divina…
Não é isso que sem nenhum dogmatismo, fundamentado na lógica e no bom senso ensina o espiritismo?
Porém, não esqueçamos da continuidade do excelente artigo do também professor norte americano:
Para que tudo assim se dê e possamos realmente ser auto-existentes, independentes, participantes da vida divina essencial é preciso ser como Jesus:
…homem, [que] andou em comunhão com o Pai.
Um comentário:
Muito obrigado pelos esclarecimentos! Foram muito edificantes
Postar um comentário