E vós fostes feitos nossos imitadores e do Senhor, recebendo a palavra em muita tribulação, com gozo do Espírito Santo, de maneira que fostes exemplo para todos os fiéis na Macedônia e Acaia. (1Tessalonicenses, 1: 6)
Paulo leva muito a sério os ensinamentos de Jesus. Deste modo, compreende que do mesmo jeito que Jesus se fez um com o Pai, nós também poderemos nos fazer um com o Cristo e um com Deus. Esta é uma prerrogativa que é dada a todos nós.
Assim, busca incessantemente imitar a Jesus a quem ele tem por Senhor. Buscou viver isto de tal modo, que mais tarde pôde afirmar:
Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim.[1]
Aqui ele exalta a coerência dos discípulos de Tessalônica, pois estes tendo recebido o Evangelho, a palavra em muita tribulação, o fizeram com gozo do Espírito Santo, isto é, com alegria e compreensão de tal forma, que entendendo a essência da Mensagem buscaram imitar Paulo e o Senhor. Ou seja, entenderam a importância da vivência dos ensinamentos que recebiam, e tinham não só Paulo, mas o próprio Jesus como modelo.
Cabe aqui analisar algumas expressões minuciosamente buscando a aplicação das lições em nosso dia a dia.
Nossos imitadores e do Senhor – É importantíssimo termos um modelo. Os Espíritos nos informam na questão 625 de O Livro dos Espíritos que Jesus é o nosso guia e modelo.
Temos deste modo, de refletirmos sobre esta colocação e entender que a verdadeira "religião espírita" é a imitação de Jesus. É certo que a distância que nos separa em matéria evolutiva, é imensa, todavia temos que colocar o objetivo na frente e buscarmos alcançá-lo com determinação e perseverança. Haverá momentos de dores, de lágrimas, e até mesmo de quedas, mas o que nos faz diferente dos demais é a capacidade que podemos ter de nos erguermos e seguirmos adiante rumo ao objetivo para o qual fomos criados.
Todas as grandes almas que serviram de exemplo para humanidade assim fizeram, e se em determinado momento erraram, pois só Jesus foi perfeito, souberam fazer do erro ponte para integração com o Eterno.
Sejamos imitadores de Paulo, de Francisco de Assis, de Chico Xavier, de Madre Teresa e de outros que do mesmo modo buscaram imitar o Senhor. E não esqueçamos que o objetivo de nossa vida é a evolução, que deve ser compreendida como espiritualização, evangelização, ou mesmo, educação para o entendimento do Cristo Jesus e de Deus nosso Pai e Criador.
…recebendo a palavra em muita tribulação… - A palavra aqui é o mesmo que Evangelho, pois este é a "palavra de Deus" para cada um de nós. Se o Antigo Testamento representa um pedido do homem para Deus, o Novo é a resposta de Deus para nós.
Todavia, se a Boa Nova é uma "palavra" de alegria, a sua vivência requer muita determinação e perseverança no objetivo maior, pois o cerne de sua mensagem é a destruição do interesse pessoal em favor do coletivo, é o sacrifício de si mesmo em favor do outro.
A tribulação dos tessalonicenses, de Paulo e dos primeiros cristãos foi principalmente a incompreensão da religião ortodoxa e dominante na época. Incompreensão esta que se materializou em muitas dores para os primeiros seguidores do Meigo Nazareno. Hoje já não temos as mesmas dificuldades; no país em que vivemos há uma grande liberdade de manifestação religiosa, todavia, qual de nós não tem as suas tribulações na busca da vivência evangélica, seja na convivência com a multiplicidade de filosofias existentes até mesmo entre os adeptos do Cristo e de Kardec, ou, seja na luta íntima do dia a dia? Porém, não nos esqueçamos, a luz só se manifesta nas trevas, sem a existência destas, como refletir a revelação que vem do Alto?
Desta forma entendemos que a tribulação é essencial para o aperfeiçoamento individual, são nas provações mais ríspidas que são forjados os maiores caracteres.
…com gozo do Espírito Santo… - Podemos entender a expressão Espírito Santo no Evangelho de dois modos principalmente. Representa o Espírito que já se santificou através da experiência evolutiva; ou, em determinados casos o grupo de Espíritos já harmonizados a Deus e que trabalham para o Cristo na implantação da Verdade Universal no coração das criaturas.
Em última instância, em nosso planeta Terra, Jesus é o coordenador do trabalho do Espírito Santo em todas as esferas. A trindade Deus – Jesus –Espírito Santo, ou, Pai – Filho – Espírito Santo, representa dentro desta ótica a harmonia de trabalho, do Criador, daquele que é o Eleito do Orbe, o Cristo, e o grupo de Espíritos que já ajustados à vontade de Deus trabalham como Cocriadores na harmonização deste Orbe, seja num plano maior ou menor, de acordo com a possibilidade de cada um. Em síntese, a trindade representa o Plano Operacional de Deus.
Com gozo do Espírito Santo conforme expressou o Apóstolo da Gentilidade, significa a alegria daquele que trabalha com amor. O seguidor do Evangelho tem por diferencial justamente a alegria de servir. Mesmos nos momentos de maior contrariedade a alegria deve ser o sentimento sempre presente na intimidade de cada um, pois a dificuldade não pode de modo algum ser encarada como castigo, e sim como promoção a uma oportunidade nova de trabalho em favor do Cristo.
…de maneira que fostes exemplo para todos os fiéis na Macedônia e Acaia. – Segundo orientação da espiritualidade superior, o exemplo não é uma forma de educação, mas a única.
Nós, conhecedores do Evangelho, e que nos dizemos seguidores do Mestre Galileu, não podemos esquecer que temos constantemente responsabilidade de educadores na pauta de nossas obrigações diárias.
Eis que o semeador saiu a semear…[2]
Portanto, em todos os momentos temos o compromisso de educar, não esqueçamos, deste modo, do exemplo.
Paulo ressalta aqui o comportamento de fidelidade dos seguidores de Tessalônica, e destaca como isso foi importante, pois serviu de exemplo para várias outras comunidades do Evangelho.
Se queremos ser divulgadores da Doutrina e do Evangelho, temos sim que estudar Kardec, as lições de Jesus, e sermos fiéis a eles na oratória; porém, jamais esqueçamos das consequências morais que devem resultar desta possibilidade. O seguidor fiel é aquele vive o que prega, como Paulo nos lembra:
O justo viverá da fé[3].
[1] Gálatas, 2: 20
[2] Mateus 13:3
[3] Cf. Habacuque, 2: 4; Rom, 1: 17; Gl, 3: 11; Hb, 10: 38
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