domingo, abril 24, 2011

Novo Êxodo

“Desconhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à justiça de Deus” (Romanos, 10: 3)

A missão de Israel era maior do que podemos imaginar. Não era apenas nos trazer a Primeira Revelação como podemos pensar a princípio, mas nos legar também a Segunda – “a salvação vem dos judeus” (Jo, 4: 22). Ou seja era missão de Israel revelar para o mundo – inclusive para o gentio – o Evangelho.

Jesus era judeu seus primeiros seguidores também, os evangelistas do mesmo modo.

A promessa feita por Deus a Abraão referia-se a todas as nações (Gn, 12: 3).

Desta forma, Jesus é o propósito da Aliança, a Justiça Divina em que se cumpre a Promessa.

Assim, citando N.T. Wright, podemos reafirmar:

“A vocação de Israel de ser o povo da Aliança do Criador sempre tem o objetivo de ser o meio de resgatar o mundo inteiro”. [1]

Entretanto isto não se cumpriu, por quê?

Por vários motivos, entretanto, podemos dizer que o maior deles talvez seja a vaidade.

Israel se envaideceu de ser “o povo escolhido” da “Primeira Revelação”. A “Presença Divina” esteve com eles, as Alianças (Abraão, Isaac, Jacó, Moisés…) lhes pertencem, igualmente a outorga da Torah (Rm, 9: 4). A Israel foram confiados os “Oráculos de Deus” (Rm, 3: 2)

Todavia, e isto não sou eu quem diz, é Paulo, “Israel tropeçou” (Rm, 11: 11).
Tropeçou pelo orgulho; se recusaram a abandonar seu status “próprio”, isto é, étnico, da participação na aliança (Wright) [2].

Neste ponto deixamos de falar de Israel para nos dirigirmos mais afetuosamente aos irmãos espíritas.

O Espiritismo é o Novo Israel, estamos sendo conduzidos sob a direção do Espírito de Verdade a um Novo Êxodo.

Através dele fomos libertos da escravidão (Egito) da morte e do pecado. Da morte – que é a maior angústia dos homens – pois a reencarnação matou a morte. Como consequência fomos também libertos do pecado que passou a ser momento transitório do Espírito, que pode derrotá-lo pela redenção através das múltiplas existências.

Através da mediunidade foi comprovada a imortalidade da alma, e por ela os “Oráculos de Deus” também nos foram confiados.

Jesus, o Cristo, é a Terra Prometida, o cumprimento da Promessa, de Seu Evangelho “mana leite e mel”.

Queridos irmãos de fé, tenhamos, todavia cuidado, a vaidade que fez tropeçar Israel pode também nos fazer perder a “Promessa”.

Médiuns, escritores, oradores, entre outros, têm muitas vezes se achado mais importante que a Revelação. Não poucas as vezes pensam serem eles os verdadeiros autores dela.

Desta forma, tenhamos cautela, atentemos para o “vigiai e orai”. Não deixemos que os sentimentos do mundo sejam nosso “prato de guisado” e por eles abramos mão de nossa primogenitura, digo de nossas bênçãos espirituais.

Notas:
[1] WRIGHT. N.T., Romanos e a Teologia de Paulo – Artigo: http://www.ntwrightpage.com/port/Wright_Romanos_Teologia_Paulo.pdf acessado em 20/04/2011
[2] Idem ibidem

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