sexta-feira, março 18, 2011

Jesus e a Inteligência Emocional

Dentro da conceituação dos dicionários Inteligência é a faculdade de aprender, apreender ou compreender; percepção, apreensão, intelecto, intelectualidade. Qualidade ou capacidade de compreender e adaptar-se facilmente; capacidade, penetração, agudeza, perspicácia.

Segundo a psicologia é a capacidade de resolver situações problemáticas novas mediante reestruturação dos dados perceptivos.

Muito se tem falado atualmente de inteligência sobre vários aspectos. Durante muito tempo se afirmou que a inteligência era hereditária e que podia ser medida. A unidade desta medida era o Q.I (Quociente de Inteligência) que era medido através de testes. Eram avaliadas as capacidades verbais e não verbais, memória, vocabulário, compreensão, solução de problemas, raciocínio abstrato, processamento de informações, habilidades motoras, etc..

Havia assim, basicamente dois tipos de inteligência a linguística e a lógico-matemática.

Nos dias atuais foi aprofundado o entendimento deste tema, e estudiosos como Daniel Goleman e Howard Gardner nos propõem outros tipos de inteligências, afirmando ainda que estas podem ser aprendidas.

Assim surge com Gardner a teoria das Inteligências Múltiplas, e com Goleman a partir do estudo da teoria de Gardner a "Inteligência Emocional".

O tema se tornou de tal forma importante que até as contratações de funcionários pelos departamentos de recursos humanos das empresas tiveram que se adaptar aos novos padrões, e hoje o que era um fator de grande importância para a contratação de pessoal, o QI, já não é mais, pois esta capacidade está perdendo terreno para outras qualidades como a de gerenciar as emoções de modo satisfatório, para dizer apenas uma.

Nosso objetivo nestas linhas não é realizar um estudo do tema sob o ponto de vista da psicologia, visto que sob esta ótica há profissionais mais abalizados para falar sobre o assunto. Aqui pretendemos levantar apenas alguns tópicos levantados pelos modernos estudiosos das questões do comportamento, e mostrar, que devido a sua superioridade espiritual, Jesus, já há dois mil anos sabia de tudo isso e trabalhava em seu Evangelho conceitos que não só dão sustentação aos estudos atuais, como até propõe soluções que muitos deles ainda não viram.

Vamos, desta forma, destacar algumas habilidades consideradas importantes, que na opinião destes estudiosos atuais facilitaria o acesso à felicidade, ao sucesso e a outros estados tão ambicionados por todos, e fazer uma correlação com as propostas do Evangelho deixadas por Jesus para que pudéssemos segundo Ele, atingir a vida plena e abundante de saúde e paz.

Conhecer as próprias emoções – Autoconhecimento: - É o conhecimento que o homem tem de si próprio, de seus sentimentos, de desejos e ambições. Como se comporta diante de "tal" ou"qual" situação? Esta é uma competência fundamental para que o homem tenha confiança em si e conheça seus pontos fortes e fracos. Possuindo esta competência tem o ser humano de um modo geral muito mais condições para atingir seus objetivos e relacionar melhor com as pessoas.

Proposta do Evangelho:

Tu porém, quando orares, entra no teu aposento, e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em oculto… (Mateus, 6: 6)

Quem dentre vós estiver sem pecado, seja o primeiro a lhe atirar uma pedra. (João, 8: 7)

Lidar com os sentimentos. Ter capacidade de gerenciar os sentimentos – É de grande importância saber lidar com os nossos próprios sentimentos. Quando assim o fazemos melhor nos adequamos a pessoas e ambientes conseguindo assim não só um melhor relacionamento como também uma maior capacidade de êxito naquilo que nos propusemos a realizar.

Devido às nossas várias experiências reencarnatórias trazemos em nosso psiquismo uma enormidade de sentimentos a serem trabalhados, sentimentos estes que vêm à tona a todo momento. Não podemos evitá-los já que fazem parte da nossa história psicológica, porém podemos e devemos administrá-los com consciência criando em nós uma nova realidade emocional que será muito útil na conquista de novas posições de saúde.

Somos seres bem equilibrados e ajustados quando tudo vai bem, comportamos adequadamente quando estamos felizes e satisfeitos. Todavia, quando algo nos contraria, quando somos pressionados, como temos nos manifestado?

Jesus ensinou-nos com o seu próprio exemplo a gerenciar as emoções, ele mais do que ninguém foi pressionado em vários instantes e sempre agiu com tranqüilidade e segurança.

Passagens para serem meditadas no Evangelho sobre o assunto:

Então, retirando-se os fariseus, consultaram entre si como o surpreenderiam em alguma palavra.

E enviaram-lhe os seus discípulos, com os herodianos, dizendo: Mestre, bem sabemos que és verdadeiro e ensinas o caminho de Deus, segundo a verdade, sem te importares com quem quer que seja, porque não olhas à aparência dos homens.

Dize-nos, pois, que te parece: é lícito pagar o tributo a César ou não?

Jesus, porém, conhecendo a sua malícia, disse: Por que me experimentais, hipócritas?

Mostrai-me a moeda do tributo. E eles lhe apresentaram um dinheiro.

E ele disse-lhes: De quem é esta efígie e esta inscrição?

Disseram-lhe eles: De César. Então, ele lhes disse: Dai, pois, a César o que é de César e a Deus, o que é de Deus.

E eles, ouvindo isso, maravilharam-se e, deixando-o, se retiraram. (Mateus, 22: 15 a 22)

Porém Jesus foi para o monte das Oliveiras.

E, pela manhã cedo, voltou para o templo, e todo o povo vinha ter com ele, e, assentando-se, os ensinava.

E os escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mulher apanhada em adultério.

E, pondo-a no meio, disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada, no próprio ato, adulterando, e, na lei, nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes?

Isso diziam eles, tentando-o, para que tivessem de que o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, escrevia com o dedo na terra.

E, como insistissem, perguntando-lhe, endireitou-se e disse-lhes: Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela.

E, tornando a inclinar-se, escrevia na terra.

Quando ouviram isso, saíram um a um, a começar pelos mais velhos até aos últimos; ficaram só Jesus e a mulher, que estava no meio.

E, endireitando-se Jesus e não vendo ninguém mais do que a mulher, disse-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou?

E ela disse: Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te e não peques mais. (João, 8: 1 a 11)

Motivar-se, ter vontade de realizar, otimismo. – As emoções são de grande importância para todos. São elas que dão um colorido às nossas ações, são elas que nos qualificam, nos individualizam.

Desta forma, em gerenciando-as, é preciso colocá-las a serviço de nosso objetivo. Aquele que é otimista sabe que todas as dificuldades são contornáveis, servem mesmo como exercício visando nosso crescimento pessoal, por isso conseguem realizar com sucesso tudo que foi planejado.

Encaremos as dificuldades sob um novo prisma, busquemos analisá-las e compreender seu objetivo, tudo na vida tem a sua função.

Meditemos no ensinamento de Jesus:

Tenho-vos dito essas coisas para que vos não escandalizeis.

Expulsar-vos-ão das sinagogas; vem mesmo a hora em que qualquer que vos matar cuidará fazer um serviço a Deus.

E isso vos farão, porque não conheceram ao Pai nem a mim.

Mas tenho-vos dito isso, a fim de que, quando chegar aquela hora, vos lembreis de que já vo-lo tinha dito; e eu não vos disse isso desde o princípio, porque estava convosco.

Um pouco, e não me vereis; e outra vez um pouco, e ver-me-eis, porquanto vou para o Pai.

Então, alguns dos seus discípulos disseram uns para os outros: Que é isto que nos diz: Um pouco, e não me vereis, e outra vez um pouco, e ver-me-eis; e: Porquanto vou para o Pai?

Diziam, pois: Que quer dizer isto: um pouco? Não sabemos o que diz.

Conheceu, pois, Jesus que o queriam interrogar e disse-lhes: Indagais entre vós acerca disto que disse: um pouco, e não me vereis, e outra vez um pouco, e ver-me-eis?

Na verdade, na verdade vos digo que vós chorastes e vos lamentareis, e o mundo se alegrará, e vós estareis tristes; mas a vossa tristeza se converterá em alegria.

A mulher, quando está para dar à luz, sente tristeza, porque é chegada a sua hora; mas, depois de ter dado à luz a criança, já se não lembra da aflição, pelo prazer de haver nascido um homem no mundo.

Assim também vós, agora, na verdade, tendes tristeza; mas outra vez vos verei, e o vosso coração se alegrará, e a vossa alegria, ninguém vo-la tirará. (João, 16: 1 a 4; e 16 a 22)

Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo. (João, 16: 33)

Reconhecer emoções nos outros; empatia. – Uma das qualidades daquele que usa bem a sua inteligência emocional é a capacidade de distanciar-se emocionalmente dos acontecimentos e saber se colocar no lugar do outro. Para que isso aconteça é preciso perceber o outro, captar seu sentimento, escutá-lo com atenção. Em outras palavras, é preciso exercitar a compreensão, a calma, e evitar as explosões tão prejudiciais ao relacionamento.

Proposta Evangélica:

Ora, se teu irmão pecar contra ti, vai e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, ganhaste a teu irmão.

Mas, se não te ouvir, leva ainda contigo um ou dois, para que, pela boca de duas ou três testemunhas, toda palavra seja confirmada.

E, se não as escutar, dize-o à igreja; e, se também não escutar a igreja, considera-o como um gentio e publicano.

Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu. (Mateus, 18: 15 a 18)

Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas. (Mateus, 7: 12)

Lidar com relacionamentos. Aptidão social – Este tópico é uma extensão do anterior. Trata-se de nossa capacidade de lidar com as emoções do grupo de uma forma geral. Voltamos aqui a falar da importância de se praticar a virtude da compreensão. É preciso cultivar a arte dos relacionamentos, da boa convivência, e para tal é imprescindível entender a expectativa do outro, suas metas, seus desejos, sentimentos e ambições. Em síntese, compreender o estado evolutivo de cada um, sem agredir; todavia não se deixando contaminar por seu modo de enxergar os acontecimentos.

Faz-se necessário viver no mundo sem ser do mundo. Cada um tem o seu diferencial.

Aqui entra uma nova virtude, a da adequação. Para nos fazermos compreendido é preciso nos fazermos entender. Jesus foi o maior educador de todos os tempos, pois se fez entender por todos, independente da posição evolutiva de quem o ouvia. Todos e em todas as épocas puderam compreendê-lo.

O que aconteceria se Ele nos mostrasse Deus, a vida, e os princípios que regem o Cosmos de acordo com o seu entendimento superior? Nada entenderíamos, e sua presença entre nós seria inútil. A adequação é uma das formas de se praticar o amor universal.

Lições Evangélicas:

E, acercando-se dele os discípulos, disseram-lhe: Por que lhes falas por parábolas?

Ele, respondendo, disse-lhes: Porque a vós é dado conhecer os mistérios do Reino dos céus, mas a eles não lhes é dado; porque àquele que tem se dará, e terá em abundância; mas aquele que não tem, até aquilo que tem lhe será tirado.

Por isso, lhes falo por parábolas, porque eles, vendo, não vêem; e, ouvindo, não ouvem, nem compreendem. (Mateus, 13: 10 a 13)

E, respondendo João, disse: Mestre, vimos um que em teu nome expulsava os demônios, e lho proibimos, porque não te segue conosco.

E Jesus lhes disse: Não o proibais, porque quem não é contra nós é por nós. (Lucas, 9: 49 e 50)

Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis.

Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros. (João, 13: 34 e 35)

Um comentário:

Rita Foelker disse...

Fajardo, muito bacana esse seu estudo. Parabéns!