segunda-feira, julho 30, 2012

Mediunidade e Evangelho (1Coríntios, 12: 11)


Mas um só e o mesmo Espírito opera todas essas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer.
Já comentamos a respeito da afirmativa que diz que um só e o mesmo Espírito opera todas essas coisas. Que fique claro que vários são os Espíritos que podem se comunicar, todos os livros sagrados dão prova disso e nos dias de hoje, até a ciência pode comprovar a comunicação entre os dois planos.
A própria igreja católica já aceita essa comunicação, em 2 de Novembro de 1983 perante mais de vinte mil pessoas na Basílica de São Pedro o Papa João Paulo II afirmou:
"O diálogo com os mortos não deve ser interrompido, pois, na realidade, a vida não está limitada pelos horizontes do mundo".
Em entrevista concedida à repórter Ilze Scamparini, o Padre Gino Concetti, um dos Teólogos mais competentes do Vaticano também afirma a mesma possibilidade de comunicação:
Ilze Scamparini : "Existe Comunicação entre os Vivos e os Mortos ?"
Gino Concetti : "Eu creio que sim. Eu acredito e me baseio num fundamento teológico que é o seguinte : Todos nós formamos em Cristo, um Corpo místico, no qual Cristo é o Soberano. De Cristo emanam muitas graças, muitos dons, e se estamos todos unidos, formamos uma comunhão. E onde há comunhão, existe também comunicação."
Ilze Scamparini : "O que o Senhor pensa do Espiritismo ?"
Gino Concetti : "O Espiritismo existe. Há sinais na Bíblia, na Sagrada Escritura, no Antigo Testamento. Mas, não é do modo fácil como as pessoas acreditam. Nós não podemos chamar o Espírito de Michelangelo ou de Raphael. Mas como existem provas nas Sagradas Escrituras, não se pode negar que existe essa possibilidade de comunicação".[1]
Não temos, portanto, nenhuma dúvida de que em breve esta possibilidade natural de comunicação será certeza em toda a humanidade.
Entretanto para isso é preciso humildade para reconhecermos que de planos mais altos, de rara espiritualidade, o mesmo Espírito opera todas essas coisas, isto é, o Espírito do Cristo, repartindo particularmente a cada um como quer, ou seja, dando a cada um de acordo com a sua adesão à Lei de Deus que, invisível aos olhos humanos, coordena e dirige todos acontecimentos universais.


[1]  http://www.geocities.com/jeffersonhpbr/textos.html

segunda-feira, julho 16, 2012

Batismo, Um Desafio Cristão






Batismo e Reencarnação: Uma Reflexão Espírita à Luz do Evangelho

“Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus olhos; cessai de fazer o mal.” (Isaías 1:16)

O tema do batismo sempre desafiou nossa compreensão, especialmente quando buscamos alinhá-lo ao entendimento evangélico e à visão espírita. As religiões cristãs tradicionais praticam o batismo de diferentes formas, enquanto o Espiritismo — também de origem cristã — não o considera necessário. Com quem está a razão?

João Batista, Espírito de elevada evolução e precursor de Jesus, batizava. E mais: anunciava que Jesus também batizaria. No entanto, o evangelista João afirma que Jesus não batizava diretamente, mas sim seus discípulos. Polêmicas à parte, o evangelho de Mateus registra que, antes de sua ascensão, Jesus orientou seus seguidores a fazerem discípulos e batizá-los em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo[i]. E como o próprio Cristo afirma: “A Escritura não pode ser anulada.”

Sendo Jesus o Guia e Modelo da humanidade, conforme nos ensinam os Espíritos codificadores, e sendo Seu Evangelho o roteiro essencial para nossas vidas, não deveríamos nós, espíritas, considerar o batismo como parte de nossa jornada espiritual?

A Origem e o Significado do Batismo

A palavra batismo vem do grego baptizo, que significa mergulhar ou imergir, derivando de bapto, com sentido semelhante. Um exemplo curioso vem do poeta e médico grego Nicander (200 a.C.), que ao descrever uma receita de picles, usa os dois termos: primeiro bapto (imersão temporária em água fervente), depois baptizo (imersão definitiva em vinagre). A diferença é clara: baptizo implica transformação permanente.

Historicamente, há registros do batismo na Caldeia, na Grécia Antiga e no Judaísmo. Os judeus praticavam o mikvá, banho de purificação, em diversas ocasiões: conversão de gentios, rituais de limpeza, preparação para o Templo. João Batista, portanto, não inventou o batismo, mas o ressignificou: seu batismo era moral, não ritual. Era único, não repetitivo. Simbolizava arrependimento e conversão definitiva.

João anunciava que seu batismo seria superado por outro — o de Jesus — que viria com fogo e Espírito. O batismo com água representa a justiça; o de Jesus, o amor. E como o amor é maior que a justiça, o batismo do Cristo transcende o do Precursor.

Batismo e Reencarnação: Um Paralelo Espiritual

Podemos compreender o batismo de João como símbolo da reencarnação. O Espírito, ao reencarnar, mergulha no líquido amniótico, inicia sua jornada física e passa por provas para se purificar e evoluir. A reencarnação é, portanto, a maior expressão da justiça divina — é o batismo da alma no cadinho da vida.

Dessa forma, todos os filhos de Deus — espíritas, cristãos ou não — devem se batizar. Mas não necessariamente por meio de rituais externos. O verdadeiro batismo é espiritual, é a transformação interior.

Mas se o batismo de João não se repetia, como pode simbolizar a reencarnação, que é múltipla?

A resposta está na codificação espírita:

“Todos os Espíritos tendem para a perfeição e Deus lhes faculta os meios de alcançá-la, proporcionando-lhes as provações da vida corporal. Sua justiça, porém, lhes concede realizar, em novas existências, o que não puderam fazer ou concluir numa primeira prova.” (O Livro dos Espíritos, questão 167)

Cada encarnação é um novo passo. Quando o Espírito se purifica, não precisa mais reencarnar. Assim como o batismo de João era único, a reencarnação também tem um fim: a perfeição.

O Batismo com Fogo e Espírito Santo

Jesus nos alerta: “Não vim trazer a paz, mas a espada.” A espada representa a luta íntima, o esforço consciente de transformação. O batismo com fogo é a purificação pelas dores, desafios e provas da vida. É o cadinho onde nossas imperfeições são queimadas, como o ouro na fornalha.

Mas para que esse batismo seja autêntico, é preciso que seja vivido com consciência e alegria — como aplicação prática das lições do Mestre.

Só após esse batismo é que podemos aspirar ao batismo com o Espírito Santo: a santificação pela vivência plena das virtudes evangélicas. Ser batizado com o Espírito é tornar-se colaborador ativo do Cristo, ajudando na redenção das almas.

Batizar em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo

A orientação de Jesus para batizar em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo representa o plano divino de salvação. É a implantação do Evangelho no coração dos filhos de Deus. É a nossa colaboração com o Criador na construção de um mundo regenerado.

Compreendendo essa dinâmica espiritual, o salmista expressa com beleza e humildade:

“Devolve-me o júbilo da tua salvação, E que um espírito generoso me sustente. Vou ensinar teus caminhos aos transgressores, Para que os pecadores voltem a ti.” (Salmos 51:12-13)

Essa súplica revela o movimento essencial do Espírito em processo de redenção: receber a luz, sustentar-se nela e compartilhá-la com os que ainda caminham na sombra. É o ciclo da evolução consciente.

Na visão espiritual, Deus Pai é a Fonte Irradiadora de todo Bem e de todo Amor. O Filho, representado por Jesus, é a expressão operacional desse Amor — o Verbo encarnado que nos guia. O Espírito Santo representa a comunhão dos Espíritos redimidos, que vibram em perfeita sintonia com o Criador e colaboram na obra divina. São os trabalhadores do Alto, que, em uníssono com o Pai, atuam em favor da humanidade.

Assim, batizar em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo é muito mais do que um rito: é um convite à transformação integral. É o chamado para que cada criatura se alinhe aos três níveis da Trindade Universal — recebendo a irradiação divina, agindo como filho responsável e tornando-se Espírito redimido pela recomposição da própria consciência.

Essa é a marcha da evolução: saímos do Pai como centelhas divinas, tornamo-nos filhos conscientes e, ao final da jornada, retornamos ao Pai como Espíritos Santos, plenos e realizados.

🌿 Conclusão: O Batismo como Renascimento Espiritual

O apóstolo Paulo, em sua carta aos Romanos, sintetiza com profundidade:

“Ou não sabeis que todos os que fomos batizados em Cristo Jesus, é na sua morte que fomos batizados? Portanto, pelo batismo nós fomos sepultados com ele na morte, para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também nós vivamos vida nova.” (Romanos 6:3-4)

O verdadeiro batismo não é um ritual externo, mas uma disposição moral profunda. É conversão, é renascimento, é vida nova. E ninguém pode realizar esse processo por nós — ele é pessoal, íntimo, de dentro para fora.

Paulo nos propõe três etapas espirituais: morte, sepultamento e ressurreição.

  • Morte: o fim dos desejos inferiores, dos hábitos que nos afastam da luz, das ilusões da transitoriedade.
  • Sepultamento: o rompimento definitivo com os laços fluídicos do passado, a desvinculação das amarras mentais que nos prendem à matéria.
  • Ressurreição: o surgimento da Nova Criatura, o Espírito que se recompõe, que renasce em santidade e consciência, pronto para viver em plenitude.

Esse processo pode parecer doloroso — afinal, morrer para o mundo exige coragem. Mas é justamente essa morte que nos conduz à Vida Verdadeira, à Vida Abundante, à Vida Eterna.

O batismo, portanto, é o rompimento com a velha criatura, com o ego dominado pelas paixões, com o príncipe deste mundo. É o nascimento do Espírito livre, senhor de si mesmo, herdeiro do Reino, filho de Deus em plenitude.



[i] Cf. João, 4: 2

 

 

Bibliografia

A Bíblia de Jerusalém. São Paulo: Ed. Paulinas, 1992.
BibleWorks For Windows, Versão 7.0.012g. BibleWorks, 2006.
Dicionário Bíblico Strong . Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 2002.
KARDEC, Allan. O Céu e o Inferno. Rio de Janeiro: FEB, 1944.
. O Livro dos Espíritos. 50ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1980.



1 Cf. João, 4: 2
2 Mateus, 28: 19
3 João, 10: 35
4 Dicionário Bíblico Strong . Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 2002
5 KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 50ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1980. Comentário da questão 171
6 Idem, Q 168
7 Id., ib. Q. 132
8 Mateus, 3: 7,8 e 10
9 João, 1: 31
10 KARDEC, Allan. O Céu e o Inferno. Rio de Janeiro: FEB, 1944. I Parte, cap. VII
11 Cf. Mateus, 10: 34
12 Cf. Mateus, 28: 19
13 Salmo, 51: 14 e 15
14 Romanos, 6: 3 e 4

domingo, julho 08, 2012

1ª Tessalonicenses, 1: 1 – Seria este o primeiro versículo escrito de O Novo Testamento?






O prefácio do livro Paulo e Estevão está fazendo aniversário. Ele é datado de 08 de Julho de 1941.
Sabemos que este é um dos livros mais importantes da literatura mediúnica de Francisco Candido Xavier sob a orientação de Emmanuel sendo este o autor espiritual desta monumental obra.
Pretendemos no mês de setembro próximo iniciar a publicação em nosso Blog de um estudo da Carta de Paulo aos Tessalonicenses, que segundo alguns estudiosos é o primeiro texto escrito do Novo Testamento como temos hoje.
Para não passar em branco esta data de grande importância para o movimento espírita-evangélico, publicamos neste dia os comentários do primeiro versículo desta carta histórica. Este é, portanto, talvez, o primeiro versículo escrito do Novo Testamento.
Aguardamos, assim, para o mês de setembro próximo, se for da Vontade de Deus, a sequência do estudo destes valiosos primeiros textos do Apóstolo Paulo, que foi, segundo palavras de Huberto Rohden, o maior Bandeirante do Evangelho.
Paulo, e Silvano, e Timóteo, à igreja dos tessalonicenses, em Deus, o Pai, e no Senhor Jesus Cristo: graça e paz tenhais de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo. (1ª Tessalonicenses, 1: 1)
Por volta do ano 50 de nossa era, já em franca atividade apostólica, Paulo, o fiel amigo dos gentios, se vê diante da seguinte dificuldade: a expansão das comunidades por ele fundadas crescia e com o crescimento surgiam dificuldades para o bom andamento da divulgação do Evangelho. Sua presença era sempre solicitada entre os novos seguidores do Cristo, e ele já não dava conta de atender à solicitação de todos como gostaria.
Após uma sentida oração percebeu-se envolvido pela presença espiritual do próprio Jesus que buscando tranquilizá-lo inspira-o a mudar a forma de assistência aos queridos seguidores.
Conforme anotações de Emmanuel, o Senhor o orienta com brandura:
Poderás resolver o problema escrevendo a todos os irmãos em meu nome… (…) doravante Estevão permanecerá mais aconchegado a ti transmitindo-te meus pensamentos, e o trabalho de evangelização poderá ampliar-se em benefício dos sofrimentos e das necessidades do mundo.1
Deste modo, o Apóstolo convidou Timóteo e Silas, aqui chamado de Silvano, para juntos redigirem a primeira de suas importantes epístolas.
Paulo escreve esta sua primeira epístola em Corinto, por volta do ano 50 ou 51 de nossa era. Esta carta tem importância histórica, pois provavelmente é o primeiro documento escrito do Novo Testamento.
Emmanuel2 relata que por volta do ano 34 ou 35 d.C. os seguidores do Cristo tinham um manuscrito de Mateus onde consultavam os ensinamentos de Jesus. Porém os historiadores informam-nos que o Evangelho de Mateus conforme temos hoje, em sua forma narrativa, é de composição mais tardia. O texto a que Emmanuel se refere deve ser um primeiro Evangelho escrito por Mateus em aramaico (ou hebraico); o atual foi escrito em grego. Mais tarde Mateus teria composto um novo texto, inclusive com influência do Evangelho de Marcos que segundo os estudiosos é anterior.
Estas cartas, escritas por Paulo, foram produzidas por um método que alguns autores denominam de círculos de profecia, que consistia em uma meditação por parte do apóstolo e de seus companheiros, em que Paulo, concentrado, recebia por inspiração as palavras e estas vinham naturalmente e eram faladas em voz alta e anotadas. Há desde aqui, e mesmo bem antes, pois alguns estudiosos informam-nos que desde Samuel os textos sagrados eram produzidos desta forma, uma identidade com o que hoje nós espíritas chamamos de produção mediúnica; um medianeiro recebe o texto dos espíritos – que aqui era o de Estevão representando o próprio Jesus -, e o transmite aos assistentes pela palavra oral (psicofonia) ou escrita (psicografia).
Estes eram os dons espirituais que o apóstolo iria aprofundar e tornar claro mais adiante em outras epístolas.
Importa-nos ainda nesta saudação vermos como o fiel divulgador do Evangelho diferencia Deus, o Pai, do Senhor Jesus Cristo. Para Paulo é clara a distinção, Deus e Jesus são figuras distintas, um é o Criador, conforme Atos, 17: 24, o outro, Jesus, era o Cristo, ou Messias, o Filho enviado por Deus para remir a humanidade que se encontrava em erro e sob o jugo do mundo, conforme Gálatas, 4: 3 a 5.
1 Paulo e Estevão, pág. 529
2 Paulo e Estevão, Op. cit.

terça-feira, julho 03, 2012

Evangelho Miudinho: A Segunda Trombeta do Apocalipse






8E o segundo Anjo tocou... Algo como uma grande montanha incandescente foi lançado no mar: uma terça parte do mar se transformou em sangue, 9pereceu um terço das criaturas que viviam no mar e um terço dos navios foi destruído.1
8E o segundo Anjo tocou... Algo como uma grande montanha incandescente foi lançado no mar: uma terça parte do mar se transformou em sangue…
E o segundo Anjo tocou...; novo lance da evolução, nova voluta da espiral que se abre…
Algo como uma grande montanha incandescente foi lançado no mar; os comentaristas deste texto têm visto aqui mais algumas tragédias. Este algo como uma montanha incandescente lançado no mar seriam cometas, meteoritos, até mesmo estrelas que desabariam sobre o planeta gerando mortes coletivas e todo tipo de sofrimentos. Muitos veem as águas poluídas de nossas fontes, rios, e até mesmo o mar sendo contaminado.
Não podemos duvidar que muita coisa disto possa mesmo acontecer nestes dias finais de transição pelos quais o nosso Orbe está passando, todavia, como temos feito, nos importa perceber qual a nossa posição íntima em relação a tudo isto.
Como comentamos anteriormente se para muitos o sangue pode ser visto com pavor e até mesmo significando morte, pode também ser visto como vida depende do ângulo pelo qual analisarmos.
Assim, vemos no símbolo desta grande montanha incandescente toda uma somatória de recursos que o Plano Superior disponibiliza para nós a fim de podermos enfrentar todas estas vicissitudes, instrumentalizados para realizar nosso processo evolucional de forma consciente e amparado pela Misericórdia do Alto que nunca falta.
Podemos aí ver os conhecimentos não só da ciência e do avanço de tecnologia que nos proporcionam conforto, bem estar, e até mesmo vitória sobre certas enfermidades até então fatais, mas principalmente as informações que nos descortinam o Mundo Espiritual e as revelações que nos consolam e nos preparam adequadamente para enfrentarmos a transição, devidamente capacitados a conquistar nossa definitiva libertação.
A montanha é sempre vista nos textos bíblicos como elevação espiritual; foi numa montanha que Moisés recebeu os Dez Mandamentos, em outra que o Cristo nos revelou as Leis Universais através de Seu Iluminado Sermão.
Deste modo esta montanha incandescente, pode significar toda esta soma de recursos lançados a nós, como também a reencarnação de vários Espíritos superiores com o objetivo transformar a face do planeta e nos auxiliar nestes dias difíceis de juízo coletivo e transição mais acentuada. É incandescente, pois além de iluminação é também uma brasa na nossa consciência realisando a queima de resíduos e transformando-nos de dentro para fora.
O mar não é outro senão o “mar da vida”, mar em que devemos lançar nossas redes em busca da pesca maravilhosa das verdades do Evangelho e assim transformar toda realidade. É o mar aonde devemos aplicar as lições de nosso Mestre nos desafios do dia a dia.
uma terça parte do mar se transformou em sangue…; não se trata de sangue no que diz respeito à morte, mas a uma vida nova marcada pelo testemunho novo com fundamentação evangélica. É sacrifício sim, mas de interesses pessoais, de tudo que é mundano e nos rebaixa a condições inferiores. Não deixa de ser morte, pois para nascer o novo o antigo deve transformar-se. É o sangue da Nova Aliança que nos induz ao processo reeducativo, o único capaz de nos libertar definitivamente das ilusões e armadilhas deste mundo.
Na terça parte; mesmo que em forma fracionária temos o “três” que é um número pertinente indicando evolução. É uma parte apenas, uma menor parte, mas como o fermento capaz de levedar a massa toda.
9…pereceu um terço das criaturas que viviam no mar e um terço dos navios foi destruído.
Trata-se da continuidade das ocorrências do versículo anterior. Muitos ao contrário do que comentamos têm visto na “montanha incandescente lançada ao mar” a encarnação de vários Espíritos mais ligados às regiões das trevas e estes acontecimentos trágicos narrados aqui seriam a consequência da desordem que eles implementariam no planeta apoiados pela invigilância do homem comum que insiste em malbaratar tanto os recursos da natureza quanto os espirituais oferecidos pelo Alto.
A interpretação faz sentido. É importante sabermos que nestes momentos de transição planetária pelos quais passamos a Misericórdia de Deus permite que Espíritos arraigados ao mal tenham oportunidade de reencarnar em nosso mundo físico na esperança de que estes tendo uma última oportunidade aqui, antes do degredo a outros planetas inferiores onde continuariam sua evolução, possam fazer uma correção de rota.
Todavia o que acontece é que grande parte deles trazem consigo um estado psíquico bastante negativo e conseguem contaminar outros desavisados que invigilantes aprofundam-se também nestes terrenos escuros da queda.
Tudo isso é comum nestes dias em que vivemos, inclusive as várias filosofias que surgem nestes momentos em nome de uma “nova era” têm aí sua gênese. Quando estas filosofias são mesmo reeducativas acolhendo seguidores de acordo com sua posição na evolução, tudo bem; entretanto surgem outras comodistas, liberais, e sem o menor compromisso com a transformação moral de seus seguidores, e é quanto a estas que devemos ter cautela, porque nem todos os de Israel são, de fato, israelitas2.
Se optamos assim, pela interpretação de que esta “montanha incandescente” representaria os valores e os recursos nobres que estão à nossa disposição, inclusive a encarnação de Benfeitores Espirituais, é porque sabemos que Deus jamais desampara os Seus filhos, e se há mesmo grandes dissabores nestes tempos, e grande disseminação da maldade, há também concorrendo paralelo, as oportunidades de ajuste do Espírito e de implementação de uma nova proposta reeducativa em bases cristãs. Optamos por valorizar o Bem que como sabemos, sendo expressão maior do próprio Criador, é o que domina e subsiste.
Deste modo, pereceu um terço das criaturas que viviam no mar; não se trata de morte definitiva de seres e nem mesmo a representação da queda definitiva do Espírito, e sim de uma morte indicadora de ressurreição, que é a morte de nossas conquistas e ilusões no campo da negatividade alcançada pelo afastamento do Espírito em relação a Deus, através das transgressões à Sua Lei.
São estes valores que fizemos crescer em nós num psiquismo comprometedor que devem perecer, são eles que ainda vivem em nosso mar íntimo nas águas de nossa vivência em amplos conflitos conscienciais.
e um terço dos navios foi destruído. O navio é a embarcação. Representa nossos recursos de encaminhamento de nosso progresso. Podemos ver também como a nossa posição no “mar da vida” que é a própria evolução.
Estes recursos antigos formados a partir das experiências de transgressão à Lei devem mesmo e serão ao seu tempo destruídos. Teremos com o aporte de novos valores e de um encaminhamento consciencial mais seguro uma nova posição diante da vida. Somos um antes de Cristo operar em nós e outro, após. Não há quem não sofra modificações ao conhecer de forma sincera o Evangelho e sentir a presença de Jesus em si. Mesmo os que O condenaram sentiram o peso de Sua presença e jamais foram os mesmos.
A destruição destes navios significa assim a transformação do velho homem na Nova Criatura da qual falou o apóstolo dos gentios, que na estrada de Damasco fez destruir a embarcação de Saulo em favor da de Paulo, o homem renovado em Cristo que nascia.

1 Apocalipse, 8: 8 e 9
2 Romanos, 9: 6