segunda-feira, janeiro 09, 2012

Maria a Educadora de Jesus 2ª Parte


Sobre este assunto há algumas reflexões que devem ser feitas.
Jesus precisava ser educado? Precisava que alguém lhe ensinasse alguma coisa ou já sabia tudo?
Este é mais um desafio em nossa tarefa de compreender o Mestre maior. Sinceramente penso que não há como responder estas e outras questões a respeito com certeza, é mais uma área em que o que falarmos não passa de opinião pessoal.
Jesus é a maior expressão de amor que temos. Uma das maiores características daquele que ama é a capacidade que este tem de adequação.
Portanto, Jesus ao vir a até nós adequou-se para que melhor pudesse cumprir sua missão. Não haveria como ele nos ensinar algo se assim não tivesse feito.
Assim, para que pudesse ter autoridade fez-se como habitante comum de nosso orbe, restringiu-se para que melhor pudesse servir. Pelo que depreendemos de nossos estudos trata-se de uma restrição que fez de forma consciente e espontânea, e não por imposição. O que significa que a qualquer momento que quisesse poderia retomar suas possibilidades.
Assim, tinha um corpo semelhante ao nosso, não fluídico como chegaram a supor, entretanto era um corpo mais perfeito que o habitual dos habitantes de nosso orbe. Ele não adoecia, tinha uma memória profunda, podia se tornar visível e invisível quando quisesse etc.
Compreendemos então, que Jesus foi um menino como qualquer outro, teve infância, adolescência e tudo mais, todavia foi especial porque era especial, tinha uma evolução espiritual que nos escapa.
Deste modo era natural alguém lhe ensinar as primeiras lições, todavia este aprendizado era mais que uma recordação, ele sabia em seu coração e em seu espírito. Era apenas um despertar.
Dizem os que estudam a respeito de educação que educar é tirar do educando aquilo que ele já possui, e com Jesus isto foi ainda muito mais claro, ela já possuía todas as virtudes.
Educar uma criança é tarefa complexa, talvez seja a mais importante e difícil que temos, imagine então, ter a missão de educar Jesus.
Ele surpreendia seus pais a toda hora. Talvez a maior missão destes era realmente não atrapalhar o seu desenvolvimento, e podemos dizer com segurança, que apenas isto, não atrapalhar, já era uma missão desafiadora.
Narra-nos o evangelista, que Jesus crescia em sabedoria, em estatura e em graça diante de Deus e diante dos homens.1
É de grande profundidade esta citação. Mostra-nos que Jesus fora uma criança que cresceu naturalmente como qualquer outra e que isso aconteceu aos olhos de todos com quem convivia. Que ele recebia informações, porém não as guardava somente no campo intelectual, as transformava em sabedoria pela aplicação do que “aprendia”. E isto fazia de maneira completa, diante de Deus, observando a sua Lei, e diante dos homens convivendo com todos, auxiliando, compreendendo, aproximando cada um do Pai, o que Ele sabia ser uma necessidade de todos.
Kardec nos ensinou que educação é a arte de formar os caracteres2, o que ele definiu como educação moral. Esta é a que todos precisamos, é o maior objetivo para vida de cada um. Podemos afirmar com segurança que sob esta ótica Jesus foi um emérito educador desde criança.
Não foi o que ele fez quando aos doze anos foi encontrado por seus pais entre os doutores no Templo? Não foi o que, invertendo os papeis, fez com José e Maria quando os levou à reflexão dizendo: Não sabeis que devo me ocupar com as coisas de meu Pai?3

Continua...

1 Lucas, 2: 52
2 KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 50ª ed. Rio de Janeiro, FEB, 1980, questão 685, comentários.
3 Lucas, 2: 49

Nenhum comentário: