quarta-feira, dezembro 04, 2019

Sabedoria de Tiago, O Irmão do Senhor


Tiago, servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo, às doze tribos da Dispersão; saudações. (tiago,1: 1)
O autor desta carta se revela logo no primeiro versículo, é Tiago.
Mas quem seria esse Tiago? Não pode ser o irmão de João, o filho de Zebedeu, pois este desencarnou antes desta carta ser escrita. É então Tiago menor, o filho de Alfeu (Mt, 10: 3), irmão de Judas (Jd, 1: 1)?
Paulo diz que é o irmão do Senhor (Gl, 1: 19), e lhe chama de "coluna da igreja" (Gl, 2: 9); ao que tudo indica sua mãe chamava Maria (Mt, 27: 56) e era parenta da mãe de Jesus, talvez irmã. Provavelmente esteja aí o motivo de Paulo dizer que era o irmão do Senhor, é que àquele tempo os primos de primeiro grau eram tratados como irmãos.
Para Emmanuel (cf. livro Paulo e Estevão), era Tiago filho de Alfeu, e irmão de Levi. Para Humberto de Campos sua mãe chamava Cleofas, seu Pai era mesmo Alfeu e era irmão de Levi e de Tadeu.1
Ainda segundo alguns estudiosos este Tiago seria um terceiro Tiago, irmão de Jesus (cf. Mt, 13: 55) e que só teria se convertido ao cristianismo depois do episódio da ressurreição, teria desde então assumido a liderança do movimento junto com Pedro e João. Josefo, historiador judeu do Século I, afirma ser Tiago, irmão de Jesus e que foi martirizado no ano 62 a. C..
Há ainda outra dificuldade para estabelecer o autor desta carta, é que ela foi escrita em um grego elegante e rico em vocabulário, o que não era comum em um galileu.
Seja lá como for Orígenes cita esta epístola como escritura inspirada.
Para a nossa análise onde o que mais importa é conteúdo reeducativo do texto, cabe o destaque de que Tiago se denominava servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo.
O Evangelho de Jesus nos mostra a todo instante que o objetivo do Cristo era educar o Espírito em trânsito na Terra a fim de que ele se ajustasse à necessidade de maior espiritualidade.
O meio para que isto se efetivasse como conquista do Ser imortal, é que este estivesse em conexão com as inteligências do Alto e buscasse no seu dia a dia aplicar o aprendido em seu campo de ação com aqueles que lhe fossem próximos.
Amar e servir estes os verbos que mais deveriam ser praticados pelos seguidores do Messias.
Ao se qualificar como servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo, Tiago mostra que compreendeu a lição e no decorrer do texto tanto quanto no da vida daquele que Emmanuel diz ser o irmão de Levi, vamos ver que ele tinha autoridade para assim dizer.
Dois mil anos se passaram, nós demos muitas voltas em nossa trajetória evolutiva na busca daquilo que denominamos felicidade. Hoje compreendemos que ela está mais em dar do que em receber, mais em servir do que em ser servido, mais em amar do que ser amado; porém, será que com a mesma naturalidade do companheiro de Simão Pedro podemos nos qualificar de servos de Deus e do Senhor Jesus Cristo?
Concluindo este primeiro versículo o autor mostra que dirige este texto às doze tribos da dispersão.
Dispersão vem do grego diáspora, que designava os judeus emigrados da palestina. As doze tribos eram a totalidade do povo judeu.
Na carta Tiago usa esta expressão talvez se dirigindo aos judeus-cristãos espalhados pelo mundo Greco-romano, ou ainda, a todos os cristãos de um modo geral.
Analisando o número doze em seu sentido de completude, e a profundidade do conteúdo desta epístola, podemos com segurança dizer que ela foi conservada sob a orientação dos Espíritos Superiores no cânone neo-testamentário, endereçada a todos nós cristãos de todas as eras que buscamos o nosso aperfeiçoamento moral em busca de nos tornarmos homens de Bem sob a égide do Cristo de Deus.
Meus irmãos, tendo por motivo de grande alegria o serdes submetidos a múltiplas provações… (tiago, 1: 2)
Meus irmãos; mostra o carinho com os seguidores do Evangelho, nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros2, havia ensinado o Mestre, necessário era que todos fossem tratados com muito afeto.
Irmão é palavra comum na boca de muitos cristãos ao se referirem aos confrades, porém, tão poucos dizem assim usando esta expressão em seu verdadeiro sentido segundo a entendia Jesus.
Uma das dificuldades que os estudiosos desta carta tiveram foi estabelecer a data em que ela foi escrita. Para uns, hoje menos comuns, ela foi escrita entre os anos 45 e 50 de nossa era. Seria assim um dos primeiros escritos do Novo Testamento. Para outros, data a carta do final da vida do apóstolo.
Nós não temos autoridade para opinar sobre o assunto, porém vemos neste texto um amadurecimento tal de seu autor que é pouco provável a primeira hipótese, ou seja, a da data mais antiga.
O texto da epístola em muitos momentos é muito parecido com o da mensagem do Sermão do Monte, mostra um Tiago burilado pelas provações, provações estas que trabalharam nele a paciência como veremos mais adiante.
Neste versículo mesmo que ora comentamos, ele usa do artifício usado por Jesus, que é o de impactar com um pensamento estranho para os homens de sua época, e até mesmo para os de nossa era.
Tendo por motivo de grande alegria o serdes submetidos a múltiplas provações; este não é um pensamento facilmente aceito, quem pode ter alegria por ser submetido a múltiplas provações?
No entanto, o Espírito maduro, o cristão autêntico, sabe que aqui não viemos a passeio, mas para promover nossas possibilidades espirituais, e que estas só desabrocham através de muita luta e esforços consideráveis.
Portanto, se o objetivo é o crescimento espiritual, a promoção moral, e esta condição só é alcançada após múltiplas provações, este acontecimento é motivo de grande alegria; raciocínio puro e lógico, digno do bom senso kardequiano.
Aliás, esta é a mesma mensagem que encontramos em outros evangelistas:
Na vossa paciência, possuí a vossa alma.3
E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a paciência; e a paciência, a experiência; e a experiência, a esperança.4
e sofreste e tens paciência; e trabalhaste pelo meu nome e não te cansaste.5
Aqui está a paciência dos santos; aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus.6
2 João, 13: 35
3 Lucas, 21: 19
4 Romanos, 5: 3 e 4
5 Apocalipse, 2: 3
6 Apocalipse, 14: 12

sexta-feira, julho 19, 2019

Lendo os Salmos à Luz do Novo Testamento e da Doutrina Espírita

 Salmo 22: O Salmo que Jesus Orou 

Leia aqui Salmo 22: 1 a 6

Este é um Salmo mais que especial. É um dos mais citados e utilizados pela tradição cristã.  Os relatos da paixão de Cristo se inspiram nele.
Esteve como oração na boca do próprio Jesus. É sem dúvida um Salmo de profecia messiânica e mais; ao nos dizer da humanidade do Messias fala dEle como modelo. Neste passo nos identificamos e passamos à condição do Orante,
Devido a especialidade do Salmo, iremos comentá-lo mais detalhadamente.
Podemos ver nele dois lances distintos:
Súplica: Versículos de 1 a 22
Louvor  e agradecimentos futuros como esperança de libertação: Versículos 23 a 31
Importa-nos ainda destacar a urgência do salmista devido ao seu grande sofrimento, e sua atitude nobre: não pede punição para aqueles que o fazem sofrer e nem relaciona o sofrimento a nenhuma culpa ou transgressão que tenha cometido.
Neste ponto temos importante aprendizado principalmente para nós  espíritas: nem todo sofrimento  é expiação pode ser apenas uma prova aperfeiçoando o Espírito. Talvez esteja aqui a compreensão do sofrimento de Jó. Não se trata de retribuição, nem mesmo de causa e efeito, talvez oportunidade de crescimento espiritual.
O primeiro versículo foi repetido como oração por Jesus:
Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste (Salmo 22:1)
É preciso ver as diferenças dele na boca de Jesus e na nossa quando oramos.
Jesus é o Guia e o Modelo para toda humanidade (cf. O Livro dos Espíritos, Questão 625)
Ele não precisava passar por nada que passou, se assim o fez, foi por amor e para ensinar-nos o "caminho" para Deus. Pode até mesmo se identificar com o "caminho"  por ter feito ele com excelência; assim, adquiriu autoridade.
Desta forma ao orar este verso participando de nossa humanidade Ele carinhosamente nos ensina dizendo que vamos passar por momentos de tão grande dificuldade que sentiremos como se Deus tivesse nos abandonado. Estes momentos são aqueles em que ninguém pode nos ajudar, temos de passá-los em solidão.
Existem circunstâncias em nossa vida que somos só nós quem temos que resolver. Neste instante temos não o abandono de Deus, mas Ele fica oculto, os amigos espirituais se afastam não por negligência, mas para nos deixar testemunhar. É este instante que está em foco no verso, é uma realidade pela qual temos de passar; em Jesus é ensinamento, é Ele educando nosso Espírito imortal.
Em nossa boca a oração não deve ser protesto, mas  clamor confiante.
 O Segundo versículo quebra a sequência de outros Salmos. Normalmente aquele que ora clama e o Senhor responde.
Aqui Ele não responde, nem à noite o salmista tem descanso.
Como comentamos trata-se daquele momento provacional por qual todos passamos, momento de grande significação, em que o Criador e os Espíritos Consoladores nos observam de "longe".
Muitas vezes, neste instante, buscamos o conselho de um amigo e não o encontramos, outro, e também não; buscamos nos socorrer com uma página de um livro edificante e a mensagem sorteada é completamente distante da nossa necessidade. Faz parte, nas horas definidoras de nossa evolução temos de decidir a sós, escolher o caminho e nos mantermos nele, é a opção de cada um.
"Deus é Santo", habita em nossos louvores (vers. 3), que são nossas atitudes em obediência a Ele. Só assim, em santidade, que é a realização do projeto Dele para nossa vida, habitaremos em Seu santuário e Ele em nós, em nosso coração.
Nossos pais (vers 4) representam aqueles que nos antecederam na doutrina do Cristo. Podemos vê-los na revelação primeira do Antigo Testamento, na segunda do Novo Testamento, ou na terceira, a dos Espíritos consoladores.
No quarto e quinto versículos a expressão de confiança se repete por três vezes. Já dissemos alhures que no contexto do Antigo Testamento confiar é testemunhar Deus e entregar a Ele a vida e as atitudes.
No Novo Testamento esta confiança e fidelidade é tratada como "fé", que é o ato de estar comprometido com o amor de Cristo.
Nossos pais serviram de exemplo e foram salvos, e nós, que exemplo estamos deixando para os nossos filhos?
O vocábulo "vermes" (Vers. 6) é usado outras vezes na Escritura em outros contextos, aqui ele tem uma conotação social.
Sabemos que somos quase nada diante de nossa destinação futura, porém, quando assumimos uma vida buscando espiritualidade, somos vistos por aqueles que nos rodeiam como um "bichinho esquisito", eles ainda presos à retaguarda não compreendem a transformação que está operando em nós, não somos mais vistos como "homens" comuns.
(continuará na próxima postagem)

quinta-feira, julho 04, 2019

Salmo 18 - Breves Considerações

 
 

Este é um Salmo longo. A Bíblia hebraica coloca como seu título "cântico de Louvor a Deus". Trata-se de um hino em que o autor dá graças pelas muitas bênçãos recebidas.

Para compreendermos o contexto histórico é importante ler o capítulo 22 do Segundo Livro de Samuel, que é outra versão do Salmo com pequenas variações.

Davi foge de Saul e de seus inimigos, e o Senhor o livra de todos; assim, ele, o autor do Salmo, conta a todos os benefícios recebidos.

É mais uma oração em que o autor além de expor as graças recebidas coloca sua confiança no Senhor, sua retidão nos procedimentos, e por isto, a ação de Deus livra-o de seus inimigos.

Os personagens são os mesmos de outros Salmos: o orante, Deus e os inimigos. Entretanto, o Salmo diz algumas coisas que merecem ser destacadas.

Ele inicia falando diretamente com Deus expressando um amor profundo, visceral.

Rapidamente ele alterna e começa a narrar colocando Deus na 3ª pessoa, mais à frente (vers. 25) ele volta à 2ª pessoa contando ao Senhor o que Ele próprio fez, como se Ele não soubesse.

Notamos aí uma necessidade que é também nossa, a de falar a Deus em nossas preces o que Ele já sabe. Na verdade, aprendemos com isto que a necessidade é nossa de ouvir o que dizemos como forma de fixar em nós a virtude ou a gratidão, através do que reafirmamos.

Outra questão a se destacar no Salmo confirmando o entendimento espírita, é o cenário da ação, o plano operacional de Deus em três níveis.

 
  • Plano espiritual superior (céu)
  • Plano físico (Terra)
  • Plano espiritual inferior (inferno)

A ação daquele que ora tem de ser em seu nível de ação, horizontal, na Terra. O mundo espiritual inferior age - inimigos - invadindo o mundo físico e a intimidade de cada um; eles – os inimigos – não conseguem atingir Deus, assim tentam violá-lo através daqueles que têm débito por serem transgressores da Lei maior (os encarnados). Para alcancem a proteção do Alto, os situados no mundo físico têm de verticalizar seus sentimentos através de suas atitudes na horizontalidade (plano operacional)

 

"Recompensou-me o Senhor conforme a minha justiça, retribuiu-me conforme a pureza das minhas mãos.

Porque guardei os caminhos do Senhor,...

... e não rejeitei os seus estatutos." (Salmo,18: 20 a 22)

 

Este é o ponto principal que devemos entender do Salmo, não podemos lutar sozinhos contra os inimigos, sejam eles encarnados, desencarnados, ou seja nossos próprios sentimentos inferiores, precisamos de ajuda do Alto, mas para tal temos de atuar "em baixo". Deus age, a vitória é certa, mas é imperioso nossa colaboração na batalha humana.

 

"Tu deste grande vitória a teu rei, foste leal com teu ungido, com Davi [que somos cada um de nós] e sua descendência para sempre (Salmo, 18: 50)

 

 

Leia aqui o Salmo 18:

segunda-feira, julho 01, 2019

Princípio do Evangelho de Jesus Cristo

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O Evangelho de Marcos é tido pelos estudiosos como o primeiro Evangelho narrativo. Antes, tínhamos apenas alguns manuscritos dos apóstolos,não formando nenhum dos livros como hoje os conhecemos.
Já no primeiro versículo o autor diz:

"Princípio do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus"

Princípio; temos aqui uma ressonância do Gênesis (Gn, 1: 1); também Oseias inicia do mesmo modo (Os, 1: 2)
Com isso é provável que o evangelista quisesse dizer do início de uma "nova ordem"  que começa com Jesus.
Uma nova criação?
Não temos dúvida que com o Nazareno temos uma Nova Revelação.
A segunda palavra é Evangelho.
Evangelho tem sido traduzido como "Boa Nova", "Boa Notícia". está correto, mas vai mais além.
O imperador romano era tratado como divindade, senhor do mundo, e também salvador. Suas mensagens eram chamadas de evangelho. O que vinha dele era evangelho.
Assim, Marcos usa esta palavra para designar a "notícia" do Reinado de Deus. Evangelho para a ser a Mensagem de Deus para a humanidade, Ele é O Senhor do Universo, o Redentor. (Cf. Jó, 19: 25).
Isaías, ou o autor do segundo Isaías, um profeta messiânico, usa o termo do mesmo modo:

Tu, ó Sião, que anuncias boas novas, sobe a um monte alto. Tu, ó Jerusalém, que anuncias boas novas, levanta a tua voz fortemente; levanta-a, não temas, e dize às cidades de Judá: Eis aqui está o vosso Deus.(Isaías, 40: 9)

Concluindo o versículo Marcos diz de Jesus Cristo, o Filho de Deus. Ou seja, apresenta Jesus cm um título messiânico: Filho de Deus. Ele é assim, o Messias é quem traz com Ele o Reinado de Deus.
Desta forma, compreendemos o centro da mensagem de Marcos é "o  Reino de Deus está próximo". e Ele coloca estas palavras na boca do próprio Jesus. (cf. Mc, 1: 15)
Na sequência Jesus diz aos primeiros discípulos:

Vinde após mim, e eu farei que sejais pescadores de homens.(Marcos, 1: 17)

Fica claro, se Jesus como Messias é quem traz com Ele o Reinado de Deus, nossa missão como cristãos, isto é, semelhantes a Ele, não é menor.
Pescar homens, convertendo seus corações ao Reino de Bondade temo que ser a meta de cada um de nós.
O autor finaliza deste modo seu livro:

Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. (Marcos, 16: 15) 

Citamos ainda Isaías:
 
Quão formosos são, sobre os montes, os pés do que anuncia as boas novas, que faz ouvir a paz, do que anuncia o bem, que faz ouvir a salvação, do que diz a Sião: O teu Deus reina!  (Isaías, 52: 7

Queridos irmãos, tenhamos vigilância, é aí que inicia o perigo.

Veja o que diz o escritor católico Alfred Loisy sobre o tema:  Jesus anunciou o Reino e o que veio foi a igreja. (Citado pelo Papa Bento XVI)
Ao que o próprio Joseph Ratzinger comenta em seu livro Jesus de Nazaré:

Nesta palavra pode ver-se uma ironia, mas também uma tristeza.

Para encerrarmos ficamos com o que disse Léon Denis como alerta para todos nós:

O Espiritismo será o que fizermos dele.

Assim, tenhamos atenção...

sexta-feira, março 29, 2019

O Evangelho de Paulo - Prefácio


O autor deste livro, — Cláudio Fajardo — é desses pesquisadores incansáveis do evangelho, que tanto contribuem para aumentar o nosso conhecimento. Agora, traz-nos este O Evangelho de Paulo
comentando a Carta aos Gálatas, no que faz excelente obra.
Esta Carta foi o primeiro documento escrito do evangelho, em torno do ano 48; aquela De Tiago veio logo após. Precedeu os evangelhos narrativos. O que havia no ano 48 eram fragmentos de
Jo, Mc e Mt, as perícopes [passagens] um dia colecionadas nos lecionários [leituras] e hoje incorporadas aos evangelhos narrativos.
Os gálatas eram um remanescente de povo celta habitando a fronteira moderna entre Turquia e Síria, ao redor da cidade de Edessa. O primeiro povo a ser amplamente evangelizado; o rei
Abgar conheceu Jesus pessoalmente, parece, e se preocupou em divulgar a Boa Nova entre eles; assim diz a tradição.
Ali Paulo anunciou o evangelho da liberdade. Diz aqui o autor da presente obra, "a liberdade está na essência da Criação".
O Eterno age por amor, quer dizer, com liberdade. O judaísmo daquele tempo queria "obrigar" ao amor, pela lei. A normativa legal dizia, devemos amar ao próximo ainda que isso contrarie o nosso interesse. Mas era sempre uma obrigação, um constranger.
Em hebraico, a palavra mandamento é Mitzvah, quer dizer solidariedade. Literalmente, "repartir o pão". Este o espírito da lei mosaica. Mesmo no famoso "olho por olho", o mandamento diz assim, "se dois homens brigam, e por isso uma mulher grávida aborta, então olho por olho, dente por dente, vida por vida". Moisés não consagrou a vingança e sim a radicalidade do amor.
Paulo de Tarso alertou desde sempre, baseado em sua experiência pessoal, que o amor constrangido leva a desvios. Podemos dizer, em paradoxo, que ele condenou Estêvão à morte por amor; porque o interesse de muitos deve sobrepujar o de um só. Em prol do grupo, devemos renegar o nosso bem-estar. E no caso, na sua óptica, tratava-se de defender a comunidade contra aquilo que ele, Paulo, definia como um grave erro doutrinal, o ensino de Jesus.
Contudo, o juiz implacável reconheceu mais tarde que ninguém pode ser obrigado a amar e, se isto acontece, pode dar lugar a desvios ainda maiores do que aqueles que pretendemos combater, por exemplo, embora baseada na misericórdia para a grávida, ela não podia perdoar seus atacantes no mandamento do "olho por olho" quer dizer que acabava sofrendo duas vezes, pela luta e pela pena infligida aos homens.
O Fajardo entendeu com rara felicidade, Paulo queria o amor pelo consentimento da razão e sobretudo, do coração. Traduziu Mitzvah pelo grego Charis, quer dizer, "alegria", fazendo o moderno conceito de caridade.
Sobre Paulo em si, pouco sabemos, apesar disso é a mais conhecida das figuras da Antiguidade. Nasceu em Tarso mod. Turquia e circulava nas altas rodas do mundo grecorromano. Cursou a universidade grega e a judaica, inteirou-se dos dois mundos; aprendeu com Gamaliel, sucessor de Hilel, aquele que disse, "a misericórdia resume a lei inteira".
A parentela de Paulo caracteriza-se no Talmude, Berakot e outros livros: eram comerciantes. Eram chefes de sacerdotes, cargo equivalente a «primeiro ministro». Descritos como cultos e abastados, alta classe média. Escribas da escola hilelita. Comerciavam azeitonas. Estavam em Jerusalém na fome de 48 com remota origem na Caldeia. Eram sadoquitas. Da tribo de Benjamim. Eram «grandes», quer dizer «anciãos», quer dizer, senadores. Escribas prestigiados. Fariseus em sua maioria. Viviam «Kasher», i.e., respeitando os procedimentos de pureza, quer dizer, judeus ultradevotos. De alta casta. Eram juristas. Isso, no romance Paulo e Estêvão, aparece no início, na conversa entre Paulo e [seu parente] Sadoque, o mais bem documentado familiar.
Paulo era skenopoios, fazia tendas, quer dizer os Tabernáculos. Tinha sinagoga em Jerusalém (Talmude Meguila). Era escriba.
Era jurista. Descendia de Mardoqueu o herói do livro de Ester, num ramo colateral da Casa de Davi (mas esta era da tribo de Judá no seu ramo principal). Os chefes de sacerdotes eram «dotados de
prestígio e autoridade» e legislavam em direito civil e «recebem cartas do estrangeiro» como corregedores dos sacerdotes e dos outros tribunais [palavras da época].
Agora, com Vs. O Evangelho de Paulo.consorcio
consorcio"Espíritas, amai: o primeiro dever. Educai-vos, e educai: o segundo mandamento. No amor que vos anuncio encontrareis tudo o de que precisais para a vida de além-túmulo, a mais importante.
De que tipo de amor falo aqui? Aquele amor vivido com desinteresse, abnegação e renúncia. O amor da pessoa que, sem se renegar a si mesma, abdica de si a favor dos outros."
"Não é preciso diminuir-se ou rebaixar-se para viver a renúncia. E' preciso apenas pensar no futuro que vos espera mais além.
Muitos temem amar assim, pensam que vão perder, desentendem-se da palavra caridade. Mas não há como distinguir entre o bom interesse pessoal e o bem de todos. Aquele que pensa verdadeiramente em si mesmo, pensará nos outros acima de tudo sem dúvida; pois não é possível mesmo ser feliz sozinho.
Por isso, ainda uma vez, amai. Amai sem medo. Amai a todos sem distinção, sem preconceito. Nunca temais abnegar. Amar os outros é amar a si. E o amor, meus queridos, enche o universo de estrelas, nas montanhas estende a relva como um tapete. Faz levantarem-se as ondas do mar. Deus sobretudo ama!
O amor é esperançoso. E' cheio de bondade, misericórdia, paz. O amor não se exaspera. Confia apesar de tudo, e sempre espera. Mas o amor não é sem energia, não é pusilânime nem fraco.
Covardia seria ódio, e desejamos amar. O amor é o ponto certo entre a delicadeza e a valentia. E' a pureza da fé. A esperança em ação. Tende a certeza, quem busca amar nunca se engana.
E educai. Educai a vós mesmos. Desaprendido, ninguém é livre. A ignorância acorrenta. Sacudí os grilhões da treva, pelo estudo perseverante. Estudai tudo, a ciência do mundo, os seus saberes. Nunca receeis a descrença por motivo de estudo algum.
Recebestes do Alto uma doutrina consoladora, semente bendita que precisa do conhecimento para tornar-se árvore frondosa. O Apóstolo vos diz, ...eia! Fortalecei os joelhos vacilantes, erguei-vos,
de pé! Tende Jesus Cristo por vós, sede fiéis! Do além-túmulo, vozes vos clamam, mãos vos afagam, esperai! Orai! Amai-vos uns aos outros e instruí-vos, não há outro mandamento"

(Um Espírito Amigo, pelo médium M. em dezembro de 2004, recebido no Centro Cultural pela Paz Allan Kardec).

Paulo Dias
Rio de Janeiro, 16 de Maio de 2011

(Extraído do Livro "O Evangelho de Paulo" Lançamento Disponível em: www.institutodesperance.com.br)

quinta-feira, fevereiro 28, 2019

O Evangelho de Paulo

 
 
CRISTO NOS REMIU DA MALDIÇÃO DA LEI TORNANDO-SE MALDIÇÃO POR NÓS, PORQUE ESTÁ ESCRITO: "MAL-
DITO TODO AQUELE QUE É SUSPENSO NO MADEIRO".

Paulo faz uma analogia entre a crucificação de Jesus e o texto do Deuteronômio, 21: 23, que diz que o homem culpado suspenso no madeiro será um maldito de Deus.
O apóstolo faz-nos ver que Jesus, o Cristo, o Governador espiritual do planeta, se sujeitou à lei para nos livrar da maldição, que bem compreendida é o afastamento do Ser do Criador.
Jesus veio até nós através do processo da encarnação, se submeteu a todas as necessidades oriundas deste; mesmo sendo o Justo por Excelência deixou-se ser amaldiçoado pelos homens, tudo isso para nos remir do pecado. É o que diz Paulo; todavia entendamos corretamente o que significa nos remir.
Jesus não veio realizar por nenhum de nós, pois nem ele nem Espírito nenhum pode derrogar a Lei que não permite transferência de responsabilidades. O que nós desfizemos, cada um de nós terá que refazer de acordo com a sua responsabilidade, é da Lei que assim seja. O que Jesus fez foi ensinar-nos o caminho para melhor realizarmos cumprindo
assim o objetivo da Vida. Ele, como Espírito que já havia reconstruído este canal com o Pai podia, por experiência própria já vivida, ensinar-nos como atingir este ideal. Assim podemos melhor compreender, Cristo nos remiu da maldição da lei tornando-se maldição por nós.
Nós somos imortais do ponto de vista de que a imortalidade da alma é uma realidade, todavia só vamos atingir a condição de imortais no sentido de não mais morrermos, o dia que nos tornarmos espíritos redimidos pela nossa integração na Lei de Deus; pois quando este estado atingirmos não mais necessitaremos nos submetermos à lei da reencarnação que nos leva a nascer, morrer, sentir dor, contrariedades, etc., como mecanismo de depuração da alma.
Jesus ensinando-nos este caminho mostrou-nos a necessidade de cada um submeter-se à lei, tomar a sua cruz, ser amaldiçoado, e assim se erguer espiritualmente no madeiro pertinente a cada um de nós.

ASSIM, É QUE, POR MEIO DE CRISTO JESUS, DEVIAM OS GENTIOS TER PARTE NA BENÇÃO DE ABRAÃO, PARA QUE RECEBÊSSEMOS PELA FÉ O ESPÍRITO PROMETIDO.

A benção de Abraão está narrada no livro Gênesis:

E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome, e tu serás uma bênção. (...) e em ti serão benditas todas as famílias da terra. 14
 
E depois:
Gênesis, 12: 2 e 3

Então, o levou fora e disse: Olha, agora, para os céus e conta as estrelas, se as podes contar. E disse-lhe: Assim será a tua semente. E creu ele no Senhor, e foi-lhe imputado isto por justiça. Como vemos a promessa do Senhor a Abraão dizia respeito a toda humanidade: em ti serão benditas todas as famílias da terra.

Todavia o povo hebreu tomou-a só para si e achava-se o povo eleito, enquanto que os outros, os gentios, não participavam da benção.
Paulo que era de origem farisaica também tinha pensado do mesmo modo, porém, a partir de sua conversão em Damasco, quando conheceu o Cristo, compreendeu claramente este erro de interpretação, pois entendeu o que Jesus dissera quando afirmou não ter vindo derrogar a Torá, mas ampliar o seu entendimento.
Deste modo, conclui ele de forma magistral este parte da carta mostrando-nos que a Doutrina do Evangelho por ser Universal incluía na benção também os gentios, do mesmo modo que todos os povos futuros que viessem aderir à proposta de renovação pelo espírito.
Hoje a Doutrina Espírita nos ajuda a compreender este Universalismo do Cristo quando nos mostra que Jesus é o responsável diante de Deus por toda a comunidade do planeta Terra; assim, todos os enviados do bem, mesmo os líderes de outras religiões ainda não cristãs são em verdade emissários do Cristo planetário para a implantação do Reino de Deus na Terra. Desta forma, concluímos com Paulo que de uma forma ou de outra, toda a Humanidade do planeta é Cristã, pois é
dirigida pela mesma noúre  que vem de Deus através do Cristo Jesus.
Assim, lembremos do ensinamento final de Jesus em seus últimos momentos fisicamente entre nós:

Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros. (João, 13: 35)
 
E encerremos de vez com todo tipo preconceito religioso.
 
(Extraído do Livro "O Evangelho de Paulo" Lançamento Disponível em: www.institutodesperance.com.br)

segunda-feira, fevereiro 11, 2019

O Evangelho de Paulo


ADMIRO-ME QUE TÃO DEPRESSA ABANDONEIS AQUELE QUE VOS CHAMOU PELA GRAÇA DE CRISTO, E PASSEIS A OUTRO EVANGELHO. NÃO QUE HAJA OUTRO, MAS HÁ ALGUNS QUE VOS ESTÃO PERTURBANDO E QUERENDO CORROMPER O EVANGELHO DE CRISTO. (GÁLATAS, 1: 6 e 7)

Como já comentamos, certo dia, Paulo recebeu a visita de alguns seguidores seus da Galácia, que comentavam que alguns elementos ligados ao judaísmo de Jerusalém, apesar de já convertidos à nova doutrina, vindos da parte de Tiago, estavam na nova comunidade dos gálatas,desenvolvendo uma oposição a Paulo, dizendo que o Evangelho ensinado por este não era o verdadeiro Evangelho do Cristo; o de Paulo era incompleto e não abordava a necessidade dos cristãos de adotar a lei mosaica.
Paulo surpreso e entristecido lembra aos neófitos da Galácia como foi que eles aceitaram bem os ensinamentos do Cristo que receberam por ele, e que se sentia admirado como que de uma hora para outra pudessem eles mudar de opinião a respeito não só dele, Paulo, mas o que era pior, a respeito dos ensinamentos evangélicos. Tinham eles sido chamados por Deus.
Aqui cabe ressaltar que a palavra Evangelho não se refere ao conjunto de livros que hoje conhecemos por este nome, neste tempo eles ainda não existiam na forma conhecida. Havia apenas os manuscritos aramaicos de Levi (Mateus), e provavelmente só as duas cartas aos Tessalonicenses escritas por Paulo.
Então, como entender aqui a palavra Evangelho?
É importante lembrarmos que tanto o que conhecemos por Novo Testamento, quanto por Antigo Testamento, antes de existirem em sua forma escrita existiram de forma oral; portanto, Evangelho aqui representa os ensinamentos de Jesus que foram disseminados entre os judeus,e a partir daquele momento também aos gentios, por seus seguidores mais próximos, entre eles Paulo, que como vimos tinha recebido sua missão diretamente de Jesus.
Os gálatas tinham aceitado rapidamente a essência da mensagem cristã que lhes fora ensinada por Paulo, então, por que agora estavam voltando atrás?
Não existe outro Evangelho, dizia o apóstolo, compreendia ele que a mensagem do Cristo era única e essencialmente espiritual, tudo o que fosse exigência da forma a manter necessidades de aparência, era exclusivamente de origem humana. Paulo foi sem dúvida alguma, entre os discípulos da primeira hora, um dos que melhor compreendeu a profundidade da mensagem do Meigo Rabi Nazareno.
Ele mostra que estes elementos na realidade estavam querendo desvirtuar a mensagem e corromper o Evangelho, seja por ignorância, ou pelo que for. Era preciso que os discípulos da Galácia praticassem a lição do vigiai estando atentos para o discernimento necessário.
Hoje a coisa se dá do mesmo modo, estejamos, portanto, atentos.
Há no meio espírita, mesmo com toda a gama de conhecimento que esta doutrina nos felicita, elementos que querem desvirtuar a mensagem cristã do Espiritismo como Kardec entendia que fosse; e querem até mesmo, alguns, dissociar a Doutrina do Evangelho.
Não esqueçamos a verdadeira posição do Codificador, quando em O Livro dos Médiuns nos afirma claramente que o verdadeiro espírita é o espírita cristão, por ser cristã a essência da mensagem espírita.
Emmanuel vai mais além; segundo este iluminado Espírito, espiritismo sem Evangelho é nau sem rumo, é pura expressão fenomênica sem a verticalização necessária que nos conduz ao objetivo maior de iluminação própria.
Podemos ainda transcender mais dizendo que, do mesmo modo que o ensino oral antecede a lição escrita, o Espírito é anterior à matéria e as conquistas daquele devem ser prioritárias em relação às desta.
Quando desejamos avançar sob a ótica de espiritualidade a retaguarda que ainda grita em nós tenta de toda forma perturbar corrompendo nosso estado de alma superior. É o homem velho, que no texto está representado pelos judaizantes, que não conseguindo mais deter o avanço do que é espiritual busca diminuir nossas conquistas e subverter nossos valores essenciais. Há necessidade nestes momentos de vigilância e oração, pois se até em nossa intimidade temos estas dificuldades, o que não poderemos então dizer no que diz respeito às pessoas com
quem convivemos?
Não nos enganemos, só há um Evangelho, o do Bem, e é a este que devemos seguir.


Extraído do Livro "O Evangelho de Paulo" de Cláudio Fajardo. (LANÇAMENTO)

segunda-feira, fevereiro 04, 2019

O Evangelho de Paulo

É PORVENTURA O FAVOR DOS HOMENS QUE AGORA EU BUSCO, OU O FAVOR DE DEUS? OU PROCURO AGRADAR
AOS HOMENS? SE EU QUISESSE AINDA AGRADAR AOS HOMENS, NÃO SERIA SERVO DE CRISTO. (Gálatas, 1: 10)

Uma das acusações que pesava contra Paulo era de que ele por não exigir a circuncisão visava conquistar mais facilmente seus adeptos.
Seria assim, um oportunista.
 
O apóstolo responde de tal forma que põe a todos para pensar, inclusive nós nos dias de hoje. A quem buscamos servir, a Deus ou aos
homens? A Deus ou ao mundo?

Paulo lutou contra tudo e todos para divulgar o Evangelho, sofreu todo tipo de perseguição, açoites, acusações, sendo mais de uma vez preso e expulso da cidade em que trabalhava pelo Cristo. Deixou uma carreira certa de doutor da lei, que traria a ele poder e recursos financeiros. Tudo isso por quê? Pela causa do Evangelho.

Pode deste modo, então, ser acusado de oportunista?

O exemplo serve para nós nos dias atuais. A mesma pergunta devemos responder com sinceridade, a quem desejamos agradar? A quem estamos servindo?

E isto não falamos só para aqueles que ainda se perdem por posturas imediatistas e que nem pensam no serviço em favor do espírito; não, falamos principalmente para todos que, mesmo dizendo fazer parte da escola do Evangelho, muitas vezes usam desta prerrogativa para obter favores que mais dizem respeito às coisas do mundo.

Até pouco tempo atrás, dizer-se espírita era estar pronto para dores, sofrimentos, perseguições, etc., porém, hoje as coisas mudaram, ser espírita dá até reconhecimento positivo junto à sociedade, várias são as empresas que dão preferência quando da busca de funcionários para o seu quadro de pessoal, para aqueles que adotam o Evangelho à luz da interpretação espírita como forma de conduta. Isso é bom, mas é perigoso. Levam muitos desavisados ao movimento sem o devido ato

de verticalizar seus sentimentos em favor de sua transformação moral.

Buscar o favor de Deus, e servir ao Cristo, são atitudes de grande seriedade que exige muito daquele que se dispõe a este projeto de vida.

O Espiritismo cristão não pode ser encarado como mais uma religião, e sim como filosofia de vida o que é bem diferente. Servir ao Cristo é estar pronto a entregar-se pela Sua Causa que é a do serviço desinteressado em favor do semelhante e da comunidade; é dizer não ao interesse pessoal que é sem dúvida alguma a chaga da humanidade.

Paulo era servo do Cristo, jamais pensou em agradar aos homens como prioridade. E quando dizemos que não devemos ter por meta agradar aos homens, não estamos dizendo só do aspecto exterior de satisfazer aos outros, mas também de ter o desejo íntimo e sincero de ser feliz na simplicidade e no serviço do bem.

Não somos contra aqueles que desejam as alegrias do mundo, e nem os julgamos em suas posturas, porém é preciso que fique claro ao servidor do Evangelho que não estamos aqui a passeio, pensar assim é loucura, e evoluir no sentido de transformar-se em nova criatura em bases evangélicas dá trabalho e é bem dispendioso.

Muitos podem pensar que com estas palavras estamos desanimando os que iniciam na tarefa de transformação moral, porém temos a nosso favor o testemunho de Espíritos que seguiram pelo caminho da porta estreita. Dizem estes que se arrependem de não terem adotado antes o caminho do Evangelho, que têm um sentimento de tempo perdido, e que se soubessem quão grande valor têm as conquistas do Espírito muito mais teriam feito e sofrido na Terra, e mínima é a dor na Terra se comparada à alegria do Reino.

Não são poucos estes testemunhos, e são verdadeiros e confiáveis.

 

Extraído do Livro "O Evangelho de Paulo" de Cláudio Fajardo. (LANÇAMENTO)

Disponível em: http://www.institutodesperance.com.br/

 

sexta-feira, janeiro 18, 2019

Batismo


"9 E aconteceu, naqueles dias, que Jesus, tendo ido de Nazaré, da Galileia, foi batizado por João, no rio Jordão. 10 E, logo que saiu da água, viu os céus abertos e o Espírito, que, como pomba, descia sobre ele. 11 E ouviu-se uma voz dos céus, que dizia: Tu és o meu Filho amado, em quem me comprazo.

12 E logo o Espírito o impeliu para o deserto. 13 E ali esteve no deserto quarenta dias, tentado por Satanás. E vivia entre as feras, e os anjos o serviam." (Marcos, 1: 9 a 12)



O batismo simboliza a reencarnação.

No batismo temos: arrependimento, confissão e conversão.

Estes não são também objetivos da reencarnação?

A água é o símbolo do Novo Nascimento; ela lava, limpa, purifica...

A reencarnação também. Aprendemos com André Luiz que devemos lavar no tanque da reencarnação todas as nossas impurezas, imperfeições, que são viciações que construímos nos terrenos milenares da reencarnação.

Viemos da água ( líquido amniótico); nosso corpo é água.

Na imersão (batismo), temos o símbolo da morte, na saída da água, a reencarnação

No texto, a expressão céus abertos simboliza a mediunidade, ou seja, ampla comunicação com o mundo espiritual.

O Espírito desce, e diz: ouviu-se uma voz do céu...

Filho de Deus somos todos nós. No princípio com "f" minúsculo; quando aderimos com fidelidade a Deus num plano operacional amplo de obediência à Sua Lei, tornamo-nos Filhos com "F" maiúsculo.

Quando isto se dá, nos capacitamos a ser levados pelo "Espírito de Deus" para o deserto: ambiente de provas que antecede grandes conquistas do Espírito.

Estas provas se dão na reencarnação.

A expressão 40 dias reforça o símbolo; na Bíblia 4, 40, 400 são expressões de grandes desafios.

Aí nos movimentaremos entre feras (mundo físico é mundo dos contrários) tentados por Satanás ( que são todas expressões de realizações contrárias ao Projeto de Deus).

Mas não nos inquietemos os anjos que são os Espíritos Superiores trabalhadores do Cristo nos servirão, isto é, nos auxiliarão na Comunhão Superior.

"14 E, depois que João foi entregue à prisão, veio Jesus para a Galileia, pregando o evangelho do Reino de Deus 15 e dizendo: O tempo está cumprido, e o Reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no evangelho." (Marcos, 1 14 e 15)


A amor só se manifesta depois que a justiça se consolida.

A prisão de João Batista representa a consolidação da justiça.,

"A disciplina antecede a espontaneidade" (Emmanuel)

Só estamos aptos para darmos frutos do amor após cumprirmos nossos deveres.

João (justiça) deu seu recado.

Só depois Jesus (amor) se manifesta.

Quando isto acontece: "O Reino de Deus está próximo"

Reflitamos sobre isto em nossa intimidade


Divulguemos o estudo do Evangelho à Luz da Doutrina Espírita:


"Na sua condição de Cristianismo Redivivo, a divulgação do Espiritismo Evangélico, quanto mais ampla, mais benefícios trará para a coletividade." Chico Xavier