quinta-feira, julho 31, 2025

Reflexões Sobre A Prece do Pai Nosso Aramaico



 
                                                                         


#PaiNossoAramaico

Muito provavelmente, Jesus ensinou a prece do Pai Nosso em aramaico, a língua falada no cotidiano da Palestina do século I. Embora o hebraico fosse utilizado nos ritos religiosos e nas escrituras sagradas, o aramaico era o idioma da convivência, das praças, dos lares e das conversas comuns. Por isso, é razoável supor que o Mestre tenha transmitido essa oração divina em seu idioma materno.

Os evangelhos, posteriormente redigidos em grego koiné, apresentaram desafios próprios de tradução e adaptação cultural, e é nesse espaço entre línguas, vivências e revelações que encontramos uma oportunidade para aprofundar o estudo.

Inspirados por essa possibilidade, realizamos uma série de reflexões sobre o Pai Nosso a partir de sua reconstrução em aramaico. Para isso, utilizamos um recurso tecnológico contemporâneo — uma aplicação de inteligência artificial — que nos permitiu simular um diálogo interpretativo, associando dados linguísticos com sentidos espirituais.

O resultado nos surpreendeu pela beleza e profundidade, e por isso decidimos compartilhá-lo. A IA, nesse contexto, atua como uma ponte entre passado e presente, recriando a estrutura da oração com base em estudos filológicos, enquanto oferece conexões meditativas alinhadas à Doutrina Espírita.

Segue, portanto, este estudo, não como um fim acadêmico, mas como uma jornada espiritual que resgata, verso a verso, a vibração original da prece ensinada por Jesus.

 

 “Pai nosso que estás nos céus”

Em aramaico (transliteração):

“Abwoon d'bashmaya”

Essa frase tem uma sonoridade profundamente meditativa, e está registrada em tradições siríacas — variedades antigas do aramaico usadas por cristãos do Oriente Médio.

Significado das palavras:

Termo

Origem

Tradução aproximada

Abwoon

אבא / אבון

"Pai", mas também pode expressar Origem Criadora ou Fonte de Vida

d'

ד־

Partícula de conexão: "de" ou "que"

bashmaya

בשמיא

"nos céus", referente aos planos elevados

 

Traduções possíveis:

  • “Ó Fonte Criadora, que estás nos planos celestes”
  • “Pai-Mãe da Criação, Tu que estás nos Céus”
  • “Origem divina que vibra nos reinos celestiais”

A palavra Abwoon traz uma nuance maior do que o simples “Pai”: ela evoca tanto um aspecto paternal quanto maternal de Deus, como princípio gerador. Já bashmaya nos chama para uma elevação interior — um céu que pode ser compreendido como estado de consciência superior.

Reflexão espiritual (inspirada na visão espírita):

Ao dizer “Abwoon d'bashmaya”, não evocamos um Deus distante, mas uma presença íntima e elevada, que pulsa em todas as dimensões da existência. É como se disséssemos:

“Divino Criador, que vibra nos planos mais puros, desperta em mim a lembrança da Tua presença.”

O Espiritismo aprofunda esse chamado, lembrando que “Deus está em toda parte”, inclusive dentro de nós — e que ao orar, sintonizamos com essa força maior, elevando o espírito para que ele brilhe, mesmo dentro dos desafios terrenos.

 “Santificado seja o teu nome”

Em aramaico (transliteração):

“Nethqadash shmokh”

Desvendando os termos:

Palavra

Significado aproximado

Nethqadash

Seja santificado, consagrado, purificado

Shmokh

Teu nome (shma = nome; kh = teu)

 

A forma verbal “nethqadash” vem da raiz q-d-sh, que está ligada à ideia de separar, tornar sagrado, dedicar. Portanto, a frase sugere que o nome de Deus deve ser exaltado e tornado sagrado por nossa forma de viver e agir.

Traduções possíveis:

  • “Que o teu nome seja santificado”
  • “Consagrado seja o teu nome”
  • “Que tua identidade divina brilhe na criação”

Mas no contexto espiritual do aramaico, nome (shma) não é apenas um rótulo — é a essência, a identidade profunda. Então santificar o nome de Deus é manifestar Seu caráter divino através de nossas ações conscientes.

Meditação espiritual (com inspiração espírita):

Quando dizemos “Nethqadash shmokh”, estamos nos comprometendo a honrar a essência divina, não com palavras, mas com atitudes. É como dizer:

“Que minha vida seja um reflexo da Tua santidade.” “Que eu não apenas invoque Teu nome, mas o represente com amor e verdade.”

Na visão espírita, isso é viver o Evangelho. Cada pensamento elevado, cada gesto de bondade, é uma santificação em movimento. Como Emmanuel comenta em seu livro Fonte Viva:

“A oração é luz que nos liga ao coração do Pai.”[1]

Portanto, santificar o nome de Deus é acender essa luz dentro de nós — é tornar cada ação um altar onde o divino se revela.

“Venha o teu Reino”

Em aramaico (transliteração):

“Teytey malkuthakh”

Desvendando os termos:

Palavra

Significado aproximado

Teytey

Venha, chegue, manifeste-se

Malkuthakh

Teu reino, tua soberania (malkutha = reino; -kh = teu)

A raiz malkutha está ligada à soberania divina, mas também carrega nuances de ordem, harmonia e realização espiritual. Este “Reino” não se refere a um espaço geográfico — mas ao domínio da paz, da compaixão e do amor em nossa consciência e relações.

Traduções possíveis:

  • “Que teu Reino se manifeste”
  • “Venha tua soberania de amor”
  • “Traga tua ordem divina aos corações”

Essa expressão é ativa: não apenas pedimos que algo venha externamente, mas também nos abrimos para que o Reino comece em nós.

Meditação espiritual (inspirada pela visão espírita):

Ao dizer “Teytey malkuthakh”, estamos nos colocando como semeadores da luz, construtores do Reino em nossa vivência diária. É como dizer:

“Senhor, que teu Reino floresça em mim — em meus gestos, minhas escolhas, meu modo de amar.”

O Espiritismo nos lembra que a Terra está em transição — de mundo de expiações para mundo de regeneração. O Reino de Deus não virá por decreto, mas pelo esforço moral coletivo que começa no íntimo de cada ser.

Quando Jesus diz “O Reino de Deus está entre vós” (Lucas 17:21), ele aponta para essa potência interior — a possibilidade de viver em alinhamento com as leis divinas, aqui e agora.

“Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu”

Em aramaico (transliteração):

“Nehwey tzevyanakh aykanah d'bashmaya aph b'ar'a”

Desvendando os termos:

Palavra ou expressão

Tradução aproximada

Nehwey

Seja feito, aconteça

Tzevyanakh

Tua vontade (tzevyana = vontade; -kh = tua)

Aykanah

Assim como, da mesma forma

D'bashmaya

Nos céus

Aph b'ar'a

Também na terra (aph = também; ar'a = terra)

 

Traduções possíveis:

  • “Que se cumpra tua vontade, assim como nos céus, também na terra.”
  • “Que tua vontade se manifeste na Terra como nos planos elevados.”
  • “Realiza em nós teu querer divino, como já se cumpre na plenitude celeste.”

Esse verso é uma declaração de alinhamento, uma harmonização profunda entre o humano e o divino.

Reflexão espiritual com base na Doutrina Espírita:

Dizer “Nehwey tzevyanakh” é abrir mão do ego e abraçar o fluxo da sabedoria divina. Não é submissão cega, mas confiança ativa. É como afirmar:

“Que meu querer se torne reflexo do Teu querer, Senhor.”

Ao reconhecer a vontade de Deus, deixamos de lutar contra os acontecimentos e passamos a compreender seus propósitos, mesmo quando a dor nos visita. E o Espiritismo nos ensina que todas as provações têm função educativa — são chamadas ao crescimento espiritual.

Curiosidade doutrinária: No Evangelho segundo o Espiritismo, capítulo XXVIII (Coletânea de Preces Espíritas), encontramos súplicas que espelham esse trecho, com frases como:

“Faze, ó meu Deus, que minha vontade se curve diante da tua, como a criança diante do pai, e que jamais me revolte contra os acontecimentos que forem do teu desígnio.”[2]

Essa reverência ativa transforma a Terra — é ela que constrói o Reino. Pois quando agimos conforme a vontade divina, a Terra espelha o Céu.

“O pão nosso de cada dia dá-nos hoje”

Em aramaico (transliteração):

“Hawlan lachma d'sunqanan yaomana”

Desvendando os termos:

Palavra ou expressão

Tradução aproximada

Hawlan

Dá-nos (forma imperativa: “concede a nós”)

Lachma

Pão (nutrição, sustento; também simboliza alimento espiritual)

D'sunqanan

De necessidade, suficiente (de sunqana = o que é necessário)

Yaomana

De cada dia, para o dia (de yoma = dia; -na = este)

Traduções possíveis:

  • “Concede-nos o pão necessário para este dia”
  • “Dá-nos hoje o sustento de que precisamos”
  • “Alimenta-nos com o pão do dia, o visível e o invisível”

Esse trecho contém a beleza da simplicidade e o poder da confiança. Ele expressa dependência consciente — não por falta, mas por entrega. Pedimos o necessário, não o supérfluo.

Reflexão espiritual com base na Doutrina Espírita:

Pedir “Hawlan lachma d'sunqanan yaomana” é afirmar:

“Pai, concede-me o sustento que permita cumprir minha jornada — seja para o corpo ou para a alma.”

No plano material, isso fala de alimento, trabalho, saúde — tudo o que nos permite viver com dignidade. Mas o pão também é símbolo espiritual: é o alimento da alma, aquilo que nos fortalece interiormente.

Jesus disse: “Eu sou o pão da vida” (João 6:48). Então pedir esse pão é buscar Cristo dentro de nós — é se nutrir do Evangelho, da caridade, da fé viva.

E como o Espiritismo nos ensina, o progresso se faz com esforço e confiança: A providência divina nos apoia, mas também nos convida à ação. Quem ora pedindo o pão deve estar disposto a cultivar o solo e distribuir com o próximo.

E lembra da citação anterior? No Salmo 23 verso 1, temos a certeza:

“O Senhor é o meu pastor, nada me faltará.”

Esse verso nos educa a viver o presente, confiando no amparo divino, como também está em Mateus 6:34:

“Não vos inquieteis com o dia de amanhã…”

Assim, a prece transforma preocupação em fé.

“E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores”

Em aramaico (transliteração):

“Washboq lan hawbayn aykana d’af hnan shbqan l’hayyabayn”

Desvendando os termos:

Palavra ou expressão

Tradução aproximada

Washboq lan

Perdoa-nos (forma imperativa: concede-nos o perdão)

Hawbayn

Nossas dívidas, falhas, transgressões

Aykana

Assim como, da mesma maneira

D’af hnan

Também nós

Shbqan

Perdoamos

L’hayyabayn

Aos nossos devedores, aqueles que nos devem (moralmente)

 

A palavra hawbayn se aproxima do termo usado no grego original de Mateus: opheilēmata, ou seja, dívidas. Não apenas no sentido econômico, mas como débitos morais, espirituais, tudo aquilo que ainda desequilibra nossa consciência.

Traduções possíveis:

  • “Perdoa-nos nossas falhas, assim como perdoamos os que falham conosco.”
  • “Cancela nossas dívidas, como nós cancelamos as dívidas de outros.”
  • “Liberta-nos de nossas culpas, como libertamos aqueles que nos feriram.”

Esse é um dos momentos mais exigentes da prece, pois envolve não apenas pedir algo, mas comprometer-se com esse mesmo ato.

Reflexão espiritual à luz do Espiritismo:

No Espiritismo, esse verso tem profundas implicações cármicas: ao perdoar, quebramos ciclos de ressentimento, reconectamos corações e criamos condições espirituais para a reparação e o progresso.

Perdoar não é esquecer, é libertar-se da prisão emocional que nos prende ao passado. E ao pedir o perdão de Deus, assumimos nossas falhas com humildade, confiando em Sua misericórdia.

Emmanuel comenta no capítulo 120 do livro Fonte Viva:

“Se desejas encontrar o Cristo, não te detenhas na sombra do ressentimento.”[3]

Perdoar é evangelizar o próprio coração. Ao fazê-lo, libertamos o outro e a nós mesmos.

“E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal”

Em aramaico (transliteração):

“Wela talan l’nesyuna ela patzan min bisha”

Desvendando os termos:

Expressão

Tradução aproximada

Wela talan

E não nos conduzas, não nos deixes

L’nesyuna

À tentação, à provação (nesyuna = teste, desafio)

Ela

Mas

Patzan

Livra-nos, resgata-nos

Min bisha

Do mal (bisha = mal, maldade, influência negativa)

 

A palavra nesyuna pode significar tanto tentação quanto provação, não necessariamente algo maligno, mas qualquer situação que teste nossa fé, paciência ou caráter.

Traduções possíveis:

  • “Não nos conduzas à provação, mas liberta-nos do mal.”
  • “Não nos deixes cair em tentação, mas protege-nos da influência negativa.”
  • “Afasta-nos dos testes que não estamos prontos para enfrentar, e guarda-nos da sombra.”

Essa súplica não é por fuga das dificuldades, mas por força e discernimento para não sucumbir a elas.

Reflexão espiritual com base na Doutrina Espírita:

O Espiritismo nos ensina que as provações fazem parte do progresso, são oportunidades de crescimento. Mas também reconhece que podemos pedir a Deus que nos fortaleça para não cair, que nos ampare diante das influências espirituais inferiores.

Em O Evangelho segundo o Espiritismo, capítulo XXVIII, há preces que expressam esse mesmo sentimento:

“Senhor, não me deixes sucumbir à tentação; dá-me forças para resistir ao mal[4].”

E Tiago 1:13 nos lembra:

“Deus a ninguém tenta.”

Ou seja, Deus não nos induz ao erro, mas permite que enfrentemos desafios para que possamos crescer. A oração, então, é um pedido por lucidez espiritual, por vigilância interior.

E Emmanuel, no capítulo 153 de Fonte Viva, nos alerta:

“A tentação é o campo de luta onde o espírito pode conquistar a vitória sobre si mesmo.”[5]

“Porque teu é o Reino, o poder e a glória para sempre. Amém.”

Em aramaico (transliteração):

“Metol dilakh hi malkutha wahayla wateshbokhta l’alam almin. Ameyn.”

Desvendando os termos:

Expressão

Tradução aproximada

Metol dilakh hi

Porque teu é

Malkutha

O Reino

Wahayla

O poder, a força

Wateshbokhta

A glória, o louvor

L’alam almin

Para sempre, por todos os séculos

Ameyn

Amém (afirmação sagrada; “assim seja”)

 

Traduções possíveis:

  • “Porque teu é o Reino, a força e o louvor para todos os séculos. Assim seja.”
  • “Pois tudo pertence a Ti: o domínio, o poder e a glória eterna.”

Essa doxologia é uma declaração de entrega e reconhecimento, o espírito conclui a oração voltando-se novamente à Fonte, com gratidão e humildade.

Reflexão espiritual com base na Doutrina Espírita:

Mesmo como acréscimo, essa frase é como uma resposta do coração após a prece: não apenas pedimos, mas reafirmamos que tudo provém de Deus. Essa entrega é essencial na oração verdadeira.

“Metol dilakh hi malkutha…” “…pois o Reino é Teu”, ou seja, todas as transformações que buscamos já pertencem à ordem divina.

No Espiritismo, isso é reconhecer as leis que regem o progresso dos espíritos e dos mundos. É saber que, apesar das dores e desafios, tudo caminha sob a soberania amorosa do Criador.

Inclusive, Emmanuel comenta no capítulo 180 de Fonte Viva:

“A glória legítima pertence a Deus. Toda luz vem d’Ele, e todo bem Nele se converte.[6]

Ao final, dizer “Ameyn” é afirmar com o espírito inteiro:

“Que assim seja, e que eu viva em conformidade com essa verdade.”

 #OraçãoDiminical #EvangelhoSegundoOEspiritismo #JesusEnsinou #TextosSagrados


[1] XAVIER, Francisco Cândido. Fonte Viva. Pelo Espírito Emmanuel. 1ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1956. Capítulo 77 – “Pai Nosso”. Disponível em: https://bibliadocaminho.com/ocaminho/TX/Fv/FvIndex.htm consultado em 09/07/2025

[2] KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. Tradução de Guillon Ribeiro. 1ª ed. Paris: 1864. 3ª ed. revista, corrigida e modificada pelo autor em 1866. Brasília: Federação Espírita Brasileira (FEB), 2019. Disponível em:

https://bibliadocaminho.com/ocaminho/TKP/Ev/EvIndex.htm consultado em 09/07/2025

[3] XAVIER, Francisco Cândido. Fonte Viva. Pelo Espírito Emmanuel. Cap. 120 – “Perdoar sempre”. Disponível em: https://bibliadocaminho.com/ocaminho/TKP/Ev/EvIndex.htm consultado em 09/07/2025

[4] KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. Tradução de Guillon Ribeiro. 1ª ed. Paris: 1864. 3ª ed. revista, corrigida e modificada pelo autor em 1866. Brasília: Federação Espírita Brasileira (FEB), 2019. Disponível em:

https://bibliadocaminho.com/ocaminho/TKP/Ev/EvIndex.htm consultado em 09/07/2025

[5] Idem, capítulo 153 – “Tentação e Vitória”. Disponível em: https://bibliadocaminho.com/ocaminho/TKP/Ev/EvIndex.htm consultado em 09/07/2025

 [6] Idem, capítulo 180 – “Glória verdadeira”. Disponível em: https://bibliadocaminho.com/ocaminho/TKP/Ev/EvIndex.htm consultado em 09/07/2025

Outro significado importante é o de igreja. Vem do grego ekklesia, que literalmente quer dizer reunião de pessoas, assembleia. É interessante que esta palavra aparece cento e quinze vezes no Novo Testamento, mas apenas três nos evangelhos, e todas em Mateus. O que nos dá a entender que a ideia de uma comunidade religiosa só surgiu após o desencarne de Jesus.
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A afirmativa de Jesus está no presente: deles é o reino dos céus. É que a humildade nos conduz sempre a este estado de espírito. Não importa onde esteja ou como esteja, o humilde está sempre bem, pois vê em tudo a manifestação do Criador gerenciando todas as manifestações. Se agredido, vê no agressor não um adversário, mas um doente que precisa ser tratado, se a situação lhe ...
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