#AmaiVosUnsAosOutros
Um ensaio sobre o maior discurso de amor já proferido à humanidade
Jesus não escreveu um testamento em papel. Ele o fez em gesto e palavra, na ceia da despedida, quando disse: "Amai-vos uns aos outros como Eu vos amo."
O discurso do Cenáculo não foi apenas um adeus, foi a instituição da Glória através do Amor. É neste momento que o Cristo revela que a autenticidade espiritual não será medida por palavras, mas pela forma como amamos.
Em O Sermão do Cenáculo, um livro para quem busca mais do que doutrina: busca a essência, o autor nos conduz por uma reflexão transformadora sobre o momento em que o Cristo, prestes a partir, entregou aos discípulos (e a nós) o mais nobre legado: o Amor como identidade do verdadeiro seguidor.
O artigo a seguir é baseado no capítulo primeiro do livro
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O Último Mandamento: O Testamento de Amor no Cenáculo
Quando Judas se levanta e deixa o cenáculo, algo definitivo acontece. Não apenas uma ceia está se encerrando, mas um ciclo cósmico se completa. Jesus, ao ver seu traidor partir, pronuncia com serenidade algo grandioso: "Agora o Filho do Homem é glorificado, e Deus é glorificado nele." Não há rancor nem súplica, apenas a consciência plena de que a missão se encaminha ao clímax. Inicia-se ali, no âmago daquele quarto íntimo e solene, o verdadeiro testamento espiritual de Jesus para a humanidade.
O Cenáculo como Santuário do Amor Supremo
Mais do que uma sala de refeições, o cenáculo torna-se o útero simbólico de uma nova era. É ali, longe das multidões, que Jesus destila o mais puro de Sua mensagem. Com palavras calmas e penetrantes, Ele apresenta o que chama de um novo mandamento, não novo por invalidar o anterior, mas novo porque inaugura um novo nível de exigência amorosa: "Amai-vos uns aos outros como eu vos amo."
Neste ponto, há uma ruptura. Não mais o amor limitado à medida de si mesmo ("como a ti mesmo"), mas um amor que toma o Cristo como referência viva. Amor que antecipa o sacrifício, que vai além do instinto de preservação. Amor que se entrega antes da cruz, no silêncio de uma ceia compartilhada com os que ainda não compreendem a profundidade do que está acontecendo.
Glorificação: a Luz que Nasce da Entrega
Jesus associa glorificação ao momento em que entrega o seu ser, não aos milagres ou à adoração das massas, mas ao testemunho silencioso da renúncia. A glória de que fala é a da fidelidade à Lei Divina vivida até o último suspiro. Não é recompensa, é consequência natural de quem se harmonizou com o todo.
Deus é glorificado nele, e isso nos obriga a reconsiderar o que entendemos por "glória". Não é a exaltação vinda de fora, mas a manifestação interna da luz divina que se acende quando alguém escolhe o bem mesmo nas trevas mais densas. Esse brilho, não cega, aquece. Não se impõe, inspira.
Pedro: A Impulsividade do Amor Ainda Imaturo
A figura de Simão Pedro contrasta com a serenidade de Jesus. Ao prometer seguir o Mestre imediatamente e oferecer sua vida, revela-se disposto, mas não preparado. Ao ouvir que o negará antes do amanhecer, Pedro confronta a realidade de sua humanidade frágil, como todos nós. Ainda assim, há ternura no olhar de Jesus. Sua pedagogia é feita de realismo espiritual: "Agora não podes seguir-me... mas depois, seguirás."
Pedro representa o discípulo que ama, mas ainda se equivoca. Seu caminho é o do amadurecimento pela experiência. Seu amor é sincero, mas ainda mesclado de medo e orgulho. Jesus não o repreende; apenas aponta com misericórdia o que falta. Eis aí o método do Cristo: ensinar sem ferir, corrigir sem humilhar.
O Amor como Chave Identificadora do Discípulo
Jesus não deixa margem para confusão: "Nisto reconhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns pelos outros." A legitimidade do discípulo não virá do discurso eloquente, do fervor litúrgico ou mesmo da fidelidade ritual. O critério definitivo é a presença ativa e concreta do amor.
O mandamento não é estético, é ético e existencial. O amor que Ele exige não é genérico nem abstrato. É o amor do dia a dia, da relação que cura, da paciência que escuta, do perdão que abre passagem. Amar como o Cristo é amar sem querer retribuição, sem reservas, sem cálculo.
O Testamento Vivo
Considerar esse sermão como o testamento de Jesus é compreendê-lo não como despedida, mas como semente. É uma herança espiritual deixada não aos fortes ou puros, mas a todos que, conscientes de sua limitação, aceitam o desafio de amar cada vez mais e melhor. Como o Mestre disse, o Reino de Deus não virá com aparência exterior, ele está dentro de nós. E floresce à medida que o amor amadurece.
Esse testamento, como todo legado de amor, exige leitura contínua. Não apenas com os olhos, mas com o coração disposto a transformar-se. Amar "como eu vos amo" é o chamado mais exigente do Evangelho, e o mais transformador.
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Leia também: Introdução ao Evangelho de João
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