Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também.
O filósofo italiano Pietro
Ubaldi nos afirma em sua obra de maior expressão, A Grande Síntese, que “todos
os Seres tendem a reagrupar-se, à proporção que evoluem, em unidades coletivas,
em colônias, em sistemas sempre mais abrangentes.”[1]
Se tal acontecimento é uma
verdade científica ainda não podemos precisar, há mistérios na Lei Diretora do
Cosmos que para nós ainda é um grande desafio. Porém, o Espiritismo nos deixa
transparecer que pode ser desta forma, pois o Espírito Paulo, o apóstolo,
segundo as anotações de Kardec na questão 1009 de O Livro dos Espíritos nos diz
que: “Gravitar para a unidade divina,
eis o fim da Humanidade”
O preclaro filho de Tarso
neste versículo aponta-nos por analogia, que, se os membros sendo muitos formam
um só corpo, do mesmo modo é Cristo. Ou seja, que todos os cristãos, sendo
muitos, mas em comunhão em Deus, formam um só corpo, o corpo de Cristo. Indo
mais além em outro momento:
Porque assim como em um
corpo temos muitos membros, e nem todos os membros têm a mesma operação, assim
nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos
membros uns dos outros.[3]
Ou seja, esta comunhão com o
Pai se dá através do perfeito ajuste uns dos outros, ou melhor, da
perfeita harmonia reinante entre os próprios seguidores do Nazareno.
Jamais seremos plenamente
idênticos, mas poderemos formar, se em harmonia, um organismo sem falhas onde
hierarquia deixe de ser disputa entre superiores e inferiores, para se tornar
comunhão por um objetivo maior que é o perfeito funcionamento do universo.
Porque, assim como o corpo
é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo,
assim é Cristo também. Em matéria de
mediunidade podemos também afirmar o mesmo. A orientação de Kardec é clara:
Uma reunião é um ser
coletivo, cujas qualidades e propriedades são a resultante das de seus membros
e formam como que um feixe. (…) Toda reunião espírita deve, pois, tender para a
maior homogeneidade possível. Está entendido que falamos das em que se deseja
chegar a resultados sérios e verdadeiramente úteis. Se o que se quer é apenas
obter comunicações sejam estas quais forem, sem nenhuma atenção à qualidade dos
que as deem, evidentemente desnecessárias se tornam todas essas precauções;
mas, então, ninguém tem que se queixar da qualidade do produto.[4]
É imprescindível que toda
prática mediúnica esteja vinculada à proposta reeducativa do Evangelho, pois o
intercâmbio entre os dois planos da vida não tem como único objetivo a
comprovação da imortalidade, mas também ampliar os potenciais do Espírito em
bases de um amor adimensional.
Deste modo, médiuns
ostensivos ou de sustentação, dirigentes e outros participantes de reuniões,
devem comungar sentimentos nobres e superiores, cultivando sincera humildade, pois
formarão, se assim acontecer, um só corpo, e corpo de Cristo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário