segunda-feira, dezembro 26, 2011

Laodicéia, a Comunidade Cristã do Fim dos Tempos


Ao anjo da igreja em Laodicéia escreve: Estas coisas diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus:  15 Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente!  16 Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca;  17 pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu.  18 Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas.  19 Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te.  20 Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo.  21 Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono.  22 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.[1]


[1] Apocalipse, 3: 14 a 22

A igreja de Laodicéia merece de nossa parte, Cristãos de hoje, um estudo es-pecial realizado com muito carinho e atenção. Não que ela tenha sido melhor do que as outras, pelo contrário, ela foi a única à qual o Senhor como o autor espiri-tual do Apocalipse não teceu nenhum elogio. Esta comunidade só recebeu por parte dele, nestas cartas materializadas pelo apóstolo João, reprimendas; apesar Dele o fazer com muito amor é o que se destaca de Suas observações.

É que alguns estudiosos viram nestas sete comunidades escolhidas para sim-bolizar a totalidade do cristianismo, sete fases distintas da Igreja cristã, em que Laodicéia sendo a última representa a que se manifestaria no fim dos tempos, isto é, nos dias atuais da grande transição planetária.

Portanto, nós somos Laodicéia hoje, e se a observação para todas as sete de-vem ser por nós ponderadas e avaliadas com muita atenção, muito mais esta.

Etimologicamente Laodicéia significa “justiça do povo” ou “julgamento do povo”, o que expressa bem o juízo consciencial que é realizado por cada um nos dias finais de qualquer fase da vida, e muito mais num sentido geral nestes úl-timos dias de um ciclo evolutivo e de transição global.

Todavia alguns, apesar de minoria, leem também no nome desta cidade “o povo que julga”, e aí começam as complicações; é quando entendemos que de-vemos tomar a direção do processo evolutivo de alguém ou de uma situação no lugar de Deus realizando o que só a Ele cabe. Neste passo pensamos estar acima do bem e do mal podendo legislar com segurança. Há de termos cuidado, pois podemos fazer aí uma analogia com a situação de Adão e Eva que resolveram contra as determinações divinas se alimentarem do fruto da ciência do bem e do mal e se desviaram do caminho. Neste instante em que desejamos fazer a nossa vontade e não a de Deus corremos o perigo de novas quedas.

A cidade recebeu este nome em substituição a Dióspolis que era o nome an-terior, que significava “cidade de Deus” em homenagem a Zeus e Júpiter prin-cipais divindades locais; Laodicéia homenageia a Laodice, esposa de Antíoco II Theos e mãe de Seleuco II, da dinastia dos reis selêucidas da Síria que, então, dominava o povo àquele tempo.

Segundo o professor Rodrigo Silva o nome não foi a princípio bem aceito, já que a esposa do rei não era bem conceituada entre a população e também por-que isto podia levar ao abandono das divindades em favor da figura Antíoco II Theos, o novo rei, em cujo nome existia um trocadilho que tanto podia signifi-car "o opositor de Deus" quanto "o deus opositor".

Seja como for o nome que a referenciava como “metrópole de Laodice” foi o que permaneceu, priorizando os interesses do mundo em relação às questões espirituais.

Justificando assim esta nova realidade, na cidade foram feitas construções de grande porte com arquitetura refinada e com a nova administração a cidade se tornou rica e próspera.

Laodicéia situava-se na Frígia numa montanha que dava para um vale fértil, nas proximidades do rio Lico o que a colocava em uma situação privilegiada. O local era servido por um cruzamento de estradas importantes o que fazia desta cidade um destaque como rota comercial. Era como se ela fosse uma alfândega que cobrava impostos pelas mercadorias transitadas no local. Como parte des-tes impostos ficava em seu próprio caixa, ela podia investi-los e continuar cres-cendo economicamente. Desta forma tornou-se a mais rica metrópole da região, possuindo um importante centro bancário especializado em câmbios de ouro e moedas estrangeiras.

Outro destaque da cidade era que nela se situava uma das maiores escolas de medicina do mundo antigo. Sua fama se dava pela cura de olhos realizadas no local a partir de um colírio à base de alume ou sulfato que existia na região. O que fazia que ela fosse visitada por pessoas de todo império para tratar com seus médicos.

Ainda sob o ponto de vista econômico ela obtinha excelente renda como cen-tro têxtil que era por produzir e exportar tecidos finos principalmente à base de uma lã obtida a partir da criação de um raro carneiro negro.

O autor do Apocalipse contrasta esta prosperidade material com sua pobreza espiritual. Apesar do centro bancário, da medicina que curava olhos e de sua importante indústria têxtil ele diz que seu povo era infeliz justamente por ser miserável, pobre, cego e nu .

Tinha ainda a cidade representante de nossa comunidade cristã atual, muitos chafarizes a ornamentá-la, eram lindas obras de arte que faziam parte de seu conjunto arquitetônico bem ao estilo greco-romano; porém qualquer pessoa que menos avisada fosse beber sua água se surpreendia com seu gosto ruim. Pode-ríamos compará-las com aquela classe de pessoas a que se refere o Mestre como belas por fora e podres em sua essência?

É que como foi dito anteriormente, por ser rica em sulfato do qual se fabrica-va o colírio bom para as vistas, este mesmo produto contaminava seus lençóis freáticos tornando a água de suas fontes salobra. E por ser também uma região vulcânica estas mesmas águas eram aquecidas tornando-se mornas e inapropri-adas ao consumo.

Estaria aí a fonte da clássica observação do Enviado Celeste fazendo uma a-nalogia com a conduta repreensível da comunidade local de que ela não era nem fria e nem quente, e que sendo morna seria vomitada de Sua boca?

Analisemos todas estas informações e outras que possam surgir conjuguemo-las com nossa situação atual quando nos dizemos trabalhadores de Cristo, e busquemos nas orientações dadas pelo Messias a esta comunidade pontos de reflexão indutores de mudança e transformação moral para todos nós.

Leia o texto completo no Site Espiritismo e Evangelho:



Nenhum comentário: