segunda-feira, dezembro 09, 2024

Considerações Sobre o Sábado – Sétimo dia - Honório Abreu

#Pública






 
"E havendo Deus acabado no dia sétimo a obra que fizera, descansou no sétimo dia de toda a sua obra, que tinha feito. E abençoou Deus o dia sétimo, e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra que Deus criara e fizera" (Gênesis,2: 2 e 3)
E orai para que a vossa fuga não aconteça no inverno nem no sábado (Mt, 24: 20)
"Então, os que estiverem na Judéia, fujam para os montes; os que estiverem no meio da cidade, saiam; e os que nos campos não entrem nela" (Lc, 21: 21)
 
O sétimo dia normalmente representa uma soma que reflete o substrato dos seis dias anteriores. Quando chegamos ao sexto dia com êxito, significa que passamos por todos os estágios que garantem a harmonia do sétimo dia. O sétimo dia não é um dia de fuga ou de iniciar novas tarefas, mas sim de aferição.
Se o campo mental está em paz, ele está santificado. Santificar o sétimo dia significa viver de forma que o sábado seja abençoado pelas nossas ações durante a semana. Não é apenas dizer "Deus abençoe este sábado", mas sim que ele é abençoado pelas nossas vivências anteriores.
Nos capítulos 21 de Lucas e 24 e 25 de Mateus, encontramos textos que ilustram isso. Em Mateus 24:20, lemos: "E orai para que a vossa fuga não aconteça no inverno nem no sábado". A fuga aqui mencionada é uma consequência natural da evolução, uma transição de um estado de perigo para outro mais seguro.
Quando Jesus diz "E orai para que a vossa fuga não aconteça no inverno nem no sábado", ele sugere que a fuga é uma resposta natural à evolução. Não podemos retroceder do sétimo dia, pois isso seria involução. Em Lucas 21:21, lemos: "Então os que estiverem na Judéia, fujam para os montes; os que estiverem no meio da cidade, saiam; e os que estiverem nos campos, não entrem nela". Isso mostra que a fuga não deve ocorrer no sábado ou no inverno e que representa uma consciência evolutiva.
Muitas pessoas estão à beira do precipício sem perceber. Aqueles que implementam um sistema evolutivo consciente sabem onde estão pisando, caminhando com tranquilidade e evitando áreas de perigo.
Essa fuga é um testemunho, pois determina o que realmente queremos. Fugimos dos inimigos ou fatores que nos colocam em risco, e esses fatores geralmente estão dentro de nós, sendo os mais perigosos.
Para fugir para o monte; a fuga para o monte é para quem está na Judéia. Precisamos analisar o evangelho. O que é a Judéia? É uma região que agrupa os judeus. Quando falamos em judeus, há judeus e outros elementos. Historicamente, o judeu admite o Deus único, conhece os mandamentos, e está com a lei. Ele sabe o que fazer e onde está sua linha ética: primeiro, Deus único; segundo os instrumentos legais que possui. Este está na Judéia.
Então, pergunto: você se vê como judeu ou gentio? Escolha. Eu já escolhi o meu! Acho que sou judeu e velho, embora nunca tenha reencarnado na Judéia. O gentio está desinformado, é idólatra, não conhece o Deus único, é pagão e não tem responsabilidade na revelação superior. Nós estamos com a lei, com muito júbilo. Graças a Deus. Quando a situação aperta e nos jogam na parede:
─ Você está na Judéia?
Estou! ─ Então, fuja para os montes!
Quem não tem conhecimento pode dizer: ─ Vou apelar, fugir, mudar de cidade…
Outros, infelizmente, não aguentam: ─ Vou me suicidar, fazer isso ou aquilo…
Tomam soluções imediatistas. Quem conhece a lei diz: ─ Vou me recolher à prece, que é o monte. Vou me dedicar mais ao trabalho, que é o monte. Vou ajudar os que sofrem, apesar da confusão, para ver se melhora, que é o monte!
Agora, você está procurando…
É o nosso mundo interno…
São as opções da vida mental. Por exemplo, em uma situação complexa, alguém pode pensar: ─ Esta vida não vale nada! É uma desgraça! Viver com a família não dá! O trabalho não dá! Minha saúde não dá!..
Está indo para o mal. Outro, com o mesmo problema, pode pensar: ─ Preciso ter calma, serenidade, tomar passes, assistir reuniões, fazer preces, ser simples, refletir!
São modos diferentes. Um está indo para o mal e o outro para a redenção.
Jesus deu o exemplo, subindo para o monte para orar… Ele fazia isso o tempo todo. "Eis que subimos para Jerusalém"! Está no evangelho…
Então, temos esta, mas perguntaram sobre a cidade. Quem estiver na cidade, saia! A cidade, no contexto sociológico com Jesus, é a faixa consumidora, aglutinadora dos interesses humanos. Quem está com a cabeça só nos interesses da grande massa, saia!
Saia da cidade! Saia daquela condição. Aliás, as pessoas dizem assim: "Pois é! Todo mundo faz isso! Então eu faço também!" Todo mundo é a cidade. Vamos analisar: os que estiverem na cidade, saiam! E os que estiverem nos campos, não entrem na cidade! Não entrem nela! O que é o campo? Não é o lugar onde você prepara o terreno, semeia e colhe? Se você está numa faixa operacional de sementeira e colheita, cuidando do seu gado, cuidando das suas coisas positivas, não vá para a área de consumo!
(P) – Então, fica implícito que a pessoa que está na cidade deve ir para o campo!
(H) – É evidente. Ainda bem que você concluiu. Vamos observar esses aspectos. Tudo isso que estamos falando é porque no capítulo que lemos de Mateus, analisamos a questão do sábado e do inverno, 24:20: "Vigiai e orai, para que a vossa fuga não aconteça no inverno nem no sábado". Jesus está dizendo: preparem-se, porque a fuga vai acontecer, mais cedo ou mais tarde! O que isso significa? Se já sabemos que temos que sair das áreas em que nos ajustamos, mais cedo ou mais tarde, a consciência diz: "Quero ver até onde vou com isso! Porque vou ter que sair dessa!" Então, vai chegar o momento em que temos que pular fora. Agora, se o 7º dia, que é o sábado, é o dia da avaliação, da aferição, dia de levantamento dos padrões, não é dia de sair correndo por aí! Uma fuga, o elemento chegou ao final da vida, não é o sábado? Não é o inverno da velhice, do sofrimento e da dor? Das dificuldades? Está lá, recebendo o amparo para partir para o outro lado: "Meu Deus! O que posso fazer agora, não sei o que…" É hora de fugir? Da vida mental que levou a vida inteira? Não! Então, o inverno e o sábado se encontram neste componente! É a hora de encerrar a etapa evolutiva das 7 etapas; chegou na outra. Então, o sábado, para quem está desencarnando com 80 anos, você divide esses 80 anos de vida em 7 partes. "A infância, eu passei com a vovó, na cidade do interior, aos 14 anos…" Faz as contas, vamos pôr 70 anos porque fica mais fácil! 10, 10, 10, não é? De 1 a 10 anos, até 10 anos eu fiquei, aos 20 anos fui não sei para onde, aos 30 anos estava e fui só vivendo. Os 7 dias dele são de 10 anos por dia. O outro que viveu 30 anos, a mesma coisa! Proporcional.
Então, orai para que a vossa fuga dos valores acomodatícios, dos valores ainda desinformados, não aconteça nem no sábado nem no inverno.
Esta fuga que estamos falando aqui não é aquela fuga precipitada, não é a fuga! Mas é o acontecimento. Quantas vezes o acontecimento chega e você ficou na beiradinha da morte, por exemplo, e não morreu? Então, a fuga é quando você sabe que está em perigo e tem que sair. Para muita gente, o acontecimento se precipita, levando à mudança de postura pessoal. Quando leva à mudança de postura pessoal, ele chegou à conclusão e não muda, ele não fugiu! Agora, para muitos, o acontecimento, tem gente que vive assim. Vem a pressão em cima. Vem a pressão, melhora e depois vem outra, não é assim? Vem outra! Ele foge daquela situação, mas no campo sem movimentações afetivas! Até que chega alguém: "Ih, você não desconfiou que está precisando mudar? Você não está desconfiado de que está sob uma pressão violenta? Hoje é um menino que adoeceu, amanhã, não sei o que! Depois vira para a mulher, depois… Não é? Por que você não procura um Centro?"
Para ajudar alguém a "cair a ficha"! Porque só quando isso acontece é que podemos entrar nesse imperativo: "orai para que vossa fuga não aconteça no inverno nem no sábado". Existem pessoas que, mesmo ouvindo a vida inteira, não despertam! Mas quando chegam os impactos violentos, isso mexe com a estrutura delas. Não porque deixaram de conquistar algo, mas porque perderam o ponto que era a segurança delas. Temos muitas coisas a restaurar. Milhões de seres sofrem. Uns pelo que perderam ou têm medo de perder, outros pelo que não conquistaram e desejam conquistar. Percebem? São coisas diferentes! Às vezes, a pessoa chega aqui e diz: "Estou achando isso excelente! Preciso estudar mesmo! Mas, Honório, não estou em condições de largar o que faço!" Então, está preso! Ele não tem condições. Temos essas características nas estruturas intrínsecas de cada pessoa, em evolução.
Estamos matriculados numa escola, não uma só. Se alguém está com dor de cabeça, damos o comprimido. Tudo bem. É nossa obrigação providenciar para que a pessoa tome o remédio. Ajudar no que for possível. Mas nosso compromisso é com as realidades profundas da alma. O mundo de regeneração é para pessoas conscientes. O sofrimento impacta todos nós para despertar nossa intimidade. Nossa aprendizagem aqui se torna isso. Porque, mesmo sem estar no Grupo Emmanuel, a consciência já grita: "Ajuda quem está precisando! Está com sede? Dá água! Está com fome? Dá comida! Está sem roupa? Veste!" Estamos cansados de saber isso! Ainda há espíritas antigos de 20, 30 anos que dizem: "Temos que ajudar o semelhante!" Então ajude! Ele vai se sentir importante. Se tinha só 10 amigos, vai ter 200, 300, 400! Mas continuará na mesma treva de sempre! Porque o processo é a libertação íntima da criatura! Não quero deixar de definir, nem vamos dividir, que aquele que só estuda, estuda, reforma, reforma, fica infeliz, isolado no campo dele. Antes, realizávamos as obras sem preocupação com a redenção pessoal. Hoje, a obra tem que ser feita nos fundamentos do conhecimento. Tanto que perguntamos: Será que continuo ajudando ou não? O que significa? Estamos analisando que a própria necessidade que a pessoa vive, precisando de ajuda, é com vistas ao seu grande despertar pessoal.
(P) – Essa fuga representa uma necessidade de mudança durante os estágios de amadurecimento.
(H) – Sem dúvida alguma. Cada transição de uma fase para outra representa um impacto. E o impacto induz à mudança. Por que não fica sempre dia? Tem que ser noite e dia, noite e dia, noite e dia. Por que muda? É o impacto! É o toque! É o choque! Por que desencarnamos e encarnamos repetidamente? Choque! Porque isso mexe com a estrutura profunda, chamando a criatura a novas posições.
Quem alcançou o 7º dia venceu a jornada! Quem não alcançou o 7º dia não venceu a jornada.
O descanso do Sétimo Dia não é um descanso de acomodação. Não é aquele descanso de parar e ir para a praia. É o dever cumprido. Porque aquele que está em descanso sem o dever cumprido, como foi dito, há uma turbulência! Então, o que ocorre? Podemos, dentro daquela faixa literal, estar até usufruindo de uma concessão de descanso. Mas não há descanso pleno. É preciso entender que o legítimo trabalho que não cansa é o realizado no sétimo dia da harmonia interior. Operar no sábado é operar nos fundamentos do amor. Operar do primeiro ao sexto dia é operar sob o jugo da lei. Então, o que acontece? Entrou no sábado e quer continuar as linhas sem autoagressão, sem autocondenação, então Deus continua no descanso. "Descansou no sétimo dia." O que isso significa? Significa que Ele continua trabalhando no sétimo dia. Jesus disse: "Meu Pai trabalha até agora e eu trabalho também." Então, não está descansando no sentido literal, está operando. Só que Ele está operando nas faixas harmônicas do universo. Quem trabalha nas faixas harmônicas está trabalhando e recebendo os frutos pela aplicação do amor e não pela aplicação da justiça!
 
 Vamos pensar...
 
Extraído da Reunião Estudando Evolução através do Gênesis de 13 de janeiro de 2007

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