O
prefácio do livro Paulo
e Estevão está
fazendo aniversário. Ele é datado de 08 de Julho de
1941.
Sabemos
que este é um dos livros mais importantes da literatura
mediúnica de Francisco Candido Xavier sob a orientação
de Emmanuel sendo este o autor espiritual desta monumental obra.
Pretendemos
no mês de setembro próximo iniciar a publicação
em nosso Blog de um estudo da Carta de Paulo aos Tessalonicenses, que
segundo alguns estudiosos é o primeiro texto escrito do Novo
Testamento como temos hoje.
Para
não passar em branco esta data de grande importância
para o movimento espírita-evangélico, publicamos neste
dia os comentários do primeiro versículo desta carta
histórica. Este é, portanto, talvez, o primeiro
versículo escrito do Novo Testamento.
Aguardamos,
assim, para o mês de setembro próximo, se for da Vontade
de Deus, a sequência do estudo destes valiosos primeiros textos
do Apóstolo Paulo, que foi, segundo palavras de Huberto
Rohden, o maior Bandeirante do Evangelho.
Paulo,
e Silvano, e Timóteo, à igreja dos tessalonicenses, em
Deus, o Pai, e no Senhor Jesus Cristo: graça e paz tenhais de
Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo. (1ª Tessalonicenses,
1: 1)
Por
volta do ano 50 de nossa era, já em franca atividade
apostólica, Paulo, o fiel amigo dos gentios, se vê
diante da seguinte dificuldade: a expansão das comunidades por
ele fundadas crescia e com o crescimento surgiam dificuldades para o
bom andamento da divulgação do Evangelho. Sua presença
era sempre solicitada entre os novos seguidores do Cristo, e ele já
não dava conta de atender à solicitação
de todos como gostaria.
Após
uma sentida oração percebeu-se envolvido pela presença
espiritual do próprio Jesus que buscando tranquilizá-lo
inspira-o a mudar a forma de assistência aos queridos
seguidores.
Conforme
anotações de Emmanuel, o Senhor o orienta com brandura:
Poderás resolver o
problema escrevendo a todos os irmãos em meu nome… (…)
doravante Estevão permanecerá mais aconchegado a ti
transmitindo-te meus pensamentos, e o trabalho de evangelização
poderá ampliar-se em benefício dos sofrimentos e das
necessidades do mundo.1
Deste
modo, o Apóstolo convidou Timóteo e Silas, aqui chamado
de Silvano, para juntos redigirem a primeira de suas importantes
epístolas.
Paulo
escreve esta sua primeira epístola em Corinto, por volta do
ano 50 ou 51 de nossa era. Esta carta tem importância
histórica, pois provavelmente é o primeiro documento
escrito do Novo Testamento.
Emmanuel2
relata que por volta do ano 34 ou 35 d.C. os seguidores do Cristo
tinham um manuscrito de Mateus onde consultavam os ensinamentos de
Jesus. Porém os historiadores informam-nos que o Evangelho de
Mateus conforme temos hoje, em sua forma narrativa, é de
composição mais tardia. O texto a que Emmanuel se
refere deve ser um primeiro Evangelho escrito por Mateus em aramaico
(ou hebraico); o atual foi escrito em grego. Mais tarde Mateus teria
composto um novo texto, inclusive com influência do Evangelho
de Marcos que segundo os estudiosos é anterior.
Estas
cartas, escritas por Paulo, foram produzidas por um método que
alguns autores denominam de círculos
de profecia, que
consistia em uma meditação por parte do apóstolo
e de seus companheiros, em que Paulo, concentrado, recebia por
inspiração as palavras e estas vinham naturalmente e
eram faladas em voz alta e anotadas. Há desde aqui, e mesmo
bem antes, pois alguns estudiosos informam-nos que desde Samuel os
textos sagrados eram produzidos desta forma, uma identidade com o que
hoje nós espíritas chamamos de produção
mediúnica; um medianeiro recebe o texto dos espíritos –
que aqui era o de Estevão representando o próprio Jesus
-, e o transmite aos assistentes pela palavra oral (psicofonia) ou
escrita (psicografia).
Estes
eram os dons espirituais que o apóstolo iria aprofundar e
tornar claro mais adiante em outras epístolas.
Importa-nos
ainda nesta saudação vermos como o fiel divulgador do
Evangelho diferencia Deus, o Pai, do Senhor Jesus Cristo. Para Paulo
é clara a distinção, Deus e Jesus são
figuras distintas, um é o Criador, conforme Atos,
17: 24, o outro, Jesus,
era o Cristo, ou Messias, o Filho enviado por Deus para remir a
humanidade que se encontrava em erro e sob o jugo do mundo, conforme
Gálatas, 4: 3 a 5.
1
Paulo e Estevão, pág. 529
2
Paulo e Estevão, Op. cit.
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