2 – Gênesis 1: 1-10
Data da Reunião 24-6-2006
Na reunião anterior, exploramos a conexão entre os valores estudados no capítulo 22 do Apocalipse e o início da narrativa mosaica no Pentateuco de Gênesis, estabelecendo uma linha de conexão perfeita. No livro de Gênesis, temos uma redação formulada por Moisés e os iniciados hebreus, que, através da sensibilidade mediúnica, organizaram um tratado chamado Torá. Este tratado se estende por cinco livros: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.
Essa coleção de valores, presente nesses cinco livros, representa, em nossa visão, um processo que projeta normas e sentidos práticos e aplicáveis, capazes de nos lançar ao infinito. Não se trata de um campo literal, mas de uma linha que, à medida que avançamos, nos permite penetrar mais profundamente. Esse é o papel das revelações. Quando Jesus vivenciou o conteúdo do Pentateuco, ele experimentou uma parcela desses valores, abrindo o espaço perceptivo para as normas aplicadas. Entenderam? Mas é restrito! Porque todo processo científico, prático e objetivo é mais restrito que o simbólico. O simbólico é sempre importante acompanhar com carinho, pois é um campo operacional. Ao estudar a Bíblia, no Velho Testamento, quem já estudou anteriormente perceberá que ela se abre mais, pois é simbólica.
Estou aqui com "A Gênese" de Kardec. Esta é restrita e relativa, mas é uma chave, uma instrumentalidade, não o que está dentro ou atrás da porta, no cômodo ou recinto que vamos entrar. Ficou claro? Com ela, abrimos os escaninhos necessários para nosso trabalho.
Devemos sempre ter em mente que Jesus ensinou uma parcela vivencial que projeta o ser para novos patamares, mas de forma "relativa". O Velho Testamento é abrangente e universal. No primeiro versículo, "No princípio criou Deus os céus", nota-se que "céus" está no plural. Esse "céus" pode ser vinculado ao universo em sua extensão, falando de infinito e eternidade. Vocês sabem o que é infinito? Tem conceitos, mas eu não sei o que é infinito! Infinito é algo que não tem princípio nem fim. Eu não sei, por enquanto, como surgiu; tanto que Kardec perguntou aos Espíritos : "Como pode algo que teve princípio não ter fim?" Isso é contraproducente! Não é científico!
Agora, imaginemos uma empresa, fora dos parâmetros humanos, com uma infraestrutura organizacional capaz de ter uma visão panorâmica da evolução. Na produção de automóveis, por exemplo, essa empresa poderia prever que, no ano de 2422, produzirá um veículo tipo helicóptero, sem hélice, que desce verticalmente sem ruído. Não é um projeto de "infinito"? Infinito, mas finito para nós, 400 anos à frente! Será que Deus tem barreiras nas projeções? Isso mostra que posso ter sido criado e lançado no infinito dos céus há bilhões de anos na nossa cronologia terráquea. Minha criação remonta a um passado cuja extensão não podemos estimar. Então, o conceito de infinito começa a mudar, pois nosso infinito se perde na linha objetiva dos tempos.
Antigamente, nascia uma criança, certo? Sob esse princípio que Maria Helena quer entender, e nós também. O que ocorre? No princípio, nascia uma criança. Aí alguém mais esperto diz: "Nasceu agora não! Nasceu da fecundação do óvulo com espermatozoide!" Não tínhamos esses nomes na época.
Naquela época, não existiam esses nomes. Mas havia algo entre o gene masculino, embora o livro não use essa palavra, algo imaterial, fluido, um líquido que gerou…
Então, ela já tem 9 meses de vida, em tese. É isso mesmo? Agora, alguém mais esperto diz:
- Que nada! Esse elemento que está chegando aqui estava lá no plano espiritual, ó!..
E outro começa a rir:
- Que nada! Ele estava numa encarnação anterior, e eu sinto intuitivamente que ele foi meu bisavô!..
Já estava encarnado. Notaram a ideia de infinito? Então, está sob uma perspectiva que vemos agora. Até que alguém diz:
- Nada disso! Ele não está neste mundo de muitas vidas. Ele veio de outro sistema planetário.
(P) – Esse princípio, então, nunca para… (H) – É uma indicação filosófica. Porque todo nosso princípio é uma tarde, não é o início! A manhã é relativa, a tarde é o infinito. É absoluto! Ficou claro agora? Meio complicado perguntar para vocês, não é? Mas dá para ter uma visão panorâmica, é por aí.
(P) – Sr. Honório, esse número 5 aí. É uma expressão simbólica? Pentateuco? (H) – Todo processo em um campo abrangente define, em tese, os componentes que ficam nesse campo. Esse 5 tem um significado muito especial. Por exemplo, a primeira coisa que o 5 representa são os campos de percepção do nosso envolvimento no contexto geral. Pelo 5, recebemos do geral, e pelo 5 interferimos no geral. Então, se eu tenho o Tato, os 2 sentidos químicos, o Olfato e o Paladar, e tenho a Visão e a Audição, então tenho 5 sentidos. Tenho a condição de uma linha abrangente. Desde o concreto, do Tato, aos perceptivos químicos, como a gustação e o olfato. Uma ideia! É uma ideia nesse contexto. Então, posso dizer o seguinte: os 4 lados da pirâmide, sobre os quais se fundamenta em segurança aquela construção de natureza cósmica com seu plano de relacionamento, mostram um processo de soerguimento seguro, não é? Mas que culmina com o ápice da pirâmide, em termos longilíneos, onde ela se afina e capta como uma antena do Alto, irradiando por ali. Mostra um processo, também, de natureza do que você está trazendo, Sarah. No livro "A Gênese", Kardec define, porque há quem ache estranho o que está dentro do livro "A Gênese". No capítulo 12, item 12, diz: "Para os espíritos incultos, sem nenhuma ideia das leis gerais, incapazes de apreender o conjunto e de conceber o infinito, essa criação milagrosa e instantânea apresentava algo fantástico que feria a imaginação. O quadro do Universo criado do nada em alguns dias, por um só ato da vontade criadora, era, para tais espíritos, o sinal mais evidente do poder de Deus". Olha que interessante! Para determinados espíritos, isso mostrava o poder de Deus. Não em concepção, não em gestação, não tem nascimento, não tem nada. É tudo como se fosse um milagre. "Que configuração, com efeito, mais sublime e poética desse poder, do que a que estas palavras traçam: Deus disse faça-se a luz e a luz foi feita! Deus, ao criar o Universo pela ação lenta e gradual da lei da Natureza" – se não fosse assim, não haveria trabalho para nós, seria um capricho divino. Imaginemos se houvesse um decreto: "Sr. Honório, fulano, Beth, Lairto, aperfeiçoem-se e tornem-se super-elementos do Universo agora". E pronto! Mudou! Seria, praticamente, uma…
"Deus, ao criar o Universo pela ação lenta e gradual das leis da Natureza, lhes pareceria menor e menos poderoso. Fazia-se-lhes indispensável algo maravilhoso, que saísse dos moldes comuns; do contrário, teriam dito que Deus não era mais hábil do que os homens. Uma teoria científica e racional da criação os deixaria frios e indiferentes. Não rejeitemos, pois, a Gênese bíblica; ao contrário, estudemo-la". Kardec já falava isso. Então, há espíritas que acham que isso é uma abominação!
Estudar Gênesis é essencial. A expressão é clara: "estudemo-la como se estuda a história da infância dos povos. Trata-se de uma época rica em alegorias, cujo sentido oculto deve ser pesquisado, comentado e diversificado com o auxílio da razão e da Ciência. Devemos ressaltar suas belezas poéticas e ensinamentos velados. Pela forma imaginosa, é necessário apontar expressamente os erros, no interesse da religião. Esta será mais respeitada quando esses erros deixarem de ser impostos à fé como verdade, e Deus parecerá maior e mais poderoso quando seu nome não estiver envolvido em fatos de pura invenção".
Os processos figurativos e alegóricos são caminhos diretos para erros e equívocos, como Kardec nos mostra na introdução do Evangelho Segundo o Espiritismo. Alguma pergunta sobre isso?
(P) -…
(H) – O despertar dos nossos interesses ocorre, Eunice, pela interação com o ambiente e a natureza. A elasticidade da mente, sua abertura e afirmação, surge de um processo que podemos chamar, didaticamente, de curiosidade. Isso também acontece com os animais. O despertar e a curiosidade! Parece estranho falar de curiosidade em animais, mas existem processos em que os acontecimentos ao redor se tornam pontos de referência. Outro dia, vimos na televisão um símio que se olhou no espelho, acreditou no que viu e, em seguida, pegou o espelho e deu saltos enormes dentro do cômodo. Ele viu algo que mexeu com seu psiquismo! Estava procurando fora do espelho algo semelhante a ele. Isso é um processo de projeção mental! Nós também vivemos assim. Quando pegamos algo e nos perguntamos: "O que é isso?" Às vezes, até nos damos mal, mas é assim que acontece o processo evolutivo. Parte do prático para o teórico. É o futuro despertar do indivíduo. As figuras estranhas do Velho Testamento representam colocar o oculto em uma imagem ostensiva e clara. Mas o que importa é o oculto! Tanto que temos no evangelho: "nada há oculto que não haja de saber-se". Agora, a Espiritualidade busca componentes didáticos que possam chamar nossa atenção ou oferecer subsídios para nossas deduções.
(P) -… nós vamos encontrar o Pentateuco mosaico, os 5 grandes livros do Evangelho e o Pentateuco kardecista.
(H) – Sim. São 4 evangelhos e o livro Atos dos Apóstolos. E no livro de Kardec, cinco livros. Nós sempre destacamos isso, como você lembrou. Temos Gênesis, que é figurado, e a Gênese, que é científica. As três grandes revelações começam com Gênesis e terminam com a Gênese.
(P) - … já que inicia com Gênesis e…
(H) – Os elementos que depreendemos, onde estão os valores fundamentais da revelação, já são o primeiro passo. No Torá de Moisés, o livro Gênesis é o mais precioso, pois define todo um sistema. Estão tentando tirar Mateus da linha para colocar Marcos como o primeiro, mas Mateus vivenciou fatos com Jesus e anotava tudo. Tanto que é chamado de anotações de Levi! É o que Arnaldo fez, só que ele não tomou nota! Clóvis Tavares tomava nota. Ele escreveu "Trinta anos com Chico Xavier". Esses são autênticos, pegam na fonte! Os outros, foram pegando por pesquisa aqui e ali. A obra básica de Kardec não é nem Gênese, nem o Livro dos Médiuns. É o Livro dos Espíritos! É a primeira obra dele. Não sei se vocês estão entendendo.
As demais obras começam a abrir comentários que definem os conteúdos da obra básica, que é a primeira. No Velho Testamento, temos os 5 livros e vários outros Proféticos, Históricos e Sapienciais que são explicativos, como comentários. Com Jesus, temos os 4 Evangelhos e Atos, complementados pelas Epístolas de Paulo, as Epístolas Universais e o Apocalipse. Em Kardec, temos os 5 livros principais, seguidos por "O que é o Espiritismo", "O Espiritismo em sua Expressão Mais Simples" e muitos outros de Kardec, Léon Denis, Gabriel Delanne, Chico Xavier, entre outros. A doutrina espírita é dinâmica e está sempre em linha com a contemporaneidade, sem símbolos. O campo de pesquisa da doutrina mostra a ligação com a seiva da revelação e acompanha as linhas naturais do Progresso e da Evolução.
(P) –…
(H) – Se alguém pode responder para você, por caridade, é este grupo todo aqui, inclusive você que participa dele! Sabemos que precisamos ter uma visão de infinito nas nossas explicações, mas com os pés no chão. Quando falei da pirâmide de quatro lados, estava apontando para o alto! Captando de lá e emitindo para lá! Sua capacidade interpretativa se sublima quando você procura apagar-se no seu sentido de centro do universo. Embora você o seja. Eu sou o centro do universo. Teoricamente! Ou não somos? Se há o infinito, eu estou aqui, o centro é esta mesa! Serve para documentar que o centro dele é aqui também. Quando Ptolomeu argumentou que o centro do Universo é a Terra, ele não estava errado! No plano relativo, passou para o Sol, com Copérnico, no heliocentrismo! Mas, talvez numa linha intuitiva, ele estava mais avançado que o próprio Copérnico. Não estou querendo retificar uma lei superada, só mostrando o sentido filosófico. Você está no centro do Universo. Mas é o universo todo como componentes que estendem suas linhas de relação em termos de amor. Quando você coloca amor, descobre coisas que não te isolam do universo, sua mente fica mais ampla, receptiva e segura na interpretação. Kardec, no capítulo 12 de "A Gênese", foi muito claro. Ele disse que é figurada, mas deve ser estudada. Estamos tentando estudá-la agora, mas com os pés no chão! Temos valores inestimáveis na doutrina espírita. Se aqui está "céus" no plural e "terra" no singular, vou usar uma cartilha chamada depreensão. Vou depreender, vou analisar. A doutrina espírita, nos livros de André Luiz, é a doutrina espírita de fora! Ou não é? É de fora! Mas será que alguém pode precipitar no conhecimento? Não quero criar sofismas, mas dentro do processo, está saindo um livro hoje, lançamento na União, "Chico, Diário das Recordações". Se eu colocar este livro inteiro no meu coração, na minha linha perceptiva, aprendo algo? Não! Eu somo esses valores. Pode até pesar na biblioteca mental. Mas, se registro o substrato disso, me enriqueço interiormente. É nesse sentido. Paciência que vamos chegando lá. Perseverança sim, vamos avocar ideias e investir nelas. Mas chega lá na frente:
- Ah, sabe de uma coisa? Tem que mudar! Porque não é por aí…
Ensaio, acertos e erros são naturais para quem quer progredir. Quando Kardec foi chamado para ver mesas girantes, ele disse:
- Não vou entrar nisso; isso é coisa de menino; é conto da Carochinha. Mesa não tem cérebro! Então eu não vou mesmo!
Mas o amigo Fortier voltou e disse:
- Mas tem sim! Pode assistir!..
Não foi isso que ele disse? Puxa! Meu amigo. Não pedi nada a ele! Ele veio até mim, me ofereceu! E ficou. Estamos estudando a doutrina que Kardec desenvolveu, em função do quê? Da reunião. E se ele fosse inflexível? Porque o pensamento de Kardec era cartesiano, Newtoniano! Ele era objetivo!
- Sabe de uma coisa? Vamos por aqui, compra ali, não tem nada que me enrole…
Aí vem Emmanuel hoje e diz: "Fazer-se criança". Não é isso? "Apequenar-se". Para evitar a cristalização mental. Cristalização mental é a barreira dos intelectualizados! Entendeu? A cristalização é a barreira dos intelectualizados. Do simples, não! Sem pedir sistema. E correm reencarnações! Passam-se séculos!
- Ontem mesmo! Não mudou nada!..
Os Espíritos pensam assim. E levam pancadas na reencarnação. Leva mesmo. Para a pessoa mudar, sai todo esfolado do outro lado.
(P) –… houve um testemunho pessoal dos antigos cristãos, em favor desse Cristo. Não dá a impressão de que a base é sustentada por vários estigmas?
(H) – Eu não tenho dúvida disso, embora não possamos fechar porque é uma faceta da revelação. E se perguntar isso a Emmanuel, ele vai dizer: "Não. Não sei como eu sinto mesmo não". E Kardec? Ele diria para vocês. Possivelmente diria para mim. Agora, nós como bons discípulos, aqueles que estão felizes nas argumentações e nos conceitos, vamos pensar assim. Não se progride apenas com a Ciência! A Ciência é um instrumento de projeção da evolução. Alguém chega perto de mim e diz:
- Ó Sr. Honório, não existem 3 elementos gerais no universo? Pelo que li no Livro dos Espíritos está assim: Espírito, Matéria e Fluido Cósmico! Não dá para entender isso? A Gênese é que clareou!..
Eu disse não! Por que você fala com tanta certeza? Porque são três elementos: Deus, Espírito e Matéria. Sobra o Fluido Cósmico que fica pendurado no ar. Então tenho que tirar um deles! Deus eu não tiro! Matéria eu não tiro porque é certa, então tiro o Fluido Cósmico. Estude mais e você notará que há algo ligado ao espírito e à matéria. Isso é muito comum na nossa idade. Nesse espírito de gerir a doutrina espírita, que é sempre útil. Então, é o que ela comentou! Como fazemos? Se eu tirar a filosofia das minhas elucubrações, eu paro porque a filosofia é uma abertura sem escravização, da veiculação da fé. A fé, para mim, é muito segura, é toda soma do que eu não conheço, mas que depreendo! Eu não evoluo só com o que conheço, como acabei de falar. Só o que conheço é um sistema conceitual do Honório, ou não é assim? Mas, em cima dessa linha conceitual, que é a minha soma de caracteres que forma o que "eu sou", no plano integrativo do universo, eu tenho que avocar aquilo que eu não sou. Isso que eu não sou, como faço? É igual ao cientista na astronomia! Eu quero conhecer tal constelação! Vamos trabalhar! Coloca uma sonda no espaço, não é isso? Para conseguir captar os sinais dos sistemas das galáxias mais de perto e coloca outra, e outra, e outra. Perceberam? Então, isso tudo é movido pela fé!
Agora, nessa linha em que temos a abertura, que é a janelinha da Arca de um côvado, lembram? No terceiro andar da Arca, que é a casa mental, por essa abertura da Arca, no terceiro andar que é o superconsciente, podemos entrar em relação com o infinito. Mas tenho certeza de que ninguém pode abranger, na observação da arca mental, o infinito por essa janelinha! Não sei se vocês entenderam. Quando a NASA mandou o homem à Lua, na década de 60, o que foi feito? Calcularam tudo com base na ciência! Tudo foi calculado. Para ver quais forças interferiam na cápsula espacial, não foi isso?
Quantas vezes tiveram que corrigir a rota da nave? Entenderam? Por quê? A correção da rota ou da órbita da nave representa ajustes em função de tudo aquilo que ainda não conseguimos entender. Mas já entendiam a gravitação, o impacto, o impulso necessário, o que fazer, quanto subir e quando lançar o foguete. Isso tudo já sabiam! Mas há tantas coisas que ainda não sabemos! E quando analisam o fator que interferiu na rota, esse fator se expande, criando um novo universo! Por isso somos sempre relativos. Basta o discípulo alcançar a condição do mestre. E o servo não pode superar o senhor! Porque o senhor engloba coisas que nós, como servos, estamos muito distantes de compreender.
(P) -… essa fé que é a soma do que eu não conheço mas que … seria a fé cega …
(H) – Seria. Porque todo processo de fé raciocinada te projeta num piso de segurança que só você conhece. O difícil é implantar sua fé nos outros. Porque você pode dizer:
- Eu creio na reencarnação!..
Não pode? Porque você fez várias análises, está estudando, não tem dúvidas, tem que haver reencarnação!
- Eu creio nela!
Podemos falar com Beto e ele pode dizer:
- Eu tenho é certeza!..
Então essa certeza que ele manifestou é uma fé com muito mais substância. Compreendeu agora? Quando você dá um passo além do que conhece, por segurança, eu nunca fui ali e você já foi. Quanto mais você se expande na verticalização e na horizontalidade, mais o componente que você conhece cresce e se fortalece. Por isso os Espíritos definiram assim: "Espíritas, amai-vos eis o primeiro ensinamento e instrui-vos eis o segundo". Porque chega um ponto, Jaqueline, se você não amar no concreto que já conhece, o instruir-se fica bloqueado! Não sei se vocês entenderam. Você tem que aplicar o que já sabe! Você lembra em parte! Quando está num ritmo normal, conhece e consegue aplicar, é na aplicação que consolida o conhecimento. E à medida que surgem ângulos de afetividade no contexto do amor, você abre janelas para uma percepção mais nítida do que não conhece. "Em parte conhecemos, em parte profetizamos". De Paulo. Não é isso? É uma das grandes mensagens dele, definindo essa premissa. Em parte sabemos e em parte estabelecemos. Então, muita coisa eu falo com base no que sei, outras que concebo, pela ação da profecia que é falar daquilo que existe, mas que não conheço com clareza.
(P) -…
(H) -… eu quis mostrar que esse princípio existe, tanto que está colocado. Como na expressão do Velho Testamento: "no princípio, criou Deus". Onde está esse princípio? Então, o princípio define nossa projeção nesse ponto. Tanto que existe algo que comento aqui, nessa abordagem de princípio, é que só há uma maneira de caminharmos rumo ao futuro com segurança: tendo consciência do passado. A cada projeção para o futuro em nossos estudos, temos que penetrar em nós próprios e percorrer o passado. Porque sem uma consciência do piso, que está encravado em nosso subconsciente, será difícil laborar e fertilizar com clareza o superconsciente, onde estão os valores ainda não vivenciados. Porque o passado, incrustado no subconsciente, é matéria vivida. É nosso livro experimental! É de experiência. O Super são expressões idealísticas ou concebidas! Então, temos que ter isso em conta. A projeção com êxito depende de nossa condição. Tanto que Sócrates, ao definir essa realidade, comentou: "conhece-te a ti mesmo".
(P) -…
(H) – Mas não é equivocada. Nós é que utilizamos determinadas facetas do nosso passado, Glória, para fazer valer determinadas extravagâncias que alimentamos na atualidade.
(P) -… trabalhasse essa ideia do evangelho como princípio educativo para…
(H) – O que aconteceu na revelação mosaica pode ser definido pelo texto: "no princípio criou Deus os céus e a terra". O que ocorre? Conversamos sobre a evolução da massa, que não é uma realidade. A massa não é evangelizável automaticamente. Isso é algo que precisamos entender. Seria mais ou menos assim: temos a Terra com seu núcleo, certo? Essa massa é vista com carinho pelas lides superiores. Então, o que ocorre? Jesus vem e se lança aqui, Moisés vem e essa massa permanece. Agora, o valor revelado fica guardado na periferia, aguardando o interesse dos elementos que formam essa massa. Ou seja, não há um processo de massacre dessa massa para mudar. A revelação dessa massa aconteceu porque, entre os bilhões de seres na Terra, alguns resolveram olhar pela janelinha que apresentam. Enquanto não há interesse, não há atendimento, para não lançar pérolas aos porcos. Entenderam? Tanto que quando Simão Pedro disse, no capítulo 16, versículo 13 de Mateus, "Tu és o Cristo, filho do Deus vivo", o que Jesus falou logo depois?
"Então, mandou aos seus discípulos que ninguém dissesse que ele era o Cristo". Interessante, não? Como quem diz: "apesar de falarmos disso, a ideia de ser o Cristo é o despertar de cada um e não uma pregação sistemática de fora para dentro". Perceberam? Todos conhecem Jesus! Falar de Jesus, falem à vontade! Tem um profeta fazendo milagres, pode falar! Agora, falar de Cristo é o despertar pessoal! Porque você não fala do Cristo de lá, você fala do Cristo que é seu! A sua parcela crística! Então, o que ocorreu depois disso? Ficaram calados. Desde então, Jesus começou a mostrar aos seus discípulos que convinha ir a Jerusalém. Notaram? E padecer muito dos anciãos, dos principais sacerdotes e dos escribas, e ser morto. E ressuscitar ao terceiro dia. Então, para vocês que já descobriram quem é o Cristo, precisam presenciar isso. Porque a percepção da ideia crística é a percepção do conhecimento filosófico na área aplicativa que é comigo e não com Moisés. Dentro da sua missão, não sei se estão percebendo. Então surge aqui, e a Espiritualidade nota: "ó, pintou lá qualquer coisa". Algo surgiu lá! Então você analisa, porque Pedro é chamado fundador da igreja. Entenderam agora por que tem essa concepção? Não perceberam? Ele foi o primeiro! E realmente foi. Agora, entre ele ser o primeiro que percebe e…
Fim da primeira parte
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