segunda-feira, outubro 24, 2022

Carta aos Hebreus - Mediador de Uma Nova Aliança

#Pública



Eis por que ele é mediador de uma nova aliança. A sua morte aconteceu para o resgate das transgressões cometidas no regime da primeira aliança; e, por isso, aqueles que são chamados recebem a herança eterna que foi prometida. (Hebreus, 9: 15)

Com este versículo inicia uma nova seção neste documento dirigido aos hebreus que às vezes é carta em outras um tratado, ou ainda um sermão.

...eis por que ele é mediador de uma nova aliança; eis porque, a referência é ao que é dito no verso anterior, já comentado.

Aliança; aqui temos o vocábulo grego "diatheke" que em outras referências na Bíblia é traduzido como aliança, entretanto no contexto destes versículos o sentido é de testamento.

Isto causa uma certa polêmica, pois não é muito correto falar em "mediador" para um testamento, o correto seria "testador" que é o executor do testamento.

Alguém já disse que as palavras reduzem o entendimento, talvez seja esta a questão, as expressões humanas fracassam quando se trata de explicar os atributos de um Cristo.

Talvez a ambiguidade do termo original tenha servido para o autor expressar sua ideia: Jesus Cristo é mediador e testador ao mesmo tempo; do mesmo modo que no Quarto Evangelho é o Caminho para a Vida e a Vida do mesmo modo.

Ele é mediador entre Deus e o homem. A partir Dele mudou-se o entendimento da relação entre criatura e Criador.

Deus é muito superior ao que podemos entender. Jesus como Espírito Puro que é traz o divino ao humano, o Eterno ao criado, o infinito ao finito. Cristo se fez homem para que o homem se fizesse Cristo.

Assim, seu ministério é de mediação.

Uma nova aliança está em foco, é nova porque não apenas perdoa iniquidades, mas purifica a consciência, recompondo-a conforme já comentado.

A sua morte aconteceu para o resgate das transgressões cometidas no regime da primeira aliança; neste trecho nosso autor faz uma explicação para conectar com o que será dito no próximo versículo.

Ele explica porque o Messias teve de morrer, o que não era aceito pelas lideranças judaicas em se tratando do Libertador.

Justamente a sua morte é que foi o elemento de resgate de todas as transgressões anteriores cometidas no regime da primeira aliança, para que pudessem ter aceso às promessas feitas por Deus a Moisés,

Porque a morte de Jesus era necessária para obter estas promessas?

Cremos que apesar de ser histórica, de ter realmente acontecido, a morte do Cristo também é uma parábola a ensinar-nos a necessidade de morrermos para o mundo para vivermos em Deus.

Trata-se de uma mudança de mentalidade, de conversão. A vida abundante é espiritual e é neste nível que devemos viver. Isto deve ser feito na carne, ou seja, encarnado santificando a matéria. A Cruz tem este sentido, sempre voltada para o Alto, almejando algo superior.

Já dissemos, mas é sempre bom repetir, Jesus fez para ensinar-nos como fazer, Ele é o Modelo que devemos seguir. (O Livro dos Espíritos Q. 625)

Se almejamos a ressurreição com tudo que ela representa, temos de passar pela crucificação. Em nosso nível não há evolução sem dor.

...e, por isso, aqueles que são chamados... Aqueles que são chamados… o Evangelho nos diz "muitos são chamados, mas poucos os escolhidos" (Mateus, 22: 14).

Entendemos que a expressão "os chamados" é um modo de dizer que a iniciativa é de Deus. Porém, como se trata de pacto, ou aliança, existe uma contrapartida. Assim o ser "escolhido" é a parte do homem. Ele é que se escolhe aderindo ao pacto.

Deste modo, entendemos que esta expressão aqueles que são chamados, no contexto deste versículo remete-nos aos "escolhidos", aos que de forma conscientes atenderam ao "chamado".

... recebem a herança eterna que foi prometida. A ideia da aliança é o tema central da Bíblia. Porém, no Antigo Testamento ela era limitada a um nível que nosso autor qualifica como inferior, o terrestre. Ele entendeu que mesmo nas Escrituras antigas, ela – a Aliança – era superior, todavia isto não tinha sido compreendido por aqueles a quem ela tinha sido dirigida.

Daí a necessidade de uma Nova Aliança que fosse mais clara. Isto é confirmado quando ele afirma que a herança eterna já tinha sido prometida.

herança é eterna; na expressão original, a ordem é inversa, ou seja, "eterna herança", isto nos diz que desde o princípio é assim, o que o autor relembra aos seus leitores é o conteúdo original dela e sua superioridade por ser para todo sempre e baseada em melhores promessas.


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Para o Estudo da Carta aos Hebreus disponibilizamos o arquivo Aos Hebreus :   https://doceru.com/doc/nne580e0

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